quarta-feira, 8 de julho de 2015

O republicanismo do ministro Cardozo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Tento há tempos terminar dois livros e não consigo. O trabalho diário não permite.

No meio do maior tiroteio político desde o impeachment de Collor, em entrevista ao Estadão, José Eduardo Cardozo diz se dedicar a uma tese de doutorado na prestigiosa Universidade de Salamanca.

É um privilégio, para este país de iletrados, ter na Justiça um Ministro intelectual, que dedica suas horas vagas a teses de doutorado.

Risco de golpe contra a soberania popular

Por Miguel do Rosário, de Brasília, no blog O Cafezinho:

Passei o final da manhã e a tarde inteira em Brasília, conversando com deputados, senadores e assessores, tentando entender o clima de fim de mundo que se instalou na política nacional.

Engana-se quem pensa que os alertas de golpe seriam "paranoia" ou "delírio" de blogueiros sujos.

Não há ninguém com medo. Ao contrário, a disposição dos movimentos sociais e a deste blog é de luta. A resistência contra o golpe será grande, embora o seu tamanho dependerá da inteligência e ousadia do governo para produzir uma grande agenda positiva.

Sardenberg e o terrorismo midiático

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Carlos Alberto Sardenberg tem acesso diário a milhões de ouvintes e telespectadores brasileiros. É economista e, apresentado como tal, ganha automaticamente a chancela que o título lhe confere entre os leigos. Como disse o perfil do ex-presidente Lula no Facebook, é um homem de seis empregos.

Preso no trânsito, eu mesmo já ouvi dezenas de bobagens ditas por Sardenberg na CBN. Suas análises são rasas, formulaicas e basicamente repetem o que lhe diz o pessoal daquela entidade que paira sobre todas as outras, um ente quase religioso, “o mercado”.

Serra, a Petrobras e o marshmallow

Por Tadeu Porto, no site Brasil Debate:

Existem textos que começamos a escrever um pouco contrariados. Digitamos, digitamos e digitamos, parecendo não acreditar que temos de juntar tais palavras, orações e pensamentos naquele momento. É exatamente assim que eu me sinto formulando um artigo para defender a manutenção do regime de partilha no país, efetivado faz menos de cinco anos.

Democracia: comunicação e política


Por Antônio Albino Canelas Rubim, na revista Teoria e Debate:

Em seu novo livro, Cultura do Silêncio e Democracia no Brasil (Brasília, Editora UNB, 2015), Venício Lima assinala na apresentação que todos os textos selecionados para o livro, escritos nos últimos 35 anos, “contemplam uma preocupação comum – a questão da comunicação social (mídia) na sociedade brasileira” (p.9). Gostaria de propor que o interessante livro talvez fosse (também) lido por meio de outro enquadramento: o imbricamento atual e umbilical, sempre afirmado pelo autor, entre comunicação e política na democracia contemporânea.

Tramam um golpe. Ele não passará

Por Haroldo Lima

A situação política brasileira evolui por caminhos inesperados, tortuosos e preocupantes. Núcleos em posições de Poder confrontam-se com o governo e planejam desbancá-lo. O afastamento da presidenta da República é objeto de especulação, colunas de jornais tratam do tema abertamente, nomes de políticos são citados para sucedê-la. Como não há fatos jurídicos para permitir o afastamento da presidenta dentro da lei, procura-se produzir feitos que justifiquem um “impeachment”. É um ardil torpe. É a “direita” na ofensiva.

As armas de Dilma contra os golpistas

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Quando diz que lutará com “unhas e dentes” para defender seu mandato, a presidente Dilma Rousseff sabe que terá pela frente duas batalhas político-jurídicas e conhece as armas de que disporá em cada uma. Foi esta a impressão que ela deixou em alguns líderes partidários que participaram da reunião de ontem com ela no Palácio da Alvorada, na qual o foco dela foi na apreciação de suas contas de governo pelo TCU, e posteriormente pelo Congresso.

A lição dos atos falhos de Aécio

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O teatro que o PSDB está fazendo em torno do impeachment, dizendo que não trabalha para isso enquanto conspira abertamente, é talvez a página mais abjeta da história do partido.

Na convenção, no último domingo, Fernando Henrique Cardoso, triunfal, afirmou que o PSDB “está pronto para assumir”. Mais: “Nunca como antes se roubou tanto neste país”.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Os arquivos do terror na Guatemala

Por Leonardo Wexell Severo, no jornal Brasil de Fato:

Uma denúncia sobre “explosivos mal armazenados” fez com que, no dia 5 de julho de 2005, funcionários da Procuradoria de Direitos Humanos (PDH) entrassem em um velho paiol abandonado, infestado de ratos, no centro da capital guatemalteca. Então, o que era para ser uma investigação de rotina se transformou na maior descoberta sobre a política de terrorismo de Estado praticada pela oligarquia, com apoio da CIA, contra “subversivos”, “esquerdistas” e “comunistas” no continente. A verdade documentada em 80 milhões de páginas continha os pormenores de décadas de perseguições, torturas, desaparecimentos e assassinatos de oposicionistas.

A Grécia, o mercado e a urna

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Às vésperas da admissão da Grécia no clube da moeda única, o poderoso Goldman Sachs assessorou o governo grego na manipulação de dados fiscais, aproximando a dívida e o déficit dos critérios de Maastricht. As instituições europeias compraram como boa a mercadoria estragada recomendada pelo Goldman.

Diante da chancela das instituições de Bruxelas e de Frankfurt, os bancos alemães, franceses e holandeses desandaram a financiar gregos, troianos, espanhóis, portugueses, irlandeses e tutti quanti. A introdução do euro concedeu aos periféricos as vantagens da emissão de dívidas na moeda comum. Com o desaparecimento do risco cambial, essa prerrogativa garantiu aos países mais frágeis spreads bastante razoáveis sobre as taxas de juro pagas pelos títulos do governo alemão.

Dilma reage e avisa: governo não acabou

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Ponham-se no meu lugar: por onde começar este texto, depois dos acontecimentos dos últimos dias e horas que, numa velocidade cada vez maior, levaram a guerra política à beira de uma crise institucional sem precedentes, trinta anos após a redemocratização do país?

Tinha ido dormir com a sensação de que o governo estava no chão e as oposições só contavam as horas para saber quando e como assumiriam o poder.

PT e o cheiro de morte iminente

Por Jeferson Miola, no site Carta Maior:

Recentes pesquisas de opinião ajudam a entender a encruzilhada do PT e do governo Dilma nesta conjuntura crítica e perigosa para ambos.

A Vox Populi revela, em síntese, que o tamanho do ódio ao PT é menor que a sensação midiática criada; e, além disso, que os limites do antipetismo são maiores que aqueles que a mídia oposicionista desejaria que fossem: “apenas” 12% odeia o PT, 21% não vota no PT, 33% vota no PT e outros 33% podem - ou não - votar no PT. O povo humilde, a maioria absoluta da população brasileira, ainda acredita no PT.

Vídeo: Mídia, golpe a ditadura

A negação dos partidos e o fascismo

Por Altamiro Borges

O jornal O Globo divulgou na semana passada uma compilação de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que confirma o descrédito dos jovens com os partidos políticos. Segundo a pesquisa, o número de filiados entre 16 e 24 anos em cinco siglas (PT, PMDB, PSDB, PDT e PP) caiu 56% nos últimos sete anos. Os jovens nessa faixa etária somam hoje 132.292 filiados. Em 2009, eram cerca de 300 mil. "Dos governistas à oposição, os principais partidos brasileiros estão envelhecendo", conclui a matéria. Para o jornal da famiglia Marinho, que diariamente promove a escandalização da política e a negação da ação coletiva, o PT é a principal vítima deste crescente descrédito dos partidos.

O que a Grécia ensina ao Brasil?

Por Breno Altman, em seu blog:

Qualquer comparação entre distintas realidades nacionais nasce morta se omitidas ou negligenciadas as realidades concretas, mas a pátria do Syriza também traz lições universais.

Estratégias de mudanças sem conflito são eficazes apenas em períodos de bonança, quando a interseção entre transformação e paz se amplia porque o Estado tem mais recursos para investir na melhoria da vida dos pobres sem afetar a fortuna e os interesses dos ricos.

O Facebook, muito além do arco-íris

Por Rafael Evangelista, no site Outras Palavras:

Na última sexta-feira (26), as redes sociais foram invadidas pelas cores do arco-íris, em comemoração à decisão da Suprema Corte dos EUA de legalizar o casamento igualitário. As mais variadas imagens das sete cores foram usadas por milhões de pessoas no mundo todo, significando apoio e celebração à decisão dos EUA, mas também uma afirmação global contra o preconceito e a discriminação ligados à orientação sexual e de gênero.

A crise na Grécia, segundo Sardenberg

Da coluna "Notas Vermelhas", no site Vermelho:

Carlos Alberto Sardenberg é comentarista de economia em diversos veículos das organizações Globo e defensor intimorato das políticas de austeridade.

Age como um disciplinado autômato a serviço do mercado financeiro. Se amanhã os banqueiros decidirem que todos devem pagar taxas para respirar dentro de uma agência bancária (é só o que falta) não tenham dúvidas de que Sardenberg (em companhia de outros da mesma escola) fará ilustrados comentários provando por A + B que os banqueiros estão certos e que é um absurdo um cliente inspirar oxigênio e expirar gás carbônico, dentro das agências, impunemente. 

Golpe não é apenas derrubar Dilma

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Alguns amigos têm me criticado pelo que interpretam ser um “pessimismo” de minha parte ao descrever o que se passa com o governo Dilma.

Bem, confesso que otimismo não é, mas estou a anos-luz de achar que é inevitável sua derrubada formal e a consumação de um golpe no Brasil.

Dilma-PT: mirem-se no exemplo de Atenas

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

A “Folha” abriu de forma curiosa o texto em que noticia a vitória do NÃO na Grécia: “em um resultado surpreendente…” De fato, o rechaço ao programa liberal imposto aos gregos foi surpresa – mas apenas para quem se baseia nas agências de notícias internacionais e nos comentaristas da GloboNews.

Acontece que o mundo real não aboliu a política.

"A classe jornalística" e o oportunismo

Da Rede Brasil Atual:

A jornalista Hildegard Angel afirma que colunistas da imprensa, que tiveram passado de esquerda, hoje não se constrangem em aderir ao pensamento conservador que domina a imprensa brasileira. Em debate na última sexta-feira (3), no Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, Hilde, como é conhecida, foi categórica: “Essa é a história do oportunismo da imprensa brasileira. Do oportunismo dos intelectuais brasileiros, daqueles que se situam e formam suas panelinhas para manter seus cachês valorizados. Agora, não valoriza cachê ser de esquerda, o cachê fica baixo. Valoriza o cachê falar mal das causas sociais, dos progressos sociais, das conquistas sociais”.