domingo, 13 de setembro de 2015

Alckmin "comprou" João Doria Jr.

Por Altamiro Borges

Daria até uma manchete garrafal, mas a Folha preferiu evitar maior alarde. Na edição deste domingo (13), o jornal revela que "o governo de São Paulo, comandado pelo tucano Geraldo Alckmin, pagou R$ 1,5 milhão ao empresário João Doria Jr., um dos pré-candidatos do PSDB à prefeitura paulistana, por anúncios veiculados em sete revistas da Doria Editora, entre 2014 e abril deste ano". Escrita pelo repórter Alexandre Aragão, a reportagem é informativa, sem qualquer opinião ou veneno. Até caberia um duro editorial da famiglia Frias, exigindo apuração rigorosa e, quem sabe, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa. Mas ai já seria pedir muito!

Rebaixada pela S&P, Globo radicaliza!

Por Altamiro Borges

A bilionária famiglia Marinho, dona do Grupo Globo, parece que está desesperada e desembestou de vez. As tiragens do seu jornal (O Globo) e da sua revista (Época) estão em queda. A audiência da sua tevê aberta sofre abalos semanais; já os seus canais por assinatura concorrem com centenas de rivais. Como consequência, o faturamento em anúncios publicitários despenca. Prova destas dificuldades, decorrentes da explosão da internet e da perda de credibilidade de seus veículos, a agência de risco Standard&Poor's rebaixou a sua nota nesta semana. A mídia fez baita escarcéu com a nota da S&P para o Brasil, mas deixou - talvez por cumplicidade - de divulgar as agruras do império global.

Mantega perdoa agressores. Fez o certo?

Por Altamiro Borges

Após sofrer agressões verbais em três locais - um hospital e dois restaurantes -, o ex-ministro Guido Mantega, da Fazenda, localizou e processou dois empresários caluniadores. A atitude foi corajosa e acertada, servindo como antídoto à escalada fascista que se alastrou em alguns bairros "nobres" de São Paulo. Temendo as consequências penais de seus gestos odiosos, porém, os valentões se acovardaram e pediram desculpas ao economista. Este, por sua vez, em mais um ato de civilidade, aceitou o pedido e suspendeu o processo na Justiça. Se a primeira atitude foi correta, tendo a discordar da segunda.

Quem são os defensores do impeachment

Da revista CartaCapital:

A frente pró-impeachment lançada na quinta-feira 10 nasce fraturada. Alguns de seus expoentes ou representantes de certas esperanças receberam más notícias às vésperas do nascimento oficial da iniciativa.

Paulinho da Força, do Solidariedade, tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de ter se beneficiado de um esquema de desvios de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A Procuradoria-Geral da República quer condená-lo por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Nas redes sociais, Paulinho valeu-se de uma tática recorrente da oposição quando citada em falcatruas: acusou o PT de tentar incriminá-lo.


Salvador Allende e a esquerda desvairada

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Em 11 de setembro de 1973, um golpe militar derrubava o presidente socialista Salvador Allende, eleito três anos antes no Chile. Allende saiu morto do Palácio de la Moneda, bombardeado pelo Exército. Poucos dias após, o antropólogo Darcy Ribeiro, amigo do presidente, publicou em vários países um texto crítico ao papel de parte da esquerda no fracasso da experiência chilena. Para Darcy, muita gente não percebeu a importância histórica do socialismo proposto por Allende, sem luta armada, e são co-responsáveis pelo golpe.

Uma nota sobre a nota da S&P

Por A. Sérgio Barroso, no site da Fundação Maurício Grabois:

"As últimas pessoas em cuja avaliação deveríamos confiar são os analistas da Standard & Poor's" (Paul Krugman, 2011).

Programaticamente, as agências de risco iniciam sua cantilena e os insultos pela chantagem preparatória ao caminho de claro contraponto aos interesses nacionais dos países em desenvolvimento (taxa de juros baixa para expansão da economia, política cambial que garanta moeda desvalorizada por um extenso período, política fiscal expansionista e de gasto público, função ativa do Estado e das estatais etc.). E o pano de fundo do anúncio da agência dos diagnósticos fraudulentos e das interesseiras “profecias autorrealizáveis” desenha o agravamento da crise econômica no centro capitalista, agora expandindo-se com força à periferia.

O que pode unir as esquerdas

Por Wladimir Pomar, no site Correio da Cidadania:

Talvez a esquerda, os progressistas, nacionalistas e democratas devam aprender com a história, e também com a direita, como criar uma pauta unificadora. Por incrível que possa parecer, as grandes uniões ou consensos sociais e políticos não começam pela compreensão de uma pauta positiva. Em geral, e principalmente, começam por uma pauta negativa.

Tem sido com uma pauta desse tipo que a direita procura se arvorar como representante política dos descontentes, que hoje abrangem amplos setores de todas as camadas sociais. Tal pauta negativa foi primeiramente martelada com insistência pelo oligopólio da mídia, desde os governos Lula. Depois, conseguiu ser transformada em mobilização de massa durante as manifestações de junho de 2013. Sofreu percalços, com o sucesso da Copa Mundial de Futebol e com a derrota de Aécio, nas eleições de 2014. Mas manteve seu ímpeto com a eleição de um parlamento majoritariamente conservador e reacionário, e com o êxito de pregar no PT a pecha de corrupto e, no governo, a pecha de incompetente.

Donos da S&P fugiram da cadeia

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Não era tão difícil prever o que viria, tampouco prever o que vêm por aí.

Matéria da Época desta semana, associando Pasadena à campanha de Lula, é mais uma porrada no ex-presidente e no PT. A artilharia é maciça, e tudo vem meticulosamente planejado.

As delações de Nestor Cerveró e Fernando Baiano prometem deixar a noite mais escura, confirmando as previsões de que as coisas devem piorar um tanto antes de começarem a melhorar.

Os jornais e o ódio fabricado

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

Houve época no Brasil em que a oferta diária de jornais passava de uma dezena. Embora a maioria­ estivesse alinhada com interesses conservadores, existiam alternativas. Basta lembrar o Última Hora, de Samuel Wainer, comprometido com a defesa de causas populares.

Hoje os jornais são poucos e quase sempre iguais. É comum vermos em determinados dias fotos e manchetes idênticas estampando suas capas. Mesmice que acompanha os conteúdos, unificados em linhas editoriais voltadas para fustigar diariamente o governo federal.

A oposição e seu boneco de vento

Por Marcelo Danéris, no site Carta Maior:

A oposição e alguns segmentos conservadores comemoram o sucesso do Pixuleco, boneco inflável que representa o ex-presidente Lula como presidiário. Nada mais simbólico. O boneco ocupa o vazio de quadros políticos da oposição capazes de conquistar os corações conservadores. Nem o Aécio de papelão animava. Revestido de preconceitos e pré-julgamentos, ao lado das faixas pedindo a volta da ditadura, blogs que incitam a violência contra a presidenta, defesa de golpes, impeachment, o boneco acabou por compor melhor a imagem desta sinfonia desafinada.

Médicos cubanos: Das vaias à ovação

Por Erikson Walla, no site Vermelho:

Unidade de Saúde da Família de Cajazeiras XI, manhã da última segunda-feira de agosto. Uma escada estreita leva ao pouco iluminado 1º andar, onde está um dos cômodos mais procurados no local: o consultório de número 5. A porta branca da sala, fechada até 2013, é aberta, desde então, muitas vezes ao dia. Observa-se, porém, um intervalo de tempo significativo entre um girar de maçaneta e outro. Neste ínterim de abre-fecha-abre-fecha, com quase nenhuma variação, a cena se repete: após a saída de um paciente, um homem pardo e de meia idade surge, sorridente, de prontuário na mão, para um sonoro anúncio de quem é que será o próximo a entrar. O nome de quem anuncia está em uma placa fixada na frente da porta: “Dr. Rafael – Médico”.

Agressores pedem desculpas a Mantega

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Uma ótima notícia para começarmos esta sexta-feira: "Os dois empresários que gritaram palavrões, em junho, para o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, dizendo que ele era "ladrão", "palhaço" e "sem-vergonha", acabam de se retratar".

A informação foi dada na coluna de Mônica Bergamo:

"Diante de queixa-crime por injúria, calúnia e difamação, eles procuraram o advogado do ex-ministro, José Roberto Batochio, e propuseram acordo. Mantega assinou ontem os dois pedidos de desculpas, concedendo aos empresários seu "perdão", exigência da lei para que a ação judicial seja suspensa.

Com FHC, Standard&Poor's não era problema

Por Daniel Merli, no blog Escrevinhador:

Fico tocado de ver tantas pessoas preocupadas com a perda de conquistas do governo Lula – como o “Grau de Investimento”, concedido pela Standart & Poor´s em 2008.

Mas só lembrando:

1- naquela época, esse grau foi conquistado porque, enquanto os Estados Unidos iam à falência em grande parte por uma fraude cometida pela própria S&P (http://g1.globo.com/…/standard-poors-pagara-multa-de-us-137…), a economia brasileira superou a crise com políticas de estímulo ao consumo, com o #‎BolsaFamília e isenções fiscais, tão duramente criticadas pelas mesmas pessoas que agora criticam o “rebaixamento”;

Youssef financiou Alvaro Dias?

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Já no final da longa sessão da CPI da Petrobras realizada em fins de agosto, durante acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) perguntou: "Vossa senhoria teve um jato alugado pela prefeitura de Maringá e em determinado momento esse jato foi utilizado por políticos?".

Youssef respondeu: "Na época eu fiz a campanha do senador Alvaro Dias... e parte destas horas voadas foram pagas pelo Paolicchi, que foi secretário de fazenda da Prefeitura de Maringá. E parte foram doações mesmo que eu fiz das horas voadas".

O papa Francisco e o aborto

Por Frei Betto, no site da Adital:

Em março de 2009, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, excomungou a equipe médica que, em observância à legislação brasileira, ajudou uma menina de 9 anos, cuja saúde corria sério risco, a abortar gêmeos, após meses de gravidez. A mãe da menina também sofreu excomunhão. O padrasto, que violentava sexualmente a menor desde que ela tinha 6 anos, escapou da excomunhão, ou seja, da pena eclesiástica que, desde 1398, impede o acesso aos sacramentos. Só bispos podiam revogar tal penalidade.

Janot resistirá à pressão dos golpistas?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Três semanas depois de ter sido reconduzido ao cargo de Procurador Geral da República, Rodrigo Janot foi colocado diante de uma ótima oportunidade para mostrar a que veio depois que o delegado Josélio de Souza, da PF, decidiu pedir que Lula seja ouvido sobre denúncias de corrupção na Petrobras.

É mais um pedido para gerar manchetes que pretendem alimentar o ambiente de criminalização do Partido dos Trabalhadores, sempre útil para dar credibilidade aos pedidos de impeachment de Dilma Rousseff, mas é puro absurdo.

sábado, 12 de setembro de 2015

A tropa de choque de Eduardo Cunha

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Apesar de estar mais sujo do que pau de galinheiro, o lobista Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, segue com a sua agenda golpista e conservadora em plena atividade. Adepto da tática de que a melhor defesa é o ataque, ele abusa do diversionismo para ofuscar a denúncia de que recebeu US$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção da Petrobras, conforme acusação já apresentada pela midiática Operação Lava-Jato. Neste esforço de sobrevivência, ele conta com a cumplicidade de mais de 100 deputados que ajudou a eleger e com a ação de uma ativa e barulhenta tropa de choque.

O que aconteceria em caso de impeachment?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

É hora de defender vigorosamente a permanência de Dilma até o final de seu mandato.

Sobretudo nas ruas, mas não só nelas: as redes sociais são hoje um importante polo formador de opiniões.

Não se trata de defender Dilma em si e muito menos o PT: é a defesa da democracia, da justiça, da Constituição.

E, mais que tudo, é a defesa da decência.

A massificação da ideologia dominante

Por Róber Iturriet Avila, no site Brasil Debate:

O período vivenciado entre 2004 e 2011 foi de ganhos econômicos e sociais para o Brasil. Houve crescimento econômico superior à média das duas décadas pregressas, redução das desigualdades, elevação das reservas internacionais, aumento do emprego, elevação da renda média etc.

No final de 2011 e ao longo de 2012, frente à popularidade elevada da presidente Dilma e das oscilações na economia internacional, houve uma tentativa de alterar a política econômica, particularmente a política monetária. Nesse período, a sensação de “bem- estar” estava relativamente bem sedimentada.

Os "revoltados online" da sonegação


Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Estadão dá, agora à noite, manchete sobre a “polêmica” causada (segundo o jornal) entre os advogados tributários pela tardia decisão da receita Federal de apressar a cobrança de impostos devidos por 400 grandes contribuintes e que somariam R$ 20 bilhões.

Pela média, uma dívida de R$ 50 milhões “por cabeça”, com média de três a cinco anos, com recursos já recusados.