terça-feira, 22 de março de 2016

O ministro da Justiça e o Estado Policial

Por Jeferson Miola

O condomínio jurídico-midiático-policial atua monoliticamente na inteligência e na direção estratégica do golpe. Quando um elo da sua estrutura se fragiliza, toda a estrutura socorre e regenera este elo fragilizado, para manter compacto e hígido o conjunto do condomínio.

Nos últimos dias, dois elos da estrutura golpista-fascista foram avariados: o justiceiro Sérgio Moro, que somou ao seu currículo de abusos e arbitrariedades o crime de interceptação e divulgação ilegal de conversas da Presidente da República – “ele simplesmente deixou de lado a Lei”, nas palavras de Marco Aurélio Mello, Juiz do STF; e a Polícia Federal, que finalmente foi notificada que não mais contará com a leniência do ex-ministro José Eduardo Cardozo, que incrivelmente tolerou a transformação da instituição em Polícia Política para a perseguição e destruição de inimigos ideológicos.

Lava-Jato investigará a Paraty House?

Do blog Viomundo:

Documentos apreendidos pela Polícia Federal no “evento 26″ da Operação Lava Jato, a Triplo X, identificam quem está por trás de uma offshore que é dona da Paraty House e envolvem uma certa Paula Marinho Azevedo, que investigadores terão de determinar se se trata da filha de João Roberto Marinho, um dos controladores do Grupo Globo.

A apreensão foi feita na sede da empresa Mossack & Fonseca, na avenida Paulista, em São Paulo.

Destino de Lula é termômetro do país

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O destino de Luiz Inácio Lula da Silva, a ser resolvido pelo Supremo Tribunal Federal, num pedido de habeas corpus entregue a ministra Rosa Weber, será um bom termômetro para se medir o alcance do ataque às liberdades democráticas e direitos individuais em curso no país em fins de março de 2016.

Em 1981, quando Lula foi preso pelo regime militar durante as greves no ABC, o ato serviu para definir os limites da democratização, que avança sob a ditadura militar. Em 2016, assistimos a um movimento no mesmo estágio, mas que avança na direção inversa.

Os impasses no jogo do impeachment

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A segunda-feira foi de preparativos, com os dois lados acumulando forças.

O cenário central que traçamos contempla os seguintes movimentos:

Do governo - Lula avançando na remontagem do pacto político, juntando a antiga base de apoio, tendo o presidente do Senado Renan Calheiros como fiel da balança.

Os "vândalos" acampados na Fiesp

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Eles bloqueiam avenidas, aglomeram-se em manifestação sem comunicar previamente as autoridades, agridem pessoas.

Um carro tenta passar e um de seus ocupantes profere um pensamento divergente e sem ofensas aos manifestantes. É imediatamente cercado por pessoas ensandecidas, raivosas, que espumam enquanto gritam “ladrão”, “filho da puta”, “sua mãe ta na zona”. “Filho da puta” é repetido centenas de vezes. Uma senhora dá um tapa no braço do motorista. Calma, isso não é vandalismo, é gente do bem.

Globo não aprende com seus próprios erros

Por Jean Wyllys, em seu página no Facebook:

Eu já falei da diferença gritante entre as coberturas feitas pela maior parte das emissoras de televisão, em especial a Rede Globo e a Globo News, das duas últimas grandes manifestações realizadas em diversas cidades do país: a pró-impeachment e a que defendeu a democracia.

Agora eu quero falar de um outro aspecto que tem me incomodado bastante: a forma insistente e rasa com que esta cobertura tenta, de forma equivocada, comparar a estimativa de público entre as diferentes manifestações como se, para determinar os rumos da política do país, tivéssemos que eleger como uma única manifestação legítima aquela que tivesse o maior número de pessoas.

Ser de esquerda hoje é lutar contra o golpe

Do blog do Levante Popular da Juventude:

Os acontecimentos que se sucederam nas últimas semanas colocaram a público o que os movimentos populares vêm denunciando desde o ano passado: está em curso um golpe em nosso país. As forças neoliberais incapazes de eleger seu programa nas urnas em quatro eleições seguidas resolveram virar a mesa. Desta vez, contudo, a elite ao que parece não lançará mão das forças armadas. Estão utilizando de uma estratégica mais sofisticada, a ruptura institucional está sendo operada principalmente nos espaços de poder sob os quais não há nenhum controle democrático: o Judiciário e a Mídia.

Golpe é para tirar direitos trabalhistas

Por Érica Aragão e Isaías Dalle, no site da CUT:

Num momento em que a classe trabalhadora declara vigília permanente sobre a situação política no Brasil, um instrumento fundamental para o trabalhador faz aniversário. É uma data simbólica, pois são 84 anos de luta, resistência e de ampliação de direitos.

Foi em 21 de março de 1932 que o ex-presidente da República Getúlio Vargas instituiu a carteira de trabalho, pelo decreto nº 21.175, com objetivo de espelhar a vida profissional do trabalhador. Depois de dois anos, Getúlio tornou obrigatório o uso deste instrumento com objetivo de consolidar os direitos básicos e fundamentais da classe trabalhadora.

EUA e Cuba fumam o charuto da paz

Foto: Ismael Francisco/Cubadebate
Por Frei Betto, no site da Adital:

Hoje, amanhã e terça-feira, o presidente Barak Obama visita Cuba. Em fevereiro último, quando estive com Fidel, ele indagou reflexivo: "O que deseja Obama?” No ano anterior, o líder cubano me dissera que Obama mudara "de métodos, mas não de objetivos.” Agora arrisquei um palpite: retocar sua foto biográfica, já que deu continuidade ao belicismo usamericano no Oriente Médio e, internamente, é acusado de ter sido omisso em relação à América Latina.

Serra age nas sombras e já discute cargos

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Este homem é conhecido por sua ambição desmedida.

Este homem foi duas vezes candidato a presidente da República. E nas duas vezes perdeu no voto: em 2002, foi derrotado por Lula; em 2010, por Dilma.

Este homem abandonou dois cargos para o qual foi eleito (a Prefeitura de São Paulo e o Governo de São Paulo), porque sua ambição desmedida o fez desrespeitar os votos recebidos, sempre para buscar “voos mais altos”.

Armínio e a agenda econômica dos golpistas

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga se coloca mais uma vez ao lado dos que não aceitam o resultado das urnas. Adepto do terrorismo econômico, ele se antecipa e já apresenta o receituário neoliberal para o pós-golpe. A agenda que propõe atenta contra políticas sociais e direitos trabalhistas. Deixa claro que o projeto defendido pela oposição, ignorando as regras democráticas, é anti-povo, concentrador de renda e riqueza.

Serra e Temer articulam o impeachment

Por Lúcia Rodrigues, na revista Caros Amigos:

O senador José Serra (PSDB-SP) é um dos principais articuladores do impeachment para derrubar a presidente Dilma Rousseff do cargo, em parceria com o atual vice-presidente, Michel Temer. Os dois já discutem, sem nenhum pudor, nomes para o ministério de um eventual novo governo, caso Dilma seja destituída da Presidência da República.

Os "escrachos" contra a Rede Globo

Por José Eduardo Bernardes, no jornal Brasil de Fato:

Durante as manifestações a favor da democracia realizadas em todo o país na última sexta-feira (18), o Levante Popular da Juventude, com o apoio de outros movimentos populares urbanos, promoveu um “escracho” em frente à TV Sergipe, afiliada da Rede Globo no estado, lembrando a ligação da emissora com a ditadura militar.

José Serra assume a face do golpe

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A possibilidade de um golpe de Estado contra o governo Dilma Rousseff é real e inegável, mas a reação da sociedade civil está crescendo e a possibilidade de barrar as conspirações também aumenta. Essa opinião é compartilhada pela historiadora Maria Victoria Benevides e pelo cientista político Francisco Fonseca, da Fundação Getúlio Vargas. “Estou com medo de golpe. Estou com medo da convulsão social que pode vir, mas acredito que existe resistência, que há saídas jurídicas se houver um mínimo de espírito público e bom senso no Supremo Tribunal Federal”, diz Maria Victoria.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dono do "helicoca" confia na PF. Patético!

Da revista Fórum:

O senador Zeze Perrella (s/part.-MG), aquele que é dono da empresa em que está registrado o helicóptero apreendido em novembro de 2013 com 450 kg de pasta base de cocaína, entrou para a campanha #euconfionaPF. Em seu perfil do Facebook, o aliado político de Aécio Neves (PSDB-MG) postou uma foto em que segura uma placa com a hashtag e postou um texto explicando que defende a autonomia da Polícia Federal – a mesma instituição que apreendeu o seu helicóptero e que enterrou uma história, no mínimo, controversa.

Quem é a cabeça do golpe

Por Celso Vicenzi, em seu blog:

Primeiro, a esquerda identificou na revista Veja o principal agente da desestabilização do governo Dilma, embora os ataques já ocorriam desde os dois mandatos de Lula. Nitidamente, a revista tornou-se, mais que um panfleto, uma publicação capaz de fazer ataques fascistas, sem que o Judiciário pusesse um freio a esses abusos, perpetrados em nome de uma equivocada interpretação do direito à liberdade de expressão que o país nunca teve, pela enorme concentração da propriedade dos meios de comunicação.

Quando espumam nossas bocas

Por Marco Piva

Na manifestação do dia 18 de março, na avenida Paulista, um cartaz colado num poste dizia: “Em tempos de ódio, amar é um ato revolucionário”. Em artigo no Globo, Luiz Fernando Veríssimo cravou que há um defunto esperando logo ali. No futebol, dois momentos nervosos. Enquanto no Pacaembú, que recebeu um Fla x Flu inédito em São Paulo, parte do público das numeradas gritava “Fora PT!”, no Itaquerão a PM, para não perder o costume, desceu a borracha nos corintianos que ousaram, de novo, colocar faixas na arquibancada contra a Rede Globo e o caso do desvio de dinheiro da merenda escolar do governo do estado. Em Belo Horizonte, Claudio Botelho improvisou um “Fora Dilma” à sua maneira e foi enxotado do palco por parte da plateia que gritava “Não vai ter golpe”. De quebra, o ator perdeu o direito de seguir apresentando o musical sobre a obra de Chico Buarque. Talvez se acerte agora com Lobão e Roger.

O impeachment e as frações de classe

Por Theófilo Rodrigues, na Revista Escuta:

Muito já se falou sobre a correlação de forças presente no Congresso Nacional em torno da possibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Cálculos e mais cálculos foram realizados para apontar quantos partidos ou parlamentares estão posicionados em cada lado dessa disputa, que vem paralisando o Brasil nos últimos dois anos.

Contudo, se do lado de cima, muito já sabemos sobre os posicionamentos de cada um dos atores envolvidos, pouca atenção demos para o lado de baixo da sociedade. Afinal de contas, como estão posicionadas as classes e suas respectivas frações nesse conflito social?

Manifestantes versus baderneiros na mídia

Por Lauro Mattei, no site Brasil Debate:

O papel da imprensa livre, imparcial e independente é fundamental em todas as sociedades. Todavia, existe uma diferença brutal desses valores (liberdade, imparcialidade e independência) entre as sociedades desenvolvidas e democráticas comparativamente àquelas sociedades onde a imprensa cumpre um papel exatamente no sentido oposto ao que dela se espera.

Basta ter apenas dois neurônios em perfeita atividade para observar que a grande maioria da imprensa brasileira faz parte desse segundo grupo, muito embora seus discursos sempre procurem corroborar com os valores universais anteriormente mencionados.

Impeachment, capital e trabalho

Por Carlos Juliano Barros, na revista CartaCapital:

Daqui a alguns anos, quando o tempo tiver assentado as análises sobre o tsunami que varre o Brasil desde as jornadas de junho de 2013, a importância dos acontecimentos desta época turbulenta não residirá na suposta cruzada contra a corrupção ou na anedótica batalha entre coxinhas e petralhas.

Na verdade, o que está em curso é um realinhamento de forças no eterno e insolúvel conflito entre “capital e trabalho”. O papo é cabeça e complexo – mas tem tudo a ver com assuntos atualíssimos, como a reforma da Previdência e a flexibilização das relações de trabalho.