domingo, 22 de janeiro de 2017

Morte de Teori exige distância de Temer

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Glenn Greenwald, no site The Intercept-Brasil:

O ministro do Supremo Tribunal Federal responsável pela Operação Lava Jato morreu após o avião particular de pequeno porte em que ele era tripulante cair no mar na tarde de ontem. Embora não haja provas de que a queda não tenha passado de um acidente causado pelas condições meteorológicas, as circunstâncias políticas levaram a pedidos e, evidentemente, exigem uma investigação rigorosa e independente, assim como uma proteção robusta para que a investigação de corrupção possa prosseguir com integridade.

Meirelles foi a Davos leiloar o Brasil

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

Henrique Meirelles, o Ministro da Fazenda do governo golpista de Michel Temer foi a Davos, no Fórum Econômico Mundial, oferecer aos investidores facilidades para ingressar no Brasil, em uma verdadeira "doação" de nossas riquezas nacionais. Na verdade, embora a mídia comercial conservadora não tenha informado a respeito, Meirelles foi a Davos mostrar que o governo Temer está fazendo tudo o que manda o figurino neoliberal.

Previdência e a "revolução demográfica"

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

Sua vida será pior quando você se aposentar? Essa pergunta foi feita a 5.500 pessoas em 11 países. Os entrevistados tinham mais de 25 anos, estavam empregados e nos melhores níveis de renda. Céticos, 56% dos franceses disseram que sim. Temerosos da crise, 53% dos japoneses concordaram. Desesperançados, 38% dos brasileiros assinaram embaixo. “O Brasil registrou o pior nível entre os países emergentes”, disse Norman Sorensen, responsável pelas operações internacionais da seguradora norte-americana “Principal”, que promoveu a pesquisa. “Os brasileiros estão profundamente desconfiados de que não vão receber seu dinheiro quando se aposentarem”, afirmou.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Começa a Era Trump...

Ilustração: Emanuele Del Rosso/Cartoon Movement
Por Ignacio Ramonet, no site Carta Maior:

Alguns dias depois do acordo entre Rússia e Turquia que permitiu acabar com a interminável batalha de Alepo, ao ler um famoso semanário francês, encontrei o seguinte comentário: “a crise permanente no Oriente Médio está longe de ser resolvida. Uns pensam que a solução passa obrigatoriamente pela Rússia, enquanto outros acreditam que tudo depende da Turquia. Entretanto, o que fica claro agora é que, de novo, e definitivamente – ou ao menos podemos desejar que assim seja –, a Rússia tem em suas mãos os argumentos decisivos para por um ponto final nesta crise”. O que tem de interessante este comentário? O fato dele ter sido publicado pela revista parisina L’Illustration, em… 10 de setembro de 1853.

Arquivo queimado. E agora?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Não é preciso transformar o ministro Teori Zavascki, morto num acidente suspeitíssimo, em herói. Encarregado do processo da Lava Jato no STF, ele foi, como quase todos os seus colegas, incapaz de defender a Constituição e a imparcialidade da justiça. Mas é facílimo identificar os que se beneficiam com seu desaparecimento. Em primeiro lugar o presidente Temer; seu “governo de réus” (para usar a feliz expressão de Paulo Sérgio Pinheiro); as cúpulas do PSDB e PMDB; e centenas de deputados e senadores destes e outros partidos governistas. Todo este grupo estaria ameaçado e desmoralizado já a partir de fevereiro, quando Teori homologaria as delações premiadas dos executivos da Odebrecht, expondo a corrupção e hipocrisia dos que derrubaram o governo eleito e tomaram o poder em maio.

Na Globo, "mercado" festeja morte de Teori

Da Rede Brasil Atual:

“É simplesmente inacreditável que o mercado financeiro veja como positiva a morte de Teori Zavascki. A explicação, dada pela jornalista da Globo, assusta pela completa falta de humanismo diante de um acidente trágico”, escreveu ontem (20) o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) em sua página no Facebook, ao postar vídeo de notícia da Globo News sobre o comportamento do mercado financeiro.

O próprio título é cruel com o ministro morto em acidente aéreo em Paraty na quinta-feira (19): “Mercado financeiro abre positivo com dados da China, posse de Trump e morte de Teori”. Na matéria divulgada na manhã de ontem (20), na abertura dos trabalhos do mercado financeiro, a jornalista Thais Herédia afirma: 

Serra negocia Base de Alcântara com EUA

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Brasil e Estados Unidos retomaram secretamente as negociações de um acordo sobre o uso de uma base militar brasileira no Maranhão para o lançamento de foguetes norte-americanos. Encerradas em 2003, início do governo Lula, as conversas voltaram por iniciativa do ministro das Relações Exteriores, José Serra, interessado em uma relação mais carnal entre os dois países.

O embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, conversou sobre o assunto com o subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado norte-americano, Thomas Shannon, ex-embaixador em Brasília. Uma proposta mantida até aqui em sigilo foi elaborada e apresentada pelo Itamaraty a autoridades dos EUA. Teria sido rejeitada, segundo CartaCapital apurou.

Lava-Jato pode acabar para os golpistas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Continuam surgindo indícios de que a morte de Teori Zavascki pode não ter sido apenas um acidente. Nas primeiras horas da manhã de sexta-feira (20), espalhou-se a notícia de que o site contendo a base de dados do avião em que o ex-ministro do STF morreu foi acessado 1.885 vezes no dia 3 de janeiro último, duas semanas antes do desastre.

Apesar dos indícios e do imenso número de interessados na paralisação das investigações da Lava Jato contra políticos com foro privilegiado, há sempre uma turma para a qual tudo é teoria da conspiração – o golpe parlamentar contra Dilma que este blog enxergava como plenamente possível anos e anos antes de ocorrer era visto como “exagero” pelos mesmos que, agora, acham que a morte de Teori foi uma infeliz coincidência.

Sergio Moro e o marketing da morte

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Indecoroso. Não há outra palavra para definir o “discurso” de Sérgio Moro no velório de ministro Teori Zavascki.

Não foi uma visita final a alguém que está sendo velado. Nessas, o visitante contrito, é silencioso, respeitoso.

Também não é o discurso fúnebre, que faz que tem autoridade ou amizade com o morto a quem se está dando as despedidas.

A Lava-Jato com a morte de Teori

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Figura curiosa, a do Ministro Teori Zavascki.

No cargo, personificou a figura do magistrado, com as virtudes públicas da discrição, da firmeza, em tempos em que Ministros passaram a se comportar como celebridades e figuras públicas se confundem com perfis de Facebook e, para se tornar presidenciável basta cometer frases como “não se mude do Brasil, mas mude o Brasil”.

O viés de baixa do Brasil

Por Cynara Menezes, na revista Caros Amigos:

Um ano atrás, nesta mesma época, ao desejar aos leitores um “feliz ano novo”, imaginei, pensando de forma otimista, que 2016 pudesse ser o ano em que afinal sairíamos da “deprê”. Nossa, nunca errei tanto. O ano de 2016 conseguiu ser pior do que 2015. Nem me arrisco a pensar o que será de 2017.

O Brasil entrou inegavelmente num viés de baixa desde que a direita, ops, o gigante acordou, em 2013. Depois disso, perdemos até de 7 a 1 para a Alemanha... Mas, ao contrário de muitos esquerdistas, não culpo os manifestantes de junho pela escalada fascista que se seguiu àquela jornada. É preciso reconstituir os fatos para entender o que se passou desde então.

Eliseu Padilha: tempo para quê?

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Carece de esclarecimento a declaração do ministro-chefe da Casa Civil de Temer, Eliseu Padilha, sobre consequências da morte do ministro do STF Teori Zavascki: "A morte, por certo, vai fazer com que a gente tenha, em relação à Lava Jato, um pouco mais de tempo agora para que as chamadas delações sejam homologadas ou não".

“A gente” quem? O governo? Os delatados e seus advogados? O Supremo?

Previdência, um ataque à dignidade humana

Editorial do site Vermelho:

Na esteira dos bombardeios ao Estado social estabelecido pela Constituição de 1988, Michel Temer pretende levar à votação, no primeiro semestre deste ano, a sua reforma da Previdência. É a mais perversa iniciativa anunciada por sua gestão, símbolo deste governo que age como um Robin Hood às avessas. Um ataque à dignidade humana, as mudanças golpeiam sobretudo os trabalhadores mais pobres e vulneráveis do país.

Quem ganha com a morte de Teori?

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A internet hoje está cheia de gente que inicia o texto falando que não gosta de teoria de conspiração, e que, logo em seguida, lança um monte de teoria de conspiração.

Eu, por exemplo, sou um deles.

É inevitável. Primeiramente, o ambiente político brasileiro não poderia ser mais favorável a teorias de conspiração.

A imprensa não é confiável. O jornalismo brasileiro está morto e enterrado há muito tempo, e hoje é dominado por dois ou três grupos de mídia comprometidos profundamente com o golpe.

Discurso de Trump: Uma ameaça ao mundo

Ilustração: Antonio Rodríguez/Rebelión
Por Wevergton Brito Lima, no blog Resistência:

Em meio a protestos que aconteceram por toda Washington, Donald Trump, 70 anos, assumiu nesta sexta-feira (20), a presidência dos Estados Unidos da América. O discurso de posse teve como marca principal o ultranacionalismo.

Mas também teve uma boa dose de populismo de direita. Segundo Trump, seu país é protegido pelas armas e por Deus: “Estamos protegidos e estaremos sempre protegidos pelas forças da lei, dos militares, e o mais importante, seremos protegidos por Deus.”

O show do ano pode estar só começando

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Você pode ter a opinião que quiser sobre a morte de Teori Zavascki. Mas é bom definir um ponto básico: o esclarecimento de um crime nunca é um exercício simples, em particular quando o resultado da investigação pode gerar benefícios e prejuízos em escala gigantesca para inocentes e culpados.

Neste caso, o trabalho de apuração muitas vezes costuma ser influenciado por fatores que não têm nenhuma relação com fatos ou provas, mas com as conveniências de quem investiga, como equipes policiais e Ministério Público, e as preferências políticas e interesses comerciais de quem divulga os resultados, que são os grandes veículos de mídia. São duas faces da moeda.

O mistério que Teori deixou sem resposta

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

De Teori Zavascki, indicado por Dilma em 2012, esperava-se que reforçasse as ideias progressistas no STF.

Isso acabou não acontecendo. Teori se tornaria sob esta ótica uma decepção, mais uma das más escolhas de Dilma (e Lula) para o Supremo.

Compare. Nos Estados Unidos, o presidente Roosevelt só conseguiu colocar em prática seu New Deal quando, com as trocas que pôde fazer, dotou a Suprema Corte de juízes afinados com seu ideário igualitário, na década de 1930.

Globo já decidiu pelo fim da Lava Jato

Foto: Nelson Jr/STF
Por Renato Rovai, em seu blog:

O funeral midiático de Teori Zavascki tem servido não só para render homenagens em alguns casos sinceras ao ex-ministro, mas fundamentalmente para dar sinais claros que a pizza do que resta da Lava Jato será servida sobre o corpo ainda quente do antigo relator do caso.

Não interessa mais a ninguém, em especial a Globo, que a operação continue arrastando para a cadeia a elite nacional e ao mesmo tempo acabe com o PSDB.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Teori Zavascki e o cinismo do MBL

Por Altamiro Borges

Diante da tragédia ainda não explicada que causou a morte de Teori Zavascki, inúmeras declarações têm sido publicadas em solidariedade à família e com eloquentes elogios à sua atuação no Supremo Tribunal Federal. Algumas são enigmáticas. É o caso da escorregada de Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil do covil golpista: "A morte, por certo, vai fazer com que a gente tenha, em relação à Lava-Jato, um pouco mais de tempo para que as chamadas delações sejam homologadas ou não", afirmou um dos citados na lista de propina da Odebrecht. 

Doria loteia a prefeitura e faz negócios

Por Altamiro Borges

O ricaço João Doria – também apelidado de João Dólar – elegeu-se prefeito de São Paulo com o discurso matreiro de que não era político, mas sim um “gestor moderno”. Jurou aos seus ingênuos eleitores que não nomearia políticos para a gestão, mas apenas “técnicos capacitados”. Disse também que repassaria seu salário às entidades assistenciais. Muita gente acreditou nestas bravatas – tanto que o demagogo foi eleito no primeiro turno, surfando na onda conservadora da negação da política tão insuflada pela mídia falsamente moralista. Em menos de um mês de administração, porém, João Doria já tirou totalmente a fantasia – agora ele prefere enganar os inocentes travestindo-se de “gari”.