segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Eliseu Padilha, o senhor das terras

Por Renan Truffi, na revista CartaCapital:

“Quem invade indevidamente é grileiro, é assim que a gente chama.” Com essa frase, Luiz Alberto Esteves Scaloppe, procurador de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso, referiu-se ao ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Homem forte do governo Michel Temer, o peemedebista foi acusado na última semana, entre outras coisas, de ocupar terras irregularmente no estado. Esse tipo de acusação não é novidade para o braço direito do presidente da República. Ocorre que Padilha tem o poder de alterar ou derrubar os entraves que dificultam a vida daqueles que usufruem ilegalmente dos terrenos alheios. O primeiro passo nesse sentido já foi dado.

Previdência: os números da crueldade

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os imbecis não conseguem pensar além de seus próprios umbigos e tomam a questão previdenciária como um simples cálculo entre o que se contribui e o que se recebe, daí balançarem a cabeça em aprovação aos que não são imbecis, mas são perversos e querem sanear e fazer funcionar bem a máquina de pagar juros que é o Estado brasileiro.

Reportagem assinada por Mariana Carneiro, Ana Estela Sousa Pinto e Paulo Muzzolon, na Folha, mostra que nada menos que 80% das pessoas que hoje se aposentam por idade perderia este direito por muitos anos se aprovada a reforma previdenciária enviada por Michel Temer ao Congresso. E mostra mais: que o grande peso disso recaria sobre os mais pobres, não apenas porque a média dos proventos dos que se aposentam por idade é de 890 reais (apenas 10 reais acima do mínimo de 2016), mas porque a concentração das aposentadorias deste tipo mostra que também são os estados mais fracos da Federação os maiores prejudicados.

Havia um país chamado Brasil

Foto: Antonio Lacerda/EFE
Por Selvino Heck, no site Sul-21:

“Gente por favor, me ajudem! Tem uns caras aqui tentando entrar na minha casa. Por favor, me ajudem!”

Era o grito desesperado da amiga e companheira Sandra, de alguma cidade do Espírito Santo, via redes sociais, na noite de segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017, mesmo dia e mais ou menos mesmo horário em que o ainda Ministro da Justiça, e agora também da Segurança pública, era indicado para ser o novo ministro do STF.

Na mesma noite, um pouco mais tarde, outra amiga, Edivânia, de outra cidade do Espírito Santo, escreve: “Ai, meu Deus, está um desespero por aqui! Uma guerra. Horrível. Estamos trancados em casa. Não tem nem palavras pra descrever o sentimento. Muito triste, o medo mesmo!”

Volta à época do 'almoço das primeiras-damas'

Marcela Temer no almoço com as primeiras-damas. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A esposa do presidente da República, Marcela Temer, recebeu nesta quinta-feira, 9 de fevereiro, as primeiras-damas dos Estados e dos municípios brasileiros para um almoço no Palácio da Alvorada. A embaixadora do programa Criança Feliz trajava um vestido florido com detalhes em azul claro e escuro, ajustado ao corpo. Muito mais segura e desenvolta, a jovem primeira-dama disse que, quando uma causa é promissora e envolve o futuro do Brasil, é preciso superar as diferenças ideológicas e partidárias.

'Reforma' afasta os jovens da Previdência

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Para estudiosos do tema, a reforma da Previdência pretendida pelo governo Temer, sob a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, ao contrário da propaganda oficial, pode inviabilizar de vez o sistema, ao afastar atuais e possíveis futuros contribuintes. A dificuldade de acesso a aposentadorias se tornaria um fator de desestímulo. "Está se disseminando a ideia de 'Se eu não vou usar, por que pagar?'", afirmou hoje (7) o economista Eduardo Fagnani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), durante seminário promovido em São Paulo pelo Dieese e centrais sindicais.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Datafolha, Doria e a bolha midiática

Por Altamiro Borges

Vaidoso e egocêntrico, a playboy João Doria – o Júnior – deve estar transbordando de alegria. A pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (12) aponta que 44% dos paulistanos consideram a sua gestão na prefeitura boa ou ótima. Outros 33% acham o seu governo regular e apenas 13% avaliam que é ruim ou péssimo – 10% não opinaram. A sondagem serve para acariciar o ego do novo prefeito, estimula seu apetite para voos mais altos e gera até ciumeira nos velhos tucanos que sempre torceram o bico para o novato. Mas ela não representa muita coisa – ou melhor, não representa nada. É pura jogada de marketing!

Fascistas do MBL tumultuam Câmara de SP

Por Altamiro Borges

O vereador Fernando Holiday, um dos líderes das marchas golpistas do “Fora Dilma” e chefete do sinistro Movimento Brasil Livre (MBL), tem desempenhando um papel asqueroso na Câmara Municipal de São Paulo – para qual foi eleito pelo “ético” DEM. Além das posições políticas reacionárias – ele já anunciou que apresentará projeto pelo fim das cotas raciais nas faculdades, entre outras barbaridades –, o demo infantil também tem se mostrado um provocador barato. Na semana passada, dois dos seus assessores invadiram reuniões organizadas pelo PT para agredir verbalmente os seus participantes.

Temer e o festival de mediocridades

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A primeira semana de fevereiro foi pródiga em mediocridade e escárnio. Como anunciado, foram eleitos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente, Eunício Oliveira e Rodrigo Maia, também conhecidos pelos codinomes de ‘Índio’ e ‘Botafogo’ nas listagens de beneficiários de doações ilegais da Odebrecht. Michel Temer, desinibindo-se e decidido a também não mais disfarçar, cria mais um ministério para instalar Moreira Franco, seu colega de trupe e truz, e assim assegurar-lhe foro privilegiado em provável processo da Lava Jato.

Trump e a farsa da globalização

Por Mauro Santayana, em seu blog:

O fato de o IED - Investimento Estrangeiro Direto - ter se mantido historicamente alto na era Lula-Dilma - (na faixa dos 60, 70 bilhões de dólares por ano) e estar conservando o mesmo patamar agora, no atual governo, mostra que o Brasil não precisa rastejar, como um verme, para conseguir capital externo.

E que, por mais que seja conservador, esse capital não pensa, radicalmente, o Brasil, com um viés cegamente ideológico, como certos segmentos mais mesquinhos e burros do capital nacional costumam fazer, de vez em quando, infelizmente, na maior parte das vezes, em detrimento próprio.

Até a Lei Áurea corre risco de extinção

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

No rolo compressor acionado para blindar a turma do pudim na Lava Jato e tocar seus projetos no Congresso Nacional, o Planalto não poderia ter escolhido um nome melhor para presidir a Comissão Especial da Reforma da Previdência: Carlos Marun, aquele mesmo, o histriônico comandante da tropa de choque de Eduardo Cunha.

Com seu porte espaçoso, gestos largos e falando sempre aos gritos, o gaúcho Marun, 56 anos, deputado federal em primeiro mandato pelo PMDB do Mato Grosso do Sul, defendeu Cunha com unhas e dentes até o fim, sem dar bola para a platéia.

"Reformas" a serviço do deus-mercado

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

O governo, a serviço do mercado, tem pressa. As comissões que visam alterar as regras previdenciárias e a legislação trabalhista foram instaladas na Câmara, nesta quinta (9). Os que irão conduzir os trabalhos - presidentes e relatores de ambos os colegiados - foram escolhidos à dedo.

O relator da reforma da Previdência (PEC 287/16), deputado Arthur Maia (PPS-BA), que foi relator do projeto da terceirização (PL 4.330/04), em 2015, já é conhecido do movimento sindical. Liberal, ajudou a aprovar todas as proposições de interesse do mercado, tais como o congelamento de gastos (PEC 241/16), a manutenção do fator previdenciário (MP 475/09), a quebra do monopólio na exploração do pré-sal pela Petrobras (PL 4.567/16), a DRU (Desvinculação das Receitas da União) (PEC 87/15), e a transformação das empresas públicas em sociedades anônimas (PL 4.918/16). É fiscalista.

Espírito Santo e a dobradinha PMDB-PSDB

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Até que o caos ficasse impossível de ignorar e explodisse na cara do país, o Espírito Santo era elogiado como um modelo - ao menos pelos suspeitos de sempre.

Em março, o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper, baluarte do pensamento liberal, afirmou que o estado era “uma referência nacional na gestão pública e, em especial, na política de austeridade fiscal”.

“O governador Paulo Hartung assumiu os problemas de frente, foi claro e transparente (…). O Espírito Santo está com as contas em dia. Não foi fácil, mas enfrentou de frente o problema”, falou.

Jornalões apoiam Moraes para o STF

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

No dia 20 de janeiro, a Folha de São Paulo publicou:

“Em conversas reservadas, o presidente já manifestou o desejo de indicar um nome de perfil 'técnico' e 'apartidário', que não desperte desconfianças de que o Palácio do Planalto poderia querer intervir na Operação Lava Jato.”

A pose republicana do presidente não eleito durou pouco. Temer dizia querer um nome apartidário para o STF para que ninguém desconfiasse de que sua nomeação seria mais uma força-tarefa da Operação Estanca Sangria. Pois bem, o apartidário escolhido é um filiado do PSDB, ou melhor, era. Alexandre de Moraes se desfiliou do partido essa semana e talvez tenha adquirido automaticamente a isenção necessária para integrar a mais alta corte do país.

Risco Trump e a integração latino-americana

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Um dos principais responsáveis pela política externa “altiva e ativa” do Brasil durante a Era Lula, o diplomata Celso Amorim participou na última quarta-feira (01.02.2016) de um bate-papo sobre o mal-estar da globalização, organizado pela Fundação Rosa Luxemburgo, na capital paulista.

Entre os sintomas desse mal-estar, além da saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, o diplomata analisou a conjuntura internacional após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, alertando sobre a necessidade de um estudo sobre o “trumpismo”, para além do indivíduo Donald Trump.

Lava-Jato desestabiliza a América Latina

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

“Lava Jato põe governos da América Latina sob suspeita”.

Realmente, é incrível. As empreiteiras americanas são responsáveis pela morte de milhões de árabes, pela destruição da infra-estrutura de países inteiros, numa guerra que elas financiaram, pagando propina e lobby para políticos norte-americanos – só para ir lá e reconstruir tudo de novo, em contratos superfaturados pagos pelo contribuinte americano, mas quem será preso não serão Obama nem Bush, nem os donos dessas empreiteiras, e sim das empreiteiras que estavam empenhadas, reparem só, em construir a rodovia que liga o Brasil ao Pacífico, em obras de metrô, na construção de infra-estrutura básica desses países. Serão presos também os governantes que assinaram esses contratos.

Após censura, que falta para a ditadura?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Nas próximas horas, algum defensor da liberdade de imprensa e de expressão, algum zeloso guardião do Estado Democrático de Direito há de recorrer ao STF contra a decisão do juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília que, acolhendo petição de Marcela Temer, proibiu a publicação de notícias, baseadas em processo judicial que já teve o sigilo levantado, sobre a tentativa de extorsão que ela sofreu de um hacker que clonou seu celular. E quando isso acontecer, esperamos todos a oportunidade de ouvir novamente a ministra Cármem Lúcia dizer: “cala a boca já morreu, quem diz é a Constituição”.

Começa a guerra contra o golpe na Previdência

Por Altamiro Borges

Na próxima terça-feira (14) será instalada a primeira sessão da Comissão Especial da Câmara Federal para analisar a proposta de contrarreforma da Previdência Social. O covil golpista de Michel Temer já explicitou que tem pressa na aprovação do projeto, que eleva o tempo de aposentadoria para 65 anos, aumenta as contribuições previdenciárias e penaliza duramente as mulheres e os trabalhadores rurais. Rodrigo Maia, o demo acusado de receber R$ 1 milhão em propina da Odebrecht, garante que a PEC será aprovada ainda neste primeiro semestre. Ou seja: a guerra está declarada! As centrais sindicais, inclusive as que apoiaram o "golpe dos corruptos", estão convocando as suas lideranças para ocupar a Câmara Federal na próxima semana.  

Corrupção e pane no Metrô. Cadê o Alckmin?

Por Altamiro Borges

Nesta sexta-feira (10), o Ministério Público Federal de São Paulo acusou dois ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), um lobista e seis executivos das empresas que construíram o trecho inicial da linha 5-lilás do Metrô por lavagem de dinheiro de corrupção – no valor de R$ 26,3 milhões. Segundo o órgão, a obra custou R$ 527 milhões, quando foi concluído o primeiro trecho, e a propina distribuída para a quadrilha correspondeu a 5% do valor. As nove pessoas foram acusadas de integrar um cartel usando empresas falsas de consultoria e contas no exterior.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Você vai trabalhar 344 horas a mais por ano

Por Altamiro Borges

O covil golpista de Michel Temer decidiu colocar o pé no acelerador para aprovar a contrarreforma trabalhista. Com as vitórias folgadas de Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, respectivamente na Câmara Federal e no Senado, a quadrilha avalia que pode impor esta regressão ainda no primeiro semestre. Na semana passada, já foi eleita a comissão especial que avaliará a proposta na Câmara Federal. Ela é composta na sua ampla maioria por representantes patronais. Diante deste iminente risco, os trabalhadores precisam urgentemente se rebelar. Do contrário, eles serão vítimas de um duro golpe descrito em tintas fortes pelo jornal carioca O Dia nesta segunda-feira (6).

A máquina mortífera dos paraísos fiscais

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Segundo estudo divulgado em dezembro pela organização estadunidense Global Financial Integrity, dedicada a investigar e denunciar os fluxos financeiros internacionais ilegais, e o Centro de Pesquisa Aplicada da Escola de Economia da Noruega, desde 1980 os países em desenvolvimento perderam 16,3 trilhões de dólares em transações internacionais.

A sangria abrange grandes vazamentos nos balanços de pagamentos, movimentação ilícita de dinheiro por meio da falsificação de valores nas faturas de transações comerciais internacionais (trade misinvoicing) e transferências financeiras registradas.