quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A falência da macroeconomia brasileira

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Peça 0 – a Semana do Economista da Escola de Economia da FGV

A Semana de Economia da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas tem permitido uma visão bastante nítida dos limites e das pretensões da macroeconomia no país.

A diversidade de linhas de pensamento permitiu montar um quadro preciso do momento atual, cujas principais conclusões são:

· O predomínio do financeiro sobre o estratégico.

· O reconhecimento do conhecimento da economia como arma política dos economistas, encastelados nos Bancos Centrais.

Temer e o caminho da fome

Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:

A divulgação dos dados do Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2018 confirma as piores previsões para os povos do campo e da floresta em decorrência da Emenda Constitucional nº 95, que instituiu o teto dos gastos. Os impactos nas políticas de reforma agrária, regularização fundiária, quilombola, indígena e ambiental vai além de qualquer análise já feita até o momento. Os cortes propostos pelo governo afetam inclusive políticas voltadas à agricultura patronal. Há um risco real à segurança alimentar do país.

O Poder Judiciário no banco dos réus

Por João Pedro Stedile, no jornal Brasil de Fato:

Todos os dias recebemos notícias dando conta de "malandragens" de alguns membros do Poder Judiciário brasileiro, apesar da imprensa burguesa os defender.

A Constituição Federal – que eles deveriam defender sob juramento – determina que nenhum funcionário público pode ganhar mais do que o presidente da República. O salário é de R$ 35 mil mensais. Os jornais denunciaram que o salário médio de todos os juízes do Brasil é de R$ 47 mil reais por mês.

Muitos deles têm ainda auxílio moradia, embora morem na própria casa, além de bolsa para comprar livros, gravatas, motoristas, assessores etc.

Privatizar Eletrobrás é entregar as águas

Por Roberto Malvezzi (Gogó), no site Outras Palavras:

Há tempos o hidronegócio busca mecanismos de privatização das águas brasileiras. Constitucionalmente tidas como um bem da União, nossas águas não podem ser privatizadas.

A Constituição Federal no artigo 20, inciso III, estabelece que são bens da União os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais.

Hora de Lula declarar guerra ao MP

Foto: Ricardo Stuckert
Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                            
Já não cabem mais afirmações de Lula, seus advogados ou de figuras públicas do PT fazendo profissão de fé nas instituições ou procurando creditar a apenas uma parte do sistema de justiça a responsabilidade pelo massacre sofrido por ele e seu partido.

Quase como um mantra ouvimos coisas do tipo : “eu acredito nas instituições”, “setores do MP e do Judiciário estão partidarizados, “parte do sistema de justiça trai sua função republicana para perseguir Lula e o PT”, “Lula é caçado pela força-tarefa de Curitiba”, “o objetivo final dos procuradores, juízes e delegados da Lava Jato é a destruição do PT.”

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Uma escola que produz analfabetos

Por Marcos Bagno, na revista Caros Amigos:

Da população brasileira, entre 15 e 64 anos, 75% é analfabeta funcional. São quase 110 milhões de pessoas. É o equivalente à soma das populações da Argentina, da Colômbia e da Venezuela. Trata-se da chamada “população potencialmente ativa”. E nossa população potencialmente ativa é composta em 75 por cento de analfabetos funcionais.

Censura do Santander e o silêncio dos artistas

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Alguma coisa está fora da ordem.

Os artistas brasileiros que fizeram atos barulhentos em favor do juiz Marcelo Bretas, o “Moro do Rio”, e gravaram vídeos canastrões em defesa da Amazônia estão em silêncio sobre o aberrante encerramento da exposição Queermuseu no Santander Cultural de Porto Alegre.

Nem uma linha nas redes sociais de Paula Lavigne, ativa empresária de Caetano Veloso que organiza jantares em seu apartamento no Leblon com políticos e idealizou “movimentos” como o 342 Agora.

As "senhoras de Santana" do MBL

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Censuraram uma exposição de arte queer em Porto Alegre neste final de semana. Um grupo, liderado pelo Movimento Brasil “Livre” e pela apresentadora de TV e defensora dos animais Luísa Mell, fez um escarcéu nas redes sociais contra algumas das 270 obras da mostra Queermuseu: Cartografias da diferença na arte brasileira, que trazia nomes consagrados como Lygia Clark, Candido Portinari, Flávio de Carvalho e Leonílson. Para espanto dos reais apreciadores da arte, o banco Santander cedeu às pressões dos fanáticos e cancelou a exposição, prevista para acabar em outubro.

Golpe promove reconcentração brutal de renda

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A nossa tese se confirmou.

O modesto crescimento do consumo das famílias, detectado pelo IBGE e festejado pelo governo federal como grande vitória, porque evitou maiores queda no PIB, foi na verdade o resultado de um processo abrupto e brutal de reconcentração de renda.

A renda das famílias mais ricas, que ganham mais de 17 mil reais ao mês, cresceu 10% enquanto a das classes D e E caiu 3%.


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Mídia: monopólio e manipulação política

Uma eleição sem Lula é útil?

Foto: Ricardo Stuckert
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

A caravana de Lula pelo Nordeste percorria o interior de Sergipe quando uma pessoa, na beira da estrada, chamou a atenção de todos. Levantava uma folha de cartolina escrita à mão, com uma mensagem simples: “Faltam 14 meses”.

Quanto terá de esperar para votar em Lula. Ainda que tenhamos de manter cautela contra avaliações precipitadas (pois, em política, a prudência é sempre recomendável), há uma coisa certa em relação à eleição de 2018. Outra parece tão provável que é razoável tomá-la como estabelecida. E há uma incógnita.

Até os privatistas criticam "saldão do Temer"

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

O patrão ficou louco! São mais de 50 ofertas até o estoque acabar ou até as eleições. Parece anúncio de loja de eletrodomésticos, mas estamos falando da venda de empresas e projetos estatais.

A liquidação do Estado promovida por Michel Temer e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está sendo vista com reticências até mesmo por quem acredita que privatizações são positivas. O tamanho do pacote e a corrida de Temer para vendê-lo na China dividiram os analistas de mercado. Metade pensa que a pressa em realizar os leilões antes das eleições pode fazer o retorno das vendas ser menor do que poderia. Outra metade apenas considera tudo uma espécie de propaganda enganosa que não se concretizará, feita para parecer que o governo está vivo e ativo.

Joesley é o fio desencapado da Lava-Jato

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A prisão de Joesley Batista e seu operador Ricardo Saud, neste fim de semana, merece mais do que um minuto de reflexão.

Em palavras que seriam confirmadas pelos fatos, numa conversa gravada, há quatro meses, Joesley disse ao fiel assessor Ricardo Saud: "Não vamos ser presos," anunciou e repetiu, sugerindo que tudo estava acertado para um acordo que só seria anunciado dois meses depois.

Na ocasião, Joesley mostrava-se tão convencido do que dizia que instruiu deu Saud comunicar a novidade numa reunião interna a se realizar em breve. A ideia, como se deduz pela gravação, era tranquilizar os presentes e tratar com desprezo qualquer sugestão de perigo próximo. Fazendo um certo mistério sobre o que se passava nos bastidores, Joesley pronunciou palavras de confiança ao interlocutor, inclusive no plano pessoal ("não estou sofrendo"). Ele também disse que era "professor" na escola onde o PGR era "aluno".

A matéria fake da Folha sobre terceirização

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O pior dos mundos para um país é quando a sua imprensa trata de embromar o povo para favorecer as classes mais abastadas. Trocando em miúdos a coluna da ombudsman da Folha de São Paulo deste domingo, foi isso que o jornal fez ao divulgar, no domingo anterior, manchete principal de primeira página que estarreceu as pessoas sérias e informadas.

E acordou um monte de coxinhas que leem o jornal…



A "Justiça" usa óculos escuros

Por Fernando Rosa, em seu blog:

A foto de Rodrigo Janot de óculos escuros, num canto de um bar em Brasília, em meio a engradados de cerveja, em íntimo convescote com o advogado de Joesley Batista é a imagem da falência da Procuradoria Geral da República. A decisão do ministro Edson Fachin de mandar prender apenas os empresários da JBS e deixar livre o procurador Marcelo Miller completa o cenário da absoluta decadência do judiciário brasileiro. O Supremo Tribunal Federal (STF), desde sua anuência ao golpe de Estado, tornou-se um jazigo habitado por togados insepultos, enquanto a Procuradoria Geral da República (PGR) virou um balcão de traição aos interesses nacionais e, suspeita-se, de negócios milionários.

A arte de manipular multidões

Por Álex Grijelmo, no site Vermelho:

A era da pós-verdade é na realidade a era do engano e da mentira, mas a novidade associada a esse neologismo consiste na popularização das crenças falsas e na facilidade para fazer com que os boatos prosperem.

A mentira dever ter uma alta porcentagem de verdade para ser mais crível. E terá ainda maior eficácia a mentira composta totalmente por uma verdade. Parece uma contradição, mas não é. Na sequência analisaremos como isso pode acontecer.


Janot virou o Órfão-Geral da República

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O “ex-perança” do Brasil, Rodrigo Janot, a uma semana de deixar o cargo desfila, em todos os jornais, o descrédito onde se lançou.

À esquerda, Janio de Freitas, na Folha, ao melhor estilo do “a sua ausência preenche uma lacuna” diz que a “a saída de Janot não é inoportuna”: “A imunidade plena concedida a Joesley Batista, por exemplo, virou-se contra Janot, e o pasmo generalizado parece tê-lo desestabilizado. Seu tão repetido argumento mais lembrou uma capitulação à exigência do possível delator, descabida mas capaz de saciar a ânsia de procuradores e do próprio Janot por mais processáveis”

Mercado tenta nos jogar areia nos olhos

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A Bolsa sobe e o dólar cai, na crença de que a prisão de Joesley Batista vai dar fôlego a Temer e favorecer a aprovação da reforma previdenciária. Os economistas do mercado tentam turbinar as expectativas positivas, melhorando as estimativas do PIB para este ano e o próximo. Dois enganos. Primeiro, porque a segunda denúncia de Rodrigo Janot, a ser apresentada esta semana, terá mais lastro na delação de Lúcio Funaro que na da JBS, e a delação de Funaro é demolidora, especialmente quanto a obstrução da justiça. Temer só sai ganhando se o plenário do STF decidir que Janot não pode oferecer nova denúncia enquanto não houver decisão sobre a validade da delação da JBS, e isso também não for decidido esta semana.

A desigualdade do capital

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Para um país situado entre os mais desiguais do mundo, a proliferação de informações e análises a respeito da péssima distribuição da renda, ao invés de contribuir para o seu enfrentamento termina, muitas vezes, favorecendo o contrário. Exemplo disso ocorreu na década de 1970, quando o IBGE divulgou pela primeira vez o segundo censo demográfico contendo informações sobre rendimentos dos brasileiros, o que permitiu comprovar o aumento da concentração de renda. Os 5% mais ricos da população aumentaram de 27,3% para 36,2% a participação no total da renda nacional, enquanto os 40% mais pobres reduziram de 11,2% para 9,1% entre 1960 e 1970.