sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Dossiê Mariana: a infâmia das corporações

Por Mauro Lopes, no site Outras Palavras:

Uma rede internacional de movimentos sociais e 18 organizações católicas, de 16 países, lançou nesta segunda-feira (23/10), em todo o mundo, um dossiê multimídia sob o título A lama da destruição, que apresenta de maneira detalhada a criminosa tragédia do rompimento da barragem do Fundão, Mariana (MG). Prestes a completar dois anos (ocorreu em 5/11/2015), foi o maior desastre ambiental da história brasileira e um dos maiores em todo o planeta.

Uma Nova Canudos no ABC paulista

Foto: Ricardo Stuckert
Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

Em 01 de setembro deste ano, cerca de quinhentas famílias organizadas em torno do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) ocuparam um terreno na zona metropolitana de São Bernardo do Campo. Em dois ou três dias eram mais de novecentas, depois 5 mil, e hoje, com dois meses de ocupação, somam mais de 8 mil famílias. O crescimento é exponencial e não se limita única e exclusivamente a sem tetos há muito esperando uma oportunidade de moradia. Gente que não consegue pagar aluguel, trabalhador muito pobre e sufocado pela recente crise, miseráveis da região e carências dos mais diversos tipos encontram muito mais do que uma lona erguida em torno de alguns pedaços de paus naquele lugar; encontram respeito e, principalmente, solidariedade.

Base aliada diminui, mas livra Temer

Por Matheus Tancredo Toledo, no site da Fundação Perseu Abramo:

A votação da segunda denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República, à época presidida por Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer foi barrada na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira. Com o resultado, Temer só poderá ser investigado pelos crimes de formação de organização criminosa e obstrução de justiça, que embasam a denúncia, após o final de seu mandato. No entanto, a votação dada pelos aliados desta vez foi menor que a votação da primeira denúncia, por corrupção passiva, em agosto.

Temer é o mais impopular do mundo

Da revista Fórum:

Michel Temer, depois do feito histórico de se tornar o único presidente da história do país a ser denunciado por um crime em pleno exercício do mandato, bateu um novo recorde: ele é o presidente mais impopular do mundo. Quem diz é a Eurasia, instituto de pesquisa europeu.

De acordo com estudo divulgado nesta quinta-feira (26), Temer tem a aprovação de apenas 3% da população, número que não chega nem perto dos presidentes tidos como mais impopulares do mundo. Para se ter uma ideia, o segundo lugar da lista de impopularidade é ocupado pelo presidente sul-africano Jacob Zuma que, como ele, também enfrenta denúncias de corrupção. Zuma, no entanto, é aprovado por 18% da população.

Lei Kandir: pacto ou pânico federativo?

Por Waldeck Carneiro, no blog Cafezinho:

Em vigor desde 1996, a Lei Kandir desonerou o ICMS incidente sobre exportações de produtos primários e industrializados semielaborados, prejudicando as contas de estados e seus municípios. É mais um exemplo de desequilíbrio na relação entre a União e os entes subnacionais, que desmonta a ideia de “pacto federativo”. A rigor, tem-se, no Brasil, forte submissão dos estados e municípios à União, que concentra a maior parte da arrecadação de tributos e ainda pode emitir moeda.

Leilão do pré-sal agride a soberania

Editorial do site Vermelho:

A festa das multinacionais petroleiras no Brasil será regada a petróleo muito mais barato que uma garrafa de refrigerante, denuncia o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel. O petróleo das áreas do pré-sal que vão a leilão nesta sexta-feira (27) vai custar uma bagatela: cada barril de 159 litros sairá por R$ 150,00, diz a denúncia.

Esta é a imagem mais visível do entreguismo do governo usurpador de Michel Temer e da direção antinacional da Petrobrás, sob o comando do capacho das petroleiras, Pedro Parente.

Defesa de Lula liquida polêmica dos recibos

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se há episódio que simboliza à perfeição como é injusta a guerra que o Ministério Público e o juiz Sergio Moro movem contra Lula desde o segundo semestre 2015, e, diga-se, concomitantemente ao início do processo de impeachment de Dilma Rousseff, esse episódio reside na polêmica desencadeada pela cobrança feita ao ex-presidente pelo juiz Sergio Moro, durante depoimento daquele a este em 13 de setembro, no sentido de que apresentasse recibos do pagamento de aluguel de um apartamento que ocupa em São Bernardo do Campo.

Quem é Carlos Marun, o deputado da dancinha

Por José Antonio Lima, na revista CartaCapital:

Definida a votação em que a Câmara salvou o presidente Michel Temer de uma denúncia por formação de quadrilha e obstrução da Justiça, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) não conseguiu esconder sua alegria na noite de quarta-feira, 25. Em frente a jornalistas, dançou e cantou. "Tudo está no seu lugar. Graças a Deus, graças a Deus. Surramos mais uma vez essa oposição, que não consegue nenhuma ganhar". A música, com sua rima improvisada, foi flagrada pela Folha de S.Paulo.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Gilmar, Barroso e o barraco no Supremo

Do blog Socialista Morena:

Foi um barraco hoje no Supremo Tribunal Federal. O ministro Luís Roberto Barroso fez críticas duríssimas a seu colega Gilmar Mendes diante das câmeras da TV Justiça. Chamou Gilmar de mentiroso, de julgar movido pelo ódio e pelo compadrio, e de ser leniente com os crimes de colarinho branco. “Nós prendemos, tem gente que solta”, alfinetou Barroso, em referência ao habeas corpus concedido por Gilmar Mendes ao empresário do ônibus do Rio de Janeiro Jacob Barata, de cuja filha foi padrinho de casamento.

Salvo, Temer fará jorrar maldades

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Depois de escapar da segunda denúncia criminal ao custo de R$ 32 bilhões, Temer vai despejar sobre o Brasil um saco abarrotado de maldades, entreguismos e retrocessos. Só que agora enfrentando um Congresso mais guloso e dono de si, que disputará com o Executivo a condução da agenda. Medidas mais impopulares, como a reforma previdenciária, o Congresso vai desidratar, mas eles vão se entender no que for de interesse do poder econômico. A nova fase começa amanhã com o leilão do pré-sal, que fará a festa das petroleiras estrangeiras. Na semana que vem Temer já envia ao Congresso o projeto que estabelece a modelagem da venda da Eletrobrás para acelerar a entrega do setor elétrico ao capital privado, colocando em risco a segurança energética do país. Se hoje a energia é cara, quando deixar de ser serviço público e virar mercadoria é que veremos.

Temer virou um "refém" do Congresso

Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:

O resultado da Câmara, ontem (25), foi uma vitória esperada, mas sofrida para integrantes da base do governo, que não imaginavam ter tanto trabalho para conseguir reunir os deputados aliados para a votação. A primeira surpresa foi a mobilização bem estruturada dos oposicionistas, que conseguiram fazer barulho num ato público pela obstrução da sessão. Mas o que mais chamou a atenção do Palácio do Planalto foi a determinação de vários parlamentares que apoiam o governo em se dizerem na dúvida até o final.

Empresa devedora financia evento da 'Veja'

Por Renato Rovai, em seu blog:

A revista Veja realizará, em novembro, um evento pago que reunirá Sérgio Moro, Luciano Huck, Henrique Meirelles, João Doria e outros nomes, que serão entrevistados por jornalistas da publicação da editora Abril. Além destes, participarão do “Amarelas Ao Vivo” Geraldo Alckmin, Marina Silva, Jô Soares, Luís Roberto Barroso e Jair Bolsonaro.

A patrocinadora master do evento é a Refinaria Manguinhos, maior devedora do ICMS do Rio de Janeiro. Até maio, a Manguinhos devia cerca de R$ 5 bilhões aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Em São Paulo, existem R$ 1,6 bilhão inscritos na dívida ativa da empresa e no Rio de Janeiro a dívida superava R$ 2,4 bilhões. A empresa contesta essas dívidas na Justiça.

Povo não cabe no projeto que a elite quer

Por José Dirceu, no blog Nocaute:

Estaria o nacionalismo condenado e viveríamos um mundo sem fronteiras nacionais, regido pela globalização, pela abertura dos mercados – principalmente financeiros – a caminho de um governo mundial?

Pode parecer piada de mau gosto, mas, no fundo, o substrato de toda a fundamentação, há décadas da avalanche da globalização, está no bordão do fim. Não da história, mas do conceito de nação e de sua própria existência, pelo menos como ente estatal, já que seria muita pretensão desconhecer as nações. Seria como se voltássemos e regredíssemos à Idade Média.

Crônica de um país dominado pelo crime

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O que se tem, nesse exato momento, é um vácuo político amplo no cenário brasileiro.

A grande lambança do impeachment esgotou os templários, que guerrearam na linha de frente. A terra começa a se assentar. E, agora, em cima da terra arrasada, observa-se um saque indiscriminado, com os órgãos de controle inertes, sem condições políticas e institucionais de agirem.

Os principais personagens do impeachment estão no seguinte estágio:

STF

Aécio se tornou a tornozeleira dos tucanos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A melhor definição que li sobre o impensável apelo de Aécio Neves para permanecer, ainda que “licenciado” na presidência do PSDB, até meados de dezembro, quando se elegerá a nova Executiva do partido foi feita por Cláudio S., um leitor-comentarista do Estadão:

– Na boa, começo a achar que o Aécio é petista. Nitidamente ele quer acabar de afundar o PSDB.

Acho até que o PSDB já afundou, para desespero do senhor Geraldo Alckmin que, a se somar a sua sensaboria de chuchu e ao enfant terrible que pôs na prefeitura paulistana, tem de engolir o velho adversário interno como carga insuportável sobre suas chances eleitorais.

A dancinha de Carlos Marun e o Brasil canalha

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O deboche. A canalhice saltitante. A impunidade. O escárnio.

Carlos Marun comemorou o enterro da segunda denúncia contra seu chefe Michel Temer da maneira adequada a seu tipo de gente.

Saiu pelo plenário cantando “Tudo Está no Seu Lugar”, de Benito Di Paula, dando passinhos de dança.

Leilão do pré-sal e a perda da soberania

Por Jaqueline Deister, no jornal Brasil de Fato:

Com o argumento de ‘retomada da indústria do petróleo e gás no Brasil’, governo federal e Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) defendem as duas rodadas de leilão das oito áreas do pré-sal que ocorre no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (29). Porém, por trás da dita ‘retomada’ há uma política de desvalorização dos recursos naturais brasileiros.

Dados da Petrobras apontam que a primeira marca de 1 milhão de barris de petróleo por dia foi atingida em menos de dez anos depois da primeira descoberta do pré-sal. Para se ter uma ideia, antes do pré-sal, foram necessários 45 anos para que a empresa atingisse o primeiro milhão.

PSDB salva Temer e vai pra lata de lixo

"Todo mundo pergunta: onde está o Brasil?"

Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

O Brasil deixou de ter uma política externa e um projeto nacional. Na verdade, o que existe hoje é um projeto anti-nação, um assustador processo de desnacionalização e de destruição de ativos nacionais. O diagnóstico é do ex-ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, que participou nesta quarta-feira (25) da sétima edição do Fórum de Grandes Debates, promovido pela presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Amorim foi recebido, no final da tarde, pelo presidente da Assembleia, deputado Edegar Pretto (PT), conversou com jornalistas e, logo e seguida, proferiu uma conferência no auditório Dante Barone. O ex-chanceler do governo Lula criticou os rumos da política externa brasileira no governo Temer que, segundo ele, abandonaram completamente o protagonismo que o Brasil vinha exercendo nos últimos anos, voltando a assumir uma postura subalterna aos interesses econômicos e políticos de Washington.

A pilhagem da Petrobras vai ter troco

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O caráter nefasto do leilão marcado para 6ª feira, 27 de outubro, quando a atual direção da Petrobras pretende se desfazer das principais reservas de petróleo e gás do país, justifica todo esforço para que a Justiça impeça a venda. Merecem apoio, por isso, as múltiplas ações que tentam confrontar a venda na Justiça, como o mandado de segurança do senador Roberto Requião (PMDB-PR) ao Supremo, bem como uma ação popular que na noite de ontem se encontrava nos preparativos finais.

O país se encontra num momento decisivo tanto para o futuro próximo como para o distante. Algo só comparável, talvez, à fundação da própria Petrobras, em 1953 – desta vez, com o sinal trocado, como um conto do vigário no qual o vendedor e o comprador se encontram em papéis invertidos.