sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A direita procura um candidato de centro

Por Emir Sader, no blog Diário do Centro do Mundo:

Difunde-se um suposto pânico da direita brasileira diante da polarização entre Lula e Bolsonaro. Difundem uma imagem catastrófica diante da alternativas “radicais” que esses dois candidato representariam para o País.

Centro era o PSDB, alternativa ao PT e ao Lula. Era FHC aliado ao PFL, implementando o neoliberalismo no Brasil. Esse era o “centro”.

O fracasso do Plano Real, a vitória do Lula, o sucesso dos governos do PT e as quatro derrotas sucessivas dos candidatos tucanos levaram o centro a aderir à alternativa do golpe. O projeto era o mesmo – restauração do modelo neoliberal, mas se abandonava a via democrática.

Cantanhêde e o seu estilo 'Gilmar Mendes'

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É como com Gilmar Mendes: mesmo quando conseguem ter uma atitude correta, o “Estadão”, em editorial, e Eliane Cantanhêde, em sua coluna, destilam o ódio que não cabe dentro de si mesmos.

A atitude “sem noção” da ministra Luislinda Valois, com a qual não há quem, de bom senso, compactue, é transformada numa oportunidade de sacudirem preconceitos e associar o ato idiota que ela praticou à sua condição de negra, mesmo dizendo que não.

Machado, Suassuna, Lula e o Ibope

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Os brasileiros viveram nos últimos dias em dois mundos paralelos. No planeta oficial, os temas foram a votação que blindou o presidente, a articulação conservadora no Congresso, o leilão entreguista do pré-sal e até a próstata de Temer. Esses assuntos ganharam cobertura intensiva da imprensa familiar. O país parou para acompanhar um balcão de negócios vergonhoso, uma obstrução urinária e dancinhas ridículas.

Efeitos cruéis do embargo dos EUA a Cuba

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Nesta quarta-feira, primeiro de novembro, a Assembléia Geral da ONU aprovou resolução pedindo o fim do embargo comercial imposto pelos Estados Unidos a Cuba, subscrita por 191 países, exceto Israel e os próprios Estados Unidos. Na contramão do que pede o mundo, recentemente Donald Trump retirou 60% dos diplomatas e funcionários lotados em Havana e suspendeu a concessão de vistos a cubanos, dificultando a vida dos que tentam visitar parentes que vivem nos Estados Unidos.

Eles agora precisam ir ao consulado na Colômbia tentar obter um visto. As novas restrições foram uma retaliação a supostos ataques com “armas sônicas” a diplomatas baseados em Havana, acusação que o governo cubano considera falsa e destinada a minar a normalização das relações bilaterais iniciada pelo governo Obama. Em verdade, este “embargo turístico” de Trump é um recrudescimento do bloqueio comercial que já dura mais de 50 anos, prejudicando a economia, a ciência e a cultura do país, e impedindo o acesso dos cubanos a bens e serviços essenciais.

As tolices sobre esse tal do “mercado”

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

No governo Ernesto Geisel, Golbery do Couto e Silva recebia alguns poucos jornalistas. E as entrevistas saíam como “fontes” do Palácio. Aí os setoristas descobriram o Sargento Quinsan, uma espécie de ajudante menor de Golbery. Passaram a conversar com ele e as conversas eram atribuídas igualmente a “fontes do Palácio”.

Hoje em dia, o Quinsan da imprensa é o tal do “mercado”.

O Vinicius Torres Freire, da Folha, publicou um bom artigo desmistificando essas manipulações.

Temer ganha. O Brasil perde!

Por Maria do Rosário, no site Mídia Ninja:

O resultado final da votação da Câmara dos Deputados que impediu o prosseguimento das investigações das denúncias contra Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco não foi surpresa para ninguém.

Na verdade, desde que armou um golpe ancorado em grupelhos de direita que enganaram o País, e na perseguição à Dilma sob o argumento de ridículas “pedaladas”, Temer ganhou todas no Congresso Nacional. Temer ganhou. O Brasil, não.

Rio Doce, a farsa da “recuperação”

Por Paula Guimarães e Raul Lemos dos Santos, no site Outras Palavras:

Uma interpretação corrente para os encaminhamentos institucionais dados ao rompimento da barragem da Samarco, Vale e BHP Billiton no Vale do Rio Doce aponta que as fragmentações impostas transcendem a esfera socioespacial e atingem as estruturas institucionais, a partir da deslegitimação do aparelho estatal e da concomitante emergência do terceiro setor como saída viável para gestão dos processos de reparação do desastre-crime.

A partir deste argumento justificou-se a criação da Fundação Renova, que garantiu às empresas culpadas pelo desastre-crime e mantenedoras da fundação não apenas o controle sobre os processos de reparação e compensação, como também a acumulação de capital em meio ao desastre-crime que segue em curso.

Câmara Federal aprova desmonte do Fies

Do site da UJS:

Após intenso debate e muita obstrução, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (31) a Medida Provisória 785/17, que “reformula” o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A matéria agora segue para análise no Senado.

A MP exige, para 2018, a adesão das faculdades interessadas a um fundo de garantia; e o pagamento das parcelas do financiamento pelo estudante logo após o término do curso.

De acordo com a MP, não haverá mais carência de 18 meses para começar a pagar após o término da faculdade, mas segundo o projeto de lei de conversão os beneficiários terão juros zero, na forma definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), para os contratos assinados a partir de 2018.

Os evangélicos não são todos iguais

Por Ronilso Pacheco, no site The Intercept-Brasil:

Quinhentos anos se passaram desde que a Reforma marcou a Idade Moderna. E, dos muitos sentidos que lhe dão, talvez a sua grande contribuição tenha sido a capacidade de quebrar a hegemonia. Foi no enfrentamento do poder totalitário da Igreja Católica, que se posicionava como “proprietária” da salvação, que o movimento liderado por Lutero abriu caminho para uma espécie de reinvenção da fé cristã, para outras possibilidades de se acessar e seguir Deus e Jesus Cristo.

Mídia reage mal a depoimento de Tacla Durán

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Para entender a Lava Jato, é preciso atentar para o fato de que ela nunca foi apenas uma operação policial.

A Lava Jato é uma operação midiática.

Foi concebida para derrubar o governo Dilma, criminalizar o PT e destruir a indústria brasileira de óleo e gás, com objetivo de beneficiar multinacionais do petróleo, em especial as norte-americanas.

A Lava Jato foi concebida para dar o golpe no Brasil e entregar o poder político a bandidos do mercado financeiro e à Globo.

Os juízes e a “bunda” de Alexandre Frota

Por Altamiro Borges

O ator pornô Alexandre Frota, que na cruzada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff virou um herói da extrema-direita nativa, adora obrar besteiras pela boca. Logo após ser derrotado na ação contra a ex-ministra Eleonora Menicucci, que o acusou de fazer “apologia ao estupro”, ele gravou um vídeo grosseiro atacando o juiz que proferiu a sentença. “Bom, terminou agora a audiência e como a gente esperava, eu fui julgado por um juiz ativista do movimento gay. O juiz não julgou com a cabeça, julgou com a bunda e deu a causa para a Eleonora”, rosnou pelas redes sociais. O vídeo viralizou na internet e agora teve a devida resposta.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

SBT afunda na crise. Silvio Santos demite

Por Altamiro Borges

O empresário Silvio Santos, que já admitiu que construiu o seu império midiático graças ao apoio da ditadura militar, enfrenta um novo período de turbulências em seus negócios. Isto ajuda a entender porque o SBT virou um palanque do golpista Michel Temer, sempre em busca de algumas “propinas”. Na semana passada, a emissora anunciou que pretende demitir cerca de 100 funcionários para economizar R$ 12 milhões e compensar sua violenta queda da receita em publicidade. Segundo o jornalista Daniel Castro, do site especializado “Notícias da TV”, a empresa vive “um dos piores anos de sua história recente”.

“Pânico na Band” não faz piada com seu fim

Por Altamiro Borges

O programa “Pânico” sempre fez um “humorismo” invasivo, que debocha das pessoas, “brinca” com a desgraça alheia e difunde estereótipos machistas e racistas. No domingo passado (29), porém, ele evitou as piadinhas de mau gosto sobre o seu próprio fim. Preferiu o silêncio diante da notícia de que a Band não renovará seu contrato, previsto para terminar no final de 2018, devido à queda da audiência e à grave crise financeira vivida pela emissora da famiglia Saad. A cena curiosa, que reforça o ditado popular de que “pimenta no dos outros é refresco”, foi registrada por Mauricio Stycer em seu blog: “Assunto da semana no meio da televisão, a notícia de que a Band não pretende renovar com o ‘Pânico’ passou em branco pelo programa exibido na noite deste domingo”.

Temer ferra os servidores. Cadê a revolta?

Por Altamiro Borges

Após ser salvo pela Câmara Federal – que rejeitou as denúncias da PGR por formação de quadrilha e obstrução da Justiça graças à doação de R$ 32 bilhões em emendas parlamentares e outras benesses –, o presidente ilegítimo decidiu acelerar ainda mais as maldades contra os brasileiros. Um dos alvos principais são os servidores públicos federais, inclusive daquelas carreiras do topo da pirâmide que tiveram um papel ativo na cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff. A vida é cruel e cobra um alto preço daqueles que serviram de massa de manobra para as elites e ajudaram a alçar ao poder a quadrilha de Michel Temer. Será que esta turma de “indignados”, que ainda tenta esconder o arrependimento pela besteira que fez, sairá às ruas agora para lutar por seus direitos?

CIA, o braço armado do imperialismo

Editorial do site Vermelho:

A divulgação na última quinta-feira (26 de outubro) de documentos da CIA sobre a morte do presidente John F. Kennedy, ocorrida em 1963, mostram que, tratando-se das ações do imperialismo dos EUA, a vida pode ir muito além da ficção.

Boa parte daqueles documentos refere-se aos esforços da CIA para matar o líder cubano Fidel Castro, que contabilizou mais de 600 atentados contra sua vida, e sobreviveu a todos eles.

Os documentos descrevem operações da CIA com conhecimento direto das mais altas autoridades do governo dos EUA, inclusive do presidente da República, ao qual muitas vezes se reportavam diretamente.

Durán faz tremer Santo Ofício de Curitiba

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A julgar pela reação destemperada do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos mais midiáticos inquisidores do Tribunal do Santo Ofício de Curitiba, a viagem dos deputados petistas Wadih Damous e Paulo Pimenta à Espanha promete abalar as estruturas da Lava Jato.

Os parlamentares trouxeram na bagagem horas de gravações com Tacla Durán, ex-advogado da Odebrecht, além de farta documentação comprovando todas as irregularidades da Operação Lava Jato denunciadas por ele, especialmente no que toca à obtenção de delações premiadas e à manipulação das planilhas e gráficos da Odebrecht com o objetivo de reforçar as acusações contra os alvos da República de Curitiba.

Lula abriu fogo contra os retrocessos

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Tivemos, nesta semana, um fato político de grande importância, embora ignorado pela propaganda midiática.

Quem se informa somente por meio da “grande imprensa” talvez nem tenha ficado sabendo, mas isso não diminui a relevância do que aconteceu. Demostra, apenas, mais uma vez, a péssima qualidade da informação que os conglomerados de mídia servem ao País.

Entrevistado pelo jornal El Mundo, da Espanha, Lula declarou que, caso seja eleito presidente em 2018, pretende “(...) implementar um referendo de revogação de muitas das medidas aprovadas por Michel Temer”. Exemplificou com o caso da PEC 55, promulgada em dezembro do ano passado: “É criminoso ter uma lei que limite a possibilidade de investimento por 20 anos”.

A tarefa de reconstruir o Brasil destruído

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Como explicar, em uma democracia representativa – ainda que autoritária desde o nascimento, como a nossa – a sustentabilidade de um presidente da República rejeitado por 97% da população, ineditismo que se agrava sabendo-se que esse ‘chefe da nação’, sem um só voto popular, assumiu o Executivo a bordo de um golpe de Estado, urdido entre o Poder Legislativo e o STF, e do qual foi um dos pilotos?

Um golpe que, fundado na felonia, teve como principal executante o pluridelinquente Eduardo Cunha, hoje hóspede do sistema penitenciário de Curitiba. Um golpe, sabe-se agora, regado a muito dinheiro posto nas mãos do então presidente da Câmara dos Deputados para o milagre da multiplicação dos votos a favor do impeachment da presidente da República.

Ação de Temer contra fake news é censura

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Anunciada em Brasília em clima de providência cívica, a formação de um grupo de trabalho dedicado a monitorar a divulgação das chamadas fake news no ano eleitoral de 2018 não passa de uma nova versão para uma velha inimiga da liberdade de expressão - a censura.

"Isso é censura e não pode haver dúvida nenhuma a respeito," alerta a professora Maria Aparecida de Aquino, do curso de pós-graduação de História Contemporânea da Universidade de São Paulo, e vários trabalhos sobre a censura do regime militar, em entrevista ao 247. "Quem tem a vara de condão para dizer o que é falso e o que é verdadeiro?", questiona, colocando o problema básico num país onde a Constituição diz, de forma límpida e enfática, no parágrafo IX do seu artigo 5 que: "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença".

O vício da hipocrisia no Brasil

Por Flávio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

É famosa a máxima de La Rouchefoucauld, filósofo e moralista francês do século 17: “a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude”.

Pois é: agora neste nosso Brasil do submundo Temer estamos vendo uma paródia do dito. Como vivemos momentos de falsos moralismos, a falsa virtude apregoada é uma homenagem – um tributo, um preço, um dividendo – que ela paga ao vício despudorado.

Nunca o vício foi tão despudorado, em tudo. No governo, no Congresso, no Judiciário, na política externa, na mídia… Todas as formas de comunicação de tudo isto estão viciadas, e viciadas pela hipocrisia. Lembrando: o termo “hipocrisia” vem do teatro, da capacidade de alguém atuar em nome daquilo que não é. Mas o ator e as atrizes são pessoas sinceras: “fingem tão completamente….”, como diz Fernando Pessoa. Já os atores, acima nomeados, da nossa vida pública, são péssimos. Fingem tudo, completamente; ninguém acredita neles; mas continuam fingindo.