domingo, 18 de fevereiro de 2018

Intervenção no RJ: Cartada de risco

Por Jandira Feghali, no site Vermelho:

Os fatos que precedem a intervenção militar no Rio emolduram o quadro que precisamos interpretar e que com o tempo irá perdendo as cores e ficando mais claro. O planejamento midiático, desde a preparação do golpe vem destruindo a confiança na política e a esperança do povo brasileiro. A assimetria de poderes ganhou relevância e a Constituição da República tratada como um instrumento a ser usado segundo a conveniência dos poderosos de ocasião, manietados pelo capital.

Ditadura neoliberal e caminhos para vencê-la

Por Juarez Guimarães, no site Carta Maior:

Com o artigo “O PSDB virou um partido golpista?”, publicado nesta Carta Maior, em dezembro de 2014, começou-se a se constituir um campo de previsão sobre a crise da democracia brasileira. Um campo de previsão, em uma conjuntura marcada exatamente pela ruptura de padrões políticos já instáveis, necessariamente inclui uma indeterminação mais larga que um tempo político mais institucionalizado mas visa principalmente criar uma narrativa e um sentido, uma bússola e um norte para os acontecimentos. Para ser capaz disso, este campo de previsão precisa se inscrever em temporalidades e horizontes internacionais mais largos, centralizar-se conceitualmente na nova ordem do conflito de poder, ser capaz de analisar a força objetiva das vontades políticas que organizam a disputa e pensá-la nas condições subjetivas de classe que as enquadram.

Dobrando a aposta no choque de austeridade

Por Bruno Leonardo Barth Sobral, no site Brasil Debate:

“Não sou escravo de nenhum senhor”. (Claudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Jurandir e Aníbal)
Não é possível dissociar essa intervenção (militar) na segurança do Regime de Recuperação Fiscal, os dois são imposições do governo federal travestidas de “acordo”. Afinal, não tivemos poder de barganha praticamente nenhum nos dois casos, apenas cumpre-se ordens passando por cima de nossa autonomia federativa.

Em ambos, prevalece a tese de crise moral e ineficiência administrativa. Por essa razão, após o apelo a “choque de austeridade” se apela agora a segunda fase do “choque de ordem”. As duas faces de uma mesma moeda. O “choque de ordem” não começou agora, já existia desde que criou-se uma prioridade de desembolsos para a pasta de segurança a despeito dos atrasos para as demais funções de Estado. Na ocasião, argumentei diversas vezes que o risco era do Rio se tornar um “Estado policial” onde poderia parar tudo menos a segurança.

Censura faz avançar o AI-5 a conta gotas

Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

A informação foi confirmada em reportagem do jornal O Globo neste domingo: o componente da escola Paraíso do Tuiuti que transformou-se no símbolo do Carnaval no Rio, vestindo-se de vampiro Temer na passarela do samba, foi agora pressionado a não usar a faixa presidencial durante o desfile das campeãs (sim, da mesma forma que ocorria na ditadura militar, pelas frestas dos interesses patronais os jornalistas mais sérios conseguem furar o bloqueio e informar, a não ser quando se chega a um quadro de censura prévia na imprensa).

A intervenção no Rio e o papel da Globo

Temer vai à guerra em ano de eleição

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Sem apoio popular e sem votos no Congresso para aprovar a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer mudou e deu m uma guinada na agenda para não ver seu governo definhar dez meses antes do final do mandato.

Mandou os escrúpulos às favas, como os militares fizeram na edição do AI-5 em 1968, e convocou as tropas das Forças Armadas para fazer uma intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, agora a principal bandeira da sua campanha à reeleição, que começa neste sábado com uma reunião do seu alto comando no Palácio Guanabara.

Temer confessa: intervenção é uma farsa

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A intervenção federal no Rio de Janeiro foi talvez a medida mais criminosa do usurpador Michel Temer. O que se espera é que ele pague na Justiça pela longa fila de ilegalidades que cometeu ao decretar essa medida, que irá custar BILHÕES aos depauperados cofres públicos deste país devido, exclusivamente, aos interesses políticos e econômicos dessa desgraça em carne e osso que o Brasil tem o desprazer de chamar de “presidente”.

A intervenção militar é um fracasso de crítica entre as pessoas que pensam, mas é bem possível que uma população acuada como a do Rio caia no mais caro golpe publicitário de que se tem notícia no Brasil.

Dom Pedro Casaldáliga, um exemplo de luta

Por Emilly Dulce, no jornal Brasil de Fato:

"Por onde passei, plantei a cerca farpada, plantei a queimada. Por onde passei, plantei a morte matada. Por onde passei, matei a tribo calada, a roça suada, a terra esperada… Por onde passei, tendo tudo em lei, eu plantei o nada." - Confissão do Latifúndio
Essa é uma das poesias de protesto escrita pelo bispo Dom Pedro Casaldáliga. Os versos rimam com a vida do militante cristão, que ficou conhecido pela defesa dos direitos dos mais pobres na região de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso.

A faixa do vampirão e a volta da censura

Por Renato Rovai, em seu blog:

O título da matéria de O Globo é: “’Vampiro-presidente’ da Tuiuti desiste de usar faixa presidencial no desfile das campeãs”. O negrito em ‘desiste’ é meu. Aí você vai ler a matéria e descobre que:

“Segundo informações do barracão da escola, emissários da presidência da República pediram à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) que impedisse a entrada do destaque.”

E que: “Léo Moraes, de 40 anos, disse que não tinha recebido essa informação, e que desfilaria com a faixa.”

E que: “Logo depois ele afirmou que perdeu o adereço no fim da apresentação de domingo.”

Intervenção no RJ: Uma aventura temerária

Por Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida, no site Outras Palavras:

É altamente provável que os acontecimentos de ontem para hoje contribuam para superar um debate entre as forças populares e democráticas, inclusive entre os que se proclamam mais à esquerda: desde o processo de deposição da presidenta Dilma Rousseff, está em curso um golpe de Estado. E, apesar de suas inegáveis vitórias imediatas, os golpistas, até porque envolvidos em disputas nas quais se denunciam reciprocamente por práticas muito pouco republicanas, se desmoralizam cada vez mais.

Temer e Globo mentiram sobre “caos” no RJ

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Para justificar a presepada da intervenção no Rio de Janeiro, Michel Temer declarou que “as cenas do Carnaval revelaram uma agressividade muito grande e uma desorganização social e até moral muito acentuada. As pessoas lá não têm mais limites”.

De acordo com o Jornal Nacional, as imagens (do próprio JN, acrescente-se) de “arrastões e saques, a ausência do prefeito Marcelo Crivella nesse período e a declaração do governador de que havia perdido o controle da situação foram determinantes para o Palácio do Planalto concluir que era preciso intervir”.

É mentira. Manipulação grosseira.

Luana Piovani devolverá a grana da Rouanet?

Por Altamiro Borges

Saiu na coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, neste domingo (18):

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Ministério da Cultura cobra R$ 747 mil de Luana Piovani

Por Clarissa Stycer

Luana Piovani tem feito sucesso com seu canal no YouTube, onde divide sua intimidade e tira dúvidas de fãs. Agora, porém, terá que lidar com outro tipo de questionamento: o Ministério da Cultura está cobrando R$ 747 mil da atriz por causa da peça “O pequeno príncipe", produzida e protagonizada por ela em 2006 por 17 cidades do país. O projeto, que contou com o incentivo da Lei Rouanet, teve a prestação de contas reprovada. De acordo com o ministério, há “divergência entre as notas fiscais apresentadas e a relação de pagamentos informada”. Luana pode recorrer.


Temer tirou a faixa presidencial do Vampirão

Foto: Mídia Ninja
Por Altamiro Borges

Pelo jeito, a midiática intervenção militar no Rio de Janeiro – um show de pirotecnia para tentar tirar o usurpador Michel Temer do fundo do poço da rejeição – já começa a produzir seus efeitos. Como na ditadura, a censura parece que está de volta. No desfile das escolas campeãs neste sábado (17) no Sambódromo, um dos principais destaques do carnaval carioca foi sabotado. Ainda há controvérsias sobre o episódio sinistro, mas uma matéria do governista jornal O Globo não deixa muitas dúvidas:


Emprego na construção cai 5%. Cadê a Míriam?

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade do covil golpista, segue com seu esforço para ludibriar os “midiotas” com a miragem de que a economia brasileira já superou a crise e ruma para o paraíso. Míriam Leitão, a “calunista” da Globo que ganhou o apelido de “urubóloga” durante os governos Lula e Dilma, agora é só otimismo. Mesmo quando os dados econômicos são negativos, ela jura que “vai melhorar” e tenta relativizar as dificuldades. O problema é que a realidade insiste em desmentir mais esta manipulação. Nesta sexta-feira (16), o Sinduscon/SP – o sindicato patronal da construção civil de São Paulo – informou que o número de pessoas empregadas no setor caiu 5% em 2017. Foram 125 mil vagas a menos em relação a 2016.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Qual o interesse por trás da intervenção?

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Por qualquer ângulo que se examine, a intervenção no Rio de Janeiro é aquele tipo de escolha que tem enorme chance de colecionar muito fracasso e de produzir zero acerto.

É uma decisão tremendamente equivocada e ineficaz, que não resolverá os problemas da violência, insegurança e do crime organizado no Rio. Que não é, inclusive, o Estado da federação com a pior realidade, que justificasse a adoção de medida grave e perigosa.

No Atlas da Violência do IPEA, a taxa de 30,6 homicídios a cada 100 mil habitantes em 2015 coloca o Rio na 18ª posição do país. Estão em situação muito mais crítica que o Rio, portanto, outros 17 Estados que, em tese, deveriam merecer absoluta prioridade de atenção antes do próprio Rio.

Um "espetáculo político" preocupante

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Ministro das Relações Exteriores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Defesa de Dilma Rousseff, o diplomata Celso Amorim vê com preocupação tanto a intervenção federal no Rio de Janeiro, anunciada hoje pelo presidente da República, Michel Temer, como as medidas sobre a "vulnerabilidade" em Roraima, prevendo ações de assistência para imigrantes venezuelanos no estado, com a justificativa de que o governo precisa ajudar a enfrentar as dificuldades com a vinda de cidadãos fugindo da crise do país vizinho.

Não, Merval, aqui não é o Haiti!

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Merval Pereira, com a impressionante assessoria militar do ‘General” Fernando Gabeira, dedica-se hoje a comparar, em O Globo, a missão das Forças Armadas no Rio de janeiro à que desempenharam, durante 13 anos, no devastado Haiti.

Merval, perdoe a expressão, mas você é tão inteligente quanto um pavão seria. Embora os pavões não sejam, com certeza, tão ingratos ao cocho que alimentou o esplendor de suas penas.

O Rio de Janeiro foi – e não vai longe isso – a capital cultural do Brasil, o seu tambor, o lugar de onde ressoavam ideias. O lugar que produzia aquilo que mais influenciava (e atraía) o pensamento brasileiro, dos sambas do morro até a Academia da qual você exibe, vaidoso, o fardão.

Manifesto aponta alternativas e prega unidade

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Renato Rabelo, em seu blog:

Eis que chega um fato que avaliamos muito significativo: o lançamento do Manifesto Unidade para Reconstruir o Brasil, um trabalho conjunto que abarcou oficinas, reuniões, revisões, e durou muitos meses, empreendido pelas cinco Fundações: Leonel Brizola-Alberto Pasqualini; Perseu Abramo; João Mangabeira; Lauro Campos; e Maurício Grabois com o apoio de seus respectivos partidos, PDT, PT, PSB, PSOL e PCdoB.

Neste momento, numa iniciativa pioneira em termos de abrangência da esquerda brasileira, as fundações signatárias oferecem aos partidos aos quais estão vinculadas, às demais forças democráticas e ao povo brasileiro, o referido Manifesto.


Intervenção é teatro para Temer

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Intervenções federais para enfrentar a criminalidade no Rio de Janeiro são um evento tão comum que o decreto assinado por Michel Temer só chama atenção pelo teatro exagerado. Ocorreu uma intervenção na segurança pública do Rio durante a Copa, durante a Eco-92, nas Olimpíadas, etc...

São tão frequentes - e tão inúteis para encaminhar uma solução duradoura para a falta de segurança no Estado - que nem deveriam chamar atenção. Em 2018, a intervenção de Temer chama atenção por um efeito colateral interessante para o governo.

Permite esconder a grande derrota política de sua existência, que envolve o fiasco anunciado na reforma da Previdência. Isso porque o artigo 60 da Constituição veta a aprovação de emendas durante períodos de intervenção federal, estado de sítio e estado de emergência. Em função disso, o governo poderá fingir que a reforma não foi derrotada - apenas que não foi votada. Um consolo, para fez tantas promessas a seus patrocinadores.

A corrupção não é o (único) problema do RJ

Por Sergio Lírio, na revista CartaCapital:

Uma análise recente e profunda das finanças do Rio de Janeiro realizada pelo economista João Sicsú, professor da UFRJ, desmonta o senso comum de que os graves problemas financeiros do estado devem-se única e exclusivamente à corrupção.

“O problema mais relevante não é a quantidade de dinheiro que roubavam. Um problema ainda maior é que não tinham tempo, nem vontade ou ideias, para pensar no desenvolvimento do estado”, afirma. “A degradação da segurança pública, da saúde, da educação é apenas uma consequência das ideias da elite política que temos”.