sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Mídia amplia sua atuação eleitoreira

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:

O golpe de 2016 recebe a cada momento novos ingredientes. Os mais recentes são as autorizações dadas ao agressor do candidato da extrema-direita, preso no Mato Grosso do Sul, para conceder entrevistas à mídia conservadora. Ao mesmo tempo em que pedidos semelhantes feitos em relação ao ex-presidente Lula continuam negados. O autor de uma tentativa de homicídio pode falar ao público, um ex-presidente da República não.

Bolsonaro segue pisando nos tomates

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A reta final da campanha começa mal para o candidato que até aqui deslizou sempre para cima nas pesquisas, Jair Bolsonaro.

Foi grande o estrago produzido por seu vice, general Mourão, ao defender o fim do 13º salário, “esta jabuticaba”.

O capitão teve que desautorizar o general pelas redes sociais, como havia feito na semana passada com o economista Paulo Guedes.

O clima no QG de campanha é de vaca estranhando bezerro, a alta hospitalar de Bolsonaro foi adiada e os movimentos pluripartidários contra ele continuam crescendo na sociedade.

Em desespero, Alckmin apela para ''vaquinha'

Por Antonio Lassance, no site Carta Maior:

Chuchu com pimenta

A campanha do insosso Geraldo Alckmin tem feito de tudo para melhorar sua receita. Primeiro, colocou uma pitada de extrema direita em sua chapa, chamando a senadora Ana Amélia para ser vice.

Ana Amélia é aquela que não sabe a diferença entre a rede de televisão Al-Jazheera, um oásis de liberdade de imprensa no mundo árabe, e o Estado Islâmico. Ora, bolas! Todos comentem confusões. Talvez por isso Amélia, que era a vice de verdade, não se incomodou quando Alckmin trocou seu nome pelo da senadora Kátia Abreu, em uma entrevista.

A filósofa e o neoliberalismo

Por Pedro de Oliveira, no site da Fundação Maurício Grabois:

A professora Emérita da USP e filosofa Marilena Chauí – ex-secretária municipal de Cultura de São Paulo durante a gestão Luiza Erundina (1989-1992) – participou no último dia 14 de setembro de um seminário internacional patrocinado pela Fundação Perseu Abramo onde se debateu as “Ameaças à Democracia e a Ordem Multipolar”. Ao seu lado estiveram presentes o ex ministro de Relações Exteriores da França, Dominique de Villepin, o ex Primeiro Ministro da Itália, Massimo D’Alema, o ex Diretor Adjunto da UNESCO, o senegalês Pierre Sané, e Jorge Taiana, ex Ministro de Relações Exteriores da Argentina.

A estratégia possível de Haddad, se eleito

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Vou refazer o Xadrez de ontem de uma forma mais didática.

Peça 1 – o grande acordo nacional

O maior desafio do novo presidente será colocar as instituições de volta na caixinha – os limites definidos pela Constituição –, desarmar os espíritos e recuperar a economia.

É um desafio político gigante, à altura da grande concertação espanhola de Felipe Gonzales em 1982.

Assim como na Espanha pós-Franco, o Brasil atual vive uma pós-ditadura disfarçada, com a derrocada das instituições, a disseminação do estado de exceção, e o fascismo se mostrando em todos os cantos.

Os militares e a eleição de 2018

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

Em 1982, a sociedade brasileira estabeleceu pacto para a democracia. Por um lado, movimentos de “esquerda”, que contestavam com guerrilha maior participação no pacto político, depuseram armas. Da mesma maneira, os militares, que vinham enfrentando a instabilidade interna com excessos e tortura, também renunciaram ao poder e reinstauraram a democracia no país.

Desde então, os militares se mantiveram longe da política partidária nacional. Ao menos até o “Golpe dos Corruptos” em 2015, a partir de quando a situação brasileira se deteriorou ao ponto de beirar o caos interno, infiltrando-se sobre os três poderes da República.

O perigo mora no suposto “centro”

Por Marcelo Zero

A candidatura Bolsonaro sustenta-se somente em três sentimentos básicos: insegurança, ressentimento e ódio.

Associada a esses sentimentos, compreensíveis num ambiente de crise, não há qualquer proposta racional, para além das indagações ao Posto Ipiranga.

Simplesmente não há sequer um simples e primário programa de governo.

Tudo se resolveria com base na força, na eliminação dos mecanismos democráticos, na distribuição de armas e na restauração de um Brasil mítico, "puro" e desigual.

Bolsonaro e as disputas na direita

Por Gilberto Maringoni

Nas duas voltas das eleições presidenciais, há uma tarefa central: derrotar o fascismo e garantir a manutenção da democracia, sem sobressaltos ao longo do próximo governo. E isso só será feito se Fernando Haddad, o possível vencedor, conseguir desarmar algumas armadilhas pelo caminho.

Parece haver duas disputas no interior da direita.

A primeira é o descolamento acelerado que parte dela faz da candidatura Bolsonaro, cujos sinais mais evidentes estão nos ataques por parte da campanha Alckmin na TV e na capa de Veja desta semana. Esse movimento teve seu primeiro sinal semana passada com o manifesto Democracia Sim!, firmado por várias figuras do campo democrático e por tucanos de primeira hora, que há dois anos apoiaram o golpe. No afã de limparem as próprias biografias, fazem um movimento positivo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Mídia não sabe o que fazer com o 'Coiso'

STF só ouve voz das ruas quando lhe convém

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Disponível no Youtube, o vídeo da sessão do STF que discutiu a cassação de 3,4 milhões de títulos eleitorais é um desses documentos essenciais para se compreender o atual momento político.

Num país habituado a ouvir ministros e juizes dizendo que é preciso "ouvir a voz das ruas", a decisão de ontem mostrou que a maioria do STF gosta de ouvir a voz das ruas -- quando lhe convém.

Exibida em termos técnicos, de forma a sugerir neutralidade, o corte de 3,3 milhões de votos terá um impacto direto na eleição presidencial.

A importância do tecnólogo para o Brasil

Por Chicão dos Eletricitários

É fato que em um mundo globalizado a qualidade da mão de obra é um diferencial para o desenvolvimento do país e permite que milhões de trabalhadores alcancem melhores empregos ou remuneração.

O Brasil é um país que apresenta graves problemas de infraestrutura que só poderão ser equalizados com políticas públicas articuladas, planejamento correto, prioridades bem definidas e sólidos investimentos na capacitação profissional.

Bolsonaro e a PEC das domésticas

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

Na série de entrevistas realizadas pelo Jornal Nacional com os principais candidatos à Presidência da República, me chamou particularmente a atenção as declarações de Jair Bolsonaro do PSL quando questionado sobre ter sido o único deputado federal a votar contrário a PEC das domésticas em 2013.

Sobre a resposta do candidato presidenciável há duas questões importantes que quero tratar aqui: a primeira é a ignorância e o completo desconhecimento de Bolsonaro sobre os efeitos da PEC das domésticas sob a categoria, e a segunda é a externalização de um projeto de Brasil em que as relações servis e pessoalizadas de trabalho seguem como u modelo a ser seguido, fazendo regredir nossos avanços sociais à décadas atrás.

Ciro segue fundamental contra o fascismo

Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

As duas pesquisas Ibope divulgadas esta semana (são séries diferentes de pesquisas, a segunda delas encomendada pela CNI; por isso, estatísticos dizem que não se deve tomá-las como uma sequência) mostram números muito parecidos. Mais que os números, indicam algumas tendências claras na eleição:

- Bolsonaro interrompeu seu crescimento; sob ataque da campanha de Alckmin, e com a repercussão (até internacional) do #EleNão, tende a recuar mais um pouco; mas o grau de consolidação de seu eleitorado é alto, e é um voto de quem não está disposto a escutar; por isso, me espantaria se ele chegasse ao dia 7 abaixo dos 23% ou 25%;

Barroso entre a cruz e a espada no STF

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Em entrevista a Mônica Bergamo, na Folha, Luís Roberto Barroso fez uma acusação de extrema gravidade. O trecho a seguir da entrevista é estarrecedor, em se tratando de afirmação de um juiz da mais alta corte judicial do país:

“[…] E ainda assim, no Supremo, você tem gabinete distribuindo senha para soltar corrupto. Sem qualquer forma de direito e numa espécie de ação entre amigos.

Que gabinetes, ministro? (sorri e fica em silêncio).

O senhor não acha um risco o senhor falar de forma genérica? Tem gabinetes. [seguindo] Quando a Justiça desvia dos amigos do poder, ela legitima o discurso de que as punições são uma perseguição”.

Quando o povo pôs os fascistas para correr

Integralistas em fuga do conflito na Praça da Sé, em São Paulo
Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

No dia 7 de outubro de 1934, uma ação conjunta das organizações da esquerda brasileira desbaratou uma grande manifestação promovida pelos integralistas no centro de São Paulo. O que aconteceu naquela tarde de domingo na Praça da Sé serviu de exemplo a todo o país. Os conflitos se multiplicaram e as forças democráticas e populares não permitiram que os fascistas tupiniquins assaltassem as ruas das grandes cidades e intimidassem os trabalhadores. Impediram que ocorresse aqui o que aconteceu na Itália e na Alemanha.

Debate SBT/UOL enterra Alckmin

Por Renato Rovai, em seu blog:

O debate organizado pelo SBT, Folha e UOL foi de baixa intensidade. Ninguém saiu arrasado ou muito melhor para ganhar pontos significativos com ele. Mas se isso é uma verdade, também há outra: o grande derrotado foi o candidato tucano, Geraldo Alckmin.

Ele não aproveitou a oportunidade para tentar sair do limbo em que se encontra nas pesquisas e ao mesmo tempo tomou dois tocos de Guilherme Boulos (PSOL) que certamente serão memetizados entre hoje e amanhã.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Bolsonaro e o “imexível” do Banco Central

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Mariana Carneiro e Julio Wiziack, na Folha, mostram que o ex-capitão Bolsonaro sabe mesmo a quem deve bater continência.

Já teria decidido pela manutenção, se viesse a ser vencedor, de Ilan Goldfajn no comando do Banco Central, onde está desde que Michel Temer foi guindado ao governo com Henrique Meirelles como seu posto Ipiranga da economia.

Agora é Paulo CPMF Guedes quem faz este papel e Goldfajn já está, segundo a reportagem, sob sua coordenação, depois de dois encontros reservados.

"Bolsodoria" e Alckmin afundam juntos

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Os números divulgados esta semana pelo Ibope sobre as eleições em São Paulo não poderiam ser mais dramáticos para o que sobrou do PSDB de Mario Covas.

Padrinho e afilhado, Geraldo Alckmin e João Doria sentem agora na própria carne os efeitos da traição de que foram vítimas nesta campanha.

Tudo começou quando, ainda no ano passado, logo depois de tomar posse na prefeitura, Doria já se lançou como presidenciável, furando a fila de Alckmin, candidato natural do tucanato por tempo de serviço.

A bandeira da democracia como prioridade

Editorial do site Vermelho:

Todas as constituições democráticas dizem que o povo é soberano. Isso quer dizer que o fundamento da democracia é o voto individual, incondicionalmente livre. No Brasil, esse princípio foi violado pelo golpe de 2016, que anulou o resultado das urnas de 2014 e rasgou o programa de governo eleito. Mas, mesmo com essa mácula, a Constituição é o parâmetro dessas eleições presidenciais. Ela garante a um só tempo o livre exercício do voto e as bases para um projeto de país soberano, desenvolvido e democrático. As circunstâncias, no entanto, exigem ações decididas para que o país não caia em novas aventuras golpistas ainda mais ameaçadoras.

“Austeridade”, história de uma fraude

Por Pedro Rossi, Esther Dweck e Flávio Arantes, no site Outras Palavras:

A austeridade é uma ideia força, poderosa quando transformada em discurso, perigosa quando aplicada politicamente. O comprometimento dos governos com ajustes e consolidações fiscais, que reduz o papel do Estado e distribui sacrifícios à população, se apoia em um discurso, em argumentos teóricos e em uma literatura empírica. O objetivo deste capítulo é analisar – discurso, argumentos e literatura – e mostrar que a austeridade se sustenta em discursos falaciosos, argumentos morais e em evidências empíricas frágeis.