Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:
Não se cultiva impunemente uma base de fanáticos. Por isso, Jair Bolsonaro preocupou-se, também em Israel, em reanimar seus seguidores mais fiéis – agora visivelmente acabrunhados – com uma dose extra de disparates. “Não há dúvidas” de que “o nazismo foi de esquerda”,
disse ele na terça-feira (2/4), ecoando seu chanceler. Horas mais tarde, assegurou que o desemprego, novamente em alta, deve-se a um “erro de cálculo” do IBGE. Nesta fala, foi capaz de
cometer “três erros em menos de um minuto”, segundo computou a Agência Lupa. Mas esta era a parte previsível, o teatro para a torcida. O novo, na viagem, foi a trama, por enquanto provisória, de um acordo. O presidente e os integrantes do
consórcio heterogêneo de forças no poder deram-se conta de que não poderão seguir em completo desarranjo – e, pior,
atacando-se uns aos outros. Costurou-se um entendimento mínimo, que visa impor à sociedade a Contrarreforma da Previdência. Os primeiros atos já foram encenados – mas ninguém sabe se funcionará.