Por Henrique Braga e Caroline Tresoldi, no site Brasil Debate:
Fazer mais uma nota sobre “O fim da história” pode até parecer fora de compasso. Qual interesse poderia despertar o ensaio de Francis Fukuyama, datado de 1989, bicentenário da Revolução Francesa, que foi criticado por todos os lados durante os anos de 1990?
Para tensionar essa questão, tomemos um exemplo de nosso cotidiano. Ao entrar num jogo do Flamengo nas últimas semanas, um psicólogo e professor universitário, trajado com uma camisa com os dizeres “Flamengo Antifascista”, foi barrado pelo fiscal do estádio – aquele que cuida para que objetos facilmente transformáveis em armas não entrem nos estádios. O fiscal fica na dúvida sobre o “perigo” que pode trazer a tal camisa. Ele aciona a gerência do estádio, que, também demonstrando incerteza sobre o “perigo”, convoca um sargento da Polícia Militar. Este último, do mesmo modo, não sabia ao certo se a camisa era permitida. A camisa foi considerada por todos como “suspeita”, porém, depois de interrogado, o torcedor conseguiu entrar no estádio e, na sequência, gravou um vídeo para registrar o desatino, que viralizou nas redes sociais. Ora, por que tanto receio?