sexta-feira, 10 de abril de 2020
A catástrofe no Brasil é inevitável
Por Fernando Brito, em seu blog:
Não há jeito, porque estamos hoje apontando os doentes e os mortos de ontem ou de anteontem, dada a falta de testes em quantidade e confiabilidade necessários para sabermos o tamanho do problema.
A falta de comando harmônico entre o governo federal e os governos estaduais – inicialmente mais rígidos na política de isolamento social – confundiu a população e está levando a um afrouxamento, por toda a parte, das restrições de circulação justo no momento em que a disseminação descontrolada – e que jamais foi devidamente controlada – da doença viral.
O presidente da República – de novo, hoje, mandando as pessoas apara a rua e sugerindo que reclamem dos governadores pelas medidas restritivas – foi o elemento chave para que a sociedade se desmobilizasse da autoquarentena e aumentasse seu grau de exposição, o que cobrará seu preço nos próximos dias.
Não há jeito, porque estamos hoje apontando os doentes e os mortos de ontem ou de anteontem, dada a falta de testes em quantidade e confiabilidade necessários para sabermos o tamanho do problema.
A falta de comando harmônico entre o governo federal e os governos estaduais – inicialmente mais rígidos na política de isolamento social – confundiu a população e está levando a um afrouxamento, por toda a parte, das restrições de circulação justo no momento em que a disseminação descontrolada – e que jamais foi devidamente controlada – da doença viral.
O presidente da República – de novo, hoje, mandando as pessoas apara a rua e sugerindo que reclamem dos governadores pelas medidas restritivas – foi o elemento chave para que a sociedade se desmobilizasse da autoquarentena e aumentasse seu grau de exposição, o que cobrará seu preço nos próximos dias.
Com Bolsonaro, o pão e a vida correm riscos
Editorial do site Vermelho:
A aceleração do ritmo da pandemia do coronavírus, a Covid-19, no Brasil deveria servir de alerta para o governo federal. Os próximos dias prenunciam, de acordo com as autoridades no assunto, um cenário dramático, com o cruzamento de fatores como, além da doença em si, a precária infraestrutura na saúde e a ausência de políticas públicas para socorrer os que ficaram sem fonte de renda.
Em meio a esse prognóstico sombrio, o chefe do Estado, o presidente Jair Bolsonaro, faz questão de dar a sua contribuição para fomentar o caos. O povo deve ignorá-lo e ter a consciência de que, acima de tudo e de todos, deve estar a vida, seja ela inspirada no que for. Mas os danos que sua postura de incentivar perambulações pelas ruas na busca do “pão de cada dia”, conforme seu pronunciamento oficial do dia 8, são incalculáveis.
Em meio a esse prognóstico sombrio, o chefe do Estado, o presidente Jair Bolsonaro, faz questão de dar a sua contribuição para fomentar o caos. O povo deve ignorá-lo e ter a consciência de que, acima de tudo e de todos, deve estar a vida, seja ela inspirada no que for. Mas os danos que sua postura de incentivar perambulações pelas ruas na busca do “pão de cada dia”, conforme seu pronunciamento oficial do dia 8, são incalculáveis.
A pandemia e o capitalismo de vigilância
Por Sergio Amadeu da Silveira, no site A terra é redonda:
A pandemia do novo coronavírus despertou a voracidade dos vendedores de dispositivos de vigilância. Tecnologias de rastreamento de pessoas estão em alta. O pressuposto é que a ciência de dados será fundamental para derrotar o inimigo invisível. Ao presumir o sucesso da China e da Coreia no combate ao novo coronavírus, líderes políticos das democracias liberais, da direita à esquerda, se encantaram com a capacidade de controle dos dispositivos digitais e da modelagem estatística dos algoritmos que extraem padrões e realizam predições. Câmeras, softwares, sensores, celulares, aplicativos, detectores são apresentados como as armas mais sofisticadas para o combate ao vírus.
A pandemia do novo coronavírus despertou a voracidade dos vendedores de dispositivos de vigilância. Tecnologias de rastreamento de pessoas estão em alta. O pressuposto é que a ciência de dados será fundamental para derrotar o inimigo invisível. Ao presumir o sucesso da China e da Coreia no combate ao novo coronavírus, líderes políticos das democracias liberais, da direita à esquerda, se encantaram com a capacidade de controle dos dispositivos digitais e da modelagem estatística dos algoritmos que extraem padrões e realizam predições. Câmeras, softwares, sensores, celulares, aplicativos, detectores são apresentados como as armas mais sofisticadas para o combate ao vírus.
A moeda de troca entre Mandetta e Bolsonaro
Por Bepe Damasco, em seu blog:
O principal ponto de pauta da reunião entre Bolsonaro e seus ministros, realizada nesta segunda-feira (6), girou em torno da construção de um acordo que pavimente o caminho para que o sonho dourado de Bolsonaro, o fim da quarentena, vire realidade
Não por acaso, ainda durante o transcurso da reunião, o Ministério da Saúde, em pleno avanço vertiginoso do número de mortos pela pandemia do coronavírus no Brasil, divulgou mais um boletim epidemiológico. Seu conteúdo põe a nu o acerto macabro costurado para garantir a permanência do ministro mais popular do governo atualmente.
Chocando-se com todos os estudos científicos e ações que deram certo em outros países, o Ministério da Saúde propõe a flexibilização da quarentena já a partir do próximo dia 13, em princípio nas cidades e estados em que o total de leitos na rede hospitalar não tenha superado os 50% de ocupação.
O principal ponto de pauta da reunião entre Bolsonaro e seus ministros, realizada nesta segunda-feira (6), girou em torno da construção de um acordo que pavimente o caminho para que o sonho dourado de Bolsonaro, o fim da quarentena, vire realidade
Não por acaso, ainda durante o transcurso da reunião, o Ministério da Saúde, em pleno avanço vertiginoso do número de mortos pela pandemia do coronavírus no Brasil, divulgou mais um boletim epidemiológico. Seu conteúdo põe a nu o acerto macabro costurado para garantir a permanência do ministro mais popular do governo atualmente.
Chocando-se com todos os estudos científicos e ações que deram certo em outros países, o Ministério da Saúde propõe a flexibilização da quarentena já a partir do próximo dia 13, em princípio nas cidades e estados em que o total de leitos na rede hospitalar não tenha superado os 50% de ocupação.
Cenários da pandemia e da pós-pandemia
Por Marcelo Zero
É certo que a pandemia do Covid-19 passará, como toda pandemia. Não se sabe ao certo, contudo, qual sua intensidade e extensão e que consequências trará para o mundo, especialmente sobre sua economia.
A última grande pandemia mundial, a da mal chamada gripe espanhola, ocorrida há pouco mais de um século, matou, de acordo com as estimativas mais conservadoras, cerca de 17,3 milhões de pessoas em todo o planeta. Na época, a população mundial era de 1,8 bilhão. Portanto, essa pandemia teria ceifado ao redor de 1% dos habitantes da Terra.
Como a população mundial é hoje de cerca de 7,7 bilhões de pessoas, a pandemia do Covid-19 teria de matar ao redor de 77 milhões de seres humanos para chegar ao nível de letalidade da gripe espanhola.
Pelo andar da carruagem, e apesar do terraplanismo sanitário de gente como Trump e Bolsonaro, parece pouco provável que isso aconteça, até mesmo porque hoje a ciência dispõe de armas muito mais poderosas para enfrentar esse tipo de pandemia. Além disso, atualmente muitos países dispõem de sistemas públicos de saúde, coisa que não existia na época da gripe espanhola. Na realidade, esses sistemas universais e públicos de saúde começaram a surgir, de forma embrionária, justamente após a pandemia da gripe espanhola.
É certo que a pandemia do Covid-19 passará, como toda pandemia. Não se sabe ao certo, contudo, qual sua intensidade e extensão e que consequências trará para o mundo, especialmente sobre sua economia.
A última grande pandemia mundial, a da mal chamada gripe espanhola, ocorrida há pouco mais de um século, matou, de acordo com as estimativas mais conservadoras, cerca de 17,3 milhões de pessoas em todo o planeta. Na época, a população mundial era de 1,8 bilhão. Portanto, essa pandemia teria ceifado ao redor de 1% dos habitantes da Terra.
Como a população mundial é hoje de cerca de 7,7 bilhões de pessoas, a pandemia do Covid-19 teria de matar ao redor de 77 milhões de seres humanos para chegar ao nível de letalidade da gripe espanhola.
Pelo andar da carruagem, e apesar do terraplanismo sanitário de gente como Trump e Bolsonaro, parece pouco provável que isso aconteça, até mesmo porque hoje a ciência dispõe de armas muito mais poderosas para enfrentar esse tipo de pandemia. Além disso, atualmente muitos países dispõem de sistemas públicos de saúde, coisa que não existia na época da gripe espanhola. Na realidade, esses sistemas universais e públicos de saúde começaram a surgir, de forma embrionária, justamente após a pandemia da gripe espanhola.
quinta-feira, 9 de abril de 2020
Petardo: Gilmar Mendes critica sumiço de Moro
Por Altamiro Borges
Um dos culpados pela eleição do fascista “BolsoNero”, o juizeco Sergio Moro – que ganhou um carguinho no laranjal – desapareceu em plena crise do coronavírus. Quem registrou seu sumiço foi o ministro Gilmar Mendes, do STF. "Eu tenho sentido a ausência do Ministério da Justiça", cutucou.
***
Sem citar o nome do juizeco, Gilmar Mendes explicou que Moro teria papel a desempenhar durante a pandemia. "Temos controversas jurídicas complexas entre União, estados e municípios, conflitos que são qualificados, e eu não tenho visto o Ministério da Justiça participar do debate".
***
Na entrevista ao UOL, o ministro do STF ironiza que só ouviu o "muxoxo" punitivista de Moro. "No máximo tenho ouvido um muxoxo ou outro sobre liberação de presos. Acho que o Ministério da Justiça, pela sua tradição, precisa se fazer presente". O "marreco de Maringá" é um fiasco!
Um dos culpados pela eleição do fascista “BolsoNero”, o juizeco Sergio Moro – que ganhou um carguinho no laranjal – desapareceu em plena crise do coronavírus. Quem registrou seu sumiço foi o ministro Gilmar Mendes, do STF. "Eu tenho sentido a ausência do Ministério da Justiça", cutucou.
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Sem citar o nome do juizeco, Gilmar Mendes explicou que Moro teria papel a desempenhar durante a pandemia. "Temos controversas jurídicas complexas entre União, estados e municípios, conflitos que são qualificados, e eu não tenho visto o Ministério da Justiça participar do debate".
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Na entrevista ao UOL, o ministro do STF ironiza que só ouviu o "muxoxo" punitivista de Moro. "No máximo tenho ouvido um muxoxo ou outro sobre liberação de presos. Acho que o Ministério da Justiça, pela sua tradição, precisa se fazer presente". O "marreco de Maringá" é um fiasco!
Subnotificação esconde dimensão da Covid-19
Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:
A flexibilização do isolamento social defendida pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta – e que já vem sendo adotada em muitas cidades em diversos estados –, é uma irresponsabilidade. Em vez disso, devem ser adotadas medidas mais rigorosas em relação à única estratégia capaz de diminuir a velocidade de contágio pelo novo coronavírus causador da covid-19. O alerta é do médico epidemiologista Francisco Job Neto, do Distrito Federal, doutor em epidemiologia de doenças infecciosas no sistema prisional pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
A flexibilização do isolamento social defendida pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta – e que já vem sendo adotada em muitas cidades em diversos estados –, é uma irresponsabilidade. Em vez disso, devem ser adotadas medidas mais rigorosas em relação à única estratégia capaz de diminuir a velocidade de contágio pelo novo coronavírus causador da covid-19. O alerta é do médico epidemiologista Francisco Job Neto, do Distrito Federal, doutor em epidemiologia de doenças infecciosas no sistema prisional pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
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