A pior semana para o presidente Jair Bolsonaro desde sua posse chega ao fim nesta sexta-feira (19) com uma soma de fatos devastadora para o mandatário que se elegeu como representante da antipolítica tradicional. Tendo de se render ao Centrão para tentar afastar um processo de impeachment, Bolsonaro viu sua discípula Sara Winter ser presa na segunda-feira (15), aliados serem devassados por ações de busca e apreensão. Também recebeu a notícia de que 11 parlamentares de seu séquito tiveram sigilos quebrados pelo Supremo Tribunal Federal, que também nesta semana formou maioria a favor da validade do inquérito das fake news – um tema com potencial para cassar a chapa que o elegeu, ao lado do general Hamilton Mourão.
domingo, 21 de junho de 2020
37 milhões estão sem empregos no Brasil
Por Clemente Ganz Lúcio, no site Vermelho:
Novas pesquisas passam a mensurar os impactos da crise sanitária sobre o mundo do trabalho. A PNAD COVID19, produzida pelo IBGE a partir de maio, traz indicadores sobre saúde e sobre o mercado de trabalho[1]. Neste artigo vamos destacar alguns números relativos ao mundo do trabalho.
Em maio o IBGE estimou em 170 milhões a população em idade de trabalhar, das quais 95,3 milhões ou estavam ocupadas (84,4 milhões) ou desempregadas (10,9 milhões). O contingente desocupado aumentou em mais de 1 milhão entre a primeira e a quarta semana de maio, assim como cresceu 1,5 milhões o número de pessoas que passaram a integrar a força de trabalho. A maioria que chega no mercado de trabalho não acha emprego. A taxa de participação está em 56% e indica uma baixa pressão na procura, se considerado que a taxa normalmente tende a estar a acima de 60%. Menos da metade da população (49,7%) em idade de trabalhar estava ocupada. Um mercado de trabalho anêmico em sintonia com a grave situação.
Novas pesquisas passam a mensurar os impactos da crise sanitária sobre o mundo do trabalho. A PNAD COVID19, produzida pelo IBGE a partir de maio, traz indicadores sobre saúde e sobre o mercado de trabalho[1]. Neste artigo vamos destacar alguns números relativos ao mundo do trabalho.
Em maio o IBGE estimou em 170 milhões a população em idade de trabalhar, das quais 95,3 milhões ou estavam ocupadas (84,4 milhões) ou desempregadas (10,9 milhões). O contingente desocupado aumentou em mais de 1 milhão entre a primeira e a quarta semana de maio, assim como cresceu 1,5 milhões o número de pessoas que passaram a integrar a força de trabalho. A maioria que chega no mercado de trabalho não acha emprego. A taxa de participação está em 56% e indica uma baixa pressão na procura, se considerado que a taxa normalmente tende a estar a acima de 60%. Menos da metade da população (49,7%) em idade de trabalhar estava ocupada. Um mercado de trabalho anêmico em sintonia com a grave situação.
A política de frente para derrotar Bolsonaro
Por Roberto Amaral, em seu blog:
A Frente Ampla necessária para a defesa da democracia não é um produto ideológico, assim desapartado da realidade, muito menos relíquia doutrinária: trata-se de imperativo da necessidade histórica, e resulta das condições objetivas em que se trava a luta política de nossos dias. É, portanto, um ditado da correlação de forças presente, que põe na defensiva as forças populares e democráticas brasileiras. Eis por que, mantidas as condições atuais, propor a “frente de esquerda” como instrumento prioritário de ação só contribuirá para nos desviar da tarefa imediata de hoje: unir as forças democráticas que se opõem ao projeto bolsonarista. Esse desvio de rota mais dificulta ao invés de facilitar a unidade, enfraquece ao invés de nos fortalecer na luta, e por fim desagrega quando precisamos unir e ampliar. Ao fim e ao cabo, termina por levar mais água para as rodas do moinho da reação, já tão forte. Este não é o momento de dispersar, mas, sim, de acumular forças.
A Frente Ampla necessária para a defesa da democracia não é um produto ideológico, assim desapartado da realidade, muito menos relíquia doutrinária: trata-se de imperativo da necessidade histórica, e resulta das condições objetivas em que se trava a luta política de nossos dias. É, portanto, um ditado da correlação de forças presente, que põe na defensiva as forças populares e democráticas brasileiras. Eis por que, mantidas as condições atuais, propor a “frente de esquerda” como instrumento prioritário de ação só contribuirá para nos desviar da tarefa imediata de hoje: unir as forças democráticas que se opõem ao projeto bolsonarista. Esse desvio de rota mais dificulta ao invés de facilitar a unidade, enfraquece ao invés de nos fortalecer na luta, e por fim desagrega quando precisamos unir e ampliar. Ao fim e ao cabo, termina por levar mais água para as rodas do moinho da reação, já tão forte. Este não é o momento de dispersar, mas, sim, de acumular forças.
sábado, 20 de junho de 2020
Prisão de Queiroz baqueou milicos no laranjal
A prisão do miliciano Fabrício Queiroz, o faz-tudo do clã Bolsonaro, parece que baqueou os generais que arrumaram uma boquinha no laranjal do governo. Segundo informa a Folha neste sábado (20), “incomodada com Queiroz, a ala militar do governo fala em 'ministério de notáveis'”. As articulações estariam aceleradas!
A proposta evidencia a preocupação dos milicos, que temem os "desdobramentos imprevisíveis da prisão de Queiroz". A expressão "ministério de notáveis" remonta a 1992, quando Fernando Collor encarou denúncias de corrupção que levaram à abertura do processo do seu impeachment e à sua renúncia no mesmo ano.
sexta-feira, 19 de junho de 2020
Quem é Mário Frias, novo panaca da Cultura?
Por Altamiro Borges
Na pressa para abafar a prisão do amigão Fabrício Queiroz e a demissão do bajulador Abraham Weintraub, o presidente Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira (19) o ex-ator global Mário Frias para a Secretaria Especial da Cultura. Ele substituirá a atriz Regina Duarte, que deixou o cargo no laranjal há cerca de um mês.
A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Prova do total desprezo pela Cultura, o “capetão” extinguiu o ministério, cortou verbas da área e nomeou cinco secretários em 17 meses. Antes do medíocre Mário Frias, já ocuparam o posto Regina Duarte, Roberto Alvim, Ricardo Braga e Henrique Pires.
Na pressa para abafar a prisão do amigão Fabrício Queiroz e a demissão do bajulador Abraham Weintraub, o presidente Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira (19) o ex-ator global Mário Frias para a Secretaria Especial da Cultura. Ele substituirá a atriz Regina Duarte, que deixou o cargo no laranjal há cerca de um mês.
A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Prova do total desprezo pela Cultura, o “capetão” extinguiu o ministério, cortou verbas da área e nomeou cinco secretários em 17 meses. Antes do medíocre Mário Frias, já ocuparam o posto Regina Duarte, Roberto Alvim, Ricardo Braga e Henrique Pires.
Fascistas ameaçam matar ministros do STF
Por Altamiro Borges
Ao votar na quarta-feira (17) pela legalidade do inquérito das fake news, Alexandre de Moraes leu algumas das ameaças recebidas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos dias. As mensagens revelam o grau de radicalidade e insanidade das falanges bolsonaristas, que ameaçam a frágil democracia brasileira.
Conforme enfatizou o ministro, é preciso "que se pare de uma vez por todas de se fazer confusão de críticas, por mais ácidas que sejam, e que devem existir e continuar, com agressões, ameaças e coações". Na sequência, ele fez a leitura de três mensagens asquerosas. A primeira é de uma advogada – “advogada” – do Rio Grande do Sul:
Ao votar na quarta-feira (17) pela legalidade do inquérito das fake news, Alexandre de Moraes leu algumas das ameaças recebidas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos dias. As mensagens revelam o grau de radicalidade e insanidade das falanges bolsonaristas, que ameaçam a frágil democracia brasileira.
Conforme enfatizou o ministro, é preciso "que se pare de uma vez por todas de se fazer confusão de críticas, por mais ácidas que sejam, e que devem existir e continuar, com agressões, ameaças e coações". Na sequência, ele fez a leitura de três mensagens asquerosas. A primeira é de uma advogada – “advogada” – do Rio Grande do Sul:
Após prisão do Queiroz, cadê o Bolsonaro?
Por Fernando Brito, em seu blog:
“Cadê o Queiroz?” foi a pergunta que mais se repetiu na política brasileira há um ano e meio.
Com a sua prisão. hoje cedo, a pergunta é “Cadê o Bolsonaro?”
Porque é impossível que, tendo sido o ex-policial militar procurado preso na casa do advogado de seu filho e frequentador assíduo do gabinete e da residência presidenciais, o presidente tem de vir a público dar satisfações ao país.
Deveria, ainda que seja difícil explicar-se o seu alegado distanciamento de Queiroz depois de tantos anos de intimidade se o acoitador do ex-assessor era figura de sua intimidade.
“Cadê o Queiroz?” foi a pergunta que mais se repetiu na política brasileira há um ano e meio.
Com a sua prisão. hoje cedo, a pergunta é “Cadê o Bolsonaro?”
Porque é impossível que, tendo sido o ex-policial militar procurado preso na casa do advogado de seu filho e frequentador assíduo do gabinete e da residência presidenciais, o presidente tem de vir a público dar satisfações ao país.
Deveria, ainda que seja difícil explicar-se o seu alegado distanciamento de Queiroz depois de tantos anos de intimidade se o acoitador do ex-assessor era figura de sua intimidade.
Invertida de arrumação no governo
Por Manuel Domingos Neto
Leio na “Folha” de hoje o bem informado repórter Igor Gielow anunciando que uma pretensa “ala militar” estaria cogitando acerca da formação de um “ministério de notáveis” visando salvar o governo Bolsonaro duramente ameaçado pela prisão do Queiroz.
Ao que me consta, conversas neste sentido se desenvolvem desde a semana passada, quando ficou clara a situação insustentável do Ministro da Educação.
A nomeação de “notáveis” para a equipe governamental seria uma “invertida de arrumação” diante da impopularidade do Presidente, dos impactos da pandemia, da degringolada economia e da constatada perda de prestígio das Forças Armadas.
Assim, seriam substituídos, além do Chanceler, os ministros da Educação e da Saúde.
Leio na “Folha” de hoje o bem informado repórter Igor Gielow anunciando que uma pretensa “ala militar” estaria cogitando acerca da formação de um “ministério de notáveis” visando salvar o governo Bolsonaro duramente ameaçado pela prisão do Queiroz.
Ao que me consta, conversas neste sentido se desenvolvem desde a semana passada, quando ficou clara a situação insustentável do Ministro da Educação.
A nomeação de “notáveis” para a equipe governamental seria uma “invertida de arrumação” diante da impopularidade do Presidente, dos impactos da pandemia, da degringolada economia e da constatada perda de prestígio das Forças Armadas.
Assim, seriam substituídos, além do Chanceler, os ministros da Educação e da Saúde.
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