sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O doce sabor da impunidade

Por Lygia Jobim, no site Carta Maior:


Muitos se preguntam o porquê do General Villas Boas ter confessado publicamente, em livro organizado por Celso Castro e editado pela FGV Editora, que, em conluio com membros do Alto Comando do Exército, cometeu, em 03 de abril de 2018, diversos crimes ao dizer através de duas mensagens publicadas em seu Twitter:

"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?".

"Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais."

Big Brother Brasil e o debate racial

Por Dennis de Oliveira, no site A terra é redonda:


Apesar do Brasil estar vivenciando uma das maiores crises sociais da sua história, com episódios trágicos como a falta de oxigênio para portadores de Covid-19 no Amazonas, desemprego e miserabilidade crescentes, mais de mil mortes por dia por coronavírus e um governo que está mais preocupado em liberar armas, atender as demandas do mercado especulativo do que enfrentar a pandemia – que, ao contrário do que muitos afirmam, não atinge todos de forma igualitária, pretos e pobres são os mais vitimados – o debate racial imposto pela atual edição do programa global Big Brother Brasil 21 ganhou repercussão.

A Lava-Jato e o plano da cúpula militar

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Para o êxito do plano secreto da cúpula militar, a prisão do Lula e o impedimento da candidatura presidencial dele em 2018 era fundamental. Lula atrapalharia o plano deles regressarem ao poder “pela via democrática” com Bolsonaro [sic].

O twitter do Alto-comando do Exército [3 de abril de 2018] emparedando o STF para manter a ordem farsesca de prisão do Lula significou, neste sentido, arrojado apoio político da cúpula militar ao então juiz Sérgio Moro e ao bando da Lava Jato.

Aquela sinalização também reforçou a posição dos ministros lavajatistas do STF: Fachin [“Aha, uhu, é nosso!”], Fux [“we trust!”] e Barroso [“vale por 100 PGRs”].

Registros mostram como o general-conspirador Villas Bôas [e outros generais também] se empenha em expressar, sempre que pode, reverência e reconhecimento do Exército a Moro.

Autonomia do Banco Central e a pauta do povo

Por José Guimarães, no site Brasil Debate:


Sob intensa expectativa do País, a Câmara dos Deputados abre seus trabalhos na primeira semana de sessões legislativas do ano. O povo brasileiro a tudo assiste, com grande ansiedade e talvez com alguma esperança, por soluções para os problemas cruciais que afetam sua vida e a de seus entes queridos: uma pandemia que mata mil brasileiros por dia, uma vacinação a conta-gotas que sequer conseguiu atingir todos os trabalhadores da linha de frente do Sistema Único de Saúde, a explosão do desemprego, o fim do auxílio emergencial, milhares de famílias que ingressam na linha de pobreza absoluta, a ausência de recursos públicos tanto para novos leitos quanto para fazer frente a uma competição selvagem no mercado mundial por vacinas e insumos, o fantasma da recessão econômica.

Rejeição a Bolsonaro vai crescer ainda mais

Editorial do site Vermelho:

A mais nova rodada da pesquisa PoderData, divulgada nesta quarta-feira (17), indica uma crescente rejeição ao presidente Jair Bolsonaro. Num intervalo de apenas 15 dias, o número de brasileiros que avaliam a gestão bolsonarista como “ruim” ou “péssima” passou de 41% para 48%. Já a aprovação caiu de 33% para 31%.

O patamar atual de desaprovação é similar ao de junho de 2020, mas há grande diferença entre esses dois cenários. No ano passado – quando sua rejeição atingiu pela primeira vez o índice recorde de 48% –, o governo Bolsonaro detectou o amplo apoio da população ao auxílio emergencial e passou a vender o presidente, fraudulentamente, como o suposto “pai” do benefício aos trabalhadores afetados pela pandemia de Covid-19.

Sete vezes em que o governo sabotou a vacina

Por Caroline Oliveira, no jornal Brasil de Fato:

Nesta quinta-feira (18), o Brasil completa um mês do início da campanha de imunização contra o novo coronavírus.

Até a última segunda-feira (15), no entanto, apenas 1,31% das doses necessárias para imunizar toda a população brasileira foram aplicadas: 5,54 milhões de aproximadamente 420 milhões de doses necessárias, segundo o consórcio dos veículos de imprensa.

No total, 5.285.981 pessoas tomaram a primeira dose, e 256.813, a segunda.

Uma das explicações para a baixa taxa de imunização até o momento é a quantidade escassa de doses, que, por sua vez, é explicada pela ausência de um planejamento por parte do governo de Jair Bolsonaro e do Ministério da Saúde.

"A política deliberada" na falta de vacinas

Charge: Fer Carvalho
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

São Paulo – Como esperado, há enorme escassez de vacinas contra a covid-19 no país.

“Eu imaginava que isso pudesse ocorrer. Nada foi feito para que tivéssemos vacina. Houve uma política deliberada de se esperar que a própria doença imunizasse por efeito de rebanho”, diz o infectologista Hélio Bacha, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“É claro que isso não ocorreu, e então ficamos numa desvantagem perante o mundo muito grande”, acrescenta.

Nesta segunda-feira (15), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), anunciou que, sem receber novas doses, o calendário de vacinação será suspenso.

Bolsonaro usa Daniel Silveira

Por Rodrigo Vianna, no site Brasil-247:


O bolsonarismo, movimento de inspiração e traços fascistas, segue um padrão: colocar-se sempre em movimento.

O presidente e seus asseclas avançam sobre as instituições: já controlam o poder Executivo, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e agora acabam de eleger aliados para presidir Câmara e Senado. Dos três poderes da República, só o Judiciário mantém-se ainda relativamente imune.

As alianças do bolsonarismo no Parlamento mostram a capacidade de Jair Bolsonaro de fazer um discurso (falso) anti-institucional e, ao mesmo tempo, conquistar posições nas instituições - em parceria com setores da "velha política" que ele antes fingia combater.

A cada vez que ensaia esse tipo de aproximação, Bolsonaro colhe entre aliados "liberais" a avaliação benevolente de que "agora entendeu", e de que merece uma "segunda chance.

Os pais e mães do ‘brucutu’

Por Fernando Brito, em seu blog:

Ontem, aparentando dar-lhe desimportância, o presidente do STF fingiu esquecer o sobrenome do sujeito que, horas antes, havia colocado o Tribunal que preside sob ameaça e dito que espancaria um de seus ministro, perguntou: “Daniel de quê?”

A capa de O Dia, que reproduzo acima, faz pergunta correta: Daniel de Quem?

Pois sujeitos como aquele podem ser, como já disse, encontrados em qualquer broderagem de bombados, mas este foi eleito basicamente, com votos vinculados a policiais – entre os quais, vê-se por sua ficha, era dos piores exemplos – e por muitos que, com ele, sentiram prazer mórbido com o vilipêndio à memória de uma mulher, negra e vereadora, executada friamente por pistoleiros.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Mídia e democracia: a farsa da Lava-Jato

O fascista Daniel Silveira sairá impune?

Triplo elogio aos partidos de oposição

Por João Guilherme Vargas Netto


No carnaval da pandemia a terça-feira foi magra e a quarta-feira de brasas.

Não bastassem a falta de vacinas, a ausência do auxílio emergencial, a retomada intempestiva e desorganizada das aulas, as aglomerações eufóricas e suicidas, um agente provocador – atual deputado federal – quis soprar as brasas e acender uma fogueira institucional.

Às suas agressões antidemocráticas houve a resposta unânime do STF e a denúncia da PGR e aguarda-se agora a votação na Câmara; escrevo esperando o desfecho.

Uma coisa é certa: se houver um acordo (que apesar de tudo deve ser buscado para não dar curso à provocação mal intencionada), se houver um acordo lesivo ao sentimento democrático ofendido, o pior de nossa sociedade – o bolsonarismo raiz – se encontrará fortalecido e nuvens pesadas continuarão se acumulando sobre a sociedade que assiste a tudo bestializada...

Deus morreu e agora tudo pode?

Por Lenio Luiz Streck, no site Consultor Jurídico:

O episódio da prisão do deputado Daniel Silveira coloca uma questão central para a democracia, na sua relação com a sua antítese: a ditadura. Ah: antes de falarem que "matei Deus", leiam até o final. A frase não é minha, se entendem a ironia.

Diz o deputado que estava sob o manto protetor da imunidade. Só que, em primeiro lugar, a finalidade da imunidade é proteger a democracia e não a de servir de escudo para destruí-la. Simples assim. E esse é mais um episódio, entre os tantos vários dos últimos tempos, de algo legítimo sendo usado para defender o seu contrário. Aqui, é a imunidade contrariando sua própria razão de existência.

O deputado claramente ameaça com o uso da violência contra o STF. Sistematicamente. Intermitentemente. Até mesmo na hora de sua prisão ele incita a violência. Ofende.

Jornalista “aponta” arma para comunistas

Por Rafael Duarte, no site Saiba Mais:

O bolsonarista e colunista do Jornal Tribuna do Norte Alex Medeiros divulgou uma postagem nas redes sociais em que sugere a seguidores apontarem uma arma para comunistas.

Na postagem, Medeiros publicou a imagem de uma pistola Glock 9 mm com a frase:

“Aponte para assaltantes e comunistas, não necessariamente nesta ordem”.

Alex Medeiros entrou para o time de colunistas da Tribuna do Norte após a guinada bolsonarista do veículo, atualmente dirigido pelo empresário e ex-presidente da Fiern Flávio Azevedo.

Após a postagem, várias internautas se manifestaram nas redes sociais criticando a mensagem e o jornalista, incluindo militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Rio Grande do Norte. Suplente de vereador em Natal, o estudante e ex-presidente da União Brasileira dos Estudantes Pedro Gorki cobrou uma posição do veículo e criticou a postagem:

A prisão do deputado bolsonarista

Auxílio emergencial e a chantagem neoliberal

As negociações coletivas na pandemia

A pandemia e o ataque à nação brasileira

A última aposta de Bolsonaro no golpe

A pressão pela cassação de Daniel Silveira

Por Altamiro Borges

Cresce a pressão para que o miliciano Daniel Silveira (PSL-RJ) seja exemplarmente punido pela Câmara Federal. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns (Comissão Arns), bastante plural em sua composição, divulgou nesta quarta-feira (17) uma nota exigindo a imediata punição do fascistoide.

"A Comissão Arns acompanha estarrecida o episódio da manifestação contrária às Instituições e ao Supremo Tribunal Federal (STF) feita pelo parlamentar Daniel Silveira (PSL-RJ), com ofensas ao STF e seus ministros e incentivo de violência contra eles, atitude em que é reincidente".