domingo, 6 de junho de 2021
O Brasil está longe da normalidade
Por Luis Manuel Fonseca Pires e Pedro Estevam Alves Pinto Serrano, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
O Brasil está longe da normalidade, disse o presidente da república Jair Bolsonaro em discurso a militares em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, na última quinta-feira dia 27 de maio. Não foi promessa nem vaticínio. Mas diagnóstico. O presidente acerta. Encontramo-nos em direção da consumação do estado de exceção. Faltou dizer que ele é o responsável porque esta situação decorre de sua agenda política de caos, destruição e morte. Há um nome em ciência política para este tipo de programa de governo: necropolítica. O regime de exceção – oposto à normalidade democrática que se anuncia na Constituição – é alimentado pelo conflito, a discórdia, o embate constante e sistemático contra inimigos que podem ser pessoas vivas ou mortas, ideias presentes ou passadas, instituições públicas ou privadas, nações estrangeiras ou cidadãos do próprio país: um adversário político, o meio ambiente, o STF, Leonardo de Caprio, a urna eletrônica, a CPI da Covid, a China. É preciso encontrar um inimigo e lançar-se contra ele. Sem inimigo(s) o estado de exceção não sobrevive.
Onde há fumaça há fogo
Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:
Há certo consenso entre os analistas políticos de que Bolsonaro, quando se vê encurralado, solta rolos de fumaça para turvar a visão do horizonte da verdade. Essa operação parece seguir o instinto do presidente, como um gesto imediato de raiva: imaturo, ressentido e grosseiro. No entanto, por trás da aparente espontaneidade, há uma astúcia da estupidez. As mensagens atingem diferentes públicos e acabam assumindo lugar de destaque no ecossistema de comunicação, dos jornalões às redes sociais.
Impunidade de Pazuello: risco à democracia
Editorial do site Vermelho:
O perdão ao ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello pelo Exército tem enorme gravidade. É um perigoso precedente. O episódio afronta a Constituição e o Regulamento Disciplinar do Exército quanto às restrições à participação política de militares, em particular o que se encontram na ativa. A impunidade foi criticada por três ex-ministros da Defesa (Aldo Rebelo, Celso Amorim e Raul Jungman) e por militares como Carlos Alberto dos Santos Cruz, o ex-ministro e general da reserva Sérgio Etchegoyen e o ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM), brigadeiro Sergio Ferolla.
O perdão ao ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello pelo Exército tem enorme gravidade. É um perigoso precedente. O episódio afronta a Constituição e o Regulamento Disciplinar do Exército quanto às restrições à participação política de militares, em particular o que se encontram na ativa. A impunidade foi criticada por três ex-ministros da Defesa (Aldo Rebelo, Celso Amorim e Raul Jungman) e por militares como Carlos Alberto dos Santos Cruz, o ex-ministro e general da reserva Sérgio Etchegoyen e o ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM), brigadeiro Sergio Ferolla.
A revanche dos militares
Por Moisés Mendes, no site Brasil-247:
Bolsonaro está ganhando de goleada.
Bolsonaro está ganhando de goleada.
Mandou mais de 10 generais embora do governo, quase todos humilhados pelos filhos dele, e não aconteceu nada.
Empurrou o vice Hamilton Mourão para uma função subalterna e perigosa no Conselho da Amazônia, sob o comando de Ricardo Salles e seus grileiros, e não acontece nada.
Dispensou o ministro da Defesa e os comandantes das três armas, porque não toparam levar adiante o blefe do golpe, e não aconteceu nada.
Diz e repete que é comandante supremo das Forças Armadas e se refere ao “meu Exército”, para imposição de um poder militar de governo, e não de Estado, e não acontece nada.
Empurrou o vice Hamilton Mourão para uma função subalterna e perigosa no Conselho da Amazônia, sob o comando de Ricardo Salles e seus grileiros, e não acontece nada.
Dispensou o ministro da Defesa e os comandantes das três armas, porque não toparam levar adiante o blefe do golpe, e não aconteceu nada.
Diz e repete que é comandante supremo das Forças Armadas e se refere ao “meu Exército”, para imposição de um poder militar de governo, e não de Estado, e não acontece nada.
O papel contemporâneo das Forças Armadas
Por Jeferson Miola, em seu blog:
1.
A escalada militarista no Brasil desperta enorme atenção mundial. Não bastasse o componente militar em si, muitos elementos presentes na dinâmica política brasileira têm parentesco com a emergência e a evolução do fascismo e do nazismo na Europa dos anos 1920 a 1945, assim como com a atual expansão da extrema-direita e do neofascismo em vários países.
É essencial estudar-se e entender-se o fenômeno brasileiro na sua complexidade. Ao lado disso, é importante também alargar-se o campo de análise com o objetivo de desvendar a eventual existência de fios de conexão entre o “caso brasileiro” e lógicas militaristas também presentes nas realidades de potências capitalistas centrais, como a Alemanha, França e EUA.
1.
A escalada militarista no Brasil desperta enorme atenção mundial. Não bastasse o componente militar em si, muitos elementos presentes na dinâmica política brasileira têm parentesco com a emergência e a evolução do fascismo e do nazismo na Europa dos anos 1920 a 1945, assim como com a atual expansão da extrema-direita e do neofascismo em vários países.
É essencial estudar-se e entender-se o fenômeno brasileiro na sua complexidade. Ao lado disso, é importante também alargar-se o campo de análise com o objetivo de desvendar a eventual existência de fios de conexão entre o “caso brasileiro” e lógicas militaristas também presentes nas realidades de potências capitalistas centrais, como a Alemanha, França e EUA.
"Copa Bolsonaro" está virando desastre
Por Fernando Brito, em seu blog:
É bom tomar muito cuidado ao meter a mão em uma cumbuca cheia de cobras, lagartos e de ratos como é o embrulho que se formou envolvendo o governo Bolsonaro a CBF, a seleção brasileira e outros envolvidos na “Cova” América, apelido que o torneio sul-americano tomou e colou.
É encrenca para todo lado e o risco de Jair Bolsonaro ter conseguido avacalhar também o futebol é muito grande.
Os atletas da Seleção que atuam na Europa, que são a maioria, não querem jogar. Os que atuam aqui, os acompanham, porque estão em meio ao Brasileirão, Libertadores e outros torneios.
Alegam cuidado sanitário, mas sabe-se que este é só um pretexto, porque estão irritados com Rogério Caboclo, presidente da CBF, na foto com Bolsonaro, pela maneira autoritária com que são tratados.
É bom tomar muito cuidado ao meter a mão em uma cumbuca cheia de cobras, lagartos e de ratos como é o embrulho que se formou envolvendo o governo Bolsonaro a CBF, a seleção brasileira e outros envolvidos na “Cova” América, apelido que o torneio sul-americano tomou e colou.
É encrenca para todo lado e o risco de Jair Bolsonaro ter conseguido avacalhar também o futebol é muito grande.
Os atletas da Seleção que atuam na Europa, que são a maioria, não querem jogar. Os que atuam aqui, os acompanham, porque estão em meio ao Brasileirão, Libertadores e outros torneios.
Alegam cuidado sanitário, mas sabe-se que este é só um pretexto, porque estão irritados com Rogério Caboclo, presidente da CBF, na foto com Bolsonaro, pela maneira autoritária com que são tratados.
sábado, 5 de junho de 2021
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