quarta-feira, 9 de junho de 2021

Amazonas, da conivência à violência

Foto: Reprodução/Manaus Alerta
Por Vanessa Grazziotin, no jornal Brasil de Fato:

No último domingo (6), Manaus e também alguns municípios do interior do Amazonas se transformaram, mais uma vez, em palco de ataques violentos. Ônibus, agências bancárias, logradouros públicos e até ambulância foram depredados e queimados.

As razões da violência, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, teria sido uma reação à morte de um traficante, conselheiro do Comando Vermelho, o CV.

Há tempos o Amazonas vive uma profunda insegurança pública, sem que o estado seja capaz de reverter o quadro e garantir uma maior tranquilidade ao conjunto de sua população.

Bolsonaro mente em tudo, mas e daí?

Por Fernando Brito, em seu blog:

Um dos mais importantes primeiros-ministros ingleses do século 19, Benjamin Disraeli, dizia que há “três espécies de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas”.

Jair Bolsonaro, um campeão nesta matéria, conseguiu reunir as três, ontem, com a história do “relatório do tal Tribunal de Contas da União” que mostraria não serem de Covid metade das mortes atribuídas à Covid.

Mentira, diriam os antigos, adrede preparada, porque suas redes virtuais já tinham pronto para ser disparado na internet, com a ajuda do R7, supostos trechos do suposto relatório que afirmava, sem maiores argumentos, que só 41% das mortes registradas como provocadas pela doença o eram de fato.

Depois de horas de amedrontamento, o TCU informou que não havia o relatório e muito menos qualquer conclusão ou especulação neste sentido.

A CPI e os flagrantes contra Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Na sexta-feira (4) a CPI da Covid-19 completou um mês do início dos depoimentos. Desde o primeiro deles, o do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, foi denunciada a existência de um “ministério paralelo”, utilizado para fundamentar as medidas contrárias às orientações da ciência tomadas por Bolsonaro, confirmada por vários depoimentos posteriores, inclusive da médica Nise Yamagushi, que tentou minimizar seu papel nefasto como cúmplice e talvez a principal referência contrária à ciência do governo.

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terça-feira, 8 de junho de 2021

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Pedro Castillo. Foto: Francisco Vigo/EFE
Por Renato Rovai, em seu blog:


O candidato outsider de esquerda Pedro Castillo deve se tornar o próximo presidente do Peru depois de uma apuração duríssima em que a virada só veio nos últimos 6% dos votos.

Deve não significa que será, porque essas últimas urnas reservam muitas emoções. Além do voto do interior mais distante, ainda há votos de peruanos que vivem no exterior, onde Keiko tem vantagem.

De qualquer forma, se a vitória vier ela será histórica. Inclusive porque Castillo não estava entre os favoritos até a reta final do primeiro turno.

A chance maior era de um segundo turno entre a extrema-direita, liderada por Keiko Fujimori, e uma candidatura liberal de direita.

Uma vitória de Castillo acabará se tornando uma poça de água no deserto. Mas é preciso analisar também a força do fujimorismo.

Militares: Nada de novo no front

Por Leandro Fortes, no Diário do Centro do Mundo:

Em 1975, o Exército aceitou e disseminou a informação que o jornalista Wladimir Herzog, assassinado sob tortura nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo, havia se suicidado. De joelho, como mostra a foto do inquérito policial militar, à época.

Apontado como subversivo pela ditadura militar, Herzog, funcionário da TV Cultura, se apresentou voluntariamente à unidade do Exército para dar esclarecimentos sobre sua atuação política. Submetido a choques elétricos e a um espancamento brutal, o jornalista morreu durante o interrogatório.

Em 1981, o Exército aceitou e disseminou a informação que dois militares, o capitão Wilson Dias Machado e o sargento Guilherme Pereira do Rosário, haviam sido vítimas de um ataque terrorista no Centro de Convenções do Riocentro, na Zona Oeste do Rio, onde milhares de pessoas estavam reunidas para um show comemorativo de Primeiro de Maio.

Brasil, uma democracia militarizada

Por Maud Chirio, no site Carta Maior:


Assim que o ex-capitão paraquedista Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República, em 1º de janeiro de 2019, a forte tendência militarista de seu governo não atraiu grande atenção dos observadores políticos.

Ela era menos inquietante do que a extrema radicalidade das propostas do então novo presidente, seus apelos à violência e o perfil ultraconservador de alguns dos seus ministros civis, como os críticos ao aquecimento global Ricardo Salles e Ernesto Araújo, respectivamente ministros do Meio Ambiente e das Relações Exteriores.

Este último, fiel trumpista e discípulo do pseudo-filósofo de extrema direita, Olavo de Carvalho, compõe o que os jornalistas chamam de “ala ideológica” do governo, a mais inclinada às teorias da conspiração, à ruptura com o ambiente internacional e à designação de inimigos dentro de uma chamada “guerra cultural” que os bolsonaristas pretendem travar.

Um deserto chamado Brasil?

Por Frei Betto, em seu site:


A data de 5 de junho comemora o Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente. O que celebrar em nosso país se, em 2019, foram desmatados no Brasil 1.218.708 hectares (12.187 km²), sendo que 63% na Amazônia, segundo o Relatório Anual do Desmatamento do MapBiomas 2020.

É considerado desmatamento a supressão total ou quase total da vegetação nativa. Portanto, o conceito não inclui derrubada de árvores isoladas ou queimadas para aberturas de roças.

A Amazônia Legal perdeu 64 km² de área de florestas entre março de 2020 e março de 2021 – aumento de 156%. Principais causas: impunidade aos crimes ambientais, abertura de pastos, extração de madeira, mineração, garimpo e grilagem ilegais em terras do poder público.

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