Por Altamiro Borges
A recessão brasileira já é assunto na imprensa internacional. O britânico Financial Times estampou na quinta-feira (2) que o "Brasil entra em recessão e a inflação aperta a economia". O jornal explica que "a contração foi causada principalmente por queda de 8% na agricultura e de 9,8% na exportação de bens e serviços... A indústria se manteve estagnada".
Já a agência ianque de notícias Bloomberg, dedicada aos abutres financeiros mundiais, destaca: "Economia do Brasil entra em recessão pelo segundo ano consecutivo". O artigo aponta que "o amplo setor agrícola do Brasil caiu 8% no trimestre, enquanto a indústria ficou estável". O texto também prevê "desafios crescentes" no próximo período:
sábado, 4 de dezembro de 2021
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
Um show de hipocrisia de André Mendonça
Charge: Zé Dassilva |
O novo ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, aprovado em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e em seguida no plenário da Casa, é um hipócrita. Não é apenas despreparado para a função, o que retiraria sua candidatura da primeira exigência legal, pela ausência de notório saber jurídico. Nem somente fraco moralmente pela genuflexão ao presidente que o indicou e aos líderes de sua fé. Ou mesmo um reles mentiroso. Há uma progressão em matéria de fuga à verdade no magistrado genuinamente evangélico.
O espólio do Bolsonaro ainda vivo
Por Fernando Brito, em seu blog:
As elites brasileiras, no seu mundinho particular, dão como “morto” Jair Bolsonaro e entregam-se, avidamente, do que julgam ser seu espólio.
Bolsonaro, é verdade, está em desagregação. Mas longe, infelizmente, de ser dado como extinto.
Sua tática de radicalização continuada, em uso até o frustrado 7 de Setembro, foi trocada por outra, da qual não se pode, até agora, medir se terá a eficácia da primeira experiência de auxílio emergencial.
É provável que nem tanto, porque o alcance e o valor serão bem menores. Mas também é certo que produzirá algum efeito, mas numa área em que nossas elites não andam e, olhando de longe, julgam que vota “pelo dinheiro”, como achava que ocorria com o Bolsa Família.
Bolsonaro, é verdade, está em desagregação. Mas longe, infelizmente, de ser dado como extinto.
Sua tática de radicalização continuada, em uso até o frustrado 7 de Setembro, foi trocada por outra, da qual não se pode, até agora, medir se terá a eficácia da primeira experiência de auxílio emergencial.
É provável que nem tanto, porque o alcance e o valor serão bem menores. Mas também é certo que produzirá algum efeito, mas numa área em que nossas elites não andam e, olhando de longe, julgam que vota “pelo dinheiro”, como achava que ocorria com o Bolsa Família.
Lula no Podpah derrota Bolsonaro nas redes
Foto: Ricardo Stuckert |
Era uma vez um tempo em que o mundo político dava grande importância a opinião de meia dúzia de colunistas de jornal.
Foi nesse mundo que Lula se elegeu em 2002, e as crises que teve de administrar em seus dois governos foram exercícios complexos de relações públicas com essa mídia tradicional.
Aí nasceu a internet, e o poder da mídia como “influencer” no mercado político começou a declinar rapidamente.
A Lava Jato foi o canto do cisne da grande mídia brasileira. A parceria criminosa entre o Estado jurídico-policial e setores reacionários do jornalismo comercial produziu uma verdadeira catástrofe econômica e política que, por sua vez, deu a luz Bolsonaro.
Chapa Lula-Alckmin muda tabuleiro
Foto: Ricardo Stuckert |
O último mês do terrível ano de 2021 começa com o quadro político quase definido para 2022.
João Dória ganhou o braço de ferro no PSDB, e por estreita margem será o candidato de um partido decadente. Dória tem a máquina de São Paulo, muito dinheiro e guarda alguma simpatia em setores tradicionais da elite paulista.
Sérgio Moro ocupou todos os espaços que a mídia tradicional generosamente lhe concedeu: é o candidato da Globo e de fatias importantes do mercado financeiro, além de agregar aqueles militares que sonham com um bolsonarismo sem Bolsonaro.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
Senado aprova evangélico terrível para o STF
Charge: Aroeira |
Com 47 votos a favor e 32 contrários, o Senado aprovou nesta quarta-feira (1) a indicação do "evangélico terrível" André Mendonça – um serviçal de Jair Bolsonaro – para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Na teatral sabatina, o novo ministro, que até fez implante de cabelos, defendeu o Estado laico e o casamento gay, fingindo se contrapor aos dogmas dos mercadores da fé e do fascista no poder. Após a apertada vitória, porém, ele festejou o "salto para os evangélicos".
Mais arrocho em cima do arrocho
Charge: Crisvector |
Não é segredo para quase mais ninguém o quão criminosa tem se revelado a cada semana, cada mês, cada ano que passa, a política econômica levada a cabo pelo superministro da economia Paulo Guedes. Desde antes mesmo do início do mandato do ex-capitão, o banqueiro sempre se primou por implementar, enquanto política de governo, as propostas que atendessem de forma plena e satisfatória prioritariamente aos interesses do financismo.
Desemprego e números paquidérmicos
Charge: Fraga |
O Brasil é um país imenso com uma população enorme. Mas suas estatísticas não precisavam ser tão desconjuntadas e tão remexidas.
Basta citar os números do desemprego e assemelhados (mesmo e principalmente aqueles manipulados escandalosamente) para verificar o quanto a brutal situação perde a urgência de seu enfrentamento e superação exatamente porque...eles são aterradores.
O professor Waldir Quadros, persistente e criterioso analista, resume suas pesquisas com a feroz afirmação de que 43 milhões de brasileiros não têm renda decorrente do trabalho. Mesmo que se descontem os aposentados, como conseguem sobreviver os milhões restantes?
O “salto para os evangélicos” e a democracia
Na sabatina no Senado, o tremendamente hipócrita André Mendonça disse que “na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição”.
Ele ostentava implante de cabelo. Talvez para desviar a atenção e camuflar seu real caráter de agente extremista de direita.
Bastaram, contudo, poucos minutos para Mendonça despir-se da fantasia ensaiada com mídia trainers e usada na pantomima na comissão de constituição e justiça do senado [em minúsculo].
Nos corredores do senado, cercado de familiares e evangélicos parlamentares, um Mendonça “genuinamente evangélico”, como se autodefiniu perante o colegiado, fez seu primeiro pronunciamento como ministro da Suprema Corte como se estivesse pregando na igreja presbiteriana Esperança, na Asa Sul, em Brasília, onde é um reconhecido pastor fundamentalista.
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