segunda-feira, 14 de março de 2022

A mídia, a Ucrânia e a guerra de narrativas

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Passados quatro dias do bombardeio do prédio onde funcionava um hospital materno-infantil na cidade de Mariupol, no sul da Ucrânia, prossegue a guerra de versões. Enquanto isso, a verdade – a vítima imediata de toda guerra – continua agonizando.

O bombardeio de um hospital é um crime de guerra e contra a humanidade. É causa suficiente para levar seus mandantes e executores ao banco dos réus do Tribunal Penal Internacional e das Cortes e Tribunais internacionais de direitos humanos.

Para que os autores possam ser denunciados é indispensável, entretanto, haver uma denúncia bem documentada e bem fundamentada. É preciso documentar e registrar imagens, colher depoimentos e testemunhos, identificar e catalogar as pessoas feridas, vítimas fatais etc.

MBL se desfaz e encerra ciclo de 2016

Rússia x Ucrânia: como chegamos a guerra?

A posição chinesa sobre conflito na Ucrânia

Brasil tem a terceira pior inflação do G-20

Gasolina mais cara: guerra ou Petrobras?

Mundo do trabalho e desafios do sindicalismo

domingo, 13 de março de 2022

Pastor Everaldo subirá no palanque de Moro?

Charge: Aroeira
Por Altamiro Borges

Os últimos dias foram traumáticos para Sergio Moro, o herói da mídia udenista que ainda sonha com o ex-juizeco como o candidato viável da congestionada terceira via. E não foi só em decorrência do baque ocasionado pelo áudio asqueroso do deputado sexista Arthur do Val, o Mamãe Falei do MBL – que detonou de vez o palanque do Podemos em São Paulo.

Na mesma semana, o site Metrópoles revelou que o "partido de Sergio Moro tenta aliança com o PSC, presidido pelo Pastor Everaldo, preso pela Lava-Jato em 2020". A união preocupa o marreco de Maringá, mas ele não tem o que fazer. “Ligado aos evangélicos, o PSC é uma das poucas legendas de centro direita dispostas a apoiar Moro em vez de Jair Bolsonaro”, explica o site.

Quatro presidenciáveis já desistiram da briga

Charge: Duke
Por Altamiro Borges

Somente na semana passada, dois presidenciáveis desistiram da briga – o que confirma a dificuldade da tal “terceira via”. Em comunicado publicado no sábado (12), o senador Alessandro Vieira, de Sergipe, anunciou que deixará o seu atual partido, o Cidadania, no qual era pré-candidato à presidência da República e estava com traço nas pesquisas.

“Ingressei no Cidadania em dezembro de 2018, em um contexto de renovação política e modernização partidária... A manutenção de Roberto Freire como presidente [da sigla], condição que ostentará por 34 anos, levam à conclusão de que é absolutamente inviável a minha permanência no Cidadania”, justificou em uma estranha nota.

Globo boicota a Rússia. Ingressará na Otan?

Por Altamiro Borges

Circula nas redes sociais a piadinha de que a Rede Globo ingressará na Otan, o braço armado dos EUA na Europa, antes mesmo da Ucrânia sob a presidência do neofascista Volodymyr Zelensky. A cobertura da emissora parece a de uma sucursal rastaquera do império. Agora, a Folha informa que a "Globo boicota Rússia e deixa de exportar novelas por causa da guerra". Haja complexo de vira-lata!

Segundo a nota, "na trilha das empresas de entretenimento que se retiraram da Rússia ou interromperam negócios com o país de Vladimir Putin em sinal de protesto à guerra, a Globo decidiu suspender novos licenciamentos de produções russas para possíveis importações rumo aos seus canais de TV e streaming".

Quem é Gabriel Boric, presidente do Chile

Guerra é um grande negócio para os EUA

Cenário de 2018 não se repete nem como farsa

Charge: Zepa
Por Moisés Mendes, em seu blog:

São fantasiosas as especulações em torno da hipótese de que Bolsonaro possa se manter com o apoio de um terço da população e chegar ao segundo turno contra Lula nas mesmas condições de 2018.

E aí, informam os formuladores desses delírios, tudo poderia acontecer. É a ‘análise’ que mais circula hoje, porque adivinhos do bolsonarismo vivem de adivinhar.

Mas tudo hoje é diferente. Bolsonaro enfrentou Fernando Haddad em 2018. A vice de Haddad era Manuela D’Ávila. As esquerdas conseguiram cometer o atrevimento de juntar dois nomes de esquerda numa tentativa de vencer a eleição sem Lula.

O PT, com Lula preso, chamou uma vice do PCdoB para a chapa, para atrair mulheres e jovens e quem estivesse mais à esquerda, para enfim rejuvenescer e ganhar vitalidade. E deu no que deu: Haddad e Manuela lutaram bravamente e não perderam feio. E teve a facada.

Uma federação com Lula e contra Bolsonaro

Foto: Ricardo Stuckert
Editorial do site Vermelho:

Nasceu a primeira federação partidária da esquerda brasileira. Na noite de quarta-feira (9), PT, PCdoB e PV anunciaram que vão se federar formalmente, criando um importante polo para as disputas políticas e eleitorais dos próximos quatro anos. Outras legendas ainda podem se somar à iniciativa.

É grande, em especial, a expectativa de que o PSB se integre ao bloco. Além de ter sediado a reunião entre os quatro partidos – que culminou no anúncio da federação –, o PSB já declarou que seu objetivo central em 2022 é o mesmo: derrotar Jair Bolsonaro (PL) e garantir a vitória, nas eleições de outubro, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que concorrerá a um terceiro mandato no Planalto.

90 anos do voto feminino no Brasil

Foto: Reprodução
Por Cida Pedrosa, no jornal Brasil de Fato:

Há 90 anos, em 1932, as mulheres brasileiras davam um grande passo na luta pelo exercício da cidadania plena: o voto. Essa conquista não foi apenas fruto de um decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas. Na verdade, ela resultou de muita pressão e mobilização de sufragistas que buscavam a igualdade de direitos políticos no país.

Aliás, se não tivesse havido pressão do movimento feminista, o Código Eleitoral teria sido aprovado com o direito de ir às urnas assegurado somente a mulheres viúvas e solteiras com renda própria e casadas com autorização dos maridos.

A histeria assassina do Facebook

Por Fernando Brito, em seu blog:

Não é só de coisas bizarras, tão idiotas quanto inofensivas, que vive a histeria russofóbica nestes dias, como a do restaurante paulista que “proibiu” o pobre estrogonofe de figurar no cardápio, por ser de origem russa e, quem sabe, o champignon fosse defensor de Vladimir Putin.

Há coisas criminosas, como o que foi exposto pela agência Reuters, contidas em e-mail interno da Meta – novo nome da empresa de Mark Zuckerberg que controla Facebook, Instagram e WhatsApp – liberando para países do Leste Europeu e da Ásia “campanhas de ódio” e de assassinato (deste que não contivessem local, data e meio da morte – contra qualquer militar russo e, ainda, permitindo elogios ao Batalhão Azov, um grupo neonazista incorporado ao Exército da Ucrânia, desde que dirigidos para sua atuação na guerra.

Azov: A milícia neonazista da Ucrânia

Batalhão Azov. Foto: Sergei Supinsky/AFP
Por Jair de Souza

Com o acirramento do conflito armado na Ucrânia, a população civil de vários lugares da região leste do país está sofrendo as agruras da guerra sem encontrar meios para evadir.

Parece que as forças russas que ingressaram no território ucraniano não estão dispostas a se retirar sem antes exterminar aqueles que elas consideram os principais responsáveis pela perseguição atroz desfechada contra as comunidades de etnia majoritariamente russa daquela região.

Nomeadamente, está mais do que evidente que os russos não pretendem recuar ou entrar em um cessar-fogo sem que as tropas do conhecido Batalhão Azov tenham sido completamente aniquiladas.

Um vento de esperança no Chile

Gabriel Boric
Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:


Gabriel Boric (se pronuncia “Borich”) tornou-se muito mais que o mais jovem presidente (36 anos) a assumir a presidência do Chile: tornou-se um imenso lago andino de esperança.

Ele certamente sabe a dimensão do peso que foi posto sobre seus ombros nesta sexta-feira.

Sabe que os olhos de boa parte do mundo, especialmente da América Latina, estão atentos a cada gesto seu a partir deste momento.

Sabe também que concentra as atenções não apenas de seus eleitores, mas de tudo aquilo que significa poder – poder político, econômico, de apoio ou de oposição, e até mesmo o poder de impor obstáculos.

Impossível, embora injusto, não traçar um paralelo entre Boric e Salvador Allende, que morreu durante o golpe sangrento do sanguinário general Pinochet em 11 de setembro de 1973. Aquele foi outro vendaval de esperança, mas que teve um final trágico.

A guerra e o fim da hegemonia anglo-saxã

Charge: Menekşe Çam
Por Roberto Amaral, em seu blog:

"Ninguém cede poder por boa vontade. Olhando para a história, mudança na ordem mundial é um processo multifacetário, alongado, com lances imprevisíveis e necessariamente sangrento. A mudança não será pacífica. Hegemonia internacional rima com hecatombe. O sangue correrá em proporções inimagináveis". Doze Perguntas - Manuel Domingos Neto (05.03.2022)

A guerra da Ucrânia ainda não é o armagedom do Ocidente, mas pode chegar até lá, porque a batalha real, que se trava em todos os quadrantes do planeta, diz respeito à disputa da nova ordem mundial, anunciada pelo encontro da emergência da China com a decadência dos EUA. Essa guerra, global, estratégica, permanente, já se opera em todos os níveis, no plano econômico tanto quanto no plano político, no plano diplomático tanto quanto nas esferas ideológica e comunicacional. (A propósito, a cobertura oferecida pela Rede Globo revela seu extremo engajamento, ou seja, uma extremada parcialidade. Não se trata, porém, de fato isolado. Ela segue o padrão dominante da mídia internacional, que copia a linha editorial do The New York Times). A novidade nessa guerra, é o ensaio bélico levado a cabo na Ucrânia, que cobrará imprevisível rol de vidas humanas perdidas. Pode ser o preludio do choque inevitável que os deuses do Olimpo intentam adiar, enquanto os guerreiros aqui na Terra afiam suas adagas.