domingo, 20 de março de 2022

Como aprender a odiar os russos

Charge: Jota Camelo
Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Odiar não exige nem prática nem habilidade. Odiar é fácil. Não cobra esforço intelectual – pelo contrário, pensar pode atrapalhar o bom curso do ódio. Basta portar-se como uma esponja absorvendo todo o ódio que nos é ofertado. O ódio da moda é dos russos. Quem odeia outra coisa, odeia errado.

Temos excelentes professores desta disciplina que, aliás, não exige disciplina nenhuma. Parte das plataformas de mídia dos Estados Unidos – agências noticiosas, jornais, TV, filmes, rádios, livros, quadrinhos, sites – o melhor ódio encontrável no mercado. Dali esparrama-se pelo planeta. Não há quem explore melhor este filão, fazendo-nos mostrar a pior parte de nós mesmos.

Atingiu um grau de excelência graças ao fato de que cedo madrugou no ódio. Começou adestrando o público interno mas logo ganhou o mundo.

Petrobras, “vaca leiteira” dos mercados?

Charge: reprodução da Internet
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:


Sob o capitalismo, as duas lógicas de ferro para qualquer agente econômico são competir e acumular. Em sua fase neoliberal, o sistema tornou ainda mais obsessiva a luta por estes objetivos. Por isso, as políticas impostas à Petrobras pelos dirigentes que a controlam desde 2016 parecem, à primeira vista, tão incongruentes. No texto de abertura desta série, vimos que o PPI – Preço de Paridade de Importação adotado pela estatal – está servindo para favorecer seus concorrentes. A Petrobras tem plenas condições (estrutura e conhecimento tecnológico) para refinar o petróleo e produzir 100% dos derivados de que o Brasil necessita. Mas, ao elevar artificialmente os preços finais no varejo, cria vantagens econômicas para que empresas multinacionais importem os combustíveis, vendam-nos com lucro e abocanhem fatias cada vez maiores do mercado interno.

Informalidade cresce 20% e renda despenca

Reprodução: Sindicato dos Bancários da Bahia
Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

A taxa de desemprego no país foi a 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, menos do que em outubro (12,1%) e do que há um ano (14,5%). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, divulgada nesta sexta-feira (18), o número de desempregados é estimado em 12,048 milhões, queda de 6,6% no trimestre e de 18,3% em um ano. Mas, em boa medida, isso se deve ao crescimento das ocupações informais e, em consequência, à queda expressiva da renda: o trabalhador perde quase 10% em um ano.

Falta pegar quem financia a milícia digital?

Charge: Mário
Por Moisés Mendes, em seu blog:

O Telegram está fora do ar, mas os grandes financiadores da produção e disseminação de mensagens com mentiras, difamações e conspirações continuam soltos e à vontade. A estrutura das milícias digitais está viva e impune.

Alexandre de Moraes faz bom serviço ao encurralar e amordaçar Allan dos Santos, ao acabar no Brasil com uma das plataformas em que essa turma se movimenta e ao avisar que vai seguir em frente.

Corta um pedaço das pernas dos que se movem em pântanos, desorienta os milicianos operadores de redes de fake news, mas ainda falta chegar a quem sustenta o sistema.

O imperialismo e o domínio da narrativa

Charge: Geuvar
Por Jair de Souza

Com os choques armados rolando soltos na Ucrânia neste preciso momento, temos uma boa oportunidade de verificar como se expressam na prática aquelas teorias linguísticas que debatíamos em nossos tempos de estudos acadêmicos.

Para alguém com algum embasamento em análise crítica do discurso, chegou a ocasião de confrontar as teorias e proposições tantas vezes estudadas em livros e artigos com aquilo que estamos vivenciando na realidade.

Para começar, quero deixar patente que está se comprovando muito válida aquela tese que costumávamos encontrar nos escritos do linguista holandês Teun Van Dijk de que a linguagem dos meios de comunicação refletem, em última instância, a base ideológica de quem a sustenta. Em outras palavras, não se pode esperar neutralidade de seres humanos quando abordam confrontações entre os próprios seres humanos. Somente estamos em condições de manter neutralidade e isenção em questões onde não existam interesses sociais em jogo.

sábado, 19 de março de 2022

Mundo de incertezas e papel do sindicalismo

O cerco se fecha contra o Telegram no Brasil

Ucrânia: a expansão da Otan e as sanções

Mamãe Falei e a misoginia no Brasil

Alckmin no PSB é oficial

Polícia do Rio sabe quem matou Marielle

Juros e inflação podem travar Bolsonaro

Os impactos políticos da chapa Lula-Alckmin

Educação, exclusão e suas superações

Pacote eleitoreiro liga alerta na oposição

O incrível otimismo de Paulo Guedes

sexta-feira, 18 de março de 2022

O cerco se fecha contra o Telegram

Por Altamiro Borges

Em decisão divulgada nesta sexta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram no Brasil. O magistrado atendeu a um pedido da própria Polícia Federal. Em sua sentença, ele ordenou que as plataformas digitais e os provedores de internet adotem medidas imediatas para inviabilizar o funcionamento do aplicativo em todo o território nacional.

Aumento dos juros agrava crise econômica

Charge: Lute
Por Altamiro Borges


Na quarta-feira (16), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a aumentar a taxa básica de juros. Foi a nona alta consecutiva da Selic, o que repercutiu fortemente nas manchetes dos jornalões no dia seguinte, confirmando o agravamento da situação econômica brasileira. Folha: “BC sobe juros para 11,75% e taxa atinge ápice em 5 anos”. Estadão: “BC eleva juro a 11,75% e indica mais altas para conter inflação”. O Globo: “BC eleva juros a 11,75%, patamar mais alto em 5 anos”. Valor: “BC eleva juros e prevê Selic a 12,75% em maio”.

O bolsonarista Daniel Silveira será cassado?

O “pacote de maldades” de Bolsonaro

Charge: Gruet/França
Editorial do site Vermelho:

Para quem ainda questiona o fiasco da política econômica do Brasil sob o governo Jair Bolsonaro – e sob o receituário ultraliberal de Paulo Guedes –, a semana que se encerra foi farta de notícias emblemáticas. A cada informe do Banco Central (BC), crescia essa sensação de absoluta fragilidade econômica do País.

Na segunda-feira (14), saiu a nova edição do Boletim Focus, o relatório semanal elaborado pelo BC com base nas projeções do mercado financeiro. E os agentes do rentismo, sob o impacto do último reajuste abusivo dos combustíveis pela Petrobras, como a alta de 24,9% do diesel, foram unânimes: em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do Brasil) deve ficar acima do previsto. Em uma semana, a média das previsões saltou de 5,65% para 6,45%.