quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Bolsonaro usa Jovem Klan para atacar a Globo

Pesquisas trazem quadro eleitoral consolidado

Establishment quer Lula domesticado

Foto: Ricardo Stuckert
Por Helena Chagas, no site Brasil-247:


Candidatos com 2% nas pesquisas não são alvo de ninguém, e daí a lógica de Simone Tebet - uma senadora articulada - ter, em tese, "ganhado" o debate Band-TVCultura.

Pela mesma razão, Ciro Gomes (7%), talvez o mais experiente frequentador de debates da política brasileira nos últimos anos, também foi pouco atacado e saiu-se bem.

Num quadro em que Lula lidera com 12 pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro (44% x 32%), segundo o IPEC, e ambos estão muito à frente dos demais, não parece haver possibilidade de qualquer mexida da chamada terceira via alterar o quadro da eleição.

A boa performance de Tebet e Ciro no debate, e sua oscilação positiva nas pesquisas, porém, provocou uma inaudita onda de entusiasmo no establishment, inclusive em setores da mídia.

Lula foi o grande vencedor do debate na Band

Manaus, 31/8/22. Foto: Ricardo Stuckert
Por Miguel do Rosário, na revista Fórum:

Inicio pela conclusão: o grande vencedor do debate na Band foi Luiz Inácio Lula da Silva.

Deixo para explicar isso após analisar o desempenho dos outros candidatos.

O grande perdedor, por sua vez, foi Bolsonaro. Também falo mais de Bolsonaro logo abaixo.

Simone Tebet teve um bom desempenho porque bateu de frente contra Bolsonaro. Foi a heroína que enfrentou o vilão. Ganhou pontos e saiu muito maior do debate. Mas, objetivamente, não ganhou votos. Sua obsessão por bandeiras liberais causam estranheza, afastam o eleitor. E ali não era o lugar para esse tipo de proselitismo econômico.

Pobres percebem manobra do bobo do Centrão

Charge: Ykenga
Por Moisés Mendes, em seu blog:

É complicada a situação de Bolsonaro com a reação dos pobres à demagogia do Auxílio Brasil.

A maioria dos beneficiados pelos R$ 600 se deu conta de que o dinheiro só foi liberado pelo medo que o bobo do Centrão tem de Lula.

É o que mostram as pesquisas. É hoje a melhor notícia da realidade brasileira. Pobres e miseráveis, que Bolsonaro abandonou, sabem que o socorro é uma farsa eleitoreira.

Os pobres dão uma lição de cidadania à classe média e aos ricos que se apegaram ao bolsonarismo para enfrentar Lula (e os pobres) a qualquer custo.

Debate, ringue ou picadeiro?

Charge: Gilmar
Por Cristina Serra, em seu blog:


A temporada de debates com os candidatos a presidente mal começou e já produziu um dos momentos mais infames da história das campanhas eleitorais no Brasil. Inadmissível a brutalidade com que Bolsonaro reagiu a uma pergunta da jornalista Vera Magalhães sobre vacinas.

Como este é um dos flancos de maior vulnerabilidade do candidato, ele se descontrolou e mostrou quem verdadeiramente é: um depredador da imprensa, da democracia e dos direitos das mulheres, além de mentiroso serial.

Diante da violência verbal do presidente (também contra a senadora Simone Tebet, do MDB), foi perturbadora a falta de reação do pool de empresas jornalísticas, anfitriãs do encontro televisivo. Bolsonaro deveria ter sido repreendido imediatamente. Mas o roteiro seguiu inalterado, a não ser pela solidariedade à jornalista por parte de alguns candidatos.

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Livros, mídia e política

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Bolsonaro bloqueia 94 jornalistas no Twitter

Charge: Amorim
Por Altamiro Borges

Nos eventos mais recentes da sua cavalgada pela reeleição, Jair Bolsonaro tem bravateado que defende a “liberdade de expressão”, contrapondo-se aos “ditadores da toga” e da mídia que tentam cercear os seus seguidores – como os empresários flagrados pregando golpe em um grupo de WhatsApp ou o deputado-miliciano Daniel Silveira (PL-RJ).

A bravata, porém, serve apenas para enganar otários. O fascista é um inimigo declarado da verdadeira liberdade de expressão. Ele ama a ditadura, as torturas e a morte. Os relatórios anuais da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) comprovam que ele estimula a violência contra os jornalistas – em especial contra as mulheres jornalistas.

Violência no campo dispara com Bolsonaro

Ilustração: Samuel Bono/Repórter Brasil
Por Altamiro Borges

Com Jair Bolsonaro e sua necropolítica, a violência no campo cresceu de forma assustadora. Estudo da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado nesta semana aponta que o número de conflitos na zona rural nos últimos três anos disparou: foram 4.214, alta de 11,5% em relação aos três anos anteriores, com um saldo de 109 mortes.

No ano passado, foram registrados 1.768 casos, com destaque para os estados de Minas Gerais, Pará, Maranhão e Bahia. No total, 35 pessoas foram assassinadas – 29 na Amazônia. A região virou o epicentro da violência devido ao avanço das fronteiras agrícolas e do garimpo ilegal, que vitimam principalmente os povos indígenas e quilombolas.

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