Ataque de Israel a escola al-Tabin em Gaza. Foto: Mahmoud Issa/Reuters |
A história - consabidamente algo muito distinto das coleções de datas e biografias - se não define o futuro, nem o antecipa, ajuda-nos a compreender o presente, ensejando as condições necessárias para a intervenção na realidade. É quando assumimos o papel de sujeito-histórico. Como considerar a chamada primeira guerra mundial sem ter presente o conflito de hegemonia que opunha o expansionismo da Alemanha industrializada ao Ocidente europeu, ainda dependente de suas fontes coloniais? A segunda guerra mundial é curialmente citada como herança mal resolvida do conflito 1914-1919, por seu turno um desdobramento de seguidos confrontos, comerciais, políticos e bélicos, entre as potências europeias, senhoras de baraço e cutelo do mundo de então. Travava-se, naquele teatro, como se travaria em 1939, como se trava nos dias presentes, uma disputa de vida ou morte em torno da hegemonia mundial. E a história não conhece uma só hipótese de resolução desse impasse sem o apelo ao embate armado. A guerra, nunca será demais repetir, é a continuação, por outros meios, da política (Clausewitz), e quase sempre se segue ao fracasso das negociações. Exemplo é oferecido pela paz de Versalles: fruto da guerra, imporia uma outra, ainda mais violenta, para consertá-la.