sábado, 19 de dezembro de 2015

“Profissão Repórter” é alvo dos fascistas

Por Altamiro Borges

Na última terça-feira (15), o programa “Profissão Repórter”, comandado pelo jornalista Caco Barcelos, exibiu uma excelente reportagem sobre a onda de ódio e preconceito que contagia o país. Entre outras graves denúncias, ele destacou o drama vivido pela blogueira cearense Lola Aronovich, que desde 2011 recebe ameaças de morte por seu ativismo feminista. Também registrou as provocações contra a Marcha Nacional das Mulheres Negras, realizada em novembro, que foi atacada com bombas e disparos de tiros por fanáticos que estavam acampados em Brasília exigindo o impeachment de Dilma. O programa foi exibido na TV Globo, uma das principais culpadas pelo clima de intolerância no país, e gerou ataques na internet aos jornalistas do “Profissão Repórter”.

Conforme registrou o site de entretenimento F5, da Folha, o fascista Marcelo Mello – condenado em 2013 por manter uma página na internet com mensagens contra nordestinos, negros, judeus, mulheres e homossexuais – não perdoou o repórter Guilherme Belarmino pela tentativa de entrevista-lo. “No programa, ele é filmado partindo para cima da equipe de reportagem e, desde o episódio, tem se manifestado em sua conta no Twitter, escrevendo sobre ‘desovar esses tipos’ e dar ‘muita porrada’ em Belarmino. ‘Eu jamais daria uma banana para @guibelar, não sou racista, eu daria é muita porrada mesmo’, ameaçou Mello via rede social. ‘Lá na cadeia eu fiquei com uns ex-pms que lidavam direto com estes tipos como o @guibelar. É só desovar que não dá nada’, escreveu”.

Diante das ameaças racistas, o repórter reagiu indignado. “’Já imaginava que podia acontecer por conta desse histórico. Já fui um pouco preparado, mas foi um choque, como sempre é’, disse Belarmino ao F5. ‘Já tinha sido intimidado como jornalista, mas até então nunca havia sido atacado diretamente por ser negro’. Após o programa ser exibido, mensagens postadas por Mello e outros participantes do fórum falavam sobre ‘estourar o crânio’ do repórter e botá-lo na cova. Também há comentários sobre a repórter Valéria Almeida, parte da equipe do ‘Profissão Repórter’, mas que não participava deste episódio. ‘Agora é moda incluir uma crioula com esse cabelo de Ninho de Mafagafos em tudo quanto é lugar’, diz um dos posts”.

O respeitado Caco Barcelos, que costuma dar aulas de jornalismo no programa “Profissão Repórter”, já anunciou que abrirá processo contra os agressores da sua equipe. Guilherme Belarmino também informou nas redes sociais que levará o caso à Justiça e agradeceu as mensagens de solidariedade dos internautas. Ele ainda relembrou os ataques racistas sofridos por outros colegas da TV Globo, como a apresentadora Maju Coutinho e as atrizes Taís Araújo e Cris Vianna. O fascista Marcelo Mello até já pegou uns dias de cadeia em decorrência de uma operação da Polícia Federal contra as mensagens de ódio na internet. Hoje, porém, ele está livre e solto. Já outros fanáticos envenenam a internet com as suas ameaças terroristas, principalmente contra a presidenta Dilma.

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Em tempo-1: Na semana passada, o Ministério Público de São Paulo recolheu computadores e ouviu alguns suspeitos pelos ataques racistas contra a jornalista e apresentadora da previsão do tempo do ‘Jornal Nacional’, Maria Julia Coutinho, a Maju. Até agora, a Justiça já determinou 25 mandados de busca e apreensão em oito Estados: São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco, Ceará e Amazonas. “Não, meu grupo não [fez os ataques racistas], agora, o grupo que publicou, eu sei quem foi, e eu vou falar. Lógico, não vou segurar o rojão de ninguém", afirmou um dos investigados. Ele tem 21 anos, mora na zona norte de São Paulo e teve o computador apreendido. Há indícios de que vários racistas deverão ser presos nas próximas semanas.

Em tempo-2: Bem que o poderoso diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, poderia aproveitar esta deprimente onda de ataques contra os profissionais da emissora para fazer uma autocrítica do seu livro “Não somos racistas”. Ajudaria a limpar a imagem do império global como um dos principais incentivadores do racismo no Brasil.


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1 comentários:

Anônimo disse...

Há os que são reconhecidos pelos seus talentos: inteligência, seriedade, simpatia, solidariedade, abnegação, etc. Há também aqueles que não possuem nenhum bom atributo, mas também querem seu lugar no hall da fama. Esse postam na internet seu comentários racistas, bestiais, culto ao ódio, etc.