sábado, 18 de maio de 2013

Helena Chagas e o papel da mídia

Por Antônio Mello, em seu blog:



Quando li essa manchete no Portal EBC, levei um susto e fiquei perguntando ao meu zíper (não aos botões, porque a manchete me acertou bem ali, na altura da calça onde fica o zíper):

- A que imprensa se refere nossa ministra da Secom, a poderosa Secretaria de Comunicação do governo, que distribui as verbas de propaganda que enriquecem e alimentam a "grande mídia independente" (Globo, Abril, Folha, Estadão), que atacam, manipulam, distorcem, torturam as notícias, para atacar o governo?

Será que quem colabora para a consolidação da democracia em nosso país é o Globo, atual Organizações Globo, que desde o primeiro momento saudou o golpe militar de 64, com suas co-irmãs citadas acima?

Será que é a Rede Globo, que foi criada ilegalmente com verba do grupo Time-Life, que comprou a TV Globo de SP com documentos forjados, que luta, desde a fundação do jornal O Globo, contra todos os governos populares que existiram e existem no Brasil?

O Globo que fez a campanha contra Getúlio, contra Brizola, contra os Cieps, e a favor da eleição de Collor, da remoção de favelas, da ocupação policial chamada de pacificadora com as UPPs, que de tão provisórias funcionam em contêineres, e deveriam ser propriamente chamadas de Unidades Policiais Provisórias?

Ou será que Helena Chagas quis se referir a esse baluarte da comunicação democrática que é a Abril, da revista Veja, aquela revista cujo diretor de Brasília fazia parte do esquema de espionagem e chantagem do bicheiro Carlinhos Cachoeira?

Ou ela se refere ao Grupo Folha, cujo patriarca elogiou o carrasco Presidente Médici e teria emprestado carros do grupo para transportar aqueles que ele chamava de terroristas para serem torturados no Doi-Codi? O mesmo Frias do Jornal da Tarde, diário do grupo que servia para mascarar os assassinatos cometidos pela ditadura, ora dizendo que se tratava de um tiroteio em que terroristas foram mortos, ora anunciando morte de gente que ainda estava viva, num cruel jornalismo mãe Dinah.

Ou será que ela se refere ao Frias Filho, cujo jornal do Grupo demitiu uma jornalistra que sabiam estar presa e sendo torturada, por abandono de emprego? O Otavinho que defendeu que a ditadura no Brasil foi uma ditabranda?

A quem a ministra quis destacar a importância para a consolidação da democracia no Brasil, que até agora eu não entendi?

Porque, pelo que sei e vejo, a consolidação da democracia no Brasil acontece INDEPENDENTEMENTE, e mesmo CONTRA os interesses da imprensa que a ministra bajula e sustenta.

Garanta seu futuro emprego, ministra, mas não é preciso abaixar-se tanto... Pelo menos em respeito aos mortos e torturados e seus familiares.

1 comentários:

Luis disse...

Estamos ferrad... digo, privatizados.