sexta-feira, 28 de junho de 2013

O plebiscito para a reforma política

Por Cadu Amaral, em seu blog:

O debate sobre a reforma política já começa a dominar o noticiário. Logo após a presidenta Dilma anunciar os cinco pactos para ouvir as vozes das ruas, entre eles o da reforma política com plebiscito, a oposição descabelou-se e, como bêbado em uma briga de rua, solta murros no ar.

Para começar foi o mais recente imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Fernando Henrique Cardoso (FHC). Em 1999, ainda presidente do país ele defendeu a instauração de uma constituinte exclusiva para realizar acelerar reformas que, na época, seu governo desejava fazer. Agora ele e sua “turma” insinuam que plebiscito é “manobra diversionista”.

PSDB, DEM e PPS falam repetidamente tais bobagens. Primeiro que golpe com o povo, não é golpe. Segundo que “manobra diversionista” fazem essa patota. Inserir o povo no debate sobre o modus operandi da política brasileira é o centro das vozes das ruas. Como também o cerne da corrupção no país é o financiamento privado de campanhas eleitorais.

Na prática, boa parte dos mandatos é privada. Manda quem paga. Por que você acha que em quase todas as cidades se reclama de caixa preta no transporte público? Quer saber a resposta? Verifique quem foram os financiadores de campanhas dos vereadores da sua cidade. Fora o caixa dois, que às vezes acontece por que o empresário, dotado de grandioso espírito cívico (ironia), quer doar “por fora” por sonegar impostos. A doação de campanha serve como registro de renda, uma vez que há um limite para pessoas físicas (10%) e jurídicas (3%) nas doações.

É esse debate que a direita brasileira não quer que o povo faça. Não se tem nem como saber qual o resultado do plebiscito ou mesmo, se ainda – por um acaso astral – o de uma constituinte exclusiva.

Dar ao povo a oportunidade de exercer democracia direta. Esse é o fator principal que deve estar sempre no imaginário de nossas instituições. No Brasil, esse tipo de ferramenta é pouco usado. Outra balela para frear plebiscitos e referendo é que eles custam caro. Democracia custa dinheiro. Se tirar a bolada paga aos grandes meios de comunicação já dariam para fazer muita coisa. Fica a dica de fonte de recurso.

PSDB, DEM e o puxadinho do Serra, o PPS, defendem referendo para a reforma política. Apesar de um instrumento importante que, como afirmado acima, pouco usado no país, nele o povo vota sobre o que já sai pronto do Congresso Nacional. Se concorda ou não com o que saiu de Brasília. É o tipo de instrumento para ser usado nas votações normais do Congresso, mas essa da reforma política está sob o manto de uma conjuntura diferente.

E com essa mídia que temos, tudo que não for do seu interesse, ela fará campanha sistemática para obter sua negativa. No plebiscito o povo debate e escolhe. De forma direta. E por mais que a mídia tente direcionar a opinião das pessoas para as suas posições, há o espaço, mesmo que desigual, para o debate de ideias.

Nesse momento de descrédito das instituições, o que é melhor ou o que está nas vozes das ruas: plebiscito ou referendo? E quem realmente faz “manobra diversionista”?

5 comentários:

Gildo Araújo disse...

A reforma política não foi uma opção para o governo Dilma usar de suas atribuições presidenciais e dialogar com os protestos, foi uma opção para o governo Dilma fugir do essencial. O Governo Lula/Dilma obteve uma popularidade altíssima e o apoio de vários partidos e mesmo assim, não realizou nenhuma reforma estrutural. Lamentável!

Gildo Araújo disse...

E Lula da Silva? O acabrunhado. Sumiu do mapa. Lamentável!

Gildo Araújo disse...

Quando será que este governo vai parar de falar em regulação da mídia e propor algo concreto?

Poderiam começar combatendo Sarney, Collor e Jader Barbalho que, a sua maneira, também são barões da mídia.

Gildo Araújo disse...

Janio de Freitas, jornalista da Folha, nos pede para relevar as reservas “vindas de longe”, um “belo” eufemismo para Ditadura Militar, em relação a Delfim Netto e ler seu artigos sobre Economia e afirma que os críticos da equipe econômica praticam terrorismo eleitoral.

Então é isso, o muso e guru desses caras se chama Delfim Netto.

Lamentável!

Gildo Araújo disse...

Seria Divino e Maravilhoso propondo financiamento público quando só tinha 8 Deputados Federais. Imaginem FHC querendo 61% do tempo de televisão na campanha de 2014? Seria trucidado, em praça pública, pelos petistas raivosos.