quinta-feira, 19 de junho de 2014

Jornalista dá "barriga" sobre Felipão

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

O jornalista Mario Sergio Conti é um profissional tarimbado. É o autor do livro Notícias do Planalto.

Já foi diretor das revistas Veja e Piauí e apresentador do Roda Viva, da TV Cultura.

Atualmente apresenta o programa Diálogos, da Globo News. Também é colunista dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

Na quarta-feira, 18, ele pegou um voo da Ponte Aérea Rio-São Paulo, e “percebeu” a presença de Neymar e Luís Felipe Scolari, no avião. Ele colou no “Felipão” e fez uma entrevista exclusiva com o treinador, cujo conteúdo imaginava ser um “furo”. No jargão jornalístico, “furo” é notícia importante, publicada em primeira mão, por um órgão de imprensa.

Nesta quinta-feira, O Globo e Folha de S. Paulo publicaram, em destaque, o “furo” de Mario Sergio.






Um furo n’água. No jargão jornalístico, uma “barriga”, ou seja, notícia inverídica publicada por órgão de imprensa.

Felipão ficou em Fortaleza na quarta, não viajou do Rio para São Paulo.

Mario Sergio entrevistou o Felipão errado, na verdade, Vladimir Palomo, um sósia do treinador.

A Folha tirou a matéria do ar. Em O Globo é possível encontrar no cache.

Os dois jornalões publicaram as respectivas correções.





Ambos tentam sair pela tangente, usando a expressão ” confusão”.

A Folha, na URL da matéria, recorre à palavra trote: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/folhanacopa/2014/06/1472865-colunista-da-folha-e-vitima-de-trote.shtml.

Teria sido trote e não uma barriga por um detalhe: o próprio Vladimir Palomo tratou de esclarecer quem era ao dar o seu cartão a Conti.

O próprio Mario Sergio conta isso no final da matéria:



Por que o “sinal vermelho” de Mário Sérgio não acendeu na hora? Arrogância? Prepotência? Síndrome de Deus?

O fato é que ele deixou de fazer o beabá de qualquer repórter: checar o dado, no caso o cartão, por mais bizarro que pudesse parecer.

Justamente Mario Sergio que, em artigo na Folha, ao apontar 30 erros do livro Dirceu, de Otávio Cabral, detona A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr, acusando-o, entre outras coisas, de incompetência.

Entre outros motivos, a disputa política vem se tornando deletéria a livros que não prezam a verdade, que é sempre revolucionária e nos fará livres. Eles só servem para animar o xingatório de corjas. Tais livros se equivalem: Dirceu ombreia A PrivatariaTucana, de Amaury Ribeiro Jr, em incompetência, leviandade e má-fé.
Só que, diferentemente do achismo de Conti sobre o livro de Amaury Ribeiro, o seu “barrigaço” é real. Provavelmente, integrará a antologia de “barrigas” da mídia brasileira da qual faz parte o histórico “boimate”, da revista Veja.

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