sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Alckmin, o exterminador de escolas, dançou!

Por Altamiro Borges

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (4) mostra que o governador Geraldo Alckmin ficou bem chamuscado com a imposição da chamada "reorganização escolar". Nas redes sociais e nas ruas, com vibrantes passeatas de estudantes e professores, o tucano foi desmascarado e perdeu a blindagem midiática do "picolé de chuchu". Os números: 59% dos paulistanos reprovam o remanejamento das escolas e 62% acreditam que a mudança trará mais prejuízos para a educação em São Paulo. Apesar da rejeição, o truculento governador ainda insiste na mudança, o que deve provocar novos protestos e maiores desgastes à sua trágica gestão. Aos poucos, os paulistas despertam para o pesadelo tucano!

Diante dos protestos e da pesquisa, o chefe de gabinete da Secretaria Estadual da Educação, Fernando Padula, reagiu com a costumeira arrogância do PSDB. Para ele, a forte rejeição é culpa da Apeoesp, a entidade dos professores. "O sindicato, numa estratégia político-partidária, visou desinformar, criar boataria e insegurança. Hoje existe mais a desinformação do que a rejeição", esbravejou. Ele fingiu não ver os milhares de alunos que saíram às ruas na capital paulista e em diversas cidades do Estado, liderados pelas entidades dos secundaristas. Também omitiu a presença dos pais dos estudantes, num movimento que uniu professores, alunos e familiares e conta com o apoio dos movimentos sociais.

A nefasta "reorganização" imposta por Geraldo Alckmin vai resultar no fechamento de 94 escolas e na transferência de mais de 310 mil alunos, que superlotarão as salas já existentes. O objetivo maior da medida, escamoteado pelo governo tucano, é conter gastos públicos - e não à alardeada melhoria da qualidade do ensino. A mídia chapa-branca, tão corrompida pelos anúncios publicitários e outras benesses do Palácio dos Bandeirantes, evita dar destaque para os efeitos destrutivos desta medida. Ela prefere dar prioridade para as "explicações oficiais". As enormes passeatas juvenis, porém, pegaram de surpresa o governador e a sua mídia venal, conforme atestaram editoriais da Folha e do Estadão.

Temendo os protestos diários, Geraldo Alckmin até fez um tímido recuo na sua proposta original, que previa o fechamento de mais escolas e a transferência de cerca de 1,2 milhão de alunos. Mas o recuo não convenceu alunos e docentes. Para a Apeoesp, a "reorganização" trará graves prejuízos para os professores. "Transferidos na marra, eles terão de disputar disciplinas com aqueles já lotados nessas escolas. Ganha quem tiver mais tempo de serviço. Quem não conseguir manter sua carga horária, terá seu salário reduzido", argumenta Maria Izabel Noronha, presidenta do sindicato. Já as entidades dos secundaristas acusam o governador de desrespeitar a juventude, principalmente a da periferia.

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