quarta-feira, 17 de junho de 2020

Barrada nos EUA, cloroquina é doada ao Brasil

Por Altamiro Borges

Bolsonaro segue colecionando mortes e idiotices sobre a Covid-19. Entre outras sandices, o vira-lata sarnento de Donald Trump virou garoto propaganda de um remédio. Agora, a FDA – equivalente à brasileira Anvisa – revogou a autorização para uso de cloroquina e hidroxicloroquina em caráter emergencial nos EUA.

Segundo reportagem da BBC News Brasil, "a decisão da agência técnica governamental – que tem independência para seu funcionamento – vem apesar do presidente Donald Trump ter promovido o uso do remédio contra o coronavírus". A politização do medicamento agora foi desautorizada!


Trump e Bolsonaro politizaram um remédio


A agência de vigilância sanitária dos EUA, a FDA, constatou que "desde a aprovação emergencial do uso da cloroquina e derivados até hoje, o avanço das pesquisas trouxe evidências mais sólidas de que o remédio não gera melhora nos quadros de pessoas contaminadas pela doença". Pior ainda: ela causa problemas cardíacos!

"A FDA diz que, com base nas evidências científicas, não é razoável acreditar que o produto possa ser efetivo em tratar ou prevenir Covid-19. Diz também que não é mais possível considerar que os potenciais benefícios do remédio superam os riscos conhecidos e potenciais do seu uso".

A BBC lembra que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não reconhece nenhum medicamento ou vacina para a Covid-19. Mesmo assim, Eduardo Pazuello, o general que ocupa o Ministério da Saúde, "mudou o protocolo para o uso de cloroquina e hidroxicloroquina em 20 de maio” por pressão do capitão Bolsonaro.

Doação para o vira-lata sarnento

Antes da ocupação fardada, o Ministério da Saúde recomendava esses remédios apenas para os casos graves, quando médico e paciente concordavam com o tratamento. As novas regras ampliaram o seu uso para casos leves no SUS. Agora que os EUA desautorizaram o uso, talvez o general servil e colonizado também recue.

A idiotice do capitão e do seu subserviente general fica ainda mais visível com a recente decisão do lobista Donald Trump de enviar milhões de doses do remédio agora desautorizado para o Brasil. Como ironizou Jamil Chade, no UOL, "depois de doar 2 milhões de doses ao Brasil, EUA suspendem a cloroquina".

O jornalista lembra que o governo brasileiro festejou a remessa ianque do lote do medicamento. "O assessor de Bolsonaro, Arthur Weintraub, sugeriu que um tribunal de Nuremberg fosse estabelecido contra as pessoas que se recusaram a receitar o remédio". E agora, como ficam os panacas, civis e militares, do laranjal?

Itaituba e o piriri verborrágico do capetão

Ainda sobre o piriri verborrágico do “capetão” genocida, o jornalista Rubens Valente cavou mais uma de suas sandices. “Há quase um mês, em 14 de maio, o presidente Bolsonaro aproveitou uma de suas lives em redes sociais para exaltar o desempenho da cidade de Itaituba, interior do Pará, no combate ao novo coronavírus”.

“Segundo ele, não havia nenhum caso de Covid-19 no município e o prefeito permitira o funcionamento de ‘95%’ do comércio. Esse verdadeiro milagre era tudo o que Bolsonaro mais espalhou ao longo da crise do coronavírus: enfrentar a doença sem distanciamento social”.

Poucos dias depois da live presidencial, porém, Itaituba passou a viver uma explosão de casos de Covid-19. A cidade tem 100 mil habitantes e forte presença garimpeira. Até quinta-feira passada (11), segundo o prefeito Valmir Climaco (MDB), já haviam sido confirmados 1.295 casos de infecção e 35 mortes pela Covid-19.

“Há menos de um mês eram apenas 25 casos e um óbito. A doença agora se espalhou pelos garimpos da região, onde trabalham cerca de 60 mil pessoas, segundo o prefeito”, informa o jornalista. Bolsonaro, garoto propaganda da cloroquina e do exemplo interplanetário de Itaituba, só fala besteiras e espalha fake news.

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