sexta-feira, 26 de março de 2021

Ernesto Araújo é unanimidade: ninguém confia


O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, está pressionado no cargo e pode ser demitido nos próximos dias. Extremista e negacionista, o chanceler rompeu elos internacionais, o que isolou o país e inviabilizou a compra de vacinas contra covid-19.

O diplomata Celso Amorim, ex-ministro de Relações Exteriores e da Defesa, afirma que Ernesto Araújo se tornou uma “unanimidade negativa” no Brasil e no mundo.

“É o mínimo de dignidade ele sair. O chanceler está sendo criticado por todos, ele é uma unanimidade negativa. Todos desconfiam dele, sejam pela ideologia ou por sua incompetência intelectual”, afirmou em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou a política externa brasileira em sessão da Casa, nessa última quarta-feira (24).

Ainda ontem, pelo menos cinco senadores fizeram menções explícitas à troca de comando no Itamaraty, em outra sessão do Senado, que contou com a presença do próprio Ernesto Araújo. 4

Com 50 anos de experiência internacional, Celso Amorim diz que nunca viu um ministro tão incompetente no cargo.

“É uma vergonha tê-lo como ministro. Em 50 anos na função internacional, nunca vi nada parecido com isso. O Itamaraty sempre foi respeitado mundialmente e, agora, está enxovalhado. Nenhum país quer mais contato com o Brasil“, criticou.

América Latina

Ernesto Araújo é um dos últimos representantes no governo em cargo relevante da corrente mais fiel ao pensamento defendido pelo escritor Olavo de Carvalho. Ernesto, inclusive, já disse uma vez que o Brasil não deve se preocupar caso o país se torne um pária na comunidade internacional.

Esse isolamento do Brasil também se dá dentro do próprio continente latino-americano. Amorim lembra que não existe mais relação do Brasil com os países vizinhos, que tenta destruir o Mercosul.

“O Brasil, que já foi a 10ª maior economia do mundo, está isolado. É um milagre às avessas. Não basta ser incompetente, é maléfico. E com a pandemia, o Brasil virou uma bomba atômica de contaminação no mundo”, acrescentou.

Volta de Lula

Desde a entrevista coletiva concedida no último dia 10 de março, Lula voltou ao centro do cenário nacional, após recuperar seus direitos políticos. No dia 17 deste mês, o ex-presidente concedeu uma entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN norte-americana.

Celso Amorim afirma que a volta de Lula muda toda a política interna e externa. Ele acrescenta que conversar com Christiane Amanpour tem uma grande importância, pois, segundo ela, a jornalista é a âncora “mais respeitada pela CNN internacional, canal com maior penetração no mundo”.

O chanceler também citou o fato de Lula sugerir ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a convocação de uma reunião de emergência do G20, para formular um plano conjunto de ações contra a pandemia do novo coronavírus e de aceleração do processo de vacinação em massa.

“Ela deu um palco enorme ao Lula e repercutiu a conclamação de Lula ao Biden para distribuir as vacinas para quem precisa. O Lula, na casa dele em São Bernardo do Campo, tem muito mais repercussão mundial do que qualquer outro político. O Lula representa o Brasil que o exterior sempre viu: nada extremista, cheio de diálogo”, celebra.

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