quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Evangélico terrível blinda Bolsonaro no STF

Charge: Thyagão
Por Altamiro Borges

Enquanto a primeira-dama Michelle Bolsonaro – carinhosamente apelidada de Micheque – ainda tenta espantar os “demônios” que dominam seu marido para seduzir o eleitorado religioso, o “evangélico terrível” André Mendonça, ministro do Supremo Tribunal Federal, faz de tudo para blindar o “capetão”.

Na semana passada, ele suspendeu o julgamento de 20 recursos que seriam analisados nos próximos dias pelo STF em inquéritos que têm como alvo o presidente e vários de seus milicianos, como os deputados federais Daniel Silveira (PTB-RJ) e Bia Kicis (PL-DF), e os empresários Otávio Fakhoury (PTB) e Luciano Hang.

O terrivelmente bolsonarista pediu mais tempo para analisar 10 recursos que seriam julgados no inquérito das fake news; em oito inquéritos dos atos com pautas antidemocráticas realizados em 7 de Setembro do ano passado; em um sobre o vazamento de dados sigilosos de investigação da Polícia Federal sobre ataque ao sistema eleitoral em 2018; e em outro, que investiga se o genocida cometeu crime ao associar a vacina contra a Covid-19 à Aids.

Todos esses recursos são referentes a decisões tomadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que nesta terça-feira (16) empossado como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A maioria estava sob sigilo. A suspensão do julgamento bancada pelo “evangélico terrível” protege o fascista em um ano eleitoral nos seguintes processos – de acordo com levantamento do site UOL:

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Vazamento sigiloso. A ação investiga se Bolsonaro vazou informações de um inquérito sigiloso da PF sobre as urnas eletrônicas, instaurado a partir de notícia-crime enviada pelo TSE para investigar as condutas do presidente e do deputado federal Filipe Barros (PL-RJ) relacionadas à divulgação de dados por meio das redes sociais. No caso, Alexandre Moraes disse que houve tentativa de tumultuar o processo eleitoral.

"Não havendo dúvidas, portanto, de que a divulgação de dados de inquérito sigiloso da Polícia Federal pelo presidente da República, através de perfis verificados nas redes sociais, teria o objetivo de expandir a narrativa fraudulenta que se estabelece contra o processo eleitoral brasileiro, com objetivo de tumultuá-lo, dificultá-lo, frustrá-lo ou impedi-lo, atribuindo-lhe, sem quaisquer provas ou indícios, caráter duvidoso acerca de sua lisura", escreveu em seu voto.

Fake news. Entre os julgamentos que foram suspensos estão recursos do dono da Havan, Luciano Hang, dos deputados Daniel Silveira (PTB-RJ) e Bia Kicis (PL-DF) e do presidente do PTB em São Paulo, Otávio Fakhoury. Os processos tratam de publicações com informações falsas nas redes sociais. Moraes disse que a PGR não apresentou argumento "minimamente apto a desconstituir entendimento da decisão agravada".

7 de Setembro. Foram suspensos julgamentos relativos ao inquérito que trata da organização de atos de caráter antidemocrático no ano passado. Um dos recursos foi apresentado pelo deputado bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ)

HIV e vacina da Covid. Dois recursos estavam sendo analisados no inquérito que apura as declarações do presidente que ligaram a vacina contra a covid-19 ao risco de contaminação por HIV, vírus da Aids. Desses, apenas um foi suspenso por Mendonça. Ao se manifestar no inquérito sobre o vazamento de dados sigilosos, Moraes negou um agravo apresentado por Bolsonaro contra a decisão inicial de abrir a investigação.

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