segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O general e os golpistas "tresloucados"

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Como as matrioshkas, as famosas bonequinhas coloridas russas, o Brasil, país com uma boa parcela da elite de perene vocação udenista, sempre esconde um golpe dentro do outro, e entre os diferentes grupos de golpistas, encontram-se, naturalmente, além dos mentirosos, dos traidores, dos enganadores, dos "jurídicos", dos manipuladores e dos sem caráter, os loucos.

Execrado, por suas declarações, pelas vivandeiras de plantão, nos comentários dos portais e das redes sociais, o General Eduardo Villas Bôas, Comandante do Exército, deu mais uma vez um "chega pra lá" nos desequilibrados que pedem uma "intervenção militar", com uma entrevista exemplarmente legalista ao "Estado de São Paulo".

A sombra da ditadura no horizonte

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Neste final de 2016, o Brasil assiste a montagem de uma ditadura que se constrói através do fatiamento da democracia.

O ponto de partida foi a queda de Dilma Rousseff, produzida por "encenação" no Congresso, nas palavras insuspeitas de Joaquim Barbosa.

O ponto de chegada é a eleição indireta para escolher um eventual substituto de Michel Temer, um presidente impopular e frágil, corroído por delações comprometedoras da Lava Jato e pelas investigações do TSE, originalmente um plano B de Aécio Neves para tirar Dilma do cargo após a derrota em 2014.

Janot age como chefe da arbitrariedade

Por Jeferson Miola

Na nota oficial de solidariedade a Deltan Dallagnol, aquele pastor fanático do ministério público que se auto-atribui poderes bíblicos, Rodrigo Janot demonstrou que mais se assemelha a um chefete do arbítrio do que a um procurador-geral da República.

Na manifestação, Janot não defendeu uma instituição do Estado brasileiro, mas uma corporação que se organiza a partir não da proteção e da defesa dos direitos fundamentais e dos interesses difusos da sociedade e do conjunto da cidadania, mas de uma estratégia de construção do poder corporativo próprio.

O esforço desumano para criminalizar Lula

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A Folha publicou no domingo, dia 18, uma matéria que funciona como um exemplo acabado de como tentar criminalizar qualquer atitude de Lula - eventualmente, dando um tiro no pé.

O título dá conta de que ele tinha avião à disposição para suas palestras em Angola em 2011 e 2014.

E daí?

Ele visitou obras de interesse da Odebrecht e discutiu o financiamento do BNDES para “projetos locais”.
E daí?

Golpe tirou R$ 1 trilhão de circulação

Do site Vermelho:

A crise econômica decorrente da crise política, colocada em marcha pela aliança PMDB-PSDB para derrubar a presidente Dilma Rousseff, custou caro ao Brasil. No último ano, cerca de R$ 1 trilhão deixou de circular na economia brasileira, segundo informa neste domingo (18) o jornal paulistano O Estado de S.Paulo.

O montante equivale aos créditos bancários que foram sendo pagos pelos devedores e não retornaram ao mercado na forma de novos empréstimos, bem como à expansão natural do mercado, que não ocorreu.

A mídia e o debate interditado

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

Em um momento de retrocesso do social-desenvolvimentismo para o neoliberalismo, o debate das decisões cruciais – aquelas que mudarão o contexto brasileiro de maneira irreversível a não ser à custa de muitas perdas de rendas e riquezas –, na mídia (impressa e televisa) nacional, está interditado. O denominado PIG (Partido da Imprensa Golpista) só publica colunas e artigos daqueles que apoiaram (e ainda mantêm o apoio a) o golpe parlamentarista.

domingo, 18 de dezembro de 2016

"Mãos sujas" no Palácio do Planalto

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

O impacto das revelações contidas na primeira delação premiada de um executivo da Odebrecht, provavelmente a primeira de muitas derivadas dessa empreiteira, tornou-se a razão mais forte para Michel Temer preferir morrer duro a perder a pose.

Sem o resguardo do foro privilegiado, Temer ficaria à mercê da Justiça comum, onde então passaria a se defender.

É ruim perder o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, com uma espada ameaçadora sobre o pescoço. Por isso ele não vai renunciar, como supõem os esperançosos mais precipitados, compreensivelmente reanimados por pesquisas recentes mostrando números que apontam o caminho tanto para Temer quanto para o governo dele, ambos já quase liquefeitos, descendo a ladeira.

Um Natal em pé de guerra

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Entra a semana do Natal e, por enquanto, o único golpe previsto para ela é o arranjo para fazer uma gambiarra que permita a reeleição de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara, a opção temero-tucana que o “centrão” a quem tudo deve Temer ainda não engoliu.

Claro que, no clima em que andamos, com o MP usando e abusando das cartas que só ele conhece plenamente e joga sobre a mesa quando convém, tudo pode acontecer. Não é certo que concedam ao povo brasileiro, impiedosamente bombardeado pelo sistema jurídico-midiático, sequer estes dias. Afinal, é preciso não dar descanso no canhoneio da corrupção, como forma de distrai-lo do desmantelamento do Brasil, da degola de seus parcos direitos sociais e trabalhistas e da operação de saque que preparam, usando como “justificativa” a terra arrasada da economia.

A bravura indômita de Michel Temer

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Michel Temer é um governante que não teve a chancela das urnas e não se sente amarrado a este importante contrato democrático com a população. Com apoio maciço do Congresso e da grande imprensa, o não eleito parece bastante à vontade para tomar medidas impopulares e cruéis como a PEC do Apocalipse e a reforma da Previdência. O discurso de que essas medidas são um mal necessário para recuperar a economia escamoteia a opção política de botar a crise no lombo da maioria da população que depende do Estado – e esta não é uma questão de opinião, mas um fato. Uma ex-diretora de Educação do Banco Mundial, analistas alemães e até o aliado Geraldo Alckmin (PSDB) observam a gravidade que é o congelamento de gastos nos serviços públicos.

Direitos previdenciários estão ameaçados

Por José Pimentel, na revista Teoria e Debate:

A Previdência Social brasileira é a principal política pública de distribuição de renda, de redução da pobreza e de estímulo ao desenvolvimento local, nos 5.570 municípios brasileiros. Existem 60,8 milhões de brasileiros e brasileiras filiados ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS (BEPS, setembro/2016). Somente em outubro de 2016, 33,6 milhões de pessoas receberam benefícios previdenciários, representando o valor de R$ 37,7 bilhões. No total, a nossa Previdência Social pagou, em 2015, R$ 424,7 bilhões, sendo R$ 328,9 bilhões para segurados urbanos e R$ 95,7 bilhões para segurados rurais. Esses números demonstram sua importância social e a necessidade constante de aperfeiçoamento do sistema para garantir recursos suficientes para cumprir os compromissos com as atuais e futuras gerações.

O “pastor” Silas Malafaia está falido?

Por Altamiro Borges

O “pastor” Silas Malafaia, pregador de ódio e preconceito, engoliu seu próprio veneno. Parece até castigo divino. Ele vivia elogiando as ações do Ministério Público e da Polícia Federal contra seus adversários políticos, principalmente contra os “lulopetistas”. Ficava excitadíssimo com os abusos de autoridade. Mas bastou sofrer uma “condução coercitiva” para produzir um vídeo “indignado contra as injustiças”. Patético! Pelo jeito, porém, as investigações sobre as suas ligações com a máfia da mineração não são a sua única dor de cabeça. O “pastor” não teme apenas ir para a cadeia. Ele teme pela falência de seus lucrativos negócios, conforme aponta artigo de Ricardo Feltrin postado no UOL:

Os segredos bancários de Agripino Maia

Por Altamiro Borges

O senador Agripino Maia, presidente nacional do DEM, adora posar de vestal da ética. Nas marchas golpistas pelo impeachment de Dilma, o velho jagunço desfilou com suas camisetas amarelas da CBF, tirou selfies com seus admiradores “coxinhas” e fez discursos raivosos contra a corrupção. Toda esta encenação, porém, não convence muita gente. Nos bastidores de Brasília e também do Rio Grande do Norte, sua base eleitoral, ele é visto como um político mais sujo do que pau de galinheiro. Matreiro e cheio de esquemas, ele até hoje conseguiu escapar das várias denúncias de mutretas. Mas essa impunidade pode estar chegando ao fim, segundo notinha do Jornal do Brasil deste sábado (17):

sábado, 17 de dezembro de 2016

Onde a Globo quer chegar?

Por André Araújo, no Jornal GGN:

O jornalista Roberto Marinho construiu seu império de comunicações errando pouco e acertando muito. Soube sempre colocar suas fichas nos cavalos certos, poucas vezes apostou mal, por exemplo apoiando a Revolta Paulista de 1932 e desembarcando tardiamente do Governo Militar de 1964 e do Governo Collor.

Roberto Marinho passou a integrar a direção de O Globo pela morte do pai em 1925.

Seu período no jornal atravessou as presidências de Arthur Bernardes, Washington Luis, Getúlio Vargas (Governo Provisório de 1930, Governo Constitucional de 1934 e Estado Novo de 1937), Eurico Dutra, Getúlio novamente, Jango, Governo Parlamentarista de Santiago Dantas e Hermes Lima, Castello Branco, Costa Silva, Junta Militar, Médici, Geisel, Figueiredo, Sarney, Collor e Lula, portanto 18 períodos ou regimes presidenciais, fato raro em qualquer parte do mundo para um dono de jornal.

A tentativa de calar Jean Wyllys

Da Rede Brasil Atual:

A União Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (UNALGBT) emitiu uma nota na última quarta-feira (14) em que repudia o afastamento de 120 dias do deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ). Na última terça-feira (13), o relator do processo contra Wyllys no Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PP-SP) pediu a suspensão do deputado do Psol.

Jean Wyllys responde no conselho por quebra de decoro parlamentar, após ter cuspido em direção ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do pedido deimpeachment de Dilma Rousseff, no dia 17 de abril. O deputado do Psol disse que apenas reagiu a uma série insultos dirigidos a ele por Bolsonaro, citando vários termos homofóbicos. A defesa do deputado disse que o processo contra Wyllys no Conselho de Ética está sendo pautado por "disputas ideológicas".

Silas Malafaia vai depor por incitar ódio?

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Quando Marcelo Crivella ganhou as eleições no Rio de Janeiro, neste ano, o pastor Silas Malafaia avacalhou, no Twitter, com o Globo, a Veja, o PT, o PSOL, o candidato derrotado Marcelo Freixo, a esquerda e bradou um ''Chora Capeta'' – assim mesmo, sem vírgula separando o vocativo.

Mas não foi a primeira, nem a última vez que ele surtou. Em outra ocasião, disse que iria “funicar'' (sic), “arrombar” e “arrebentar” o então presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Tony Reis. Ficou insatisfeito por conta de um de seus discursos ter sido usado em um vídeo que discute a violência contra homossexuais.

A guerra entre as estrelas togadas

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Costuma-se dizer que ninguém no Congresso é bobo. Bobos não chegam àquela casa. Loucos, e muito menos bobos, também não chegam ao Supremo, o que atiça a busca de explicações para o que se está passando atrás daquelas vidraças e cortinas. Depois da liminar do ministro Marco Aurélio (parcialmente derrubada) afastando Renan Calheiros da presidência do Senado, o que teria levado o ministro Luiz Fux ao desatino de mandar a Câmara votar de novo as dez medidas contra a corrupção? Muitos no Congresso acham, como a senadora Vanessa Grazziotin disse, com todas as letras, em sua entrevista à TV247, que estabeleceu-se também entre aquelas estrelas togadas uma acirrada disputa política.

Desmonte da EBC avança na Câmara

Do site do FNDC:

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta (14/12), o texto do relator da Medida Provisória 744/16, senador Lasier Martins. A MP extingue o Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e os mandatos dos membros da diretoria executiva da empresa. Apesar da tentativa dos movimentos sociais de recuperar o Conselho Curador e o mandato fixo e independente do presidente da empresa, destaques nesse sentido, apresentados pelo PT, Psol, PCdoB e PDT foram rejeitados.

A grande mídia e a sinfonia do golpe

Por João Feres Júnior, no site Carta Maior:

Todo cidadão com um pouco de informação e uma pitada de senso crítico sabe que a grande mídia brasileira é motivo de vergonha nacional e uma constante ameaça à democracia. Todo ser humano que gastou um pouco de seu tempo lendo a produção acadêmica de estudos sobre mídia e política sabe que a grande mídia brasileira tem vocação de tentar intervir em resultados eleitorais, tornando-se altamente militante e tendenciosa durante os períodos de campanha, mais ainda do que já é de costume. Todo cientista social que se dedicou a estudar com seriedade o comportamento da mídia brasileira em períodos eleitorais na Nova República descobriu que o viés da cobertura foi consistentemente de direita, mormente contrário ao Partido dos Trabalhadores, agremiação mais competitiva da esquerda brasileira.

Supremo investe, de novo, contra o Congresso

Por Haroldo Lima

O Estado de exceção que cresce no país tem tentáculos no Ministério Público Federal, na Polícia Federal, no Congresso, na grande mídia, no empresariado, mas se sustenta no Judiciário. É aí que está o Sergio Moro. E é aí que está o poder de deflagrar, sustar, deixar prosseguir desmandos, abusos e efetuar prisões.

No Judiciário, o Supremo Tribunal Federal é o grande guarda-chuva dessa turma toda. Tem setores e membros próximos dos ideais democráticos e nacionais, mas nem todos.

Tendo em vista que as batalhas mudam a cada hora, mudam também os posicionamentos dessas pessoas. Na batalha do impeachment, por exemplo, houve magistrados com posturas abertamente golpistas.

A ampliação da campanha por "Diretas Já"

Por Pedro Rafael Vilela, no jornal Brasil de Fato:

Em pouco mais de seis meses, o governo de Michel Temer, surgido de um golpe parlamentar contra Dilma Rousseff, está ensopado por denúncias de corrupção e em meio a um cenário de piora da crise econômica no país. O número de trabalhadores desempregados deve pular dos atuais 12% para 14% em 2017. Somente a indústria paulista prevê a demissão de 150 mil pessoas no próximo ano. E a economia não dá sinais de reação, com o Produto Interno Bruto (PIB) amargando a quarta queda consecutiva no ano e com poucas perspectivas de crescimento no futuro.