sábado, 28 de outubro de 2017

O outro mundo de Lula

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Quando a gente lembra da badalação que a elite brasileira fazia a Lula, no tempo das vacas gordas – para eles, obesíssimas – bem poderia vir à mente a ciranda infantil: O anel que tu me destes/Era vidro e se quebrou/O amor que tu me tinhas/Era pouco e se acabou.

Salvo raras exceções, a nata da imprensa brasileira – alguns deles, quando jovens, encantados com o “operário na política” – trata Lula com um desprezo e nojo que, no fundo, têm ao tempo em que eram, ou pensavam que eram, mosqueteiros da “esquerda”.

Bolsonaro e o matador de Goiânia

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não é à toa o fascínio do estudante de Goiânia que matou dois colegas na sala de aula pelo candidato a presidente Jair Bolsonaro.

Alvo de bullying, ele encontrou acolhimento não na família, mas no ódio ululante do submundo dos sites de extrema direita, onde Jair é rei.

Sua psicopatia foi alimentada à base de fake news. Segundo trocas de mensagens às quais a Veja teve acesso, o rapaz tentava, por exemplo, convencer um interlocutor de que o Holocausto era uma fraude dando links de notícias falsas.

Temer e Maia: duas cabeças contra o povo

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Temer venceu mais uma vez. A Câmara rejeitou a segunda denúncia contra ele e dois de seus ministros, interrompendo o envio da acusação dos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça (esse exclusivamente dele) ao STF. Com isso, o presidente não eleito se mantém no cargo.

Pode-se argumentar que sai enfraquecido, que foi mais difícil dessa vez, que o preço dos votos foi inflacionado e que a oposição obstruiu na medida do possível. Vale tudo na estratégia constrangida de reescrever a derrota como vitória moral: o eleitor dará sua resposta em 2018, a aprovação das reformas paralisadas com a crise será mais custosa e o povo vai retomar as ruas.

Os senadores que vão julgar Gilmar Mendes

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Capitalismo, Uber e a democracia

Por Marcelo Zero, no blog Viomundo:

O debate relativo ao aplicativo Uber, atualmente restrito a um embate entre taxistas e os motoristas precarizados dessa empresa de serviços, coloca algumas questões mais amplas e relevantes sobre o atual estágio e os novos mecanismos da acumulação capitalista no mundo e sua incompatibilidade última com a democracia substantiva.

Com efeito, o tema do Uber e dos problemas legais por ele ocasionados em todo o mundo inserem-se na questão maior da mal chamada “economia do compartilhamento” ou da “sociedade em redes”.

A (r)evolução cultural do imperialismo

Por Anderson Bahia, no site da UJS:

Em algumas das conversas frutíferas que tive nos últimos meses, alguém falou que o desenvolvimento do capitalismo, tanto na elaboração política-ideológica-filosófica quanto no salto das forças produtivas, avança tão rápido que ele não sabe o que é projetado primeiro. Se as ideias ou o desenvolvimento. A base filosófica do marxismo indica que as ideias apreendem a posteriori os fenômenos que derivam da atividade econômica, indicando uma resposta à inquietação do amigo. Mas daí não podemos concluir que os processos socioculturais precisam ser secundarizados.

Dossiê Mariana: a infâmia das corporações

Por Mauro Lopes, no site Outras Palavras:

Uma rede internacional de movimentos sociais e 18 organizações católicas, de 16 países, lançou nesta segunda-feira (23/10), em todo o mundo, um dossiê multimídia sob o título A lama da destruição, que apresenta de maneira detalhada a criminosa tragédia do rompimento da barragem do Fundão, Mariana (MG). Prestes a completar dois anos (ocorreu em 5/11/2015), foi o maior desastre ambiental da história brasileira e um dos maiores em todo o planeta.

Uma Nova Canudos no ABC paulista

Foto: Ricardo Stuckert
Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

Em 01 de setembro deste ano, cerca de quinhentas famílias organizadas em torno do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) ocuparam um terreno na zona metropolitana de São Bernardo do Campo. Em dois ou três dias eram mais de novecentas, depois 5 mil, e hoje, com dois meses de ocupação, somam mais de 8 mil famílias. O crescimento é exponencial e não se limita única e exclusivamente a sem tetos há muito esperando uma oportunidade de moradia. Gente que não consegue pagar aluguel, trabalhador muito pobre e sufocado pela recente crise, miseráveis da região e carências dos mais diversos tipos encontram muito mais do que uma lona erguida em torno de alguns pedaços de paus naquele lugar; encontram respeito e, principalmente, solidariedade.

Base aliada diminui, mas livra Temer

Por Matheus Tancredo Toledo, no site da Fundação Perseu Abramo:

A votação da segunda denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República, à época presidida por Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer foi barrada na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira. Com o resultado, Temer só poderá ser investigado pelos crimes de formação de organização criminosa e obstrução de justiça, que embasam a denúncia, após o final de seu mandato. No entanto, a votação dada pelos aliados desta vez foi menor que a votação da primeira denúncia, por corrupção passiva, em agosto.

Temer é o mais impopular do mundo

Da revista Fórum:

Michel Temer, depois do feito histórico de se tornar o único presidente da história do país a ser denunciado por um crime em pleno exercício do mandato, bateu um novo recorde: ele é o presidente mais impopular do mundo. Quem diz é a Eurasia, instituto de pesquisa europeu.

De acordo com estudo divulgado nesta quinta-feira (26), Temer tem a aprovação de apenas 3% da população, número que não chega nem perto dos presidentes tidos como mais impopulares do mundo. Para se ter uma ideia, o segundo lugar da lista de impopularidade é ocupado pelo presidente sul-africano Jacob Zuma que, como ele, também enfrenta denúncias de corrupção. Zuma, no entanto, é aprovado por 18% da população.

Lei Kandir: pacto ou pânico federativo?

Por Waldeck Carneiro, no blog Cafezinho:

Em vigor desde 1996, a Lei Kandir desonerou o ICMS incidente sobre exportações de produtos primários e industrializados semielaborados, prejudicando as contas de estados e seus municípios. É mais um exemplo de desequilíbrio na relação entre a União e os entes subnacionais, que desmonta a ideia de “pacto federativo”. A rigor, tem-se, no Brasil, forte submissão dos estados e municípios à União, que concentra a maior parte da arrecadação de tributos e ainda pode emitir moeda.

Leilão do pré-sal agride a soberania

Editorial do site Vermelho:

A festa das multinacionais petroleiras no Brasil será regada a petróleo muito mais barato que uma garrafa de refrigerante, denuncia o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel. O petróleo das áreas do pré-sal que vão a leilão nesta sexta-feira (27) vai custar uma bagatela: cada barril de 159 litros sairá por R$ 150,00, diz a denúncia.

Esta é a imagem mais visível do entreguismo do governo usurpador de Michel Temer e da direção antinacional da Petrobrás, sob o comando do capacho das petroleiras, Pedro Parente.

Defesa de Lula liquida polêmica dos recibos

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se há episódio que simboliza à perfeição como é injusta a guerra que o Ministério Público e o juiz Sergio Moro movem contra Lula desde o segundo semestre 2015, e, diga-se, concomitantemente ao início do processo de impeachment de Dilma Rousseff, esse episódio reside na polêmica desencadeada pela cobrança feita ao ex-presidente pelo juiz Sergio Moro, durante depoimento daquele a este em 13 de setembro, no sentido de que apresentasse recibos do pagamento de aluguel de um apartamento que ocupa em São Bernardo do Campo.

Quem é Carlos Marun, o deputado da dancinha

Por José Antonio Lima, na revista CartaCapital:

Definida a votação em que a Câmara salvou o presidente Michel Temer de uma denúncia por formação de quadrilha e obstrução da Justiça, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) não conseguiu esconder sua alegria na noite de quarta-feira, 25. Em frente a jornalistas, dançou e cantou. "Tudo está no seu lugar. Graças a Deus, graças a Deus. Surramos mais uma vez essa oposição, que não consegue nenhuma ganhar". A música, com sua rima improvisada, foi flagrada pela Folha de S.Paulo.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Gilmar, Barroso e o barraco no Supremo

Do blog Socialista Morena:

Foi um barraco hoje no Supremo Tribunal Federal. O ministro Luís Roberto Barroso fez críticas duríssimas a seu colega Gilmar Mendes diante das câmeras da TV Justiça. Chamou Gilmar de mentiroso, de julgar movido pelo ódio e pelo compadrio, e de ser leniente com os crimes de colarinho branco. “Nós prendemos, tem gente que solta”, alfinetou Barroso, em referência ao habeas corpus concedido por Gilmar Mendes ao empresário do ônibus do Rio de Janeiro Jacob Barata, de cuja filha foi padrinho de casamento.

Salvo, Temer fará jorrar maldades

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Depois de escapar da segunda denúncia criminal ao custo de R$ 32 bilhões, Temer vai despejar sobre o Brasil um saco abarrotado de maldades, entreguismos e retrocessos. Só que agora enfrentando um Congresso mais guloso e dono de si, que disputará com o Executivo a condução da agenda. Medidas mais impopulares, como a reforma previdenciária, o Congresso vai desidratar, mas eles vão se entender no que for de interesse do poder econômico. A nova fase começa amanhã com o leilão do pré-sal, que fará a festa das petroleiras estrangeiras. Na semana que vem Temer já envia ao Congresso o projeto que estabelece a modelagem da venda da Eletrobrás para acelerar a entrega do setor elétrico ao capital privado, colocando em risco a segurança energética do país. Se hoje a energia é cara, quando deixar de ser serviço público e virar mercadoria é que veremos.

Temer virou um "refém" do Congresso

Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:

O resultado da Câmara, ontem (25), foi uma vitória esperada, mas sofrida para integrantes da base do governo, que não imaginavam ter tanto trabalho para conseguir reunir os deputados aliados para a votação. A primeira surpresa foi a mobilização bem estruturada dos oposicionistas, que conseguiram fazer barulho num ato público pela obstrução da sessão. Mas o que mais chamou a atenção do Palácio do Planalto foi a determinação de vários parlamentares que apoiam o governo em se dizerem na dúvida até o final.

Empresa devedora financia evento da 'Veja'

Por Renato Rovai, em seu blog:

A revista Veja realizará, em novembro, um evento pago que reunirá Sérgio Moro, Luciano Huck, Henrique Meirelles, João Doria e outros nomes, que serão entrevistados por jornalistas da publicação da editora Abril. Além destes, participarão do “Amarelas Ao Vivo” Geraldo Alckmin, Marina Silva, Jô Soares, Luís Roberto Barroso e Jair Bolsonaro.

A patrocinadora master do evento é a Refinaria Manguinhos, maior devedora do ICMS do Rio de Janeiro. Até maio, a Manguinhos devia cerca de R$ 5 bilhões aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Em São Paulo, existem R$ 1,6 bilhão inscritos na dívida ativa da empresa e no Rio de Janeiro a dívida superava R$ 2,4 bilhões. A empresa contesta essas dívidas na Justiça.

Povo não cabe no projeto que a elite quer

Por José Dirceu, no blog Nocaute:

Estaria o nacionalismo condenado e viveríamos um mundo sem fronteiras nacionais, regido pela globalização, pela abertura dos mercados – principalmente financeiros – a caminho de um governo mundial?

Pode parecer piada de mau gosto, mas, no fundo, o substrato de toda a fundamentação, há décadas da avalanche da globalização, está no bordão do fim. Não da história, mas do conceito de nação e de sua própria existência, pelo menos como ente estatal, já que seria muita pretensão desconhecer as nações. Seria como se voltássemos e regredíssemos à Idade Média.

Crônica de um país dominado pelo crime

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O que se tem, nesse exato momento, é um vácuo político amplo no cenário brasileiro.

A grande lambança do impeachment esgotou os templários, que guerrearam na linha de frente. A terra começa a se assentar. E, agora, em cima da terra arrasada, observa-se um saque indiscriminado, com os órgãos de controle inertes, sem condições políticas e institucionais de agirem.

Os principais personagens do impeachment estão no seguinte estágio:

STF