sexta-feira, 13 de abril de 2018

O mundo à beira de um ataque de nervos

Por Flávio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Decididamente vivemos momentos agônicos e carregados de adrenalina.

Assistimos a um aperitivo verbal do que pode ser a promessa do Apocalipse.

Os Estados Unidos acusaram o regime de Bashar al Assad de atacar civis com armas químicas na região de Douma, aglomerado (não dá mais para dizer “cidade”, tamanha a destruição) perto de Goutha, outro aglomerado em disputa entre as forças de Damasco e os rebeldes apoiados pelo Ocidente.

Era Temer: mais 1,5 milhão de miseráveis

Do site Vermelho:

Em 12 meses, o Brasil ganhou 1,5 milhão de miseráveis. Sob o governo de Michel Temer - que alardeia ter encerrado a recessão e reduzido a inflação -, entre 2016 e 2017, a pobreza extrema aumentou 11,2%. Se antes eram 13,34 milhões de brasileiros que viviam nessa situação, no ano passado, esse número aumentou para 14,83 milhões, o que significa mais de duas vezes a população total da Bulgária.

Há um vazio de poder no Brasil

'Justiça' já tirou Alckmin da Lava-Jato

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Título do post anterior publicado no Balaio na manhã desta quarta-feira:

“Alckmin, Aécio e Paulo Preto: Lava Jato agora tem pressa para pegar tucanos”.

Ainda bem que fiz uma ressalva logo no início do texto dizendo que não acreditava nisso.

Pois agora, no início da noite, apenas algumas horas depois de publicar minha coluna, leio a manchete do UOL:

“STJ tira Alckmin da rota da Lava Jato em São Paulo”.

Os comitês de luta pela democracia

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Os dados secos do tabuleiro político não desmentem quem enxergar no Brasil atual o ocaso de uma nação.

Assaltada por assustadora fragmentação de interesses, seu sistema democrático carece de instrumentos, lideranças, projeto e credibilidade para repactuar a sociedade e o desenvolvimento.

Pior que isso.

A peça mais representativa dos interesses populares, indispensável a um mutirão reordenador, foi tirada do jogo em mais um degrau do golpe parlamentar de 2016.

Xadrez do passaralho dos tucanos

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a lógica do golpe

A lógica do golpe é simples e objetiva.

Há dois focos centrais.

O primeiro, o aprofundamento do desmonte do Estado brasileiro, com as reformas liberais, privatização, destruição do precário Estado de bem-estar construído na última década.

O segundo, a garantia de um presidente de direita nas próximas eleições - ou, na ausência de um candidato competitivo, até mesmo o adiamento das eleições.

Esses são os fios condutores para entender toda a lógica da turma do impeachment.

Por que tenta-se vender a Eletrobrás a galope

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

“O Novo Grande Jogo do século XXI continua a ser, sempre e ainda, sobre energia”. (Pepe Escobar, em Império do Caos).

A privatização do setor elétrico no Brasil, encaminhada de forma apressada pelo governo golpista, será útil para ajudar a resolver os problemas das multinacionais do setor e dos grupos que vão ganhar dinheiro com a privataria, que caracteriza sempre os processos de privatização em todo o mundo. Pretendem privatizar o sistema elétrico brasileiro porque ele é filé mignon e proporcionará muitos lucros aos grupos econômicos que o arrematarem a preço de banana.

Geraldo Alckmin, "santo" para a Justiça?

Do blog: A justiceira de esquerda
Da revista CartaCapital:

Geraldo Alckmin deixou o cargo de governador em São Paulo para disputar as eleições presidenciais pelo PSDB. Ao abrir mão de seu mandato, ele tornou-se potencial alvo da Lava em São Paulo, pois perdeu o foro privilegiado. O Superior Tribunal de Justiça tirou, porém, o tucano do alvo dos investigadores da operação no estado.

A investigação contra Alckmin teve início em novembro de 2017. Ele foi apontado por delatores da Odebrecht como beneficiário de 10 milhões de reais em caixa dois nas campanhas ao governo paulista em 2010 e 2014. O nome do tucano chegou a ser associado ao apelido "santo" presente em uma planilha da empreiteira como destinatário de recursos ilegais.

E pra não dizer que não falei de Lula!

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Cada dia na cadeia era mais um dia que eu queria lutar por meus direitos. Devo esclarecer, de logo, que esta frase não fora pronunciada por Frei Caneca, Gandhi, Graciliano, Gramsci, Malatesta, Mandela, Prestes, Tiradentes ou qualquer outro prisioneiro liberto das grades para correr livre no mundo da história. Mas, confesso, que ela ficou gravada e cravada em minha memória e a escuto como mantra reativo, constantemente, quando me deparo com argumentos punitivistas e moralistas que apontam a prisão como solução para todos os males do mundo. A prisão do outro, é claro!

Curuguaty e o papel da mídia paraguaia

Enviado por Leonardo Severo

Mais novo livro do jornalista Leonardo Wexell Severo, “Curuguaty, o combate paraguaio por Terra, Justiça e Liberdade” (Editora Papiro, 96 páginas, R$ 20) será lançado no próximo dia 27 de abril, sexta-feira, na livraria Martins Fontes da avenida Paulista, em parceria com o Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (CPC-UMES).

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Lula é luta! Lula Livre!

Por Jandira Feghali, no Blog do Renato:

Para escrever sobre os próximos passos é preciso virar o corpo e olhar para trás, como se olhássemos uma estrada que percorremos e cujas curvas não nos permitem registrar tudo, mas as memórias fundamentais que permitiram definir rumos, alterar roteiros, ultrapassar obstáculos e chegar a importantes destinos.

Os intensos momentos vividos nos últimos dias me fizeram buscar os últimos 35 anos. Foi no início da década de 80, após liderar as greves no ABC, Região Metropolitana de São Paulo, onde uma forte base operária já mostrava sua força mesmo antes da queda da ditadura militar, que já definhava, mas ainda era capaz de exercer a violência política que lá se abateu.

O que o futuro reserva para Sergio Moro

Por Renato Rovai, em seu blog:

Quando milhões de brasileiros cantavam o hino nacional e desfilavam com seus patos pelas ruas do país, Sérgio Moro era um herói.

Era aplaudido por onde passasse, ganhava prêmios, gravava vídeos defendendo projetos de lei, sambava na cara dos investigados.

Era o Super Moro.

Ontem, o juiz das camisas pretas, como costuma defini-lo meu amigo Rodrigo Vianna, começou a ver como a mão da história é pesada.

Ele foi vaiado e filmado por um grupo de estudantes que o esperavam na PUC-RS.

A moral anti-Lula

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A possibilidade de que o STF pudesse examinar hoje a constitucionalidade das prisões em segunda instância desencadeou pressões enormes, ocultas ou explícitas, para que isso não ocorresse, enquanto o PT e a defesa do ex-presidente Lula alimentavam, impotentes, a esperança numa deliberação que poderia levar à sua soltura. Prevaleceu a mais rasteira delas, o requerimento do PEN para que fosse adiado o exame de seu próprio pedido de liminar, suspendendo todas as prisões até o exame de mérito da questão, após destituir o advogado que o representava com uma franca explicação: “Não podemos favorecer o Lula. Nosso partido é de direita”.

Alckmin livre; “bucha” tucana será só Aécio

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A notícia do dia – menos na Folha, que a reduziu a uma pequena chamada na capa e a uma cobertura “sem sal” do seu interior, além de pé de um editorial mais insosso ainda – foi aquilo que Bernardo de Mello Franco, em O Globo, definiu com muito espírito no título de sua coluna, referindo-se ao “apelido” do ex-governador de São Paulo na “lista da Odebrecht”: Salvaram o Santo: Alckmin está livre da Lava-Jato.

Rosa Weber e o estilo de seus óculos

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Rosa Weber surpreendeu ao votar contra a concessão de habeas corpus ao Lula em 4 de abril porque ela contrariou a própria consciência jurídica.

A decisão dela equivale a um atentado contra os próprios princípios – uma espécie de haraquiri ético.

Havia a expectativa, bastante fundamentada – em razão das posições que Rosa Weber sustentava até aquela sessão do stf –, que no plenário da suprema corte ela sustentaria sua posição original, ou seja, a favor da Constituição e contra a inconstitucionalidade da prisão sem o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, como determina o inciso 57 do artigo 5º da CF.

As provas que condenam Lula

Por Toni C. Lula da Silva

Querido Lula.

Não consigo imaginar como esse desfecho poderia ser diferente.

Pra essa gente a solução do mundo foi jogar o meu povo no porão de um navio escuro e fedido e arrastar para o outro lado do Atlântico.

Acorrentar, açoitar, aprisionar foram as soluções civilizadas dessa gente.

Dizimaram com a nossa população nativa, sem um pingo de arrependimento.

Escalpelaram as florestas, como uma baita solução.

Resposta à Folha: Precisamos falar sobre Gaza

Por Waldo Mermestein, Israel Dutra e Juliano Medeiros

Com indignação, lemos o artigo “O Antissemitismo permitido no PSOL” (10/04), publicado no site da Folha de São Paulo, no qual o cientista político André Lajst acusa o PSOL e seu Secretário de Relações Internacionais, Israel Dutra, de sustentar posições acerca da questão Palestina/Israel sem o devido conhecimento no tema e motivados pelo antissemitismo.

Essa linha de argumentação não é original: preocupados pela desmoralização de Israel - cuja narrativa oficial é cada vez mais desmascarada pela tratamento brutal dispensado aos palestinos, em particular os dos territórios ocupados há 50 anos -, os defensores de Israel procuram deslegitimar os que se opõem a essa opressão acusando-os de antissemitismo.

Inflação no chão é sinal da anemia econômica

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Mais uma vez a inflação mensal veio abaixo das expectativas do mercado. No mês de março a variação dos preços medida pelo índice oficial (IPCA/IBGE) foi muito próxima de zero (0,09%), de maneira que a taxa acumulada nos últimos doze meses alcançou apenas 2,68%

Com isso, pelo nono mês consecutivo a inflação anual permaneceu abaixo do piso da meta do Banco Central (3%), revelando que o conservadorismo da diretoria do BC tem exagerado no remédio e mantido a taxa de Selic fora do lugar, ainda acima do que seria necessário para o cumprimento da meta.

Três imagens de um país rasgado ao meio

Foto: Francisco Proner
Por Rafael Cardoso, no blog Diário do Centro do Mundo:

Duas imagens andaram circulando pela imprensa e as redes sociais, esses dias, tidas como simbólicas do momento histórico atual. Uma, clicada por Francisco Proner Ramos e distribuída mundialmente pela agência Reuters, mostra Lula carregado nos braços do povo. A foto foi feita de cima, de ângulo inusitado, e mostra uma massa colorida de gente espremida em torno do cortejo que carrega o ex-presidente para fora do sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo. A figura de Lula ocupa o centro nervoso da composição, para o qual convergem os olhares e a partir do qual irradiam círculos concêntricos de pessoas. O rosto dele não é visível por estar voltado para a multidão que o aclama, mas sua mão direita se estende ao encontro dos muitos braços erguidos na tentativa de tocá-lo. Em sua mão esquerda, firmada por outras mãos que o sustentam para que não caia, duas flores. Vários outros rostos, voltados para cima, são reconhecíveis. Logo atrás de Lula, por exemplo, vêm a deputada Manuela d’Ávila e o senador Lindbergh Farias. Porém, o enquadramento sagaz gera uma imagem que não valoriza nenhum indivíduo acima da massa, nem mesmo o próprio líder alçado fisicamente para o alto. Ela é a expressão visual acabada da frase pronunciada por Lula pouco tempo antes: “se não me deixarem caminhar, caminharei pelas pernas de vocês”.

A nova lei trabalhista não vai mudar

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Em 11 de julho do ano passado, por 50 a 26, o Senado aprovou o projeto que deu origem à Lei 13.467, de "reforma" da legislação trabalhista, que entrou em vigor em 11 de novembro. Para aprová-lo sem mudanças, uma voz insistente, a do líder do governo, Romero Jucá (MDB-RR), acenava com uma medida provisória que "corrigiria" alguns pontos considerados preocupantes até pela bancada alinhada ao Planalto. A MP veio, mas está quase indo embora, sem ser votada. E a lei ficará do jeito que está. "O governo fez de conta que apresentou um MP e deixou caducar", resume o senador Paulo Paim (PT-RS).