sexta-feira, 11 de maio de 2018

Novidades no financiamento de campanhas

Da Rede Brasil Atual:

As eleições de 2018 terão novas regras de financiamento das campanhas. Desde 2015, quando o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional a doação de pessoas jurídicas, o Congresso Nacional passou a discutir uma nova legislação sobre o tema, chegando à chamada minirreforma eleitoral, votada no final do ano passado.

Em 2016, foi aplicada a decisão da Corte, com as campanhas sendo financiadas somente por doações de pessoas físicas. Já para 2018, vale o disposto na Lei 13.488/2017, votada no Legislativo em outubro de 2017 e sancionada no mesmo ano. A nova legislação estabelece a criação do Fundo Especial de Financiamento da Campanha (FEFC), composto por 30% das emendas de bancadas estaduais e também pela compensação paga às emissoras de rádio e de TV por propaganda partidária.

O Brasil do golpe à luz de Gramsci

Por Luiza Dulci, no site Outras Palavras:

Antonio Gramsci, importante teórico marxista e fundador e militante do Partido Comunista Italiano, viveu num dos períodos mais efervescentes do século XX, os anos 1920, quando os movimentos operários viviam o auge da sua organização política em diversos países do continente. A esperança revolucionária, no entanto, foi derrotada pela ascensão dos movimentos fascistas, dos quais o próprio Gramsci foi vítima direta. Na prisão, dedicou-se àquela que é sua obra mais conhecida, Os cadernos do cárcere, escrita, portanto, no calor do fracasso revolucionário.

O papel da mídia no golpe de 2016

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O golpe que depôs Dilma Rousseff e, junto a Michel Temer, alçou ao poder uma agenda de regressões brutais e de absoluto desmonte do país, teve participação importante do parlamento, que votou pelo impeachment, e também do judiciário, que o corroborou. Mas talvez nenhum papel tenha sido tão crucial como o jogado pela mídia monopolista, que pautou, insuflou e, desde então, vem sustentando a farsa golpista. Os jornalistas Mino Carta, Maria Inês Nassif e Paulo Henrique Amorim estarão no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé (Rua Rego Freitas, 454, conjunto 83 - República - São Paulo/SP), no dia 15 de maio, para discutir o tema. Para participar do debate, que tem início às 19 horas, basta preencher a ficha de inscrição aqui. A entrada é franca.

A sombra do FMI na América Latina

Por Lucía Converti y Sergio Martín Carrillo, no site Vermelho:

Nesta terça-feira (8), através de uma mensagem em rede nacional de televisão, o presidente argentino Maurício Macri anunciou o regresso de seu país à mesa de negociações do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Sua retórica de “voltar ao mundo”, que anunciou em seu projeto eleitoral, finalmente despencou. Apesar da humilhação frente aos fundos abutres e as boas palavras, “a chuva de investimentos” nunca chegou e a seca de financiamento se agudizou. Os argentinos vivem um flash back e voltam a lembrar dos temores desterrados graças às políticas econômicas aplicadas pelos governos precedentes a Macri. O FMI volta à América Latina, ainda que na verdade, nunca tenha saído totalmente.


Filhote da ditadura é eleito no Paraguai

Por Ignacio González Bozzolasco, no blog Socialista Morena:

Quase três semanas depois das eleições para presidente, congresso e governos regionais no Paraguai, os resultados das urnas permanecem causando polêmica. O vencedor, por uma diferença de apenas 3,7%, segundo os resultados parciais, foi o senador Mario Abdo Benítez, o “Marito”, candidato do Partido Colorado, que derrotou o adversário, o opositor Efraín Alegre, liberal, da Alianza Ganar.

A partir do início da contagem oficial dos votos começaram as denúncias e protestos. Entre acusações de fraude por parte da Alianza Ganar e o pedido de recontagem oficial, Alegre se negou a admitir a derrota. Tudo isso colocou em dúvida a confiabilidade não só dos resultados como do sistema eleitoral paraguaio como um todo, minha área de pesquisa acadêmica. No entanto, o triunfo de Abdo já é oficial.

CIA confirma execuções na ditadura militar

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O memorando liberado pelo Departamento de Estado dos EUA e revelado hoje é estarrecedor.

Envolve diretamente pelo menos dois ex-presidentes da República, Ernesto Geisel e João Figueiredo – e, indiretamente, Emílio Médici – nas execuções sumárias de militantes “subversivos” durante o regime militar.

O primeiro teria autorizado a continuidade do assassinato de integrantes de organizações clandestinas, encarregando Figueiredo de decidir quais deveriam ser mortos, durante uma reunião em 30 de março de 1974, na presença do ex-chefe do Centro de Informações do Exército, general Milton Tavares e de seu sucessor, Confúcio Danton de Paula Avelino.

O PSB é a noiva do momento

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Com a decisão de Joaquim Barbosa de não ser candidato, há um partido solteiro na praça, sendo cortejado por candidatos da esquerda e da direita. Dizendo não ter pressa, o PSB só reunirá sua executiva no final de maio, para a primeira discussão do caminho a seguir na eleição, pois candidato próprio não mais terá. Se a decisão fosse hoje, admite o líder na Câmara, Júlio Delgado, prevaleceria a liberação dos diretórios para apoiarem os candidatos que melhor favorecessem suas alianças locais. Essa solução contornaria a divisão que se instalou com a decisão de Barbosa mas do PSB mais um partido sem identidade nacional, empenhado em eleger bancadas e governadores. “O Brasil não está precisando de mais um MDB. Para isso existem outros partidos”, diz o líder.

1968: As greves de Contagem e Osasco

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

Quando falamos em 1968 pensamos automaticamente no grande movimento de contestação juvenil que tomou as ruas das principais cidades da França, Alemanha, Praga, dos Estados Unidos, México e Brasil. Mas, não houve apenas um 1968 estudantil, embora este tivesse tido maior força e visibilidade. Existiu, também, um 1968 operário. Na França, o “68 de macacão” se apresentou com toda a sua pujança na grande greve geral realizada em maio daquele ano. No Brasil, ele teve dois momentos marcantes: as greves de Contagem (MG) e de Osasco (SP).

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Os dilemas do PT

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O PT está enfrentando o seguinte dilema:

Apesar de todos os percalços, continua sendo o partido de esquerda mais estruturado, mais popular e com maior penetração no sindicalismo e nos movimentos sociais. E possui a maior liderança popular do país, Lula.

A prisão de Lula promoveu um pacto inédito entre os partidos de esquerda. Por outro lado, cada qual procura se viabilizar. E aí, se esbarra na grande incógnita: a candidatura de Lula a presidente.

General Mourão é o novo "Aerotrem"

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Lembram-se daquela figura meio sinistra do baixinho, barrigudinho, careca e de bigode chamado Levy Fidélix, que aparece como candidato em todas as eleições, defendendo um tal de “Aerotrem”, que ninguém sabe o que é?

Pois é, agora ele ameaça não ser candidato a presidente para lançar em seu lugar o general da reserva Antonio Hamilton Mourão pelo seu PRTB, que quer dizer Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, seja lá o que for isso.

Os golpes midiáticos nasceram na Venezuela

Por Nicholas Valdés, no site Carta Maior:

O conhecido jornalista espanhol Ignacio Ramonet afirmou nesta segunda-feira que foi na Venezuela que aconteceu o primeiro golpe de Estado midiático da história, e que o fato obriga a refletir sobre como utilizar os meios de comunicação no mundo de hoje.

No dia 11 de abril de 2002, há 14 anos portanto, houve uma tentativa de derrubar o então presidente Hugo Chávez, o que foi possível, durante algumas horas, especialmente graças ao papel dos meios de comunicação nos eventos que o propiciaram, declarou Ramonet, em entrevista para Prensa Latina, durante o encontro Venezuela en la Encrucijada (“Venezuela na Encruzilhada”), organizado pela Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade.

O fantasma neoliberal volta na Argentina

Temer, enfim, descobre sua insignificância

Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

Dizem que para ver a ilha é preciso sair da ilha.

Essa afirmativa é correta e profunda de inúmeras maneiras. Para quem enxerga determinadas situações de fora, as condições que as definem podem parecer óbvias. Mas para quem as vivenciam internamente, imersas e enclausuradas num universo próprio onde confundem-se as causas e efeitos de seus atos, a ilusão é sempre um conselheiro mais afetuoso, ainda que nada confiável.

A abolicionista e humanitária americana, Harriet Tubman, uma vez declarou que havia libertado mil escravos e que poderia ter libertado outros mil, isso se eles soubessem que eram escravos.

A Argentina, mais uma vez

Por Lecio Morais, no Blog do Renato:

Desde a semana passada, a América Latina, outra vez, segue em crise financeira pela fuga de dólares, com os capitais voltando aos EUA tentando serem os primeiros a comprar os treasuries, na suposição que o FED aumentará sua taxa de juro.

Vários países estão sofrendo perdas de reservas, em especial, a Argentina. Mesmo no Brasil, as saídas são fortes, mas as nossas reservas de 370 bilhões de dólares, construídas pelo governo Lula, nos dão garantia. Mas, mesmo assim, o real tem se desvalorizado.

Hoje, Macri anuncia que a Argentina pedirá socorro ao FMI. A fragilidade do país frente a uma saída de capitais especulativos mostra que as reformas financeiras adotadas por Macri são inadequadas às condições reais da Argentina.

Da Síria à República de Curitiba

Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Não consigo olhar para o que acontece com o Brasil e com o mundo e não lembrar do escritor Eduardo Galeano. Não só pela clareza com a qual o escritor uruguaio apontava para várias das contradições de nossa humanidade, mas particularmente por conta de um livro. Refiro-me ao livro “De Pernas pro Ar – A Escola do Mundo ao Avesso”, lançado no Brasil em 1999. Digo isso porque realmente o mundo parece 'de pernas pro ar', com mentiras sustentando perseguições políticas e até guerras.

O golpe e o vexame internacional

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Há um ano, o governo brasileiro encaminhou à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) um pedido formal de adesão. Foi uma mudança na posição do País, que, nas administrações de Lula e Dilma Rousseff, não a buscara.

No início do mês passado, chegou a resposta: o governo americano fez saber que era contra nossa admissão e que, em seu lugar, aceitaria a solicitação da Argentina. Os vizinhos serão colegas de Chile e México, os únicos países latino-americanos com assento no “clube das nações ricas”, onde estão todas as economias capitalistas avançadas e algumas em desenvolvimento.

PF “suicidou” ex-reitor Cancellier

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A PF concluiu o inquérito sobre suposta prática de corrupção na UFSC.

A conclusão do inquérito não poderia ser mais bizarra: a PF acusou o ex-reitor Luiz Carlos Cancellier de sustentar e respaldar uma quadrilha criminosa na Universidade, mas nas 817 páginas do relatório final não aponta 1 única prova para fundamentar tal acusação [Folha de SP].

Definitivamente a moda Dallagnol pegou: para acusar, condenar, prender e assassinar pessoas e reputações, não é necessário provas, bastam convicções dos acusadores fascistas.

Folha e SBT querem ser carcereiros de Lula?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao exigir a participação de Lula nas sabatinas presidenciais, o Partido dos Trabalhadores presta um serviço ao país e a democracia.

Explico. Em nenhuma parte do mundo é aceitável imaginar que aquele candidato que lidera todas as pesquisas de opinião, em todas as simulações, seja excluído das sabatinas que são oferecidas a maioria competitiva dos concorrentes e mesmo àqueles que só parecem ser ouvidos porque são amigos do dono da casa.

Marina Silva, a candidata sem rumo

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

A disputa pelo cargo máximo da República já está em pleno andamento, com os candidatos a candidatos já assumindo claramente suas posições e lados, visando as prévias de seus respectivos partidos. Mas Marina Silva – que todos sabem, vai concorrer mais uma vez – continua uma incógnita. Pouco fala e, quando o faz, passa a impressão de ter perdido a oportunidade para se manter em silêncio.

A última declaração pertinente da candidata sobre o conturbado momento político atual do país veio com quase dois anos de atraso, ao criticar o congelamento de investimentos públicos por 20 anos. “Se continuar nesse ritmo, em 2099 ela vai tuitar que foi golpe", disse a historiadora Anna Zappa, em comentário no Facebook.

Jair Bolsonaro e os sentimentos ocultos

Por Raphael Silva Fagundes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Bolsonaro só adquiriu um apoio expressivo da população porque é o primeiro candidato à presidência da República a defender claramente a ditadura militar. É algo novo na nossa democracia recente.

Muitos dizem apoiá-lo por não ser corrupto, no entanto, existem outros políticos que não estão envolvidos em casos de corrupção, como a deputada Manuela D’Avila e Guilherme Boulos, mas não receberam o mesmo tratamento do público. Por quê?

Não é por que estes últimos estão ligados a causas polêmicas, como o aborto, LGBTs etc.. Não é, também, porque Bolsonaro seja, supostamente, o deputado defensor do cidadão de bem e da família tradicional. Até porque, existiram vários candidatos que usaram, em suas plataformas políticas, esse tema, como Enéas, Levi Fidelix, Eymael e outros. Mas todos foram motivo de risos. A diferença, do deputado federal, representante máximo do que chamo de “direita vulgar”, para os outros, é que nenhum dos anteriores defendiam claramente o regime militar de 1964-1985.