quarta-feira, 7 de novembro de 2018

A agenda furtiva do governo Bolsonaro

Foto: Lula Marques
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Outras Palavras publica hoje, com satisfação, Bolsonaro e o controle da Verdade, um texto indispensável do escritor e jornalista Ricardo Alexandre. O autor desvenda, com sagacidade e certa ironia, o estratagema do presidente eleito para despistar o jornalismo e a crítica, produzindo versões díspares – e frequentemente contraditórias – do que pretende fazer. “Bolsonaro trabalha em regime de contra-informação”, frisa Ricardo, ao explicar como, em poucos dias, o ex-capitão e sua entourage contradisseram-se deliberadamente sobre temas como a coordenação política do futuro governo, a composição do ministério, o momento e circunstâncias do convite a Sérgio Moro, a criação de uma nova CPMF, a extinção do 13º salário, o fechamento do STF e muitos outros assuntos.

E a economia, como fica?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Há economistas que adoram fazer previsões. A grande imprensa se esmera estampar as tentativas dos mais ousados, que chegam mesmo a calcular no detalhe da “casa-depois-da vírgula” variáveis bastante complicadas em sua determinação, tais como os índices de inflação, o nível da taxa de juros e o crescimento do PIB. Há outros, um pouco menos afoitos, que preferimos trabalhar mais com análises da dinâmica da economia e tentar apontar cenários possíveis para o futuro próximo.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Bolsonaro ameaça isolar o Brasil

Do site de Dilma Rousseff:

Três manifestações diferentes, de brasileiros que se dedicam a assuntos internacionais, evidenciam a enorme preocupação que devemos ter com as ideias e as promessas - ou, mais propriamente, as ameaças - de Bolsonaro para a política externa brasileira. Começam mal e tudo indica que também não acabarão bem. A expectativa é de riscos políticos significativos e enormes prejuízos comerciais para o Brasil.

Grande frente de valores ético-sociais

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Estamos vivendo tempos política e socialmente dramáticos. Nunca se viu em nossa história ódio e raiva tão difundidos, principalmente através das mídias sociais. Foi eleito para presidente uma figura amedrontadora que encarnou a dimensão de sombra e do recalcado de nossa história. Ele contaminou boa parte de seus eleitores. Essa figura conseguiu trazer à tona o dia-bólico (que separa e divide) que sempre acompanha o sim-bólico (o que une e congrega) de uma forma tão avassaladora que o dia-bólico inundou a consciência de muitos e enfraqueceu o sim-bólico a ponto de dividir famílias, romper com amigos e liberar a violência verbal e também física. Especialmente ela se dirige contra minorias políticas que, na verdade, são maiorias numéricas, como a população negra, além de indígenas, quilombolas e outros de condição sexual diferenciada.

A operação ideológica do antipetismo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A visão convencional sobre a eleição de Jair Bolsonaro costuma apontar o "antipetismo" como um fator decisivo da campanha presidencial. Apresentado como se fosse um diagnóstico médico para alguma enfermidade, e não um ponto de vista político, sujeito a todo tipo de apoio, crítica e questionamentos, o "antipetismo" teria sido o motivo que impediu Fernando Haddad de reunir os votos necessários para garantir a vitória no segundo turno.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Quem está por trás do Moro

Carne vira artigo de luxo na Argentina

Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

Com a direita no poder, a comida típica dos argentinos, o “asado a la parrilla“, a carne assada na brasa, tornou-se um luxo a que apenas poucos privilegiados podem se dar hoje em dia. Comer um churrasco sempre foi uma razão para celebrar dos argentinos, e também uma desculpa para se reunir com pessoas queridas, como o agora quase extinto asado aos domingos com a família.

Xadrez do governo Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – como analisar o governo Bolsonaro

O primeiro cuidado é não tratar o governo Bolsonaro como um todo lógico e irreversível.

Nem procurar estratégias geniais em algumas decisões, como o convite ao juiz Sérgio Moro para ser super-Ministro da Justiça, ou a Paulo Guedes para ser o super-Ministro da Economia.

Bolsonaro é tosco como uma rocha ao vento, sem a menor ideia do que fazer no governo, sem noção sobre os limites do poder de um presidente, sequer sobre os limites verbais, muito menos com capacidade para arbitrar a avalanche de questões que exigirão decisão de governo.

O coroamento do golpe de Estado de 2016

Por Umberto Martins, no site da CTB:

A vitória de Jair Bolsonaro em 28 de outubro foi o coroamento do golpe de Estado de 2016, que inaugurou no Brasil uma era de retrocessos para a democracia, a soberania, o desenvolvimento nacional e os direitos e conquistas da classe trabalhadora e do povo. Os golpistas instrumentalizaram a Lava Jato e a mídia burguesa para semear na sociedade o ódio de classes, a intolerância, a demonização do PT, abrindo com isto o caminho à ascensão da extrema direita.

Brasil ruma para isolamento internacional

Do Blog da Cidadania:

O Brasil caminha celeremente para um isolamento internacional que se somará a políticas públicas que serão implementadas pela equipe econômica de Jair Bolsonaro e que aprofundarão o processo de empobrecimento nacional iniciado pelo governo Michel Temer. Com Bolsonaro, o que resta da CLT será eliminado e o Brasil sofrerá boicote econômico internacional por violação da democracia.

O passado garimpeiro de Bolsonaro

Por Amanda Audi, no site The Intercept-Brasil:

Em momentos de folga, Jair Bolsonaro costuma estacionar perto de algum rio, arregaçar a barra da calça e entrar na água. Leva junto um jogo de peneiras e uma bateia, recipiente com fundo cônico usado para revolver água e cascalho, que carrega no carro. Ele vai em busca de ouro. “Sempre que possível eu paro num canto qualquer para dar uma faiscada”, disse ele em um vídeo que gravou para garimpeiros, de julho deste ano. “Faiscar” é o ato de procurar metais preciosos. Ele já expressou algumas vezes que “garimpo é um vício, está no sangue” – apesar de não ter permissão para isso.

Era Bolsonaro: o que nos espera?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Foi uma sucessão tão alucinante de notícias e eventos trágicos para o país que a sensação é de que passou muito mais do que uma semana; o país parece aprisionado por um pesadelo” (Mauro Lopes, jornalista, no Brasil 247).

É a mesma sensação que tive, mas foi apenas uma amostra grátis do que vem pela frente.

A estreia oficial da Era Bolsonaro acontece esta semana em Brasília, na terça-feira, com a entrada triunfal do presidente eleito no Congresso Nacional, onde ele passou os últimos 27 anos da sua vida como deputado do baixo clero..

General Heleno e os impatriotas

Por Renato Rovai, em seu blog:

O general Augusto Heleno, que foi nomeado ministro da Defesa antes mesmo de Bolsonaro vencer as eleições, disse ao site oficial da extrema direita brasileira e do futuro governo, O Antagonista, que o ex-ministro da Defesa e das Relações Internacionais Celso Amorim “é o primeiro ex-chanceler a usar vários diplomatas a ele ligados em uma campanha no exterior contra o seu próprio país, mentindo sobre a prisão de Lula. Atitude impatriótica, vergonhosa e injustificável”.

Populismo autoritário

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Em uma semana, o novo regime começou a mostrar a cara. Pelo focinho é que se conhece o bicho.

Surpresos, só os que acreditavam que a retórica de campanha não se tornaria forma de governo. No primeiro dia como presidente eleito, Jair Bolsonaro reiterou ameaças aos adversários e ameaçou retaliar veículos que não se portarem bem.

Pelo Twitter, confirmou ministros e desmentiu notícias. Está claro que apostará na comunicação pessoal e direta com o povo, através das redes sociais, dispensando a mediação da imprensa, e que no Congresso buscará votos ao largo dos partidos. Focinho de populismo autoritário, que saído das urnas, pode ser mais forte que o gerado por tanques.

Moro cometeu 11 violações a direitos de Lula

Da Rede Brasil Atual:

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) emitiu nota em que critica a decisão do juiz federal de primeira instância Sérgio Moro de aceitar o cargo de ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Os juristas elencam 11 episódio que exemplificam a conduta “excepcionalmente ativista” por parte do magistrado, que foi criticado por especialistas brasileiros e estrangeiros.

Quantos são os extremistas de direita?

Por João Quartim de Moraes, no site Vermelho:

Nas análises que têm sido divulgadas sobre o conteúdo ideológico do voto em Bolsonaro, predominam as que examinam o dos evangélicos. Essa opção prioritária se justifica porque, diferentemente das demais religiões e dos que não aceitam dogmas religiosos, em que o voto se distribuiu sem notáveis diferenças entre os dois candidatos no segundo turno da eleição do presidente, mais de dois terços dos adeptos das igrejas ditas evangélicas votaram no candidato da extrema-direita. Reproduziram aqui o exemplo dos Estados Unidos, onde a chamada “Jesuslândia” constitui o bastião da direita mais brutalmente retrógrada, a que elege os bush e os trump.

domingo, 4 de novembro de 2018

A recompensa do cabo eleitoral Sergio Moro

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Com a sua habitual sinceridade e, aparentemente, total falta de senso de oportunidade, o general Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, revelou poucas horas antes do anúncio oficial o arranjo que levou o juiz Sergio Moro a aceitar o convite para assumir um “superministério” da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.

Segundo Mourão, a sondagem ficou a cargo de outro futuro “superministro” (esta administração mais parece um filme da Marvel), o economista Paulo Guedes, ainda no primeiro turno. “Isso faz tempo, durante a campanha foi feito um contato”, descreveu o militar.

Brasil vai enterrar a Constituição Cidadã

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Paulo Guedes, anunciado como futuro ministro da Fazenda de Bolsonaro, afirmou que o Brasil “vai enterrar modelo econômico social-democrata”.

A Constituição Federal de 1988 (CF88), chamada de Constituição Cidadã, de fato se inspirou na social-democracia, em especial a europeia, para instituir uma série de direitos aos cidadãos brasileiros, tal como consta no artigo 6º da CF88: “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Bolsonaro não teve cheque em branco do povo

Por Guilherme Boulos, no site Mídia Ninja:

Jair Bolsonaro teve a maioria dos votos e foi eleito presidente da República, o que não significa um cheque em branco do povo brasileiro a um pensamento único sem espaço para a oposição de ideias. O sufrágio se dá nas urnas, mas a democracia é prática cotidiana e pressupõe respeito a quem pensa diferente e, sobretudo, às liberdades constitucionais.

As declarações do presidente eleito, no entanto, são preocupantes: denúncias jornalísticas tornam-se “fake news”, movimentos sociais viram “organizações terroristas”, e manifestações populares são tachadas como “ataques à democracia”.

O jornalismo precisa se reinventar

Por Carlos Wagner, no site da Fundação Maurício Grabois:

Com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) para presidente da República o destino das empresas de jornalismo como conhecemos é incerto. Ele se elegeu prometendo acrescentar novas dificuldades a um setor que já sofre o êxodo de leitores e anunciantes.

Os problemas econômicos da mídia tradicional são mundiais. Nos Estado Unidos, com a eleição de Donald Trump, um inimigo declarado dos jornais, algumas empresas conseguiram reverter o quadro econômico denunciando para o público os desmandos do grupo político ao redor do presidente. O que irá acontecer com as grandes empresas de comunicação do Brasil, nós saberemos no primeiro ano de governo de Bolsonaro.