terça-feira, 27 de novembro de 2018

Manual de sobrevivência na selva bolsonara

Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior:

Na semana passada participei de um debate na Universidade Livre de Berlim que, partindo de questões literárias, terminou por entrar por reflexões sobre a atual situação brasileira. Houve depoimentos candentes sobre o clima de perseguição e violência contra a dissidência ao candidato vitorioso e sua trupe que se implantou durante a eleição e que tende a se intensificar depois da posse. Houve relatos que variaram da desarticulação dos programas sociais desenvolvidos durante os governos de Lula e Dilma (como o de apoio às pequenas cacimbas de água no Nordeste), imediatamente posta em prática pelo governo Temer, passando pelos conflitos familiares e perseguição desde já a professores, estudantes, até o de estupros de mulheres simplesmente porque apoiaram o outro candidato.

Raquel Dodge protege Nardes

Por Jeferson Miola, em seu blog:           

No seu blog, Lauro Jardim noticia que a chefe da PGR, Raquel Dodge, engaveta denúncia contra Augusto Nardes. Na nota com o título “Augusto Nardes agradece” [a Dodge], o jornalista comenta:

“O inquérito sobre os rolos de Augusto Nardes na operação Zelotes, aberto em 2015, está desde fevereiro em alguma gaveta de Raquel Dodge na PGR“.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A fábrica de acusações contra Lula

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Como já se antecipara aqui, segue o clima de perseguição a Lula com acusações sem pé nem cabeça, mas com promotores dispostos a colocá-las nas primeiras páginas de jornais e de juízes prontos a aceitá-las, pela oportunidade de brilhar no mesmo palco de Sérgio Moro.

Agora, trata-se de um suposto “tráfico de influência” que Lula teria praticado ao fazer de um empresário portador de uma carta ao presidente da Guiné Equatorial. Lula já havia deixado há tempos de ser presidente e não ocupava nenhum cargo público, e não menciona nenhum negócio, exceto que Rodolfo Geo, era diretor da ARG, Rodolfo dirige “empresa que já desde 2007 se familiarizou com a Guiné Equatorial, destacando-se na construção de estradas”.

Jeito político de Bolsonaro já naufragou

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Nunca existiu um político eleito que tenha cumprido todas as expectativas oferecidas durante a eleição. É natural da política, mas Bolsonaro certamente levará o chamado “estelionato eleitoral” para um novo patamar. O presidente eleito justificou a nomeação de ministros envolvidos em denúncias afirmando que a “questão ideológica é mais grave do que a corrupção”. Sobre a nomeação de um réu no Supremo, debochou: “Eu também sou réu no Supremo. E daí?”

As mentiras sobre a medicina em Cuba

Por Nésio Fernandes, no site Vermelho:

Desde que foi criado o Programa Mais Médicos e grande parte dos profissionais que o integram vieram de Cuba, muita mentira tem circulado sobre a formação daqueles profissionais oriundos e suas condições de trabalho no Brasil. As mentiras se espalharam com maior profusão nas redes sociais e se intensificaram depois que Jair Bolsonaro afirmou que fará mudanças no Mais Médicos que tornam inviável a permanência dos cubanos no programa e levaram Cuba a encerrar a parceria.
 

A nova corte e a fragilidade de Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – as fragilidades de Bolsonaro

Prosseguimos na tentativa de decifrar Jair Bolsonaro, juntando mais fragmentos do homem e do grupo trazidos por pessoas que transitam por lá. Como Bolsonaro é um ator político totalmente não-convencional, esses bastidores são mais reveladores do que a cobertura da mídia brasiliense, espremida por pressões dos veículos ou pela necessidade de construir boas relações com as novas fontes.

Ontem, no Twitter, o jornalista norte-americano Vincent Bevins – que foi correspondente no Brasil do Los Angeles Times – traçou um retrato cruel da cobertura sobre Bolsonaro.

O time neoliberal de Paulo Guedes

Por Umberto Martins, no site da CTB:

Paulo Guedes, guru e superministro da Economia de Bolsonaro, está formando no entorno de sua pasta um time de neoliberais que promete radicalizar a agenda entreguista do governo Michel Temer. Nesta quinta ele anunciou os futuros presidentes do Banco do Brasil, Rubens Novaes, e da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, expoentes do pensamento privatista.

Era Temer-Bolsonaro: regressão do trabalho

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

O ingresso passivo e subordinado na globalização durante a era dos Fernandos – Collor (1990-92) e Cardoso (1995-2002) – empurrou o Brasil para o emparedamento entre dois tipos de saídas nacionais. A primeira em referência às nações de alta renda per capita de organizada e regulada exploração econômica do trabalho por meio dos investimentos em educação, ciência e variada inovação (tecnológica, institucional, produtiva e outras) – geradora de ganhos sistêmicos da produtividade.

Bolsonaro é uma peça dos EUA

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Jair Bolsonaro é uma peça dos EUA. Assim como Sérgio Moro, que foi formado lá. A nomeação do juiz para o Ministério da Justiça é uma exigência norte-americana. Bolsonaro não manda muito. É um personagem grotesco, patético. Quem manda são os capitais que estão por trás dele. Como aconteceu com Hitler, quando ele chegou ao poder.

A avaliação é de Juan Carlos Monedero, um dos criadores do Podemos espanhol, em entrevista ao Tutaméia (acompanhe no vídeo). Cientista político, professor da Universidade Complutense de Madri, ele defende a formação de uma frente ampla, pois “a direita está unida em todo o mundo”.

Bolsonaro tem condições de governar o país?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“31 de março de 1964: é patriótico e necessário recordar esta data. Amigos, esta é uma data para lembrar e comemorar” (Ricardo Vélez Rodriguez, filósofo colombiano, ministro da Educação do novo governo).

***

Dirão alguns de vocês que a pergunta do título não tem cabimento porque o capitão-deputado Jair Bolsonaro, de 63 anos, acabou de ser eleito, com mais de 57 milhões de votos, e agora não adianta reclamar.

Pois só agora, um mês após a a sua vitória, é que começamos a saber o que realmente pensa e quer no poder o capitão reformado pelo Exército aos 33 anos, político profissional do baixo clero há mais de três décadas, sobre quem pouco se conhecia, já que ele fugiu dos debates durante a campanha.

Num dia desses qualquer

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Pode acontecer num dia qualquer.

Num dia desses em que Aécio Neves continuar solto e deputado.

Num dia desses em que for arquivado mais um processo contra Serra, Aloysio, Ônix, Geddel e o Gato Angorá.

Num dia desses em que Temer estiver – quem sabe – despachando no Palácio Pamphilj, em Roma, ou em outra qualquer embaixada ao redor do mundo.

Sobre a mal(dita) polarização da sociedade

Charge: Renan Lima
Por Alexandre de Freitas Barbosa, no site Brasil Debate:

A “polarização” virou moda. Todos a pronunciam: a colunista da Folha, o cientista social renomado e a minha filha adolescente na prova do Enem. Dividiu as famílias, sacrossanto pilar da sociabilidade burguesa. Virou senso comum. O país estaria dividido entre “nós e eles” ou vice-versa.

A quem interessa o discurso da polarização, de que a sociedade brasileira estaria partida ao meio? Os intelectuais trabalham com conceitos que comportam sentidos. Vivemos de problematizar o real e de buscar a gênese das construções ideológicas a serviço de determinados segmentos sociais, com o intuito de desconstruí-las.

domingo, 25 de novembro de 2018

Bolsonaro e a glória do bandido de direita

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Num encontro com parlamentares eleitos do PSL, em Brasília, Jair Bolsonaro repetiu uma ladainha já usada na campanha sobre o valor relativo da roubalheira.

Só que, desta vez, foi mais explícito.

“Precisamos do parlamento e precisamos, acima de tudo, dar o exemplo. […] Estamos no mesmo barco. Se eu afundar, não é vocês não, é o Brasil todo que vai afundar junto. E não teremos retorno”, disse.

“Se nós errarmos, aquele pessoal volta e nunca mais sai. E quem vai ter que sair seremos nós. E vai faltar toco de bananeira para nós nadarmos até a África ou até os Estados Unidos”.

"Mais Médicos" e a solidariedade cubana

Por Pedro de Oliveira, no Blog do Renato:

Nesta última semana, diante das ameaças e desqualificações perpetradas pelo presidente eleito do Brasil, Jari Bolsonaro, o Governo da República de Cuba foi obrigado a suspender a participação de médicos cubanos no Programa Mais Médicos. Este programa foi assinado entre Cuba e o Brasil sob o patrocínio da Organização Pan-Americana de Saúde, que faz parte do Sistema das Nações Unidas, instituído no final da década de 40 do século passado, logo em seguida à fundação da ONU.

O legado de um comandante invicto

Foto: Liborio Noval
Por Judite Santos, no site do MST:

Neste 25 de novembro completam-se dois anos da partida física do comandante Fidel Castro. Prestarmos nossa homenagem a este que foi sem dúvida, o maior dirigente revolucionário nessa quadra histórica em que vivemos.

Fidel Castro Ruz nasceu em 13 de agosto de 1926, no pequeno povoado de Birán, região oriental de Cuba. Seu pai havia sido recruta do exército espanhol na luta contra a independência de Cuba e depois retornou para instalar seu negócio e fazer sua vida na ilha, sua mãe era filha de camponeses pobres de Pinar del Río, região ocidental de Cuba. Don Angel Castro e Dona Lina Ruz se casaram em 1922 e tiveram 7 sete filhos, entre eles

O grande bedel como ministro da Educação

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A escolha do filósofo Ricardo Vélez Rodríguez para chefiar o Ministério da Educação assusta mais que a do diplomata trumpista Ernesto Araújo para o Itamaraty.

Ambos foram indicados pelo guru intelectual da direita, o também filósofo Olavo de Carvalho.

Ambos foram escolhidos por suas convicções ideológicas e não pela experiência ou pela capacidade técnica ou operacional em suas áreas, acentuando o aparelhamento ideológico do Estado de que o PT era acusado.

Livrarias quebram e arrastam setor editorial

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

O modelo de negócio das livrarias brasileiras está em xeque. Neste ano, as duas maiores redes no país, Livraria Cultura e Saraiva, entraram com processo de recuperação judicial. Quantidade expressiva dos livros vendidos no Brasil, quatro em cada dez, passa por essas lojas. A quebra arrasta toda a cadeia editorial, altamente dependente desse oligopólio que hoje não consegue mais se sustentar.

O problema é mais complexo do que parece. Culpar a crise econômica ou o fraco hábito de leitura dos brasileiros não basta. E as soluções também são delicadas, mas existem.

O governo de Olavo de Carvalho

Por Fred Melo Paiva, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro acaba de escolher o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez para o Ministério da Educação. É a segunda indicação de ministro feita pelo ideólogo do bolsonarismo, o autointitulado filósofo Olavo de Carvalho. O outro foi o futuro chanceler Ernesto Araújo, cuja retórica é muito semelhante àquela do padrinho. Assim como Rodríguez.

Bolsonaro chegou a cogitar para a Educação o executivo do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos. Embora filiado ao liberal Instituto Millenium, Ramos é crítico do Escola sem Partido e, diz Olavo, favorável à “ideologia de gênero”, uma obsessão de evangélicos e de bolsonaristas mais empedernidos.

Turma de Xi! Cago vai vender tudo!

A esquerda e a legitimidade de Bolsonaro

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                               

É do bravo Marcos Coimbra, sociólogo dos bons, o melhor texto pós-eleitoral até agora. Vale a pena citar na íntegra o encerramento de seu artigo: “O Brasil tem o dever de esclarecer o que ocorreu na última eleição, por razões nossas e porque somos importantes globalmente. Antes de saber o que aconteceu de verdade, é prematura a autocrítica e a lavagem de roupa suja na esquerda (por mais necessária que seja).”

Coimbra se refere às consistentes denúncias de manipulação das redes sociais por parte da campanha do capitão nazista, especialmente na reta final do primeiro turno, que atingiram em cheio o eleitorado mais pobre e, portanto, mais vulnerável ao jogo sujo, e fora da lei, da campanha bolsonarista.