terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Ministério não reflete diversidade do país

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), chegou a declarar que seu ministério seria formado por no máximo 15 pastas. Em rede social, ainda antes do primeiro turno, em outubro, ele afirmou que seria um ministério enxuto, "que possa representar os interesses da população, não de partidos". Prestes a tomar posse, seu governo terá 22, na verdade, quase 50% a mais do que o prometido. Um número que pode ser enganoso, já que algumas áreas foram anexadas. Além disso, a composição pouco reflete a diversidade do país, na medida em que mostra concentração geográfica e até étnica.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Sheherazade acertou: Frota é um troglodita!

Por Altamiro Borges

Na terça-feira passada (18), a juíza federal Adriana Freisleben de Zanetti, da 2º Vara de Osasco (SP), condenou o ator-pornô e deputado federal Alexandre Frota (PSL) por divulgar notícias falsas e criminosas contra Jean Wyllys (PSOL-RJ). O fascista foi punido com dois anos e 26 dias de detenção, mas a pena foi suavizada e transformada em multa de R$ 295 mil e prestação de serviços à comunidade – ele deverá picotar folhas de papel dos processos antigos que estão sendo descartados após a informatização da Justiça de Osasco. Descontente com a sentença, Alexandre Frota não recuou e passou a atacar a magistrada nas suas redes sociais. Admiradores do ator-pornô, excitados e tresloucados, também partiram para a baixaria no Facebook.

RedeTV! também adere a Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Com exceção da Rede Globo, que segue com sua linha do “bate e assopra” para analisar os riscos futuros, todas as principais redes de televisão do país – que são concessões públicas monopolizadas pela iniciativa “privada”, nos dois sentidos da palavra – já aderiram ao covil de Jair Bolsonaro. O chapa-branquismo se dá por motivos ideológicos – concordância com o programa ultraliberal na economia, conservador nos costumes e repressor na política – e por razões mercenárias – servilismo em busca de verbas publicitárias e de outras benesses. Na semana passada, Marcelo de Carvalho, vice-presidente e sócio da RedeTV!, confirmou o que os poucos telespectadores que acompanham a decadente cobertura jornalística dessa emissora já sabiam.

O milagre dos bens da família Bolsonaro

Fabrício, o amigo oculto de Bolsonaro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A charge – como sempre, genial – do Aroeira era inevitável.

Mas, no fundo, acho que Fabrício Queiroz – o primeiro ‘desaparecido’ político do período Bolsonaro – está sendo um presente para os brasileiros.

Mesmo com a cooperação de uma mídia mansa que, como disse Xico Sá no Twitter, não foi capaz sequer de mostrar o hospital onde o “assessor-amigo” estaria internado, o caso está funcionando como uma “trava” aos planos do ex-capitão de “entrar rachando” em seu mandato.

Lava-Jato age como falange jurídico-policial

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Procuradores da República, policiais federais e juízes da Lava Jato [na primeira instância e nos tribunais superiores] se comportam menos como procuradores, policiais e juízes do que como integrantes da falange jurídico-policial da extrema direita.

Além de celebridades de extrema-direita no twitter, instagram e facebook, essas figuras – que deveriam pautar suas condutas pelo recato e pela discrição – levam uma vida de celebridade de extrema-direita também no mundo físico e presencial.

Até agora, novo governo só faz ameaças

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Por mais que eu queira, é impossível mudar de assunto.

Nem eu aguento mais escrever sobre esse escalafobético governo de transição, em transe permanente, mas a cada dia surgem novas ameaças no horizonte, em vez de projetos para melhorar o país.

Sem ter apresentado até agora um programa econômico concreto e factível, com números, prazos e metas, como faz qualquer governo novo, a equipe de Bolsonaro prefere fazer ameaças no varejo a torto e a direito (mais torto do que direito).

Os rumos do fascismo à brasileira

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – os ciclos da história

Desde o Plano Cruzado me interessei pelos ciclos históricos, pela maneira caprichosa com que os fatores históricos vão sendo tecidos e os eventos se repetem, com cem anos de diferença, mas seguindo a mesma lógica férrea. Explano essa processo no meu livro “Os cabeças de planilha”.

Quem primeiro me chamou a atenção foi a leitura de “América Latina, males de origem”, do médico, psicólogo, historiador Manuel Bonfim.

Admirador da revolução americana, descreveu logo após a República o que seria o desenho de um país moderno e sua decepção com a República que se desenhava no país. Especialmente com a maneira como o Brasil naufragou com o encilhamento e o jogo político dos financistas.

Receita rastreia fraude fiscal da Coca-Cola

Por Moriti Neto, na revista CartaCapital:

Santa Maria, no interior gaúcho, é palco de uma disputa com potencial para criar um efeito em cascata no resto do País. Ou até internacional. Nomes poderosos, altas cifras e uma das marcas mais influentes do mundo aparecem em denúncias de um caso considerado exemplar de manobras tributárias bilionárias e prejudiciais aos cofres públicos. O alvo é o sistema Coca-Cola, investigado no gabinete da delegacia da Receita Federal localizada no município. Depoimentos de quem conhece a operação da multinacional descortinam transações fiscais que influenciam direta e negativamente a receita tributária.

Triste fim do usurpador Michel Temer

Editorial do site Vermelho:

Cada letra do documento denominado “Uma ponte para o futuro”, apresentado pelo usurpador Michel Temer como plataforma política do seu governo, era uma garantia de que o Brasil ingressaria no caminho para um passado longínquo, pré-Revolução de 1930. Agora, quando ele se prepara para entregar a faixa presidencial usurpada ao presidente eleito Jair Bolsonaro, o que era óbvio está materializado. A aplicação daquele documento golpista aplainou o terreno para o agora ultraliberal e neocolonial programa de governo Jair Bolsonaro-Paulo Guedes.

domingo, 23 de dezembro de 2018

‘Veja’ e as sacanagens do falido Grupo Abril

Por Altamiro Borges

Nesta quinta-feira (20), finalmente o Grupo Abril, que sacaneou centenas de trabalhadores ao pedir recuperação judicial em agosto passado, foi vendido no mercado das almas. O empresário Fábio Carvalho, famoso por comprar empresas falidas para promover drásticas reestruturações, adquiriu o velho império midiático, que edita a abjeta revista Veja e vários outros títulos. “A história da Abril está intimamente relacionada com os grandes eventos políticos e econômicos que marcaram a história do Brasil nas últimas décadas. A capacidade e importância jornalística do Grupo é inegável. Não temos dúvida dos méritos e qualidades que permeiam as companhias do Grupo e que serão os pilares sobre os quais nos apoiaremos para superar os grandes desafios que se apresentam”, bravateou o novo dono da empresa ao anunciar a aquisição.

Queiroz e as mutretas do clã Bolsonaro

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

O interminável silêncio do motorista Queiroz não deixa dúvidas de que ele não tem como explicar as mutretas no gabinete de Flávio Bolsonaro, que envolvem o presidente eleito da República e sua esposa.

Há mais de duas semanas, a família Bolsonaro vem tentando se esquivar do assunto, limitando-se a dizer que é Queiroz quem deve ser questionado. Mas o amigo íntimo de quase 40 anos do presidente sumiu do mapa. Na última sexta-feira, ele faltou pela segunda vez a uma convocação para prestar depoimento no Ministério Público do Rio alegando doença. Essa dificuldade em explicar os desvios nos leva a supor que os envolvidos no caso ainda não combinaram uma boa desculpa.

Queiroz não vai à posse de Bolsonaro

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A ausência mais lembrada da lista de convidados para a posse de Jair Bolsonaro é a de Fabrício Queiroz.

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro pilhado pelo Coaf com movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão, amigo de Jair há 34 anos, não faz parte do rol de 140 nomes da cerimônia de 1º de janeiro.

Entre os esperados em Brasília estão antigos parceiros de pescaria e líderes religiosos, mas não o PM.

A família comparecerá em peso. A mãe, Olinda, de 89 anos, Renato, único irmão do presidente eleito, filhos, noras, cunhados, netos e sobrinhos.

Renato Bolsonaro, aliás, foi exonerado em 2016 da função de assessor especial parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Lista de pedidos de um jurista ao Papai Noel

Por Lenio Luiz Streck, no site Carta Maior:

Sou Lenio Streck. Avô do Santiago e do Caetano. Professor universitário, constitucionalista, advogado parecerista, fui procurador de Justiça do Rio Grande do Sul e, vejam só, fui também goleiro. Sempre gostei de futebol. Tenho diploma de comentarista de futebol. Não por menos, quando criança, na minha Agudo - terra do Bagualossauro -, pedia ao Weihnachtsmann, o bom velhinho, que me trouxesse uma bola e uma camiseta de goleiro. Um cético daria de ombros: Papai Noel não existe; não para uma criança que, de tão pobre, odiava férias (férias significa ficar em casa; ficar em casa significa trabalhar). É óbvio que ele não vem.

Lava-Jato e os prejuízos da corrupção

Por Raduan Nassar, no site Lula:

A destruição da soberania nacional tem um nome: Força Tarefa da Lava Jato. Em conluio com o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria Geral da República, a Lava Jato não só propiciou o golpe de 2016, como liquidou com a economia, quebrando inúmeras empresas, levando o desemprego às alturas, além da entrega a grupos estrangeiros das riquezas do país, como o pré-sal. A Lava Jato causou um prejuízo incomparavelmente maior à nação do que a corrupção que pretextava combater.

Justiça condena 'sinistro' do Meio Ambiente


O juiz Fausto José Martins Seabra, da 3ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, condenou hoje (19) por improbidade o futuro ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ao julgar procedente a ação do Ministério Público do Estado de São Paulo, o magistrado considerou que em 2016 Salles modificou os mapas de zoneamento da Área de Proteção Ambiental Várzea do Tietê e alterou profundamente a minuta do decreto do plano de manejo da unidade de conservação.

Embraer, TAP e a última do brasileiro, pá!

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Em Lisboa, 19 horas.

Nuvens negras se acumulam para os lados da Praça Luis de Camões e relâmpagos brilham, sinuosos, sobre o Castelo de São Jorge.

Um conhecido, capixaba, que vem descendo a pé o passeio, testemunha inesperadamente o encontro de dois cidadãos portugueses, perto da Tasca Maitai, na rua da Rosa.

-Tu por aqui, pá? E sozinho?

Como está frio, cerca de 10 graus, com chuva e uma umidade de 81%, o primeiro parece estar tentando convencer o segundo a tomar uma taça de vinho, ou quem sabe algo mais forte, em um bar próximo, para esquentar o peito, e completa, incisivo, aumentando o tom de voz, com um apelo que lhe parece incontornável:

Temer, o "homem grande de Itu"

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Uma das vantagens de acompanhar a passagem do tempo é que a pessoa tem direito de rir de piada pronta.

Numa das cenas finais de um governo que a maioria absoluta dos brasileiros e brasileiras gostaria que não tivesse existido, Michel Temer foi até Itu, no interior de São Paulo, para a inauguração do “Centro de Memória Presidente Michel Temer”.

A graça é que há décadas a cidade é cercada pela lenda de que seus moradores têm mania de grandeza.

De uns tempos para cá, eles próprios se divertem com isso.

Aparece, Queiroz

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Faltando ontem pela segunda vez ao depoimento marcado pelo Ministério Público para explicar a movimentação financeira de R$ 1,2 milhão, incompatível com sua renda, Fabrício Queiroz complicou mais ainda a vida da família Bolsonaro.

Por conta de seu sumiço e silêncio, em janeiro um senador da República, Flávio Bolsonaro, filho do presidente recém empossado, Jair Bolsonaro, terá que prestar esclarecimentos sobre as entradas e saídas de dinheiro da conta bancária de seu ex-assessor.

O constrangimento só poderá ser evitado se Queiroz aparecer e contar uma história convincente, apresentando elementos que sustentem sua veracidade.

A farsa de Fernandinho Holiday do MBL

Vereador Toninho Vespoli (PSol)
Por Renato Rovai, em seu blog:

Ontem a Câmara Municipal de São Paulo viveu mais um dos seus dias de vergonha. Numa sexta-feira, véspera de Natal, o prefeito Bruno Covas colocou sua base para aprovar a reforma da previdência dos servidores municipais.

Um tema complexo e que merecia ampla discussão entrava em pauta para ser votado de afogadilho. A oposição resistia. A vereadora Samia Bonfim (PSoL), recém-eleita deputada federal, estava no microfone questionando tais métodos, quando irrompe à mesa dos trabalhos o vereador Fernandinho Holiday (DEM), um dos meninos do MBL, especialista em tretas e provocações.