sexta-feira, 15 de março de 2019

A união dos governadores do Nordeste

Editorial do site Vermelho:

O Nordeste tem cerca de 20% do território nacional: são 1,5 milhões dos 8,5 milhões de km² da área total do país. Os nove estados da região têm, juntos, 56,6 milhões de habitantes, que formam cerca de 28% dos 204,5 milhões de brasileiros (dados do IBGE, para 2015).

São números expressivos, que dão força à "Carta dos Governadores do Nordeste", aprovada nesta quinta-feira (14) em São Luís (MA), assinada pelos dirigentes regionais: Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Flávio Dino (Maranhão), João Azevedo (Paraíba), Paulo Câmara (Pernambuco), Wellington Dias (Piauí), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Belivaldo Chagas (Sergipe) e José Luciano Barbosa da Silva (Vice- governador de Alagoas).

O massacre que a TV não mostrou em Suzano

Por Flávia Martinelli, no site Jornalistas Livres:

Estarrecido, o país parou nessa terça-feira, 13 de março de 2019, para entender o que houve na Escola Raul Brasil em Suzano. O massacre, que resultou em dez mortes e ao menos 11 feridos, exigiu cobertura ao vivo. As TVs escalaram seus repórteres, suas câmeras de alta resolução, seus helicópteros, seus carros com satélites de link para transmissões diretamente do local do crime. O arsenal estava todo lá. Mas acompanhar a chegada das informações pelas emissoras foi mais um espetáculo de horrores da mídia nacional.

O grande negócio do combate à corrupção

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Os últimos dias foram históricos, de afirmação das instituições nacionais em relação a dois poderes paralelos.

Em Brasília, finalmente a Procuradora Geral da República Raquel Dodge assumiu plenamente o cargo e enquadrou o grupo da Lava Jato – que junta procuradores, juízes de direito no que se convencionou chamar de “a República do Paraná”.

Como previmos, a história da criação de uma fundação de direito privado, com controle dos procuradores da Lava Jato, visando administrar a soma inacreditável de R$ 2,5 bilhões, foi o ponto de inflexão na saga da operação. Trincou o cristal permitindo, nos próximos meses, um levantamento amplo do que ocorreu nesses anos de exercício do poder absoluto.

Lava-Jato: A bandidagem veste toga

Por Daniel Zen, no site Mídia Ninja:

Infelizmente, o povo ainda não sentiu o mal cheiro, que se disfarça com perfumes e vistosas vestes talares.

Já havia escrito, em outros artigos, publicados aqui mesmo neste portal, a respeito de parte daquilo que o jornalista Luis Nassif esquadrinhou em uma série de reportagens publicadas no site “Jornal GGN”, essa semana.

Com uma riqueza de detalhes da qual eu não dispunha, Nassif descreveu a relação existente entre o ex-Juiz e agora Ministro da Justiça, Sérgio Moro e de sua esposa, Rosângela Wolff de Quadros Moro, com a Família Arns e de como a atuação dos lavajateiros contribuiu para o surgimento de dois “mercados” milionários e exclusivos, a beneficiá-los: o de delações premiadas e o de palestras, ambos decorrentes da Operação Lava Jato.

Sobrou alguma coisa boa para contar?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Desisto.

Desde cedo, estou procurando por todo canto alguma história boa para contar aos caros leitores do Balaio para espantar o baixo astral.

Ao final de mais uma semana trágica e tormentosa, com o massacre de Suzano e a prisão dos milicianos amigos acusados do assassinato de Marielle e Anderson, lamento informar, mas não sobrou nada.

Não achei nem mesmo uma pílula noticiosa falando bem de alguém que tenha ajudado uma velhinha a atravessar a rua.

As três ignorâncias contra a democracia

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Outras Palavras:

Escrevi há muito que qualquer sistema de conhecimentos é igualmente um sistema de desconhecimentos. Para onde quer que se orientem os objetivos, os instrumentos e as metodologias para conhecer uma dada realidade, nunca se conhece tudo a respeito dela e fica igualmente por conhecer qualquer outra realidade distinta da que tivemos por objetivo conhecer. Por isso, e como bem viu Nicolau de Cusa, quanto mais sabemos mais sabemos que não sabemos. Mas mesmo o conhecimento que temos da realidade que julgamos conhecer não é o único existente e pode rivalizar com muitos outros, eventualmente mais correntes ou difundidos. Dois exemplos ajudam. Numa escola diversa em termos étnico-culturais, o professor ensina que a terra urbana ou rural é um bem imóvel que pertence ao seu proprietário e que este, em geral, pode dispor dela como quiser.

Bolsonaro vai prestar continência a Trump?

Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:

Neste domingo, 17, o presidente da República Federativa do Brasil estará em sua primeira visita oficial como chefe de governo, obviamente, aos Estados Unidos. As relações entre os dois maiores países do continente americano sempre foram e sempre serão complexas. Impossível reduzi-las a uma única dimensão. Nem a competição desenfreada e hostil, nem o alinhamento subserviente.

Um ano sem a minha irmã, Marielle Franco

Por Anielle Franco, no site The Intercept-Brasil:

Às 5h da manhã de terça-feira, acordei com uma ligação da promotora Letícia Petriz, do Ministério Público do Rio. Ela quis me avisar, em primeira mão, que haviam sido presos dois suspeitos de matar minha irmã, Marielle, e seu motorista, Anderson. Descobrir o rosto das pessoas que tiraram a vida deles não é nada fácil e nem motivo para comemoração. Ao mesmo tempo, a notícia da prisão tem um sabor de esperança.

Lava-Jato é inimiga do Brasil

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Foi raspando, mas o suficiente para restabelecer a ordem constitucional no Brasil. Por 6 a 5, o Supremo Tribunal Federal decidiu que crimes eleitorais conexos devem permanecer na Justiça eleitoral.

Comentaristas da Globo e de outros veículos que ajudaram a criar a farsa da Lava Jato e, em consequência, o ambiente que resultou em Jair Bolsonaro estavam tristes.

Merval Pereira, na Globonews, estava cabisbaixo, com expressão de choro.

Por que tanto?

Porque são aliados da Lava Jato e agora se sentem derrotados juntamente com Dallagnol.

Do nacionalismo ao entreguismo vulgar

Por Rafael da Silva Barbosa, no site Brasil Debate:

A utilização da expressão “entreguismo vulgar” é um pleonasmo, pois, todo entreguismo, em essência, é vulgar. Mas, dadas as atuais circunstâncias, a classificação do termo pode auxilar na compreensão de quão fundo nos encontramos dentro do poço.

O debate sobre nacionalismo e entreguismo surgiu com ilustre intérprete do Brasil Caio Prado Jr., em sua monumental obra “História Econômica do Brasil”, mais especificamente no capítulo “A crise de um sistema”. Ali, o intérprete deixa claro o que é ser, de fato, nacionalista:

quarta-feira, 13 de março de 2019

Morte de Marielle pode derrubar Bolsonaro

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Há uma avalanche de indícios ligando o clã Bolsonaro ao crime organizado do Rio de Janeiro (milícias). Acaba de surgir fato que pode ligar Bolsonaro aos assassinos de Marielle Franco: ele tem uma casa no condomínio em que mora um dos assassinos dela, que acaba de ser preso. Mas não é só. Tem muito mais. Morte de Marielle pode derrubar Bolsonaro.

Vamos rever alguns fatos que ligam Bolsonaro ao crime organizado.

1) 2003: Jair Bolsonaro, no Congresso, defende milícias e grupos de extermínio;



Bolsonaro e o assassino que mora ao lado

Por Jeferson Miola, em seu blog:         

Qualquer pessoa decente ficaria aterrorizada ao saber que um matador de aluguel, frio e sanguinário, autor de um atentado bárbaro contra uma vereadora e contra a democracia, mora exatamente na mesma rua do seu condomínio, apenas três casas adiante da sua.

Quem não se aterrorizaria com o fato desse bandido ser um miliciano que armazena impressionante arsenal de 117 fuzis novos e centenas de munições em outro imóvel, e possivelmente é vinculado ao tráfico internacional e comércio clandestino de armas?

O dilúvio de incompetências em São Paulo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Em minha vida de repórter, duas décadas atrás, cheguei a ser convidado para um evento do governo de São Paulo, com direito a refrigerante e salgadinhos, nos qual se anunciou um programa de recuperação do Tietê.

Acho que deve ser sido o penúltimo em um milhão de coquetéis desse tipo, nos quais era possível admirar uma maquete caprichada, que lembrava o cenário das cidades de brinquedo da infância. Homens e mulheres em miniatura, carrinhos de bebê, automóveis, guarda-chuvas.

As três ameaças que pairam sobre a web

Por Tim Berners-Lee, no site da Fundação Maurício Grabois:

Neste dia 12 de março de 2019, 30 anos depois da minha proposta original de um sistema de gerenciamento da informação, meio mundo usa a Internet. É um momento para comemorar o quão longe chegamos, mas também uma oportunidade para refletir sobre o quão longe ainda precisamos ir.

A web tornou-se uma praça pública, uma biblioteca, um consultório médico, uma loja, uma escola, um estúdio de design, um escritório, um cinema, um banco e muitas outras coisas. Naturalmente, a cada nova característica e a cada novo site, a divisão entre aqueles que usam a Internet e aqueles que não usam aumenta e torna ainda mais imprescindível que todos tenham acesso à Internet.

Golpe da Previdência vai privilegiar bancos

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

A professora e pesquisadora da Unicamp Marilane Teixeira participou na noite dessa terça-feira (12) de um debate sobre a “reforma” da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). Marilane é especialista em relações de gênero no mundo do trabalho, e falou no encontro intitulado Os Impactos da Reforma da Previdência de Bolsonaro na Vida das Mulheres.

Guedes e o presidencialismo de achaque

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Depois de ter encaminhado à Câmara Federal a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Reforma da Previdência e com ela pretender desmontar a Seguridade Social brasileira, o ministro Paulo Guedes voltou à carga, informando que nas próximas semanas deverá encaminhar ao Senado uma nova PEC que permita a plena desvinculação dos recursos da União. A alegação é que o orçamento do governo federal seria excessivamente engessado (91% dos recursos têm destinação obrigatória), dificultando a gestão governamental e deixando pouca margem para atender as demandas das casas legislativas, onde supostamente estariam mais bem representados os dispersos interesses da sociedade brasileira.

Março, o mês dos assassinos

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Neste março soturno que percorremos, firmes ou trôpegos, uma data se aproxima sorrateiramente. É o dia 31, o primeiro que enfrentaremos sob um governo de um ex-militar e com uma centena de generais e coronéis em postos-chave.

Voltarão as louvações fardadas? Só sabemos que foram necessários cinco mandatos civis após o colapso da ditadura para um presidente banir a fanfarra nos quartéis. Obra da coragem de Dilma Rousseff, em 2011. Não houve, então, gritaria na caserna. Somente estrilaram as legiões de pantufas das três armas. E agora, em um governo que idolatra o passado, o passado retornará?

A crise da ortodoxia econômica

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Dentre tantos atributos, nossas elites há muito tempo são conhecidas por adotarem uma certa atitude de incorporar todas as tendências e modismos que despontam nos centros dos países mais desenvolvidos. E isso vale para assuntos de um amplo espectro: vão desde aspectos morais e culturais até ditames e recomendações de política econômica. Vale um pouco por aqui aquela conhecida imagem criada por Nelson Rodrigues, que falava de um complexo de vira lata que nos acompanha como povo e como nação.

Capitalização não deu certo em nenhum país

Do site do Diap:

“Se ‘título de capitalização’ fosse bom/rentável, os bancos não o ‘empurrava’ para os clientes comuns”, disse representante da Prudential do Brasil Seguros de Vida, empresa norte-americana de seguros de vida, que opera no Brasil. Nesta matéria vamos falar sobre o regime de capitalização proposto no contexto da reforma da Previdência (PEC 6/19), enviada ao Congresso Nacional pelo governo, no dia 20 de fevereiro.

Para começo de conversa, vamos entender o que é regime de capitalização. A capitalização é uma espécie de poupança que o trabalhador faz para garantir a aposentadoria no futuro, na qual o dinheiro é investido individualmente, ou seja, não ‘se mistura’ com o dos demais trabalhadores. É diferente do sistema atual - de repartição - em que todos contribuem para um fundo que mantém as aposentadorias e demais benefícios previdenciários e assistenciais.

Bolsonaro de joelhos para Trump