segunda-feira, 1 de abril de 2019

Hitler desmente o chanceler de Bolsonaro

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Há algum tempo publicamos aqui um documentário mostrando como os capitalistas financiaram o nazismo de Adolf Hitler e o fascismo de Benito Mussolini. Mas a extrema-direita, viciada em fake news, insiste em jogar no colo da esquerda as barbaridades do nazismo. Como se o líder da União Soviética, Josef Stalin, em que pese seus defeitos, não tivesse botado os nazistas para correr em 1943.

Agora é o chanceler (sic) de Bolsonaro, o bolsominion diplomata Ernesto Araújo, quem utiliza suas redes para difundir a mentira de que o nazismo era de esquerda.

O general Mourão e o "policial bonzinho"

Por Fernando Rosa, no blog Senhor X:

O general Mourão, quem diria, acabou no Wilson Center. No dia 8 de abril, ele é convidado do instituto, em Washington. Diz o convite: “Junte-se a nós naquela tarde para uma conversa sobre as perspectivas políticas para o Brasil no próximo ano e além“.

O texto do convite dá o tom da participação e dos objetivos do convescote neo-golpista.

“Os primeiros 100 dias do governo Bolsonaro foram marcados por paralisia política, em grande parte devido às crises sucessivas geradas pelo círculo interno do próprio presidente, se não por si próprio. Em meio ao barulho político, o vice-presidente Hamilton Mourão emergiu como uma voz de razão e moderação, capaz de orientar tanto em assuntos internos quanto externos. O vice-presidente Mourão assumiu a gestão da crise na Venezuela e tem sido cada vez mais procurado por autoridades da China, Europa e Oriente Médio, bem como pela comunidade empresarial, para atuar como interlocutor do governo”.

Brasil definirá o futuro da Igreja Católica

Do blog Nocaute:

Causaram estranheza na opinião pública e no meio católico duas decisões do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, ao assumir, em março de 2013, o trono de São Pedro com o nome de Francisco, o 266º Papa da Igreja Católica.

A primeira delas foi o anúncio de que não iria residir nos suntuoso Palácio Apostólico, na Praça de São Pedro, mas na Casa Santa Marta, uma espécie de hospedaria merecedora de no máximo três estrelas, destinada a receber membros estrangeiros do alto clero de passagem pelo Vaticano.

domingo, 31 de março de 2019

Crença e narcisismo na vida de Ernesto Araújo

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Ecoando o youtuber Olavo de Carvalho, o chanceler Ernesto Araújo insiste que o nazismo era de esquerda, uma variação do regime socialista ou comunista.

Se ele assistir ao filme “Hitler – Uma Carreira”, de Joachim C. Fest e Christian Herrendoerfer, considerado o mais completo sobre a ascensão do líder do nazismo, verá que Hitler chegou ao poder com seus seguidores matando e encarcerando, primeiramente, os comunistas, depois os social-democratas e, por fim, os judeus, pessoas que ele odiava.

A referência ao ódio de Hitler à esquerda está aos 38 minutos e 24 segundos do documentário.

Pré-sal: o ônus e o bônus do excedente

Por Giorgio Romano Schutte, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O governo Jair Bolsonaro planeja realizar em outubro o maior leilão de reservas, exploração e produção de petróleo que o mundo já assistiu. O valor estimado para entrar no caixa só neste ano é de R$ 100 bilhões. Para tanto, aproveita-se de alterações na legislação introduzidas pelo governo Michel Temer que tornaram os leilões do pré-sal o mais atraente possível para os oligopólios internacionais, além de terem reduzido a participação da Petrobras na exploração dessas reservas e derrubado o percentual obrigatório de uso de conteúdo nacional. De fato, nesta área há um continuidade direta entre a política dos governos Temer e Bolsonaro e uma ruptura clara com a política dos governo Lula e Dilma. Curiosamente, pouco ou nada disso preenche a agenda pública de debate nacional.

Sob a toga havia uma farda

Por Hamilton Pereira/Pedro Tierra, no site da Fundação Perseu Abramo:

I.

Soa como um convite para festejar seu próprio funeral. Num país capaz de tudo converter em caricatura, em curto lapso de tempo, as elites brasileiras fizeram da democracia um simulacro nas eleições de 2018 e nesses idos de março de 2019, 55 anos depois, levam a nação a encenar uma grotesca farsa de si mesma.

Partidos condenam celebração da ditadura

Da Rede Brasil Atual:

PCdoB, PCB, PDT, PSB Psol e PT assinaram manifesto em repúdio à determinação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para que as Forças Armadas celebrem o aniversário do golpe de 1964.

Hoje (30), a desembargadora de plantão Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), cassou a decisão da véspera, (29) da Justiça Federal do Distrito Federal, que impedia a União e as Forças Armadas de comemorar a data. Conforme seu despacho, a medida do governo federal está dentro da alçada das competências da administração. E que ainda não houve violação da legalidade, tampouco dos direitos humanos.

Leia a íntegra da nota:

Ditadura militar matou e era corrupta

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Deputado de primeiro de mandato, o maranhense Márcio Jerry, do PCdoB, propôs uma lei para incluir no Código Penal o crime de apologia de ditadura. Pensou em Jair Bolsonaro, um apologista do chileno Augusto Pinochet, do paraguaio Alfredo Stroessner e dos cinco brasileiros que mandaram por aqui de 1964 a 1985. Para o presidente, o regime que completa 55 anos teve aí uns “probleminhas” e só.

Assassinato e tortura de adversários e de indígenas, corrupção e concentração de renda no 1% mais rico seriam apenas uns “probleminhas”? Este é o legado da ditadura inaugurada com um golpe em 1o de abril de 1964, uma data mais ao gosto dos historiadores, embora as Forças Armadas prefiram “comemorar” o 31 de março, para fugir do dia da mentira.

Hoje é o dia dos canalhas

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Canalha é uma palavra que não abrandou sua virulência ao se distanciar da sua raiz. Ao contrário, tornou-se mais aguda. No latim, de onde provém, designa bando de cães. Os canalhas de que tratamos hoje não merecem ser chamados de “cães”. Seria injusto com estes animais que carregam virtudes como fidelidade, afeto e, empatia, que é, como alguém já disse, “a capacidade de sentir a dor do outro no meu coração”. Os canalhas que festejam o 31 de março de 1964 são imunes a isso. Não há dor no seu coração.

Uma múmia ministerial no quartel do MEC?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Poderíamos ter um ministro da Educação na Presidência, mas agora temos um presidente sem ministro da Educação, que tragédia!

O ministério da Educação, desde ontem, vive uma “intervenção militar”, com a presença do tenente-brigadeiro Ricardo Vieira como secretário-executivo da pasta.

Ele vai para o lugar de Luiz Tosi, que foi exonerado após críticas do astrólogo Olavo de Carvalho pelo twitter, e que “quase” foi ocupado por Rubens Barreto da Silva, era secretário-executivo adjunto de Tozi e pela “pedagoga de Deus” Iolene de Lima.

Ditadura - a inteligência vence o medo

Por José Carlos Ruy, no site Vermelho:

A ditadura tentou destruir a inteligência brasileira - investiu contra artistas e pensadores para calar suas vozes e destruir os meios de comunicá-las. Mas a inteligência foi mais forte, e criou o Brasil moderno.

O ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, dizia "quando ouço falar em cultura, levo a mão ao coldre de meu revólver", frase que resume a atitude de muita gente da extrema direita quando se trata de valores civilizatórios.

Foi também a atitude de muita gente, no Brasil, sob a ditadura militar de 1964.

1964 é uma ferida aberta em nossa história

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Os 55 anos do Golpe Militar no Brasil são, para todos nós que lutamos contra o arbítrio, pelas liberdades democráticas e pelos direitos humanos e sociais, uma triste lembrança.

1964 é uma ferida aberta na história política do país. São tempos que evocam prisão, tortura, morte e exílio. Tempos em que a ação dos governos ditatoriais levou ao fechamento do Congresso Nacional, ao cancelamento de eleições diretas para presidente, governador e prefeito e à cassação de ministros do STF.

Instituíram a censura à imprensa e desencadearam a mais violenta repressão às greves de trabalhadores e às manifestações estudantis. A gente brasileira, como lamentou o nosso poeta, passou a falar de lado e olhar para o chão.

Da ditadura militar brasileira

Por Augusto Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

“É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil uma nova perspectiva sobre o seu futuro (...). A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz não o interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação” (trecho do Ato Institucional nº 1, decretado pela junta militar em abril de 1964).

“A primeiro de abril o que houve foi um golpe militar fascista, com toda a sequência de arbitrariedade, despotismo e opressão” (Carlos Marighella. Por que resisti à prisão, 1965).


Até a década de 1990 existia um amplo consenso entre os principais intelectuais e organizações marxistas brasileiros em relação ao caráter do golpe e do regime implantado no país em março de 1964. Poucos na esquerda questionavam que havíamos tido em 31 de março de 1964 um “golpe militar” e que este, por sua vez, implantara uma “ditadura militar”. As maiores críticas a essas conceituações vinham dos liberais que, muitas vezes, preferiam usar os termos regime e governos autoritários, de carga semântica mais suavizada.

sábado, 30 de março de 2019

O silêncio do bolsominions

Por Leandro Fortes

Aos poucos, eles estão desaparecendo. Velhos amigos cheios de razão, parentes furiosos, vizinhos valentões, madames maquiadas de ódio, estão todos em silêncio, à beira do abismo.

Não há mais arminhas nas mãos, nem chola-mais nas redes. Até os kkkkk se escondem na timidez. Rufam, aqui e ali, uns poucos tambores de ódio pelas mãos de meia dúzia de fanáticos, mas nem os mais selvagens dos antipetistas encontram forças para defender o indefensável.

Não estão arrependidos, o arrependimento requer uma força moral distante da personalidade da maior parte dos eleitores do Bozo. Estão apenas paralisados, diante da sucessiva quebra de expectativas relacionadas ao admirável mundo novo que se anunciava.

Moro e a astúcia da indústria tabagista

Por Eugênio Aragão, no site Jornalistas Livres:

Quando fui ministro da Justiça, recebi, tal qual, agora, o ex-juiz de piso de Curitiba, representantes da indústria tabagista, que me propunham uma ação junto ao ministro da Fazenda para baixar a alíquota de IPI de uma nova classe de cigarros de “baixo custo”, para concorrer com os cigarros paraguaios contrabandeados para o Brasil.

Sustentavam que os cigarros do Paraguai causavam não só prejuízo à indústria brasileira pela concorrência desleal, como também causavam um rombo na arrecadação.

As contradições do pós-impeachment

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Vou tomar emprestado do governador Flávio Dino uma metodologia para análise de cenários: a análise dos desdobramentos do golpe a partir das contradições que vai gerando e de seus efeitos sobre os principais atores políticos.

A partir desse insight, o Xadrez do momento torna-se particularmente instigante.

Peça 1 – as raízes do golpe

Já analisamos exaustivamente aqui as razões centrais do golpe. Uma sociedade em profundas transformações, novas formas de comunicação, a disputa pela hegemonia global entra EUA e China. E, finalmente, a instrumentalização da justiça brasileira pela DHS (o Gabinete de Segurança Institucional dos EUA) através da Lava Jato. Tudo ajudado, obviamente, pelos enormes erros políticos do governo Dilma Rousseff e da perda da visão estratégica do PT.

Golpe não se comemora, repudia-se!

Por Benedita da Silva, no site Mídia Ninja:

O sonho de toda ditadura e regime autoritário é de reescrever a história para apresentar suas ações golpistas como se fossem de defesa da democracia. Tentam mudar a história, mas esta é teimosa e sempre volta no futuro nos braços da verdade.

A ditadura militar mentiu sobre a verdadeira data do golpe, que não foi 31 de março, mas, sim, no dia 01 de abril de 1964 e impuseram a versão de que foi um “movimento” ou “revolução” para encobrir a violação da Constituição e a deposição do presidente legítimo da época, João Goulart.

Os presos nos primeiros dias do golpe militar

Por Janaína Cesar e Caroline Cavassa, no site The Intercept-Brasil:

Um documento inédito encontrado pelo Intercept no arquivo histórico do Ministério do Exterior da Itália mostra que o número de presos nos primeiros dias do golpe militar brasileiro de 1964 pode ser quatro vezes maior do que se estimava até hoje.

Um ofício enviado do Rio de Janeiro em 8 de julho de 1964 por Eugenio Prato, então embaixador italiano no Brasil, ao Ministério do Exterior da Itália – a Farnesina – cita que “foram efetuadas cerca de 20 mil prisões nos primeiros dias da revolução”. Até hoje, o número estimado de detenções nos dias seguintes ao golpe militar vinha de um único documento, produzido pela embaixada norte-americana no Brasil, que falava em “em torno de 5 mil pessoas”. Ele é mencionado no capítulo 3, parágrafo 67, do relatório final da Comissão Nacional da Verdade.

Cavalo de Tróia contra a Previdência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ameaça mortal ao embrião de Estado de bem-estar social construído no país, o desmanche da Previdência segue a prioridade absoluta do condomínio político-econômico que assumiu o governo a partir da eleição de Jair Bolsonaro.

A luta contra a reforma envolve uma batalha política de envergadura histórica. O imenso volume dos interesses envolvidos neste debate ajuda a entender a aliança de ferro entre Paulo Guedes e Rodrigo Maia para tentar aprovar as mudanças cobradas pelo grande empresariado, em particular pelo mercado financeiro e os grandes bancos, principais interessados na mudança. Apavorados com a possibilidade de que a desordem do governo do tuíter possa desperdiçar uma chance única de ganhos fabulosos, nos últimos dias o grande poder econômico do país enviou sucessivas missões ao ministro da Economia e ao presidente do Congresso para azeitar o caminho de seus interesses, que defendem com urgência e até pressa.

Governo em pedaços – vitória ou ameaça?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

No início dos anos 1990, ficou claro que a privatização do setor ferroviário, na Inglaterra, havia afundado a qualidade dos serviços. Os problemas se multiplicavam, mas o mais evidente era que os trens jamais chegavam no horário. Uma investigação revelou a causa dos transtornos. Para afastar o Estado, haviam concorrido múltiplos interesses de privatizadores. Mas, uma vez assegurado o controle do sistema, eles se digladiavam. A empresa que controlava as vias; a que operava as composições; a encarregada de limpeza e logística; as responsável por vender as passagens – cada uma estava interessada acima de tudo em seus próprios lucros – e tomava decisões que frequentemente chocavam-se com as atividades das demais. O resultado era o caos. O governo Bolsonaro vive, há duas semanas, um inferno semelhante.