quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Moratória na Argentina; marcha à ré no Brasil

Editorial do site Vermelho:

O pedido de moratória da Argentina ao Fundo Monetário Internacional (FMI) é a cena de um filme bem conhecido. É mais um fato que mostra o destino das economias com pés de barro. E um contraste com a posição da ex-presidenta argentina, Cristina Kirchner, na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2008, quando a crise mundial que eclodia foi o único tema. Na ocasião, os ricos apertaram os presidentes latino-americanos, exigindo que seus países pagassem a pendura de uma crise que eles criaram.

Amazônia: duas mentiras e nenhuma solução

Pátria Queimada, Brasil

Charge: Paolo Lombardi/Itália
Por Marcelo Zero

Bolsonaro tem um conceito sui generis de soberania.

Bate continência para a bandeira norte-americana, segue a Trump como um pequeno e submisso vira-lata, deseja entregar a Amazônia para a exploração de empresas mineradoras estrangeiras, vende a Petrobras e o pré-sal, aceita a venda da Embraer à Boeing, submete nossas Forças Armadas ao Comando Sul dos EUA, entrega a Base de Alcântara para os norte-americanos, mas se insurge contra as perigosas ONGs ambientalistas e os índios, que “não falam nosso idioma”.

Lei das fake news pode ser um tiro no pé?

Por Renata Mielli e Sérgio Amadeu da Silveira, na revista CartaCapital:

Agora sim, temos um mecanismo eficiente para proibir a divulgação das tais fake news: prisão. Calma, não fiquem muito animados. As penas de 2 a 8 anos de reclusão para quem divulgar mentiras vale apenas no período eleitoral e para os conteúdos contra candidatos e candidatas. Que vitória né! Mas, como dizemos na nova linguagem da internet: #SQN (só que não).

Nesta quarta-feira, 28, uma sessão do Congresso Nacional (reunião bicameral entre deputados e senadores) para apreciar os vetos que o Presidente da República impôs às leis aprovadas pelos parlamentares, restituiu o parágrafo 3º do artigo 2ª da Lei 13.834/2019, que atualiza o Código Eleitoral. Vamos explicar.

Mídia, Doria e MBL choram pela Argentina

Caricatura de Macri, por Tomás Müller
Por Altamiro Borges

Bajulado pelos abutres financeiros do mundo inteiro, o presidente-ricaço Mauricio Macri conseguiu destruir a Argentina, que virou um caos. Nesta quarta-feira (28), o governo do país vizinho decretou moratória de parte da sua dívida de curto prazo e anunciou que também renegociará os empréstimos de médio e longo prazos, inclusive a parcela de US$ 57 bilhões obtida do Fundo Monetário Internacional (FMI) em junho de 2018.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Doria sofre derrota e bagunça ninho tucano

Mídia aplaude "privataria" de Bolsonaro

As consequências econômicas da Lava-Jato

Por Artur Araújo, no site Outras Palavras:

A Operação Lava Jato, sob o disfarce de combate à corrupção, moveu guerra de extermínio contra as empresas brasileiras dos setores de construção civil pesada, petróleo & gás e de construção naval, atingindo também a área metal-mecânica e de máquinas & equipamentos, além de toda a rede produtiva a montante e a jusante dessas cadeias longas.

Ao invés de punir com rigor acionistas majoritários e altos executivos, corruptos e corruptores, negociou com eles sentenças leves com preservação do grosso dos patrimônios pessoais, obteve “delações” e concentrou todo seu aparato bélico no destroçamento de companhias e empregos e na interferência no processo democrático nacional, particularmente nas eleições de 2018.

Bolsonarismo coloca fogo na Amazônia

Charge: Darcy/Cleveland, EUA
Por Tânia Maria Saraiva de Oliveira, no jornal Brasil de Fato:

Não podemos dizer que fomos tomados de surpresa. Todos sabíamos que Jair Bolsonaro (PSL), se eleito, buscaria alterações nas leis ambientais e a flexibilização do setor, facilitando os processos de licenciamentos.

A briga pela permanência do Ministério do Meio Ambiente (MMA) na estrutura de um governo que desejava extingui-lo desde o primeiro momento foi concebida como parte de um pensamento ingênuo de que faria alguma diferença.

Não é a estrutura, mas a política que importa!

E a política do governo Bolsonaro é antiambiental, defensora do agronegócio predatório, de um pensamento que elimina fisicamente líderes rurais e das florestas, de Chico Mendes e Dorothy Stang a Dilma Silva.

A tensão entre Bolsonaro e Macron

Charge: Christo Komarnitski/Bulgária
Por Luana Forlini, no site da Fundação Perseu Abramo:

Nos últimos dias a tensão aumentou entre Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente francês, Emmanuel Macron. No centro das trocas de farpas entre em dois está o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia, ilustrados pela nuvem de fumaça escura que chegou ao Sudeste brasileiro e transformou dia em noite na capital paulista no dia 19 de agosto.

Petroleiros vão à Justiça contra privatização

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Em Ação Popular protocolada nesta terça-feira, 27, junto à 3ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, representantes das entidades sindicais dos trabalhadores da Petrobrás e da BR Distribuidora cobram a impugnação da Assembleia Geral Extraordinária do Conselho de Administração da estatal, que aprovou em abril mudanças ilegais no estatuto da companhia.

A alteração estatutária permite a venda do controle de subsidiárias apenas com a aprovação do Conselho de Administração da Petrobrás, sem passar pelos acionistas, o que contraria a Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6404/76). A medida foi tomada com intuito de facilitar os objetivos do atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco, que já anunciou seu desejo de privatizar por completo a empresa.

Sim, nós temos muita vergonha...

Por Tereza Cruvinel

“As mulheres brasileiras sem dúvida têm um pouco de vergonha”, disse hoje o presidente francês Emmanuel Macron.

Sim, temos não um pouco, mas muita vergonha do presidente machista por sua ofensa grosseira e ultrajante à primeira dama Brigitte Macron. E não só por isso, mas por tudo que ele faz e diz, como o mundo inteiro pode ver neste episódio do incêndio amazônico incentivado por seu discurso permissivo em relação à preservação ambiental.

Quais perspectivas após o desastre de Macri?

Foto: Marcos Brindicci/Reuters
Por Claudio Katz, no site Carta Maior:

A Argentina em vertigem. A grande vitória contra Macri foi sucedida por outra desvalorização monetária e uma nova erosão da renda da cidadania. O governo zumbi já perdeu as rédeas da economia e enfrenta uma duvidosa subsistência até o fim do ano.

O macrismo está demolido diante de uma assustadora diferença de votos. Esperava uma distância de 3 ou 4 pontos percentuais nas eleições primárias, mas elas terminaram superando os 15 pontos. Esse veredito confirmou a total insatisfação da população com o ajuste econômico. Ratificou o castigo eleitoral que levou à antecipação das eleições provinciais – para que muitos governadores governistas pudessem evitar ter que carregar a imagem de Macri – e corroborou a inconsistência de um espaço de centro que possa canalizar essa indignação generalizada. Macri naufragou entre gritos e improvisações, apostando em um ajuste ainda maior e paliativos ineficazes. A cooptação do senador Miguel Ángel Pichetto, peronista de centro-direita que escolheu como vice, somente reforçou seu desastre.

Mídia mundial destaca queimadas na Amazônia

Árvore da vida/Marco De Angelis, Itália
Por Olímpio Cruz Neto

A crise na Amazônia continua a ter grande repercussão na imprensa estrangeira. As queimadas nas florestas brasileiras ainda são o principal assunto sobre o Brasil na mídia internacional e nos jornais mais influentes do planeta. A percepção da imagem do Brasil e do presidente Jair Bolsonaro é negativa, com prejuízos para as relações do país com parceiros comerciais e diplomáticos. Reuters informa que Bolsonaro, disse nesta quarta-feira que os países da América do Sul se reunirão para determinar uma política comum em defesa da floresta amazônica.

Merval é vítima do monstro que ajudou a criar

terça-feira, 27 de agosto de 2019

A escória da Lava-Jato

Por Rafael Duarte, no site Saiba Mais:

As revelações trazidas à tona pelo portal UOL, em parceria com o site Intercept Brasil, sobre as ironias de procuradores federais diante das mortes da esposa, do neto e do irmão do ex-presidente Lula escancaram muito mais que o ódio por trás da perseguição à liderança petista.

A força-tarefa da Lava Jato, incluindo os juízes federais de Curitiba - Sérgio Moro e Carolina Lebbos - romperam os limites que separam a humanidade da barbárie.

Não foi à toa, e agora faz ainda mais sentido, que o ex-procurador Fernando Lima dos Santos tenha confessado esta semana que o candidato à presidência da República da força-tarefa era quem hoje humilha mulheres, jornalistas, indígenas e lideranças de outras nações num baixo nível tão profundo quanto a mediocridade de um governo que em oito meses conseguiu destruir a imagem internacional do Brasil.

Carta pública aos ex-colegas da Lava-Jato

Por Eugênio Aragão

Sim. Ex-colegas, porque, a despeito de a Constituição me conferir a vitaliciedade no cargo de membro do Ministério Público Federal, nada há, hoje, que me identifique com vocês, a não ser uma ilusão passada de que a instituição a que pertenci podia fazer uma diferença transformadora na precária democracia brasileira. Superada a ilusão diante das péssimas práticas de seus membros, nego-os como colegas.

Governo acena com desoneração da folha

Por Umberto Martins

Quando se trata de subtrair direitos e agradar o empresariado sacrificando a Previdência e os programas sociais o governo da dupla Bolsonaro/Guedes parece não ter limites. De acordo com o jornal Valor, o Palácio do Planalto prepara um pacote de combate ao desemprego que, entre outras coisas, prevê a desoneração da folha de pagamento, um recurso que tende a debilitar ainda mais as contas da Previdência sem resolver o problema.

Bolsonaristas estão mais radicais no WhatSapp

Por David Nemer, no site The Intercept-Brasil:

Desde março de 2018, venho observando grupos pró-Bolsonaro no WhatsApp que foram fundamentais na disseminação de desinformação durante as eleições de 2018. Desde o final do pleito, muitos usuários saíram desses grupos porque sentiram que cumpriram seu objetivo principal: eleger Jair Bolsonaro. Porém, vários grupos seguem ativos – e pior, ainda mais radicais.

Bolsonaro empoderou sujeitos que se sentiam reprimidos devido às políticas progressistas dos governos passados. Seu discurso legitimou sentimentos radicais e abriu espaço não apenas para a sua expressão, mas também para uma ação – é o que está acontecendo agora.

Sergio Moro está por um fio no governo