quarta-feira, 6 de novembro de 2019
Um arrependido eleitor de Bolsonaro
Don João mora na Zona Leste de São Paulo. Demoro quase duas horas para chegar à casa dele, pois vivo no Centro e ele na periferia. Ou talvez ele more no Centro e eu na periferia. Don João me recebe: “Sinta-se à vontade, professora, aqui a gente é pobre, mas é arrumado”. Don João sempre votou no PT. Votou no Lula duas vezes, escolheu Dilma Rousseff mais duas. Aliás, poderíamos dizer que votou quatro vezes no Lula porque “teria votado em qualquer um que o homem indicasse, gostava demais dele”. Mas em 2018 Don João votou em Bolsonaro. Por que, Don João? “Ah, porque eu achei que o PT se meteu em roubalheira e não dava para votar nesse Alckmin aí, que só representa os ricos. Eu queria alguém novo, então dei uma chance para o Bolsonaro.”
A pressão inconstitucional sobre o STF
Editorial do site Vermelho:
O Supremo Tribuna Federal (STF) retomará, na quinta-feira (7), o julgamento das Ações Diretas de Constitucionalidade, entre elas a ADC 54, impetrada pelo PCdoB, que pleiteiam a reafirmação da presunção de inocência assegurada no artigo 5º da Constituição Federal. O julgamento é precedido de forte pressão dos que têm poder econômico para impor ideias falsas como verdadeiras. Essa ofensiva está verbalizada principalmente nos grandes grupos mídia como argumentos em geral difíceis de comprovar, tortos na lógica e desmentidos pelos fatos. Ao analisá-los, a conclusão é óbvia: são ideias políticas, não jurídicas.
O Supremo Tribuna Federal (STF) retomará, na quinta-feira (7), o julgamento das Ações Diretas de Constitucionalidade, entre elas a ADC 54, impetrada pelo PCdoB, que pleiteiam a reafirmação da presunção de inocência assegurada no artigo 5º da Constituição Federal. O julgamento é precedido de forte pressão dos que têm poder econômico para impor ideias falsas como verdadeiras. Essa ofensiva está verbalizada principalmente nos grandes grupos mídia como argumentos em geral difíceis de comprovar, tortos na lógica e desmentidos pelos fatos. Ao analisá-los, a conclusão é óbvia: são ideias políticas, não jurídicas.
Moro usa PF para práticas bandidas
Por Jeferson Miola, em seu blog:
Sérgio Moro transformou a Polícia Federal em polícia política, mas também em instrumento para a execução de práticas bandidas, a mais recente delas o pedido de prisão da Dilma “num processo no qual ela não é investigada e nunca foi chamada a prestar qualquer esclarecimento”, como esclareceu a assessoria da ex-presidente em comunicado à imprensa.
Moro é um tramposo que corrompeu o sistema de justiça e cuja verdadeira identidade criminosa, antes disfarçada com a toga de juiz, foi totalmente desmascarada com as revelações do The Intercept.
Moro usa a PF para perseguir, ameaçar e destruir adversários. Ao mesmo tempo, controla a PF para proteger o clã Bolsonaro e impedir que os crimes dos milicianos e seus comparsas sejam investigados.
Sérgio Moro transformou a Polícia Federal em polícia política, mas também em instrumento para a execução de práticas bandidas, a mais recente delas o pedido de prisão da Dilma “num processo no qual ela não é investigada e nunca foi chamada a prestar qualquer esclarecimento”, como esclareceu a assessoria da ex-presidente em comunicado à imprensa.
Moro é um tramposo que corrompeu o sistema de justiça e cuja verdadeira identidade criminosa, antes disfarçada com a toga de juiz, foi totalmente desmascarada com as revelações do The Intercept.
Moro usa a PF para perseguir, ameaçar e destruir adversários. Ao mesmo tempo, controla a PF para proteger o clã Bolsonaro e impedir que os crimes dos milicianos e seus comparsas sejam investigados.
terça-feira, 5 de novembro de 2019
Folha, um jornal capacho
Por Gilberto Maringoni, no Diário do Centro do Mundo:
O editorial da Folha de S. Paulo intitulado “Na direção correta”, publicado hoje (5), é uma vergonha jornalística. Ao mesmo tempo, dá a exata medida da qualidade da oposição que a mídia faz ao governo Bolsonaro.
O jornal dos Frias desnuda-se em apologética defesa – a redundância é necessária – da política de corrosão sulfúrica do Estado brasileiro, capitaneada por Paulo Guedes.
O jornal dos Frias desnuda-se em apologética defesa – a redundância é necessária – da política de corrosão sulfúrica do Estado brasileiro, capitaneada por Paulo Guedes.
Bolsonaro e sua fúria contra a cultura
Por Eric Nepomuceno
O pianista Miguel Proença foi expelido da presidência da Funarte.
E expelido grosseiramente, como é do feitio de tudo que se refere ao clã Bolsonaro e seus ministros.
Não que mereça gesto algum de solidariedade.
Afinal, ninguém, absolutamente ninguém – exceto os funcionários de carreira –, que participe desse governo merece nem vestígio de respeito ou tem sequer verniz de dignidade.
Ao longo de nove meses, sua passagem opaca e medíocre pela presidência da Funarte registra apenas a gestação de um vazio semelhante ao legado deixado por ele onde passou.
O pianista Miguel Proença foi expelido da presidência da Funarte.
E expelido grosseiramente, como é do feitio de tudo que se refere ao clã Bolsonaro e seus ministros.
Não que mereça gesto algum de solidariedade.
Afinal, ninguém, absolutamente ninguém – exceto os funcionários de carreira –, que participe desse governo merece nem vestígio de respeito ou tem sequer verniz de dignidade.
Ao longo de nove meses, sua passagem opaca e medíocre pela presidência da Funarte registra apenas a gestação de um vazio semelhante ao legado deixado por ele onde passou.
Propaganda de Moro nas barbas da Justiça
Por Fernando Brito, em seu blog:
Um tal “Cidadania Baiana” assina o anúncio, em busdoor, de promoção de Sergio Moro e seu pacote anticrime.
Instituição que, juridicamente, não existe.
Melhor, porém que anúncios semelhantes em Porto Alegre, segundo se diz cuja produção é paga por voluntários em espaços “doados” pelas empresas de mídia exterior.
Um tal “Cidadania Baiana” assina o anúncio, em busdoor, de promoção de Sergio Moro e seu pacote anticrime.
Instituição que, juridicamente, não existe.
Melhor, porém que anúncios semelhantes em Porto Alegre, segundo se diz cuja produção é paga por voluntários em espaços “doados” pelas empresas de mídia exterior.
Ditadura à vista no Brasil de Bolsonaro?
Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:
Creio que não resta mais dúvida de que há um método na loucura do presidente e de seu governo. Eu diria que é um método de aproximações sucessivas a um regime ditatorial. Relembrando a famosa frase da peça Hamlet, de Shakespeare, Há Um Método Nessa Loucura.
Toda vez que surge no noticiário uma acusação séria de crime ou desvio ético do presidente e seu governo, um membro da familícia Bolsonaro faz uma declaração bombástica, de caráter autoritário, que chama a atenção da mídia e leva para o segundo plano o crime ou desvio ético que em geral atinge pessoalmente o presidente ou um importante ministro do seu governo.
Creio que não resta mais dúvida de que há um método na loucura do presidente e de seu governo. Eu diria que é um método de aproximações sucessivas a um regime ditatorial. Relembrando a famosa frase da peça Hamlet, de Shakespeare, Há Um Método Nessa Loucura.
Toda vez que surge no noticiário uma acusação séria de crime ou desvio ético do presidente e seu governo, um membro da familícia Bolsonaro faz uma declaração bombástica, de caráter autoritário, que chama a atenção da mídia e leva para o segundo plano o crime ou desvio ético que em geral atinge pessoalmente o presidente ou um importante ministro do seu governo.
Mídia vira alvo do seu próprio veneno
Desde que assumiu a presidência da República, Jair Bolsonaro já fez mais de 90 agressões à imprensa.
Elas envolvem desde constrangimentos a profissionais que atuam em jornais, revistas, rádios, TVs e portais, passando por ironias, pedidos de “cabeças” e até ameaças aos empresários do setor.
A estatística, que integra um levantamento elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), indica que o intervalo entre essas agressões foi, em média, de três dias. O que aponta uma constância que não pode ser atribuída ao acaso.
De todas essas ameaças, as mais graves aconteceram na semana passada e tiveram como alvo a TV Globo e o jornal Folha de S. Paulo.
Os bastidores do golpe em curso na Bolívia
Por Leonardo Wexell Severo, no site do ComunicaSul:
“É preciso fazer um alerta para o mundo e dizer claramente: a Bolívia está diante de um golpe de Estado fascista financiado pelos Estados Unidos, semelhante ao que tentaram realizar em 2008. Como há dez anos, quando fizeram tremular a bandeira nazista em Santa Cruz, hoje saúdam a suástica e, tal como antes ocorreu em Sucre, cometem todo tipo de abusos como obrigar uma senhora a se ajoelhar e pedir perdão por ser indígena e pobre”.
A denúncia foi feita neste domingo à noite, por telefone, por AGT (que pediu para não ser identificado), um dos principais coordenadores do Movimento Ao Socialismo (MAS) no departamento de Santa Cruz. O MAS é o partido de Evo Morales, presidente reeleito no dia 20 de outubro. Destacada liderança dos movimentos sociais, entrevistei AGT durante a cobertura do processo eleitoral. Atualmente não pode sair de casa por medidas de segurança.
A América Latina após o Outubro Rebelde
Foto: EFE |
Tá com medinho, capitão?, zombava, em 25/10, um “meme” de Outras Palavras. Na véspera, Jair Bolsonaro pedira ao Exército para “monitorar” a possível chegada ao Brasil da onda de protestos que sacudia o Chile, desafiando o Estado de Emergência e os tanques de guerra. Nas horas seguintes, ficaria claro que, sim, a revolta era temida pelo presidente e pelos que comandam sua estratégia para manter-se no poder. Já no sábado de manhã, circulava, nas redes sociais bolsonaristas, a ordem: nada de atiçar as ruas. Manifestações para execrar o STF a pretexto da possível libertação de Lula, antes convocadas – com arrogância e em tom desafiador – para 3/11, foram rapidamente abortadas. O astrólogo Olavo de Carvalho deixou claro o receio: “Meu povo amigo, (…) não vamos participar de manifestação alguma na próxima semana. A onda de parar o Brasil (…) só favorece a esquerda”.
Defesa da Constituição nas mãos de Toffoli
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Os amigos que conversaram com o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, neste final de semana em São Paulo, ficaram com a impressão de que ele está bastante sereno diante da responsabilidade depositada em suas mãos nos próximos dias.
No voto de Minerva que deverá dar sobre a prisão em segunda instância, estarão em jogo a defesa da Constituição, do Estado Democrático de Direito e do próprio Supremo Tribunal Federal.
Perto de completar 52 anos, ele ainda é o mais jovem ministro do tribunal, onde entrou já faz uma década.
Nova onda antineoliberal na América Latina?
Foto: AP |
Diversos países vivenciaram manifestações e processos que contestam - ou denunciam - os efeitos da implementação do neoliberalismo: Equador, Chile e Argentina são exemplos evidentes desse fenômeno.
O último dossiê elaborado pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa, publicado nesta terça-feira (5), aborda o cenário latino-americano, em que a “crise social e as intervenções autoritárias parecem se complementar”, exigindo a elaboração de uma alternativa baseada em “estratégias de disputa a partir de movimentos populares e projetos emancipatórios”.
Imprensa vira alvo preferencial de Bolsonaro
Da Rede Brasil Atual:
Levantamento realizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) mostra que o presidente Jair Bolsonaro promove cerca de dez ataques à imprensa a cada mês. Desde a posse até o fim de outubro, foram 99 ataques – 88 tentativas de descredibilização dos jornais e 11 referências diretas a jornalistas. As investidas foram feitas em discursos, entrevistas e pelas redes sociais.
Outubro vermelho na América Latina
Por José Luís Fiori, no site A terra é redonda:
“Por qué protestan? Es por la desigualdad económica.
Y los bajos salarios. También por la baja o nula movilidad social
y la falta de un futuro mejor para los jóvenes.
Es por los servicios públicos infames.
Y por la globalización y la pérdida de puestos de trabajo…”
Moisés Naim, El País, 27 de outubro de 2019.
Desta vez tudo foi muito rápido. Como se, em apenas uma noite, a América Latina tivesse dormido de direita e acordado de esquerda. Depois da avassaladora vitória de López Obrador no México, em 2018, em apenas um mês, outubro de 2019, as forças progressistas venceram as eleições presidenciais na Bolívia, Uruguai e Argentina, elegeram um jovem economista de esquerda para o governo de Buenos Aires e ganharam na Colômbia eleições para a prefeitura de suas principais cidades, como Bogotá e Medellín. E quase simultaneamente, uma sucessão de revoltas populares derrubou ou colocou de joelhos os governos direitistas de Haiti e Honduras, impondo pesadas derrotas aos presidentes de direita, do Equador e do Chile.
“Por qué protestan? Es por la desigualdad económica.
Y los bajos salarios. También por la baja o nula movilidad social
y la falta de un futuro mejor para los jóvenes.
Es por los servicios públicos infames.
Y por la globalización y la pérdida de puestos de trabajo…”
Moisés Naim, El País, 27 de outubro de 2019.
Desta vez tudo foi muito rápido. Como se, em apenas uma noite, a América Latina tivesse dormido de direita e acordado de esquerda. Depois da avassaladora vitória de López Obrador no México, em 2018, em apenas um mês, outubro de 2019, as forças progressistas venceram as eleições presidenciais na Bolívia, Uruguai e Argentina, elegeram um jovem economista de esquerda para o governo de Buenos Aires e ganharam na Colômbia eleições para a prefeitura de suas principais cidades, como Bogotá e Medellín. E quase simultaneamente, uma sucessão de revoltas populares derrubou ou colocou de joelhos os governos direitistas de Haiti e Honduras, impondo pesadas derrotas aos presidentes de direita, do Equador e do Chile.
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