quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Weintraub, um caso de impeachment

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Em qualquer governo com um mínimo de respeito aos governados, Abraham Weintraub já teria sido demitido. Um deputado, Alexandre Frota (PSDB) pediu seu afastamento ao Ministério Público. UNE e UBES anunciam ação judicial, agora pelo vazamento da classificação no SISU, apesar da proibição da Justiça. Mas a solução para o caso de Weintraub está ao alcance do Congresso. É seu impeachment.

Ministros de Estado também são sujeitos a impedimento por afrontas à Constituição, como fez ele ao violar a regra da impessoalidade, atendendo a pedido individual de apoiador por rede social. E agora, ao desobedecer à Justiça, deixando vazar um resultado embargado por conta da lambança no Enem.

"Austeridade fiscal" para quem?

Por Paulo Kliass, no site da Fundação Maurício Grabois:

A retomada dos trabalhos do Congresso Nacional na semana que vem deve recolocar na ordem do dia um conjunto amplo de escândalos e políticas criminosas levadas à cabo pelo governo do capitão. A lista de malfeitos é enorme, incluindo desde as imbecilidades patrocinadas pelo núcleo mais doutrinário da equipe de Bolsonaro até as propostas mais extremadas do entreguismo explícito, que parece tão caro a Paulo Guedes.

Bozo, Marreco e Porcina apostam no deboche

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Não sei como ainda tem gente levando esse governo a sério.

Depois de uma semana fora do ar, catando conchinhas na praia da imaginação, volto e reencontro os mesmos personagens ocupando o picadeiro, tirando um sarro da nossa cara.

Se não fossem tão trágicos, seriam apenas uns gaiatos que se divertem ao distrair a platéia bestificada com novelinhas sem graça no “Gran Circo Brasil”.

Ressuscitaram até a “Viúva Porcina”, a que foi sem nunca ter sido, convocada para o lugar daquele nazista de hospício, enquanto Bozo e Marreco fingem uma luta de marmelada.

Eles agora resolveram partir para o deboche com os jornalistas, já que não encontram nenhuma reação pela frente.

Eis o bolsonarismo. Até quando?

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Está em curso no Brasil um projeto totalitário, já sem disfarces, com perigosa contaminação religiosa primitiva, fatal para a democracia. Neste cenário, mais grave que a encenação goebbeliana do secretário defenestrado por acidente de trabalho são os elogios do capitão seu chefe às ideias do auxiliar, pois eles resumem o cerne ideológico do bolsonarismo. Em live gravada pouco antes da presepada, o presidente, declara:

“ Ao meu lado, o Roberto Alvim, o nosso secretário de cultura. Depois de décadas, agora temos sim um secretário de verdade. Que atende o interesse da maioria da população brasileira. População conservadora e cristã. Muito obrigado por ter aceito essa missão. Você sabia que não ia ser fácil, né?”

A falácia do discurso de Guedes em Davos

Por Bia Barbosa, no site Carta Maior:

Na última sexta-feira (22), o Ministério da Economia divulgou os números de 2019 do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. O governo e a imprensa tradicional comemoraram o resultado de criação de 644 mil novas vagas no mercado de trabalho, o melhor desempenho em seis anos. O que pouca gente destacou foi que não houve saldo positivo de crescimento em postos de trabalho com rendimento acima de 2 salários mínimos. Ou seja, seguimos fechando mais empregos de maior renda e qualidade e gerando, lentamente, empregos de baixa remuneração. Deste total, cerca de 106 mil postos foram nas chamadas modalidades de contrato intermitente, estabelecida pela Reforma Trabalhista de Michel Temer, ou parcial/por período determinado, no setor de serviços e comércio.

Por que humanos escravizam outros humanos?

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A existência e a persistência da escravidão ou de condições análogas à escravidão constitui um desafio humanístico, filosófico, ético e teológico até os dias de hoje. Por que humanos escravizam outros humanos, seus co-iguais?

A mais antiga codificação de leis, o Código de Hamurábi, escrito por volta de 1772 aC no Irã já se efere à classe dos escravos. E assim ao longo de toda a história até os dias atuais. A Walk free Foundation que se ocupa com a escravidão, no nível mundial, calcula que haja hoje cerca de 40,3 milhões de pessoas em regime de escravidão por tráfico de pessoas, por dívida, por trabalhos ou casamentos forçados etc. A Índia lidera o ranking com 7,99 milhões de escravizados. Os dados do Brasil de 2018 apontavam 369 mil em condições análogas à escravidão ou escravizados.

Trump inspira ataque a jornalistas no mundo

Do blog Viomundo:

O veterano James Risen, um ex-repórter do New York Times, publicou artigo de opinião no influente diário norte-americano afirmando que ataques à imprensa estão se espalhando pelo mundo inspirados no desdém manifestado por Donald Trump em relação aos jornalistas.

Risen traça um paralelo entre o caso de Julian Assange, o fundador do Wikileaks duplamente acusado nos Estados Unidos, e o de Glenn Greenwald, denunciado no Brasil pelo MPF apesar de nem ter sido investigado no caso da VazaJato.

Greenwald, através do site Intercept Brasil e em parceira com diversos órgãos da mídia tradicional, divulgou troca de mensagens entre autoridades do Judiciário - dentre elas o então juiz federal Sergio Moro e o procurador chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol - demonstrando que eles tinham uma agenda política e atropelavam a lei.

A crise da água no Rio de Janeiro

Coronavírus: perigo iminente?

Enchentes e o descaso com as famílias

Desemprego é alarmante entre os jovens

Será que Bolsonaro está certo?

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Auschwitz e a luta pela democracia

Editorial do site Vermelho:

Nesta segunda-feira (27), cerimônias realizadas em todo o mundo marcaram a passagem dos 75 anos da libertação de Auschwitz pelas tropas soviéticas. Em todas elas foi reafirmada a condenação ao criminoso regime hitlerista cuja derrota exigiu uma ampla aliança para superar uma das maiores encruzilhadas já enfrentada pela humanidade.

Esquerda, governo e lições históricas

López Obrador, presidente do México
Por José Luís Fiori, no site Outras Palavras:

Entre 1922 e 1926,
Leon Blum desenvolveu uma distinção conceitual
entre a “conquista do poder” e o “exercício do poder”.
A “conquista do poder” era uma ideia revolucionária
embora não fosse necessariamente um ato violento,
que levaria a uma nova ordem social
baseada em novas relações de propriedade [..]
E o segundo conceito – de “exercício do poder” –
funcionaria como uma justificação teórica
para quando o Partido Socialista Francês
fosse obrigado a governar,
antes que as condições da conquista do poder
estivessem maduras”

D. Sassoon, “One Hundred Years of Socialism”,
Fontana Press, London, 1997, p. 53


Um criminoso chamado Abraham Weintraub

Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:

No dia 13 de dezembro – há pouco mais de um mês – publiquei aqui no 247 uma coluna com o seguinte título: ‘Se for verdade, enfim uma boa notícia!’. Estava me referindo aos boatos, já intensos, de que um paspalho chamado Abraham Weintraub seria catapultado do ministério da Educação.

Bem: como do governo do Jair Messias vem de tudo um pouco, menos notícia boa, a abjeta aberração continuou no cargo até pelo menos a tarde da terça-feira 28 de janeiro.

A questão é que agora já não se trata apenas de um idiota prepotente, um mentiroso compulsivo, um sacripanta despreparado para o que for: o que ele cometeu no ENEM foi crime, no sentido figurado e também no sentido literal da palavra. Trata-se, portanto, de um criminoso.

Um animal, claro, porém criminoso.

Juristas denunciam prefeito de Porto Alegre

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A AJURD – Associação de Juristas pela Democracia ingressou no Ministério Público do RS com representação contra o Prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan Júnior/PSDB pela prática de crime de responsabilidade no uso de verbas públicas para gastos com publicidade ilegal, em desacordo com a Lei Orgânica do Município e as Constituições Estadual e Federal.

A representação é assinada pelo Presidente da AJURD, Mario Luiz Madureira, e por juristas como o ex-Procurador-Geral do Estado, Gabriel Pauli Fadel, o professor e pós-Doutor em Direito Lenio Streck, as advogadas Jucemara Beltrame, Luciane Toss, Luísa Stern, Maritânia Dallagnol e os advogados Daniel Severo Schiites, Jorge Buchabqui, Jorge Garcia de Souza, Leonardo Kauer Zinn e Ramiro Goulart.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Petardos: Bolsonaro promove regressão social

Por Altamiro Borges

Laranja da cloaca burguesa, Bolsonaro detesta os pobres. "Em apenas um ano, o Bolsa Família voltou a enfrentar um antigo problema. Desde junho, a fila de pessoas aguardando pelo benefício saltou de zero, patamar que se encontrava desde 2018, para 494.229 famílias", aponta O Globo

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Ainda segundo O Globo, as famílias têm o "perfil de renda compatível com programa e já estão cadastradas  mas continuam na miséria e sem a ajuda de R$ 89 por pessoa". Esses dados só foram obtidos graças à Lei de Acesso à Informação após quatro meses de demanda junto ao laranjal bolsonariano

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O retrocesso no Bolsa Família é desumano. "Entre janeiro de 2018 e maio de 2019, a média mensal de novos benefícios concedidos era de 261.429. Desde junho, esse número caiu drasticamente e hoje está em 5.667". A regressão social imposta pelo laranjal fascista satisfaz a cloaca burguesa

As eleições municipais e a democracia

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

Neste ano de 2020, em que haverá eleições municipais, é fundamental que, além do enfrentamento da narrativa da pós-verdade, também façamos uma reflexão sobre a necessidade de substituição da democracia representativa, que se encontra exaurida, pela democracia substantiva, mais compatível com os postulados dos partidos de esquerda e com as necessidade dos cidadãos que vivem nos municípios.

Na perspectiva pluralista, a democracia representativa foi a solução encontrada para permitir a igualdade entre os cidadãos, o elemento essencial para garantir o funcionamento da própria democracia, dada a impossibilidade de que todos os cidadãos participem, ao mesmo tempo, de todas as decisões, em sistemas sociais de grande escala, e a forma para assegurar a agregação de interesses conflitantes.

Luta contra trabalho escravo está ameaçada

Por Marques Casara, no jornal Brasil de Fato:

Nesta terça-feira (28), celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Não há, infelizmente, o que comemorar. Essa luta nunca esteve tão ameaçada.

As estruturas de fiscalização estão muito enfraquecidas e desmobilizadas pelo corte deliberado de recursos. As políticas de enfrentamento estão sob ataque dentro do próprio governo. As organizações da sociedade civil estão desarticuladas, algumas inclusive sendo coniventes com empresas que exploram escravos. O movimento sindical está paralisado.

Subemprego virou emprego na conta oficial

Por Fernando Brito, em seu blog:

No meio das “comemorações” do saldo recorde de 644 mil empregos criados em 2019, só o G1 ressalta que 85 mil deles foram na condição de “trabalho intermitente”.

E o Dieese traçou um perfil destes desaventurados, de quem Bolsonaro diz serem felizes por terem algum trabalho, mesmo sem direitos:

- 11% dos vínculos intermitentes não geraram atividade ou renda em 2018

- 40% dos vínculos que estavam ativos em dezembro de 2018 não registraram nenhuma atividade no mês