quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
A ‘aliança’ entre Bolsonaros e as milícias
Por André Barrocal, na revista CartaCapital:
Após a morte do líder miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, na Bahia, Jair Bolsonaro disse no Rio:
“Eu não conheço a milícia do Rio de Janeiro, não existe nenhuma ligação minha com a milícia do Rio de Janeiro, não existe nenhuma ligação minha com milícia no Rio”. Seu filho Flávio, senador, comentou no mesmo dia: “Não temos envolvimento nenhum com milícia”.
Uma cronologia de acontecimentos indica o contrário: laços da família com a milícia.
Sinaliza mais: que o ano de 2007 parece ter selado uma aliança entre o clã e a milícia, com QG no antigo gabinete de deputado estadual de Flávio na Assembleia do Rio.
“Eu não conheço a milícia do Rio de Janeiro, não existe nenhuma ligação minha com a milícia do Rio de Janeiro, não existe nenhuma ligação minha com milícia no Rio”. Seu filho Flávio, senador, comentou no mesmo dia: “Não temos envolvimento nenhum com milícia”.
Uma cronologia de acontecimentos indica o contrário: laços da família com a milícia.
Sinaliza mais: que o ano de 2007 parece ter selado uma aliança entre o clã e a milícia, com QG no antigo gabinete de deputado estadual de Flávio na Assembleia do Rio.
Miliciano-em-chefe adere ao ato golpista
Por Luis Felipe Miguel
O miliciano-em-chefe do país aderiu à manifestação convocada para o próximo dia 15, cuja bandeira principal, descrita em bom português, é "fechem o Congresso!" O que isso significa?
Não creio que seja muito diferente de situações similares que ocorreram no ano passado.
Bolsonaro sabe que não tem força para aplicar um novo golpe e instaurar uma ditadura pessoal.
A ampliação do espaço dos generais em seu governo não significa que ele está ganhando ascendência sobre as forças armadas, muito pelo contrário. E, apesar da calculada explosão de Augusto Heleno, a cúpula militar sabe muito bem que lhe convém mais essa "democracia" tutelada e capenga do que uma ruptura aberta com a ordem constitucional.
O miliciano-em-chefe do país aderiu à manifestação convocada para o próximo dia 15, cuja bandeira principal, descrita em bom português, é "fechem o Congresso!" O que isso significa?
Não creio que seja muito diferente de situações similares que ocorreram no ano passado.
Bolsonaro sabe que não tem força para aplicar um novo golpe e instaurar uma ditadura pessoal.
A ampliação do espaço dos generais em seu governo não significa que ele está ganhando ascendência sobre as forças armadas, muito pelo contrário. E, apesar da calculada explosão de Augusto Heleno, a cúpula militar sabe muito bem que lhe convém mais essa "democracia" tutelada e capenga do que uma ruptura aberta com a ordem constitucional.
Os arreganhos golpistas de Bolsonaro
Por Gilberto Maringoni
Coloquemos os problemas em fia para que marchem de forma organizada:
1. Os bolsonariers (corruptela de farialimers) não estão convocando sua Marcha sobre Roma dia 15 de março por causa do orçamento impositivo do Congresso, que trava o livre manejo de parte das verbas públicas pelo Executivo.
Os bolsonariers – a começar pelo presidente da República - convocam a manifestação golpista por se sentirem em processo de isolamento acelerado.
2. A semana anterior ao Carnaval foi muito ruim para a pátria bolsonárica.
Ela começou com a repulsa geral – de lideranças congressuais aos partidos de extrema esquerda, passando pela mídia, setores empresariais, ministros do STF e ativistas sociais – às agressões grotescas do miliciano-em-chefe à jornalista Patrícia Campos Mello.
Coloquemos os problemas em fia para que marchem de forma organizada:
1. Os bolsonariers (corruptela de farialimers) não estão convocando sua Marcha sobre Roma dia 15 de março por causa do orçamento impositivo do Congresso, que trava o livre manejo de parte das verbas públicas pelo Executivo.
Os bolsonariers – a começar pelo presidente da República - convocam a manifestação golpista por se sentirem em processo de isolamento acelerado.
2. A semana anterior ao Carnaval foi muito ruim para a pátria bolsonárica.
Ela começou com a repulsa geral – de lideranças congressuais aos partidos de extrema esquerda, passando pela mídia, setores empresariais, ministros do STF e ativistas sociais – às agressões grotescas do miliciano-em-chefe à jornalista Patrícia Campos Mello.
Democratas, uni-vos!
Bolsonaro está sentindo que começa a ficar só. Ao que tudo indica, o empresariado golpista e a mídia golpista já começaram a abandoná-lo. Por isso, ele está arregimentando suas tropas (formada por milicianos, setores das classes médias arrivistas, pela baixa oficialidade das forças armadas e policiais militares e civis), para demonstrar força e resistir ao impeachment que se esboça. Um impeachment que, ocorrendo, levará ao poder o general Mourão.
Omissão de Moro diante do crime de Bolsonaro
De: Gladson Targa |
O advogado criminal José Carlos Abissamra Filho, diretor do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), considera que o Poder Executivo está “quase vago”. E critica duramente a “omissão” de Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, ao não se manifestar em defesa da Constituição.
O diretor do IDDD faz referência ao vídeo disparado pelo celular do presidente Jair Bolsonaro, convocando ato contra o Congresso e o Judiciário e que tem repercutido negativamente entre lideranças políticas, jurídicas e na sociedade civil.
Ameaça de Bolsonaro exige resposta ampla
Editorial do site Vermelho:
O episódio envolvendo o presidente da República, Jair Bolsonaro, na convocação de um ato contra a institucionalidade democrática do país deixa claro, definitivamente e de forma inconteste, que o risco para o regime democrático é real. Desde a sua posse, essa ameaça existe. Vem numa crescente e, agora, se agrava.
Em diversos momentos Bolsonaro aplicou a tática de realizar ataques contra a democracia para testar o grau de resistência e a capacidade de resposta do campo democrático e progressista. Conforme a reação, ele faz movimentos de tergiversação e nega suas intenções para em seguida reincidir na mesma prática.
O episódio envolvendo o presidente da República, Jair Bolsonaro, na convocação de um ato contra a institucionalidade democrática do país deixa claro, definitivamente e de forma inconteste, que o risco para o regime democrático é real. Desde a sua posse, essa ameaça existe. Vem numa crescente e, agora, se agrava.
Em diversos momentos Bolsonaro aplicou a tática de realizar ataques contra a democracia para testar o grau de resistência e a capacidade de resposta do campo democrático e progressista. Conforme a reação, ele faz movimentos de tergiversação e nega suas intenções para em seguida reincidir na mesma prática.
Bolsonaro só existe porque Moro o pariu
O ministro Celso de Mello manda à Folha mensagem que não poderia ser mais clara, apesar da rápida ressalva de que a situação “se confirmada” revela:
“a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!!”
Só o Congresso e o STF podem deter Bolsonaro
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Voltamos a viver dias muito semelhantes aos que antecederam o golpe cívico-militar de 1964, que afundou o país em duas década de ditadura.
Com uma grande diferença: naquela época, o objetivo era derrubar o governo do civil João Goulart e colocar os militares no poder, para “combater a subversão comunista e a corrupção”.
Para isso, movimentos civis e militares organizaram a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, por ironia liderada pelo notório governador de São Paulo, Adhemar de Barros, que era conhecido como o “rouba mas faz”.
Agora, trata-se de salvar um governo militarizado, já no poder, liderado por um ex-capitão cercado de generais, que subverte a Constituição, e convoca o povo a ir às ruas contra o Congresso e o STF.
Com uma grande diferença: naquela época, o objetivo era derrubar o governo do civil João Goulart e colocar os militares no poder, para “combater a subversão comunista e a corrupção”.
Para isso, movimentos civis e militares organizaram a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, por ironia liderada pelo notório governador de São Paulo, Adhemar de Barros, que era conhecido como o “rouba mas faz”.
Agora, trata-se de salvar um governo militarizado, já no poder, liderado por um ex-capitão cercado de generais, que subverte a Constituição, e convoca o povo a ir às ruas contra o Congresso e o STF.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020
Petardo: Fascistas querem fechar o Congresso
Por Altamiro Borges
Após o general-gagá Augusto Heleno propor um "foda-se" ao Congresso Nacional, grupos fascistas convocam ato pela dissolução do parlamento e do STF. Deputados bolsonaristas, incluindo os filhos do "capetão", reforçam a convocatória. Cadê os presidentes da Câmara, Senado e STF?
***
O ato fascista é apoiado por seis parlamentares bolsonaristas: Carla Zambelli (PSL-SP), Filipe Barros (PSL-PR), Guiga Peixoto (PSL-SP), Aline Sleutjes (PSL-PR), Delegado Éder Mauro (PSD-PA) e Soraya Thronicke (PSL-MS)". Por ser contra a Constituição, todos deveriam ser cassados!
***
Na semana passada, diante das ameaças que já fediam no ar, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que "nenhum ataque à democracia será tolerado pelo Parlamento". Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), detonou o general Heleno, um "radical ideológico". Só isso, porém, não basta!
Após o general-gagá Augusto Heleno propor um "foda-se" ao Congresso Nacional, grupos fascistas convocam ato pela dissolução do parlamento e do STF. Deputados bolsonaristas, incluindo os filhos do "capetão", reforçam a convocatória. Cadê os presidentes da Câmara, Senado e STF?
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O ato fascista é apoiado por seis parlamentares bolsonaristas: Carla Zambelli (PSL-SP), Filipe Barros (PSL-PR), Guiga Peixoto (PSL-SP), Aline Sleutjes (PSL-PR), Delegado Éder Mauro (PSD-PA) e Soraya Thronicke (PSL-MS)". Por ser contra a Constituição, todos deveriam ser cassados!
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Na semana passada, diante das ameaças que já fediam no ar, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que "nenhum ataque à democracia será tolerado pelo Parlamento". Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), detonou o general Heleno, um "radical ideológico". Só isso, porém, não basta!
Eleição de Bolsonaro e o voto quântico
Por João Feres Júnior, no site A terra é redonda:
Dando sequência ao artigo “Em busca do centro perdido” (https://aterraeredonda.com.br/tag/joao-feres/), vou analisar agora as reais possibilidades de recomposição do centro por meio da ação das forças políticas atuais. Para chegar ao cerne da questão precisamos primeiro tentar compreender o que está acontecendo no plano fenomenológico mais capilar da opinião pública.
Meu objetivo é ilustrar o que eu chamei de transformação do campo ideológico do eleitorado de um formato de corcova de dromedário para um de corcova de camelo – que me perdoem o preciosismo zoológico: __/\__ em _/\___/\_. Não vou reproduzir gráficos aqui para não tornar a leitura descontinua.
Dando sequência ao artigo “Em busca do centro perdido” (https://aterraeredonda.com.br/tag/joao-feres/), vou analisar agora as reais possibilidades de recomposição do centro por meio da ação das forças políticas atuais. Para chegar ao cerne da questão precisamos primeiro tentar compreender o que está acontecendo no plano fenomenológico mais capilar da opinião pública.
Meu objetivo é ilustrar o que eu chamei de transformação do campo ideológico do eleitorado de um formato de corcova de dromedário para um de corcova de camelo – que me perdoem o preciosismo zoológico: __/\__ em _/\___/\_. Não vou reproduzir gráficos aqui para não tornar a leitura descontinua.
O trabalhador com a corda no pescoço
Por Paulo Rubem Santiago, no site Carta Maior:
O cidadão comum, depois de um dia de trabalho ou de busca de emprego, chega em casa, toma um banho, come alguma coisa e liga a televisão. O noticiário econômico lhe é cada dia mais confuso. A taxa de desemprego bate 11% da população economicamente ativa, mas os bancos obtêm lucros extraordinários, tudo na mesma economia. Ao mesmo tempo o dólar nas alturas e a depreciação do Real lançam mais confusão ainda na sua cabeça, quando se lembra que um dia desses fizerem festa quando o Real havia sido a moeda que mais se valorizara no mundo. Agora em queda vertiginosa, faltam explicações adequadas para que consiga entender essa gangorra cambial.
O cidadão comum, depois de um dia de trabalho ou de busca de emprego, chega em casa, toma um banho, come alguma coisa e liga a televisão. O noticiário econômico lhe é cada dia mais confuso. A taxa de desemprego bate 11% da população economicamente ativa, mas os bancos obtêm lucros extraordinários, tudo na mesma economia. Ao mesmo tempo o dólar nas alturas e a depreciação do Real lançam mais confusão ainda na sua cabeça, quando se lembra que um dia desses fizerem festa quando o Real havia sido a moeda que mais se valorizara no mundo. Agora em queda vertiginosa, faltam explicações adequadas para que consiga entender essa gangorra cambial.
Dia 15 é tentativa de assalto a democracia
Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:
Incluído na propaganda do ato "Foda-se", convocado por Jair Bolsonaro por vídeo distribuído nas redes sociais, o general da reserva Roberto Peternelli, deputado federal do PSL-SP, partido do presidente, deixa claro que o eleitor está sendo vítima de propaganda enganosa.
"Ninguém pediu para usar minha imagem", disse ele a Marcelo Godoy, do Estado de S. Paulo, esclarecendo que discorda da iniciativa. "Atrito entre Executivo e Legislativo não contribui para o País", acrescenta Peternelli, que acrescenta: "'Fora Maia e Alcolumbe é impróprio, como 'Fora Bolsonaro'".
"Ninguém pediu para usar minha imagem", disse ele a Marcelo Godoy, do Estado de S. Paulo, esclarecendo que discorda da iniciativa. "Atrito entre Executivo e Legislativo não contribui para o País", acrescenta Peternelli, que acrescenta: "'Fora Maia e Alcolumbe é impróprio, como 'Fora Bolsonaro'".
Os militares e as empresas estatais
Por William Nozaki, no site da Fundação Perseu Abramo:
A doutrina militar, historicamente, estabeleceu os objetivos da industrialização brasileira: integração, defesa e segurança, mais do que desenvolvimento, emprego e renda, como imaginavam os civis. As malhas ferroviária e rodoviária garantiriam as condições logísticas para a integração, as indústrias metalúrgica e siderúrgica garantiriam os suprimentos essenciais para a defesa, as indústrias de petróleo e petroquímica garantiriam o abastecimento necessário para a segurança. Não se tratava de um industrialismo baseado em nacionalismo e protecionismo, mas sim em pragmatismo e funcionalidade temperados, é bem verdade, com um certo dualismo na visão sobre a geopolítica e um certo elitismo na visão sobre o povo brasileiro. Exatamente por isso, em todas as ocasiões em que ocuparam o Estado, os militares estabeleceram estreita proximidade com o sistema de empresas estatais. Com outros objetivos, tal aproximação se repete atualmente. Sendo assim, vejamos como tem se dado a presença dos militares no sistema produtivo estatal, particularmente em alguns projetos com interface na área de defesa.
A doutrina militar, historicamente, estabeleceu os objetivos da industrialização brasileira: integração, defesa e segurança, mais do que desenvolvimento, emprego e renda, como imaginavam os civis. As malhas ferroviária e rodoviária garantiriam as condições logísticas para a integração, as indústrias metalúrgica e siderúrgica garantiriam os suprimentos essenciais para a defesa, as indústrias de petróleo e petroquímica garantiriam o abastecimento necessário para a segurança. Não se tratava de um industrialismo baseado em nacionalismo e protecionismo, mas sim em pragmatismo e funcionalidade temperados, é bem verdade, com um certo dualismo na visão sobre a geopolítica e um certo elitismo na visão sobre o povo brasileiro. Exatamente por isso, em todas as ocasiões em que ocuparam o Estado, os militares estabeleceram estreita proximidade com o sistema de empresas estatais. Com outros objetivos, tal aproximação se repete atualmente. Sendo assim, vejamos como tem se dado a presença dos militares no sistema produtivo estatal, particularmente em alguns projetos com interface na área de defesa.
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