Foto: Manu Fernandez/AP |
A Colômbia está em chamas. É atualmente um dos países com maior número de mortos pela covid-19, ocupando o quarto lugar na região, depois de Estados Unidos, Brasil e México, tendo até agora apenas 3,5% da população totalmente vacinada e sendo parte dos países que se negam a apoiar a proposta de liberação das patentes de vacinas. É também um país que em 2020 tinha 42,5% de sua população em condição de pobreza monetária e com 15,1% em pobreza monetária extrema. A estes dados, poucos mas expressivos, podemos acrescentar que, após a assinatura do acordo de paz de 2016, foram assassinados entre 700 e 1.100 defensores e defensoras dos direitos humanos (as cifras variam, entra as ONGs e as instituições governamentais). As zonas que antes foram domínio das FARC-EP estão agora em disputa por parte de distintos grupos armados ilegais que, além de almejarem interesses econômicos (narcotráfico e mineração ilegal) também trazem consigo um horrível e sangrento interesse de controle sobre a população civil, que afeta gravemente o tecido social, e é apenas a ponta do iceberg do novo panorama que se desenha no país.