terça-feira, 11 de janeiro de 2022

A chance de Lula vencer no 1º turno

Os novos desafios na América Latina

Os militares querem abandonar Bolsonaro?

Como a China lida com a pós-pandemia

A cultura da conspiração

Charge: Geuvar
Por Maria Inês Nassif, no jornal Brasil de Fato:

Desde o fim do governo militar, prevaleceu no debate político brasileiro uma censura sutil a denúncias de conspiração. O denunciante, não raro, era exposto ao ridículo. A denúncia era interpretada como fantasia de uma mente febril, produto de uma espécie de “neurose de guerra” trazida dos campos de batalha da ditadura que durou 21 anos (1964-1985).

Depois de quase uma década de uma longa conspiração cujo tiro de largada foi dado em 2013 – com uma inexplicável explosão da ira popular vinda do nada num ano em que a popularidade do governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) atingiu 63%, segundo pesquisa a Confederação Nacional da Indústria, e sua aprovação pessoal chegou a 79% – é chegada a hora de rever a postura suicida de resolver conspirações punindo o denunciante.

O ano da esperança de mudanças

Charge: Lezio Junior
Por João Pedro Stedile

Não conseguimos mudar o governo, apesar dos crimes cometidos e de mais de 130 pedidos de impeachment, mas recuperamos no ano passado as ruas com mobilizações expressivas em mais de 500 cidades do país. A partir desse processo, começamos 2022 com a unidade das forças populares em torno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e recolocando-o como porta-voz das necessidades urgentes de mudanças na política e na economia nacional.

O ano que passou foi duro para o povo brasileiro, cujo maior símbolo foi a perda de milhares de vidas pelo negacionismo e incompetência do governo federal. Outros milhões foram jogados na sarjeta, sem trabalho e renda, com a volta da fome, da inflação dos alimentos, dos combustíveis e dos aluguéis. As necessidades da maioria são imensas e, certamente, teremos um período marcado por lutas em defesa de soluções urgentes para esses problemas, que não podem esperar as eleições.

O Judiciário que trata bem os poderosos

Por Moisés Mendes, em seu blog:

Anthony Kelly, um juiz australiano, decidiu que o tenista Novak Djokovic entre e jogue na Austrália, e se quiser que circule sem máscara, mesmo sem ter sido vacinado e mesmo que tenha participado de eventos com crianças quando estava infectado.

Timothy Holroyde, um juiz de Londres, decidiu que Julian Assange seja extraditado para os Estados Unidos, mesmo correndo o risco de morrer na prisão do país por ele exposto por seus crimes de guerra.

Sergio Moro, um juiz paranaense, decidiu caçar, condenar e encarcerar Lula e agora tem a pretensão de disputar a eleição e de enfrentar Lula e o fascista para o qual trabalhou.

Temer e as falsificações históricas da mídia

Charge: Nando Motta
Por Bepe Damasco, em seu blog:


1) Pesquisa Datafolha, de 27 de dezembro de 2018, a quatro dias do fim do mandato presidencial que Temer roubou de Dilma Rousseff: avaliação do governo Temer - Ótimo e bom: 7%; Regular: 29%; Ruim e péssimo: 62%.

Mesmo assim, o oligopólio midiático brasileiro sempre que menciona Temer esconde a altíssima rejeição ao seu governo, que perdurou durante os dois anos de seu mandato. Nada mais fraudulento em termos históricos do que o tratamento que Temer recebe, digno de um estadista que levou o Brasil a um porto seguro.

A verdade se impõe aos negacionistas

Por Fernando Brito, em seu blog:

A manchete do jornal O Globo, aí em cima, não é alarmista, é moderada.

Há dias, todos sabem que não é possível que as atividades econômicas deixem de sofrer o impacto de uma nova onda de contágio da Covid-19 que, nas palavras do diretor da OMS, Thedros Adhanom, é “um tsunami”.

Aliás, a Organização Mundial de Saúde acaba de projetar que, na Europa, metade da população vai contrair o vírus nas próximas semanas. Isso que dizer 370 milhões de pessoas.

Almirante da Anvisa: Num instante, a glória!

Charge: Clayton
Por Manuel Domingos Neto

Bela tacada, a do Almirante! Num lance, virou celebridade e herói da esquerda.

Que importa ter ajudado a eleição do fascista? E que tenha subido sem máscaras em seu palanque no auge da epidemia! Ou que esteja envolto em trapalhadas que prejudiquem a saúde dos brasileiros!

Ninguém ligou para o fato de o médico-marinheiro, sem credenciais, ter disputado e arrematado uma vaga na agência que cuida vigilância sanitária. Na sabatina no Senado que aprovou seu nome, o candidato nada teve a dizer. Aliás, disse que adorava automobilismo e viagens às terras distantes.

Há um século a esquerda busca dissidentes militares. Na única tentativa de assalto ao poder, em 1935, confiou apenas na farda. Imaginou que bastava a legenda do Cavaleiro da Esperança.

Assange, voz da liberdade

Charge: Latuff
Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:


Julian Paul Assange parece um enigma para esses tempos. Desde a revelação dos documentos sigilosos do governo dos EUA, em 2010, aparece assim para o mundo. A formulação liberal sobre as liberdades, de modo especial a chamada liberdade de expressão, não se aplica no caso dele. Vai sendo pouco a pouco crucificado. Vão apertando a coroa de espinhos em torno de sua cabeça, sem compaixão.

Poucas, muito poucas, as vozes dispostas a defendê-lo. A mídia tradicional, parte dela com imensa dívida com ele, repercute timidamente a crucificação. Não pode deixar de noticiar, mas o faz, torcendo o nariz, e sem o destaque merecido. Qual o crime de Assange? Quais os crimes?

Sindicalismo-4: Novas formas de resistência

A árvore da vida (1957), Portinari
Por Altamiro Borges


Os dados dramáticos sobre desemprego, informalidade, queda de renda e precarização, entre outros, evidenciam que o sindicalismo hoje é mais necessário do que nunca. No passado, ele serviu para obter conquistas; atualmente, é essencial para evitar retrocessos. Passou a ser uma questão de sobrevivência dos trabalhadores.

Sem sindicatos, o assalariado será reconduzido à condição de escravidão, humilhado e sugado. Essa compreensão cresce no mundo inteiro e os exploradores testam novas formas de resistência e de organização de classe. Em meados de outubro a jornalista Lúcia Guimarães da Folha em Nova York relatou o clima de revolta trabalhista nos EUA.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Sindicalismo-3: Ódio à organização de classe

Mensagem etérea I (1946), Portinari
Por Altamiro Borges


Essa resistência ativa é o que explica o ódio das forças da direita – do golpista Michel Temer ao fascista Jair Bolsonaro – aos sindicatos. Para destruir direitos trabalhistas históricos, arrochar salários e precarizar ainda mais o trabalho, o capital necessita fragilizar e até mesmo destruir as organizações de classe dos explorados.

Essa ofensiva contra o sindicalismo se dá no mundo inteiro. Ela ajuda a explicar a drástica queda das taxas de sindicalização nos últimos anos. Em vários países da Europa e nos EUA, por exemplo, esse índice hoje está abaixo dos 10% – o que só reforça a sanha destrutiva do capitalismo.

Sindicalismo-2: Impacto das novas tecnologias

Espantalho da tempestade (1944-1959), Portinari
Por Altamiro Borges


Muitas dessas transformações no mundo do trabalho já estavam em curso antes da pandemia. A Covid-19 só fez acelerar o processo. E a tendência é que elas ganhem mais celeridade no próximo período, até como forma do capitalismo enfrentar a sua crise prolongada e sistêmica.

Inteligência Artificial (IA), Banco de Dados (Big Date), 5G (internet de quinta geração), entre outras mudanças tecnológicas, terão ainda maior impacto no mundo do trabalho, em todos os ramos de atividade. Se a automação microeletrônica afetou principalmente a indústria e os bancos, estas novas mudanças atingirão em cheio o setor público, o campo e o ramo de serviços e do comércio.

Sindicalismo-1: Desafios num cenário adverso?

Bois e espantalho (1940), Portinari
Por Altamiro Borges


Em um cenário de profundas transformações no mundo do trabalho e de violentos ataques aos direitos trabalhistas, o sindicalismo tem travado uma dificílima resistência, procurando mobilizar, conscientizar e organizar a classe na luta por seus anseios imediatos e futuros.

Na atual fase regressiva e destrutiva do capitalismo, o desemprego, a informalidade e a precarização batem recordes no planeta e no Brasil. As aceleradas mutações tecnológicas, que poderiam servir ao bem-estar da humanidade – reduzindo drasticamente a jornada de trabalho, garantindo mais tempo livre para o estudo, o convívio familiar, o lazer e a cultura e gerando mais empregos –, têm seus frutos apropriados por uma minoria de ricaços.

Para onde vai a economia do Brasil?

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