Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:
Com currículo antidemocrático que inclui o voto de relator pelo impeachment de Dilma Rousseff, que teve início em 2014 no Tribunal de Contas da União onde é ministro, a partir de agora Augusto Nardes também pode ser descrito como testemunha-chave do fracassado golpe bolsonarista da semana passada.
Em novembro de 2022, quatro semanas depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas, empresários do agro-negócio receberam um audio de 7 minutos com a voz de Augusto Nardes.
Ali, o ministro do TCU descreve as cenas terríveis da baderna civil-militar que seria vista, ao vivo, no centro de Brasília, um mês e meio mais tarde.
Na gravação de novembro, divulgada em primeira mão pelo Brasil-247 em 22/11, Nardes mostra seus conhecimentos sobre a trama que iria ocorrer em Brasília.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
Fascismo será enfrentado na política e na lei
Charge: Clay Jones |
A Polícia Federal poderia ter sido acionada para ajudar a conter o atentado terrorista do dia 8 contra a democracia brasileira? “Não”, responde o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. “E a Polícia Rodoviária Federal? “Não poderia”, prossegue Dino. Ambas as respostas pelas mesmas razões: seriam medidas que não se enquadram nas missões constitucionais dessas corporações. “E as Forças Armadas?” Não deveriam. Flávio Dino respondeu a perguntas espinhosas em live realizada nesta terça-feira (17), em que avaliou a tensão das últimas semanas, previu outras pela frente e apresentou a ideia de um “Pacote da Democracia” para conter a desinformação convertida em crimes digitais.
Fascistas vão continuar com ações terroristas
Nove dias após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, o ministro da Justiça, Flávio Dino, diz que o governo federal e o conjunto das instituições brasileiras estão mais preparados para enfrentar ameaças de golpe de Estado. Para Dino, já não há mais margem para atentados similares aos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal).
Nesta terça-feira (17), o ministro participou de uma entrevista coletiva por videoconferência com jornalistas da mídia alternativa e convidados. A conversa – que durou pouco mais de uma hora – foi promovida pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Golpe ainda lateja e passa a ser permanente
Reprodução da ilustração do site La Iguana |
O Brasil, como caso especial, e o Peru sempre em convulsão são apenas na aparência dois cenários à parte nesse momento na América do Sul.
Nos demais países, parece não existir ameaça visível de golpe. Parece. Mas há um golpe permanente em quase toda a região, muitas vezes invisível para os países vizinhos.
É bem provável que o Brasil esteja sendo contagiado, pós-8 de janeiro, por esse modelo de golpe latejante e incessante.
Nicolás Maduro só agora começa a se livrar do golpe permanente de Juan Guaidó, porque o golpista está fragilizado, mas não a sua base.
Há na Bolívia o golpe permanente do fascista Luis Fernando Camacho, preso no mês passado, depois de conspirar sem parar nos últimos cinco anos.
No Peru, Pedro Castillo foi golpeado permanentemente desde que assumiu e tentou reagir com outro golpe, até ser golpeado, e agora sua vice no poder também pode cair.
Lula e a questão militar
Charge: Quinho |
Os atentados terroristas de 8 de janeiro afetaram irremediavelmente a confiança do presidente Lula nas Forças Armadas. E sedimentaram nele a convicção sobre o protagonismo central das cúpulas militares na guerra fascista de destruição da democracia e da República.
O marco significativo desta inflexão foi a decisão de decretar intervenção na segurança do DF ao invés de convocar os militares para a operação de Garantia da Lei e da Ordem [GLO] proposta a Lula pelo ministro da Defesa José Múcio Monteiro.
A decisão pegou de surpresa o Alto Comando do Exército. Mesmo sem requisição prévia do presidente da República, o Exército já tinha colocado de prontidão uma impressionante tropa de 2.500 soldados para intervir no caos e na desordem que eles próprios arquitetaram. A presteza para “governarem” o país via GLO contrasta com a lentidão na desmontagem dos acampamentos ilegais e antidemocráticos nas áreas dos quartéis.
terça-feira, 17 de janeiro de 2023
Conversa com o ministro Flávio Dino
Foto: Amanda Perobelli/Reuters |
O ministro da Justiça Flávio Dino conversou hoje cedo com integrantes do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Participei do encontro e faço um relato:
Para Dino, houve um claro encadeamento entre os 4 anos de bolsonarismo no poder e "o que vimos no 8 de janeiro". Não foi por "geração espontânea". Elencou os seguintes fatos: fechamento de estradas, instigação política contra a diplomação da chapa Lula/Alckmin no dia 12/12, planejamento do estado de defesa no TSE, tentativa de atentado a bomba no dia 24/12, ameaças à posse e, finalmente, o 8 de janeiro.
Segundo o ministro, cinco pontos chamam atenção na articulação: a ofensiva de comunicação através das redes sociais, a dimensão internacional do golpismo de direita, a "visão idílica de uma segurança perdida" que levou a apelos junto aos pilares da segurança, dentre os quais se inclui o Exército; a crise política desatada em 2013/2014, que fortaleceu instâncias judiciárias e os militares; o fato de que parte substantiva da elite brasileira não é "fã dos procedimentos democráticos".
O golpe se concretizou e foi revertido
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, dirigindo-se a quase oitenta jornalistas das mídias independentes brasileiras, afirmou que houve um golpe, não apenas uma tentativa de golpe. “Faticamente chegamos a ter um golpe de Estado. Porque um golpe de Estado se materializa, desde sempre, pela tomada do palácio de inverno e isto aconteceu. Entre 4 e 5 da tarde, nós não tínhamos o controle físico da sede dos três poderes da República”.
Jovem Pan demite jagunços para se salvar
Charge: Geuvar |
A Jovem Pan – também apelidada de Jovem Klan por suas posições de extrema-direita e por difundir fake news e estimular o ódio e a violência na sociedade – está desesperada. Neste final de semana, a emissora de rádio e televisão demitiu mais alguns dos seus famosos jagunços midiáticos. Entre eles, o pateta Rodrigo Constantino, o neto de ditador Paulo Figueiredo e a gusana anticubana Zoe Martinez.
Os três já tinham sido “afastados” na semana retrasada, conforme revelou o site NaTelinha. A medida diversionista foi tomada “por conta do processo que o Ministério Público Federal está movendo contra o canal. A instituição instaurou inquérito para apurar a má conduta da emissora”. O quadro se agravou com o apoio de seus jagunços aos atos de terrorismo bolsonarista em Brasília no fatídico 8 de janeiro.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
O lugar de Bolsonaro é na cadeia
Charge: Ednagyz |
A minuta de decreto encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é prova mais do que contundente de uma conspiração golpista. Alguém pensou, buscou fundamentação jurídica (inexistente), escreveu e entregou o decreto de golpe nas mãos de Torres. Quem é o autor da proposta de estupro da Constituição, sempre desejado por Bolsonaro? Quem a encomendou? Se Torres era ministro e não denunciou a conspiração, dela fazia parte.
O presidente Lula conseguiu erguer uma muralha institucional contra o golpismo, imediatamente após o domingo infame na Esplanada, juntando até mesmo governadores bolsonaristas (pelo menos para o registro da História). Também recebeu maciço apoio e solidariedade internacional.
Lula e Flávio Dino evitam a tutela militar
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Os atos criminosos de vandalismo praticados por bolsonaristas fascistas e idiotas contra os palácios do governo em Brasília no último dia 8 de janeiro ficarão marcados como um momento sombrio da história brasileira.
Sobre o tema, a Folha de S. Paulo publicou hoje (15) um notável artigo do historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva cujo título é significativo: “Com intervenção civil, Lula adota política que tenta superar tutela militar”.
As Forças Armadas esperavam o recurso à GLO (garantia da lei e da ordem), mas apoiado no seu notável ministro da Justiça, Flávio Dino, o presidente optou por algo inédito – a Intervenção Civil.
Sobre o tema, a Folha de S. Paulo publicou hoje (15) um notável artigo do historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva cujo título é significativo: “Com intervenção civil, Lula adota política que tenta superar tutela militar”.
As Forças Armadas esperavam o recurso à GLO (garantia da lei e da ordem), mas apoiado no seu notável ministro da Justiça, Flávio Dino, o presidente optou por algo inédito – a Intervenção Civil.
Os inimigos do governo Lula
Por Paulo Nogueira Batista Jr.
Queria falar hoje dos inimigos do governo Lula. São muitos, como se sabe, alguns abertos, outros nem tanto. Nelson Rodrigues falava dos “desconhecidos íntimos” que o abordavam na rua sem a menor cerimônia. Podemos falar, também, dos “inimigos íntimos”. É perceptível a sua presença no governo, estão lá infiltrados, instalados em posições importantes. Talvez “inimigos” seja uma palavra exagerada para alguns deles. Digamos “adversários”, no mínimo.
Queria falar hoje dos inimigos do governo Lula. São muitos, como se sabe, alguns abertos, outros nem tanto. Nelson Rodrigues falava dos “desconhecidos íntimos” que o abordavam na rua sem a menor cerimônia. Podemos falar, também, dos “inimigos íntimos”. É perceptível a sua presença no governo, estão lá infiltrados, instalados em posições importantes. Talvez “inimigos” seja uma palavra exagerada para alguns deles. Digamos “adversários”, no mínimo.
domingo, 15 de janeiro de 2023
Tem focinho de porco, rabo de porco... é porco
Charge: Quinho |
A descoberta da minuta de um decreto instituindo o estado de defesa no TSE, na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, se insere no rol de evidências de que Bolsonaro foi o comandante supremo do levante terrorista de 8 de janeiro.
Com o apoio de uma rede golpista que inclui integrantes das forças armadas e das polícias militares, empresários, políticos, milicianos e a horda de fanáticos fascistas que o segue, Bolsonaro planejou tudo meticulosamente.
Só não vê quem não quer: a partir da noite do dia 30 de outubro, ao não reconhecer a derrota e mergulhar no silêncio, Bolsonaro, no submundo, estimulou o bloqueio de rodovias e a formação de acampamentos em frente aos quartéis.
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