domingo, 19 de agosto de 2012

O desespero da direita na Venezuela

Por Vanessa Silva, no sítio Vermelho:

Hugo Chávez tem que ganhar e ganhar bem, para que a direita não possa sugerir que a eleição foi fraudada. A declaração é do embaixador da Venezuela no Brasil, Maximiliam Arvelaiz, durante evento realizado nesta quinta-feira (16), na sede da Barão de Itararé, em São Paulo, para debater os próximos passos da campanha Brasil Está com Chávez.


O embaixador fez um breve relato dos rumos da campanha eleitoral no país caribenho e ressaltou que hoje, Chávez tem cerca de 60% dos votos válidos, e Henrique Capriles, em torno de 40%. Essa é a correlação histórica de forças no país, lembrou. “É importante ganhar bem. Setores da direita têm interesse de gerar uma aventura no país. Se Chávez ganhar com margem pequena de diferença, poderemos ter uma classe média falando em fraude, tratando de criar um clima de ingovernabilidade”.

Fraude eleitoral

Também presente no evento, o jornalista, Max Altman, membro do Coletivo da Secretaria Nacional de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores, afirmou que o sistema eleitoral venezuelano é o “mais seguro do mundo”. Altman viajou para a Venezuela como observador internacional do referendo da emenda constitucional de 15 de fevereiro de 2009.

Arvelaiz, no entanto, denunciou que a oposição está tentando desqualificar o Conselho Eleitoral Nacional, dizendo que não reconhece o resultado de 7 de outubro. E pontuou que o Centro Jimmy Carter mandou uma carta ao país dizendo que não há argumentos para falar de uma fraude nessas eleições. Daí a importância de uma votação massiva em apoio a Chávez.

Direita se camufla

O sucesso do chavismo é reconhecido pela própria direita, que teve que rever seu programa e passou a dizer-se de centro esquerda, inspirada em Luiz Inácio Lula da Silva: “queremos um modelo sem confrontação, como o Brasil de Lula”, defendiam. O vídeo gravado pelo ex-presidente brasileiro em apoio a Chávez, no entanto, colocou por terra o empreendimento de Capriles.

“O interessante é que nós ganhamos, somos maioria a ponto de a direita ter que disfarçar usando a operação Lula. Mas não funcionou porque o candidato deles é fraco do ponto de vista ideológico, é um burguês”.

Presente na comitiva presidencial que está percorrendo toda a Venezuela, Arvelaiz comentou ainda que ficou impressionado com o que viu no interior do país: “A Venezuela mudou muito nos últimos dez anos. O que vi foi um povo jovem, bem nutrido; não se vê mais fome. Além disso, são pessoas conscientes, politizadas, não são lumpens”, enfatizou.

Brasil está com Chávez

A campanha Brasil Está Com Chávez foi criada para apoiar o processo bolivariano desenvolvido no país: “nesses meses estamos conscientes das forças de direita que retomaram a ofensiva para tentar frear os avanços que o continente está vivendo seja, com governos progressistas, seja com iniciativas multilaterais de integração como a Celac [Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos], Unasul [União das Nações Sul-Americanas], Alba [Aliaça Bolivariana para os Povos da Nossa América]”, disse João Pedro Stédile, integrante da direção nacional do MST, durante o lançamento da campanha.

Para fazer frente aos meios de comunicação que perpetram uma clara ofensiva contra o governo de Chávez, os movimentos sociais que integram a campanha vão enviar jornalistas para participar do processo eleitoral no país, com o intuito de se contrapor a essa campanha midiática no Brasil.

Ato político-cultural

O representante da secretaria de relações internacionais do PCdoB, Rubens Diniz, informou sobre o ato político-cultural, que será realizado no próximo dia 5 de setembro, que prevê a presença de artistas brasileiros e venezuelanos. Estiveram presentes na reunião representantes do Barão de Itararé, Brasil de Fato, Portal Vermelho, Cebrapaz, Ópera Mundi, PT, PCdoB, PSB, CUT, CTB, dentre outros.

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