quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mídia não tolera críticas a Aécio

Do blog de Zé Dirceu:

Recomeça a campanha da mídia para caracterizar como ataque toda crítica ao candidato tucano ao Planalto, senador Aécio Neves (coligação PSDB-DEM). Antes a vítima era Marina, agora vão pintá-lo como tal. Tudo que se fala ou faz é taxado como desconstrução do candidato Aécio. Já as críticas à presidenta Dilma, a demolição de seu governo e do legado de Lula e a tentativa de liquidar com o PT são tratadas pela mídia como verdades, fatos objetivos, números e dados dentro das regras da democracia. Uma clara adoção da tática dos dois pesos e duas medidas, mal disfarçando o papel político desempenhado por boa parte da imprensa.

Como sabemos pelos dados e números do Manchetômetro, a mídia brasileira não fez outra coisa nessa campanha eleitoral além de oposição ao nosso governo e ao PT. Nos dois primeiros dias do segundo turno, os noticiários e os âncoras só pioraram. São verdadeiros comitês eleitorais de Aécio. Os articulistas e colunistas dos jornais, com raras exceções, vestiram a camisa tucana ou antipetista e ponto final.

O Brasil precisa de um novo olhar

Mas não adianta chorar por leite derramado. Vamos ver se aprendemos a lição de uma vez por todas e, de fato, saibamos construir no país o pluralismo cultural e de comunicação que atenda as novas realidades tecnológicas que nos abrem um campo infinito no social e exige um novo olhar para a cultura, a economia e a política.

Um novo olhar para um Brasil que exige novas respostas aos seus problemas históricos. Um novo olhar político, que exige uma ampla, geral e irrestrita reforma política. Um novo olhar humano, que exige uma resposta aos nossos desafios ambientais e do respeito aos direitos humanos.

Não há mudanças sem luta e sem novas ideias, sem confronto e disputa política, social e cultural. Não há nem virão mudanças sem novos instrumentos sociais e políticos, sem os partidos e as organizações sociais, sem lideranças e instituições. E os nossos instrumentos e instituições estão envelhecidos. Só a entrada do povo e das classes sociais na disputa política é capaz de reformar, revolucionar e desempatar o país.

As conquistas dos últimos 12 anos são expressivas e colocaram o país em um patamar nunca antes alcançado pela maioria do povo brasileiro, mas só será possível continuar avançando com mudanças e reformas. O tempo está se esgotando e precisamos urgentemente de reformas radicais, como a política e a tributária, a urbana e a do Estado. Só a reforma política permitirá criar uma nova maioria no país. E somente ela e a nova situação criada viabilizarão as outras reformas – dentre as quais, em primeiro lugar a tributária.

É esse conjunto de reformas imprescindíveis que permitirá sustentar e aprofundar o crescimento do país com distribuição de renda, com a eliminação da fome e da pobreza, com a elevação da educação e cultura de nosso povo – e não apenas das elites – com um salto tecnológico e de inovação que sustente nossa indústria e nossa soberania econômica permitindo a integração sul-americana.

Fora desse caminho temos a picada estreita rumo ao desfiladeiro que o tucanato nos oferece de novo. Fora desse caminho o tucanato e seu candidato nos oferecem uma rendição pura e simples à hegemonia norte-americana (marca de sua política externa), a liquidação da integração sul-americana, a privatização e o Estado mínimo, o arrocho fiscal e salarial, o corte de gastos sociais e a retirada de direitos históricos trabalhistas.

Oferecem, também, o voto distrital majoritário que eles tanto querem para liquidar com as minorias, sob pretexto de aproximar o eleitor do seu representante, a a continuidade do financiamento privado das eleições. Ventilam também com a proposta de fim da reeleição, que eles mesmo criaram – sob a suspeita de denúncia de compra de votos de parlamentares para aprovação da emenda constitucional – para evitar a vitória de Lula em 1998.

A necessária mobilização

Se queremos aprofundar e continuar as mudanças iniciadas pelos governos do presidente Lula, precisamos mobilizar o país e suas forças sociais e culturais, sua juventude, seu empresariado e seus trabalhadores. Mobilizar e expor-lhes o desafio que temos pela frente e os caminhos que podemos tomar.

Sem luta e reformas, não sairemos do atual impasse. É preciso redefinir a distribuição da renda e da riqueza do país, sem o que não há como sustentar a rede de proteção social e previdenciária que construímos. Daí a importância da reforma tributária.

O Brasil precisa, também, mudar a forma de escolher seus governantes e de controle e fiscalização do poder. Precisa aumentar a poupança nacional e os investimentos. Mas não às custas da queda do consumo e do nível de vida do povo como prega o receituário tucanato. O caminho é o redirecionamento de grande parte poupança privada, que hoje é meramente rentista e especulativa.

Sem investimentos públicos e sem um Estado atuante e mediador não haverá saída para o Brasil continuar avançando. Não encontraremos a saída sem um Estado atuante e mediador, com uma democracia partidária e parlamentar com ampla participação popular – via consultas e plebiscitos - com financiamento público de campanhas eleitorais e com voto em lista ou distrital misto proporcional.

É hora de aprofundar as reformas e promover mudanças de fato que permitam ampliar a inclusão social com lastro no crescimento econômico. Não é hora de um novo retrocesso histórico, como se viu em 1964, 1989 e 1994, que levaram o país à fragilidade econômica e à subserviência de organismos internacionais, como o FMI. Fernando Henrique Cardoso, o cardeal tucano, quebrou a economia brasileira por três vezes. A mudança que o candidato tucano promete nada mais é que a conexão com este passado perverso e de exclusão da maioria que os 12 anos de governo do PT conseguiu superar. O Brasil precisa e tem de avançar, mas pelas mãos daqueles que governaram para a maioria deram ao país uma tão invejada independência econômica e financeira no cenário mundial.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estou cada vez mais convencido que, além de contar tudo aquilo que a mídia não conta, a campanha da Dilma deve dar ênfase a esta disparidade.

Eles poderiam criar uma pequena seção de notícias no programa eleitoral, com o lema: "tudo aquilo que você não vê na mídia".

Vai pegar muito mal para a mídia criticar o PT por mostrar aquilo que ela esconde.

MARCO disse...

Segundo turno eleição 2014
PT contra PSDB
Segundo turno eleição 2014
PT contra PIG
Vão três pro segundo turno só no Brasil mesmo ACORDA PT!!!!!!!!!!!!!!.