Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
No "day after" da reforma ministerial, inverteram-se as posições na tabela do Brasileirão do poder em Brasília. O governo Dilma retomou a iniciativa política e conseguiu sair das cordas, enquanto a oposição quedava de vez nos braços de Eduardo Cunha, na mesma semana em que autoridades da Suíça confirmavam: o presidente da Câmara tem 5 milhões de dólares em quatro contas naquele país, que já foram bloqueadas.
Com o silêncio ensurdecedor dos seus principais líderes, a começar por FHC e Aécio Neves, o PSDB ainda não se manifestou sobre o agravamento da situação do seu principal aliado na batalha pelo impeachment , temporariamente suspensa. Que autoridade moral e legitimidade as oposições têm agora?
Dilma conseguiu seu principal objetivo com a reforma: ampliar a governabilidade. Após o anúncio dos nomes da nova equipe, os principais lideres do PMDB, maior aliado do governo, agora dono de sete ministérios, falaram em reconciliação e fidelidade.
A única exceção foi exatamente Eduardo Cunha, para quem "não mudou nada", o mesmo discurso dos lideres da oposição e dos porta-vozes de amplos setores da mídia, mais uma vez derrotados.
Qualquer que seja o resultado das mudanças a médio prazo, o fato é que a próxima semana começa com o governo fortalecido no Congresso e a oposição acuada, sem poder romper o acordo com Cunha sobre um possível processo de impeachment, nem defendê-lo publicamente, o que não pegaria muito bem para a sua já desgastada imagem de defensora intransigente da moral e dos bons costumes políticos.
Na outra ponta, o mercado reagiu bem: o dólar caiu, ficando abaixo de 4 reais, e a Bolsa subiu 3,8%, na maior valorização diária desde novembro do ano passado. Nove meses após a posse no segundo mandato, em que Dilma pretendia fazer um governo mais independente do PMDB e do ex-presidente Lula, agora ela teve que ceder a ambos para retomar a iniciativa política. Antes tarde do que nunca.
Entre os novos nomes da Esplanada, é sintomático que se destaque a especialidade do Ministro da Saúde, Marcelo de Castro (PMDB-PI): médico psiquiatra. Pacientes certamente não lhe faltarão em Brasília. Vem bem a calhar...
Vida que segue.
Com o silêncio ensurdecedor dos seus principais líderes, a começar por FHC e Aécio Neves, o PSDB ainda não se manifestou sobre o agravamento da situação do seu principal aliado na batalha pelo impeachment , temporariamente suspensa. Que autoridade moral e legitimidade as oposições têm agora?
Dilma conseguiu seu principal objetivo com a reforma: ampliar a governabilidade. Após o anúncio dos nomes da nova equipe, os principais lideres do PMDB, maior aliado do governo, agora dono de sete ministérios, falaram em reconciliação e fidelidade.
A única exceção foi exatamente Eduardo Cunha, para quem "não mudou nada", o mesmo discurso dos lideres da oposição e dos porta-vozes de amplos setores da mídia, mais uma vez derrotados.
Qualquer que seja o resultado das mudanças a médio prazo, o fato é que a próxima semana começa com o governo fortalecido no Congresso e a oposição acuada, sem poder romper o acordo com Cunha sobre um possível processo de impeachment, nem defendê-lo publicamente, o que não pegaria muito bem para a sua já desgastada imagem de defensora intransigente da moral e dos bons costumes políticos.
Na outra ponta, o mercado reagiu bem: o dólar caiu, ficando abaixo de 4 reais, e a Bolsa subiu 3,8%, na maior valorização diária desde novembro do ano passado. Nove meses após a posse no segundo mandato, em que Dilma pretendia fazer um governo mais independente do PMDB e do ex-presidente Lula, agora ela teve que ceder a ambos para retomar a iniciativa política. Antes tarde do que nunca.
Entre os novos nomes da Esplanada, é sintomático que se destaque a especialidade do Ministro da Saúde, Marcelo de Castro (PMDB-PI): médico psiquiatra. Pacientes certamente não lhe faltarão em Brasília. Vem bem a calhar...
Vida que segue.
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