sábado, 23 de abril de 2016

O direito de resposta da Globo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

João Roberto Marinho enviou resposta ao jornal inglês The Guardian, onde suas Organizações Globo são apontadas como parte das forças que promovem e apoiam a derrubada de Dilma Rousseff.

Basicamente, contra um parágrafo:

Na verdade, a maioria dos maiores meios de comunicação de hoje – que aparecem respeitáveis para pessoas de fora – apoiou o golpe militar de 1964, que marcou o início de duas décadas de ditadura de direita e e enriqueceu mais os oligarcas do país.Este evento histórico chave ainda lança uma sombra sobre a identidade e política do país. Estas corporações – liderados pelos braços múltiplos de mídia da organização Globo – anunciam um golpe como uma ação nobre contra um governo liberal corrupto, democraticamente eleito. Soa familiar?

Bastou para meterem a carapuça até o pescoço.

“Precisamente para evitar qualquer acusação de incitar manifestações de massa – como o Sr. (David) Miranda (autor do artigo) agora nos acusa – o Grupo Globo cobriu os protestos sem nunca anunciar ou dar opinião sobre elas em seus canais de notícias antes de acontecerem. Globo tomou posições iguais sobre comícios para a presidente Dilma Rousseff e contra o impeachment: ela cobriu todos, sem mencioná-los antes deles ocorrerem, concedendo-lhes o mesmo espaço que foi dado aos protestos anti-Dilma. Quando o processo de impeachment começou na Câmara Baixa do Congresso, alocamos igual tempo e do espaço para a defesa e acusação. O Grupo Globo não apoia o impeachment em editoriais. Ele simplesmente declarou que, independentemente do resultado, tudo tinha de ser conduzida de acordo com a Constituição, que na verdade tem sido o caso até agora.”

É assim: muita formalidade, nenhuma sinceridade.

Como aconteceu no caso da mansão de Paraty negou qualquer ligação com a casa irregular e também notificou quem, como este blog, afirmou que havia.

Depois quando este blog comprovou que a empresa dona da mansão dividia endereço com a própria empresa de fachada dona do imóvel, se saiu com tecnicalidades: não é da família Marinho, mas do ex-genro, recém separado, de sua filha, neta de Roberto Marinho.

Como diria Joaquim Barbosa, tinha pleno domínio do fato.

Todo mundo sabe que o golpe é golpe e que o golpe é da Globo tanto quanto de mais ninguém, pois sem ela jamais ocorreria.

Marinho diz em sua resposta que a mídia brasileira é vasta e plural – embora seis famílias, sobretudo a dele – a controlem: “culpar a imprensa para a atual crise política brasileira, ou sugerir que ela serve como um agitador, é repetir o erro antigo de culpar o mensageiro pela mensagem(…) a afirmação de que o Grupo Globo conduz a mídia nacional, especialmente vinda de um cidadão brasileiro, só pode ser feita de má fé”. diz.

Não, Dr. João, afirmar que a Globo não se adona e constrói a opinião pública nacional é que só pode ser dito de má-fé.

2 comentários:

Sandra Ferreira disse...

Está a frente sim sem ela o golpe não teria acontecido foi fundamental na desinformação ou seja só informa o que lhe convém tanto que executa em seus telespectadores técnicas de tortura como "Lavagem Cerebral" "em todos os estados na mesma hora a notícia seletiva é dada com o mesmo resquício de ódio não para informar mas para agitar" destilou ódio e incitou a violência sim, quer prova, olha a intolerância na agressão ao Ator José de Abreu, "a Rede Globo criou este ambiente" Eu melhorei quando deixei de me informar pela mídia golpista confio nos Blogs, e não confio na globo,infelizmente as quatros restantes estão seletivas e contaminadas pela globo.Quer saúde,alegria e não ao ódio desligue a globo!E cuidado com as outras quatro.

Anônimo disse...

Parabéns,principalmente pelo último parágrafo.